Em junho de 1994, Boca Raton – Flórida, se reuniram um grupo de jovens banqueiros que faziam parte do Global Derivative Group do JP Morgan, em parte para se divertir e festejar, uma boa oportunidade para relaxar, mas, acima de tudo, para reunir em uma sala as pessoas mais inovadoras e criativas. Eram a maioria na base dos 20 anos, com uma grande massa de dinheiro a circular, fizeram o que qualquer jovem teria feito. São coisas normais que acontecem em conferências, se divertiram muito, mas também trabalharam muito. Dedicaram-se a procurar uma solução a um problema antigo, como reduzir o risco. Começaram procurando formas de permitir às instituições financeiras transferir o risco entre elas, uma forma era vendendo empréstimos, outra separando o risco em um empréstimo não honrado do próprio empréstimo. Então a ideia de desenvolver os credit defaut swaps. Credit Default Swaps (CDS), é uma espécie de derivado que assegura um empréstimo com default, usado para transacionar os riscos de empréstimos. Esta ideia foi criada com intuito de deixar o sistema financeiro mais seguro. O primeiro CDS realizado foi por Blythe Masters – JP Morgan, envolvendo a empresa Exxon Valdez. Quando a empresa petrolífera derramou quase 50 milhões de litros de petróleo nas águas do Alasca, Exxon assinou uma carta de CDS de milhões de dólares com JP Morgan. Uma carta de crédito cria risco associado ao crédito, se a empresa a qual assinou a carta não honrasse com sua obrigação o banco deveria cumprir com as referidas obrigações em nome dela. Era uma exposição grande que continha um risco muito grande, então Blythe Masters procurou quem poderia assumir o risco associado ao credito e libertar o capital do JP Morgan, em Londres encontrou o EBRD, este recebia uma compensação para assumir o risco associado ao credito e achou que era uma boa proposta de recompensa-risco, então, o risco estava disperso para que o JP Morgan tivesse capacidade de negociar mais. Logo após o sucesso dos CDS e o aumento das vendas de riscos, surge uma ideia para se expandir ainda mais. Criaram um mercado em que as pessoas pudessem comprar e vender livremente independente de empresa, ao qual o risco está associado ao empréstimo e essas empresas. Começaram a vender derivados que eram apostas em todos os portfolios que eram propriedades do banco ou não. Estes produtos passaram a ser conhecidos como CDOs. Collateralized Debt Obligation (Obrigação de Dívida Colateralizada) Mediante ao processo de CDO, tornava possível fazer com que até 75% das dívidas quando colocadas no fundo CDO, desse espaço para novos títulos com níveis superiores. (Borça Junior – 2008). Esses CDOs tinham seus riscos avaliados pelas agências de Rating, onde muitos deles recebiam a qualificação máxima denominada como AAA, porém os CDOs comercializados pelos bancos na crise de 2008, se tornaram de alto risco. Mas como tinham uma boa qualificação, se tornaram conhecidos em fundos de aposentadorias. Subprimes ou hipotecas de alto risco, eram empréstimos concedidos a clientes que não tinham uma boa avaliação de crédito, pessoas que antes não conseguiam financiamento para sua casa própria. Como em 2003 os juros americanos estavam muito baixo, uma taxa anual de 1%, os bancos começaram a atender esses clientes em busca de retornos maiores, inadimplência. As hipotecas subprimes costumam ter taxas pós-fixadas, que sobem com as oscilações da economia. Com a alta dos juros básicos dos EUA, esses financiamentos ficaram cada vez mais caros, e muitos clientes não conseguiram pagar suas prestações em dia. Os bancos com muita inadimplência nas hipotecas de riscos enfrentaram problemas de caixa, então, reduziram a oferta de crédito para os demais clientes. Títulos lastreados por esse tipo de crédito, papéis que como garantia tinha o pagamento das hipotecas subprime, foram amplamente destruídos no mercado financeiro. Com a quebra do sistema, a crise foi repassada a todo o sistema financeiro. Mercado imobiliário brasileiro O Brasil vem enfrentando um maior rigor para obtenção de créditos, isso motivado por diversos fatores como a desaceleração econômica nacional, as recentes altas da taxa Selic, a redução do poder aquisitivo das famílias, e o aumento dos resgates em cadernetas de poupança. (Secovi/RS). Tornando assim o financiamento para a casa própria mais complexo. Não é difícil encontrar artigos, reportagens, entrevistas, entre outras informações que retratam a situação do mercado imobiliário brasileiro, em uma pesquisa lançada no dia 26 de julho de 2016, o Radar Abrainc-Fipe, que reúne quatro segmentos com um total de 12 indicadores que evidencia que o mercado imobiliário atingiu seu pior patamar desde 2004 (exame.com). Através da instabilidade econômica vivenciada nos dias de hoje, fez com que houvesse uma queda nos valores financiados no ano de 2015, em relação aos anos anteriores. A agência de classificação de risco Moody's projeto uma queda de 10% nos ganhos das construtoras no ano de 2016, isso causado principalmente pela recessão econômica e dificuldade na obtenção de crédito. Na medida que temos um aumento no desemprego e a crise econômica, a Moody's também acredita em um aumento nos atrasos e nos calotes em financiamentos (g1.globo.com) Portanto, com a grande abertura para o entendimento de como inicializou a crise imobiliária américa e tendo em vista a situação atual brasileira. Chegamos à conclusão de que em um determinado momento o congresso dos EUA requisitou a interrupção do subsídio, assim iniciou a emissão de títulos para cobrir o déficit, no Brasil ocorreu algo semelhante, o governo pegou dinheiro do Tesouro Nacional para quitar a dívida (exemplo: Minha Casa Minha Vida e emprestar dinheiro aos empresários por meio do BNDES (Jornal Opção 2016)). Estima-se que 25% dos contratos de imóveis destinados a pessoas de baixa renda, são inadimplentes. O Serasa Experian expõe que 59 milhões de pessoas estão com algum tipo de inadimplência somando um valor de R$ 250 bilhões. Esses valores fazem com que haja uma retração das construtoras quanto a construção de novas moradias, o principal motivo é o alto nível de desemprego, que chega a 10% neste ano. Neste caso se entende que o Brasil como um todo tem tomado medidas para que não ocorra uma crise imobiliária nas mesmas proporções da que aconteceu em 2008 nos Estados Unidos. Artigo Elaborado por: Carlos Edurado Pedrassani Jhonatan Vitor Grigoletto Ventorini REFERÊNCIAS CORRÊA, Geovane Testa; Percepções De Gestores A Respeito De Aspectos Do Processo De Aprendizagem Da Implementação De Atividades Propostas Em Um Plano Estratégico De Mercado E Vendas. Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Florianópolis, 2006 Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/88969 Acesso em 04/06/2016 Panorama do Mercado Imobiliário 2015. SecoviRS. Disponível em: http://www.secovirsagademi.com.br/panorama_do_mercado_imobiliario/36 Acesso em 25/09/2016 Mercado imobiliário atinge pior patamar desde 2004. Exame.com. Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/mercado-imobiliario-atinge-pior-patamar-desde-2004 Acesso em 25/09/2016 Confira uma linha do tempo sobre à venda de imóveis no Brasil. ZAP em Casa. Disponível em: http://revista.zapimoveis.com.br/confira-uma-linha-do-tempo-sobre-a-venda-de-imoveis-no-brasil/Acesso em 25/09/2016 Um guia para entender o economês do filme 'A Grande Aposta'. Istoedinheiro Disponível em: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20160121/guia-para-entender-economes-filme-grande-aposta/336096Acesso em 25/09/2016 Analisando a Crise do Subprime. Revista do BNDES Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev3005.pdf Acesso em 25/09/2016 Entenda o que é um rating e para que ele serve. O Globo Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/entenda-que-um-rating-para-que-ele-serve-10238064 Acesso em 25/09/2016 Análise da crise financeira de 2008. Contabilidade contemporânea. Disponível em: http://accountingmd.blogspot.com.br/2011/11/analise-da-crise-financeira-de-2008.html Acesso em 25/09/2016 O desastre ecológico do superpetroleiro Exxon Valdez, no Alasca, em 1989 O Globo. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/o-desastre-ecologico-do-superpetroleiro-exxon-valdez-no-alasca-em-1989-9938120 Acesso em 25/09/2016 Viagem ao Centro da Crise Financeira Americana (Parte I) Youtube – Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HiAEamhuPK8 Acesso em 25/09/2016 Como se forma uma bolha imobiliária?. Brasil Econômico Disponível em: http://economia.ig.com.br/financas/casapropria/2013-09-24/como-se-forma-uma-bolha-imobiliaria.html Acesso em 25/09/2016 Relembre o que é Subprime. O Globo Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/relembre-que-subprime-3144507 Acesso em 25/09/2016 A Crise do Subprime. Acionista Disponível em: http://www.acionista.com.br/dep_tecnico/151008_a_crise_do_subprime.htm Acesso em 25/09/2016 Entenda o que é um empréstimo 'subprime'. Beto Veiga Disponível em:http://www.betoveiga.com/log/index.php/2007/08/entenda-o-que-um-emprstimo-subprime/Acesso em 25/09/2016 Crise que quebrou os Estados Unidos em 2008 tem muito a dizer à atual situação financeira do Brasil. Disponível em: <http://www.jornalopcao.com.br/reportagens/crise-que-quebrou-os-estados-unidos-em-2008-tem-muito-dizer-atual-situacao-financeira-do-brasil-57111/>. Acesso em: 21 out. 2016.