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A Psicologia da Educação estuda o processo de desenvolvimento e de aprendizagem dos seres humanos. Neste artigo, faremos um breve resumo das três principais concepções que embasam esse estudo, destacando as contribuições de Jean Piaget (1896-1980), biólogo suíço que influenciou a educação a partir da metade do século XX até hoje.
As três principais concepções da Psicologia da Educação:
1. Inatismo: o homem já nasce pronto e não precisa de estímulos exteriores para se desenvolver, pois sua herança genética é que definirá suas capacidades cognitivas, não podendo a mesma se ampliar ou diminuir. Sendo assim, o professor teria o papel passivo de apenas apresentar os conteúdos que deverão ser aprendidos e o aluno tem papel ativo no processo de aprendizagem.Esta concepção não permite que seus adeptos acreditem que os alunos com dificuldade de aprendizagem poderão evoluir, visto que trata-se de uma herança biológica. O educador estaria propenso a dividir os alunos, ainda que mentalmente, entre bons e ruins, entre aptos e inaptos para progredir nos estudos e mais cruelmente, entre inteligentes e burros, não lhes dando a chance de superar suas dificuldades.
2. Ambientalismo: o homem nasce sem conhecimento nenhum e como uma folha em branco que precisa ser preenchida, é educado pelo ambiente em que vive, ou seja, o conhecimento está fora dele. O professor adepto desta concepção não valoriza os conhecimentos prévios do aluno, pois acredita que os mesmos são vazios de conteúdos. As aulas tendem a ser sem significado para os alunos, que são forçados a fazer exercícios repetitivos, a decorarem textos que deverão ser transcritos integralmente nas respostas das provas. Sendo assim, o professor é o agente ativo e o aluno passivo no processo de aprendizagem.
3. Interacionismo: o homem aprende e se desenvolve de acordo com a sua pré-disposição biológica e com a sua interação com o meio, ou seja, o que está dentro e fora de si é que determina seu nível de aprendizagem. Neste caso, sua constituição genética e o ambiente em que vivem se relacionam mutuamente. O professor adepto desta concepção leva em consideração o nível de maturação cognitiva de seus alunos e parte dos conhecimentos prévios dos mesmos para construírem juntos novos saberes. Sendo assim, professor e aluno são ativos no processo de aprendizagem.
Para Piaget, o processo de aprendizagem, ou seja, a forma como o homem aprende, é construída através de sua interação com o meio, sendo assim não podemos classifica-lo como inatista nem ambientalista. Para ele, a carga genética e o ambiente em que a pessoa vive influenciam diretamente na aquisição de novos conhecimentos. E esta aquisição se da à medida em que o homem é desafiado pelas condições do ambiente em que vive, pelas mudanças, pelos problemas, que requerem deste homem uma readaptação cognitiva para chegar ao equilíbrio novamente. Podemos perceber que quando nos deparamos com um novo conceito, nosso cognitivo se desequilibra para depois de assimilar essa nova ideia e então voltar ao equilíbrio, tendo sua inteligência ampliada com novos conhecimentos.
&#8220;Influenciado pelas teorias evolutivas da Biologia, o cientista suíço demonstrou que a capacidade de conhecer não é inata e nem resultado direto da experiência. Ela é construída pelo indivíduo à medida que a interação com o meio o desequilibra &#8211; ou seja, o desafia -, exigindo novas adaptações que possibilitam reequilibrar-se, numa caminhada evolutiva. A inteligência humana se renova a cada descoberta&#8221; (FERNANDES, 2011)
Piaget retrata o processo de desenvolvimento cognitivo da criança da seguinte forma: Quando somos introduzidos por um novo conceito, há um desequilíbrio em nosso cognitivo então para voltarmos ao equilíbrio, usamos nossos conhecimentos prévios, nossos achismos, nossas formas de pensar cientifica ou não, corretas ou erradas para entendermos essa nova ideia. Esta fase ele chamou de assimilação.
Após isto vem a fase de acomodação em que assimilamos a nova ideia, corrigindo possíveis concepções erradas sobre ela e ampliando nossos conhecimentos.
O estágio final é o de equilibração, em que já adaptamos e assimilamos a nova ideia em nosso cognitivo, após certa resistência de nossa mente em compreender. Voltamos ao equilíbrio quando adaptamos aquela ideia, a compreendemos por inteiro, corrigimos possíveis erros e ampliamos nosso repertorio de conhecimentos.
Neste processo o erro não é passível de punição, mas usado de forma construtiva, para nos mostrar quais são os nossos conhecimentos prévios e promover nosso pulo para a próxima etapa, a partir da assimilação de um novo conteúdo que amplie o que já sabemos ou o corrija por inteiro.
&#8220;No começo de seus estudos, ele utilizou o termo &#8220;adaptação&#8221; para nomear o processo pelo qual as crianças passam de um nível de conhecimento simples a outro mais complexo. Alguns anos mais tarde, optou pelo conceito de equilibração e, mais tarde, à ideia de abstração reflexiva.
Sua ocorrência se dá por meio de duas etapas complementares. A primeira delas, chamada de assimilação, é uma ação externa: consiste em utilizar os chamados esquemas de ação (formas como interagimos com o mundo, como classificar, ordenar, relacionar etc.) para compreender as características de determinado conceito.A segunda, a acomodação, é um processo interno: diz respeito à construção de novas estruturas cognitivas (com base nas pré-existentes, mas ampliando-as). Isso permite assimilar a novidade, chegando a um novo estado de equilíbrio&#8221; (FERNANDES, 2011)
Resumindo, as três concepções destacadas neste artigo ainda fazem parte da prática pedagógica de muitos professores. Esperamos que a partir de leitura deste texto e das contribuições de Piaget, nossos educadores revejam suas práticas e passem a adotar uma pedagogia mais interacionista, que promova o respeito aos conhecimentos prévios dos alunos e uma construção de novos conhecimentos através da interação com o meio. Pois na educação, não pode haver sujeitos passivos, que apenas transmitam e recebam informações e que mantém o status quo. Na educação deve haver sujeitos que concebam novas ideias, novos conhecimentos, que sejam agentes de transformação da sociedade.
REFERENCIAS BECKER, Fernando &#8211; O que é construtivismo? 2009 FERNANDES, Elisangela &#8211; Adaptação e equilibração | Pensadores de Educação | Nova Escola, 2011 disponível em &lt;http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/adaptacao-equilibracao-626714.shtml&gt;em acesso em 06/09/2014

A psicologia da educação: contribuições de Piaget

Já que falamos sobre o construtivismo no artigo anterior, que tal falarmos sobre Piaget e suas contribuições Psicologia da Educação neste? Vamos lá, então

A psicologia da educação: contribuições de Piaget | Administradores

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Começamos por definir que Construtivismo não é um método, mas sim uma teoria. Emília Ferreiro, educadora e pesquisadora de novas concepções sobre o processo de alfabetização e letramento, foi aluna de Piaget e a primeira a usar a palavra construtivismo em seus estudos. Ou seja, tomando como base as teorias piagentianas sobre o cognitivo, a autonomia, o erro e o desenvolvimento das crianças, ela concebeu uma nova ideia sobre a forma como aprendemos a ler e a escrever: construindo o conhecimento.
Trocando em miúdos, o Construtivismo pode ser definido como uma teoria em que é emprega a construção do conhecimento, tomando como principio o que já se sabe sobre o assunto, após a mediação do professor, adaptando novas ideias ao nosso repertorio pessoal. Nesse processo é fundamental que o professor dê autonomia para o aluno pensar, errar, gerir o conflito interno, achar as respostas e gerir a adaptação dos novos conhecimentos ao seu intelecto.
Entretanto, há uma gama de educadores que entenderam mal a teoria e se posicionaram contra ela, enfatizando ainda mais seus métodos tradicionalistas de ensino, em que o professor impõe os saberes necessários aos alunos, em que o professor é o único detentor do conhecimento e o aluno é um copo vazio que precisa ser preenchido pelos conhecimentos de seu mestre, em que a decoreba de conteúdos e a rigidez imperam e formam alunos passivos.
Outra gama de educadores, que também interpretaram errado a teoria, deixou de ser tradicionalista e de incentivar que os alunos apenas decorassem os conteúdos das aulas e colocaram o aluno como único protagonista no processo de aprendizagem, crendo que se o mesmo tivesse contato com os saberes certos, aprenderiam sozinho. Ou seja, deixaram de ensinar.
Como já falamos aqui, o construtivismo prevê a construção do conhecimento por parte do aluno, sendo mediado pelo professor que já não pune mais o erro, mas usa-o como ferramenta no processo de aprendizagem, sendo assim, professor e aluno constroem novos saberes juntos, pela interação entre si e com o objeto de estudo.
Por isso se torna tão necessário para os educadores contemporâneos cultivar um ceticismo saudável com relação ás correntes teóricas, aos métodos inovadores e a todo o montante de pesquisas cientificas na área da educação que se multiplicam nos dias atuais, porque quando se trata de educação não existe fórmula mágica, visto que trabalhamos com material humano, inacabado, influenciador e influenciado pelo contexto em que está inserido, produtor de história, cultura e conhecimentos.
Também não devemos subestimar as pesquisas e as teorias produzidas nesta área, mas apenas usar nosso senso critico para avaliar quais devemos usar para embasar nossa prática docente. E quando digo prática docente, não me limito ao âmbito escolar, pois todos somos educadores em nossa família, em nosso trabalho, em nosso circulo de amigos... Sempre estamos ensinando algo a alguém e aprendendo algo de outrem.
Com o nosso espírito crítico e reflexão apurada podemos avaliar qual a melhor postura que devemos adotar na sala de aula e qual a teoria mais adequada para embasar essa nossa prática - seja ela construtivista ou não -, com o intuito de promover a formação de nossos alunos em cidadãos conscientes, engajados com as causas sociais, politicas, históricas e culturais e com o aperfeiçoamento do mundo onde vivem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, Fernando - O que é construtivismo? 2009 SANCHIS, Isabelle de Paiva e MAHFOUD, Miguel Construtivismo: Desdobramentos Teóricos e no Campo da Educação disponivel em Revista Eletrônica de Educação UFSCAR v. 4, n. 1, mai. 2010. Artigos SANTANA, Ana Lucia Construtivismo na Educação - InfoEscola disponível em http://www.infoescola.com/educacao/construtivismo/ 1/1 acesso em 06/09/14 BORTOLOTI,Marcelo Salto no Escuro Educação: Sob os dogmas do construtivismo - Edição 2164 - Revista VEJA disponivel em http://veja.abril.com.br/120510/salto-no-escuro-p-118.shtml acesso em 06/09/14 NÓVOA, Antonio Relação Escola/Sociedade:Novas Respostas Para um Velho Problema1 UNESP

Construindo o saber desmistificando o construtivismo

Rubem Alves era filósofo, psicanalista, escritor e o mais importante: era educador. Sabia escrever com maestria sobre a Educação, sempre levando seus leitores a refletir sobre as novas teorias e concepções que enriqueceriam cada vez mais o processo de ensino e aprendizagem. Tinha convicções inovadoras, adepto do construtivismo (que será tema de um futuro artigo), escreveu em seu livro "Desejo de Ensinar e a Arte de Aprender" como conheceu a Escola da Ponte, em Portugal, onde os alunos tem liberdade para construir seu conhecimento, mediados pelos professores.
Introdutóriamente, Rubem Alves dá algumas dicas para educadores, a partir de suas experiências pessoais. Explana sobre uma das suas maiores experiências de aprendizagem: quando matou a curiosidade da menina Dinéia, filha de sua emprega doméstica, que estava fascinada observando nosso escritor trabalhar em sua oficina de marcenaria. Ele sanou as dúvidas dela sobre o que estava fazendo ao medir um pedaço de madeira com uma trena e entendeu que não era necessário motivar as crianças a aprender, pois a curiosidade infantil já era uma motivadora. O que faltava nos professores era adequar seus curriculos e programas de ensino ao que as crianças tinham interesse em saber, ás suas curiosidades e não o contrário.
Ele também ressalta que nunca ouviu os professores conversando sobre os alunos, os quais deveriam ser o centro das atenções, pois as escolas existem por causa dos alunos, para educá-los e socializá-los. Ao contrário disso, os professores conversavam sobre suas pesquisas acadêmicas, seus programas de ensino, sobre o currículo escolar e se esqueciam de conversar sobre seus alunos. Rubem Alves chega a comentar sobre uma frase que ouviu uma vez, de um colega professor, que "o problema das escolas eram os alunos, tirássemos os alunos e não haveria mais problemas", para exemplificar como muitos professores não entendia sua função educacional.
Por fim, nosso escritor relata sobre como conheceu a Escola da Ponte, em uma de suas visitas á Portugal e como ficou tão fascinado com o que viu por lá, a ponto de fazer visitas periódicas ao local.
A Escola da Ponte adota a teoria construtivista, como várias outras escolas aqui do Brasil, porém ao contrário destas, estabaleceu um currículo diferenciado. Não há divisão dos alunos por série, ou seja todos estudam juntos numa mesma sala. Os professores e coordenadores não estabelecem as disciplinas que deverão ser estudadas dentro de um perido de um ano, como é o costume das nossas escolas brasileiras, quem escolhe o quê e como estudar são os próprios alunos. Cada grupo de alunos escolhe um tema de pesquisa que será desenvolvido em duas semanas, têm acesso a livros, vídeos, internet (todo material físico) e a interação com outros alunos e com professores (material humano) de que precisam para desenvolver seus estudos e concluir as referidas pesquisas.
Há um cartaz colado na parede da ampla sala de aula, com dois grupos, "os que sabem algo" e "os que precisam saber de algo", assim aqueles que sentem que dominam determinado assunto colocam seu nome na lista dos que sabem e aqueles que precisam dominar algum assunto colocam seu nome na lista dos que não sabem, e trocam conhecimentos.
Assim, Rubem Alves finaliza seu livro, confessando que o método de estudos empregados na Escola da Ponte é a realização de um sonho pessoal dele, que sempre quis ver as crianças aprendendo com liberdade.
Caso queiram saber mais sobre a Escola da Ponte, no dia 30 de Agosto, sábado agora, seu diretor José Pacheco estará ministrando uma palestra gratuita na UnG - Universidade de Guarulhos ás 10h.
Para saber mais sobre as ideias de Rubem Alves, leiam seus livros ;)
Referências: Livro "Desejo de Ensinar e a Arte de Aprender" Autor Rubem Alves Editora Fundação EDUCAR DPaschoa, 2004

A psicologia da educação: contribuições de Piaget

Daniela Aguiar Santos

Empreendedorismo: como construir um legado, com Raquel Teixeira e Cleusa Maria | Café com ADM 461

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Daniela Aguiar Santos

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