Neste primeiro contato com os consumidores, o diferencial, aquilo que chama a atenção para que os vendedores consigam exercer sua função está dentro da área de marketing visual. Wedel e Pieters (2008) conceituam o marketing visual como: a utilização estratégica pelas empresas dos sinais e símbolos visuais comerciais e não comerciais para entregar mensagens e experiências desejáveis e/ou úteis para os consumidores (WEDEL, PIETERS, 2008, p.1-2, tradução nossa). Segundo Wedel e Pieters, (2008) no início do século XX vários autores como Nixon (1924), Poffenberger (1925), dentre outros exploraram a pesquisa dos movimentos dos olhos para a determinação do valor de atenção e captação nos anúncios de revista e jornal. Wedel e Pieters (2008) acreditam que a pesquisa de rastreamento ocular está próxima a ter um avanço exponencial em relação à disciplina de marketing, pois as tecnologias de rastreamento ocular estão mais fáceis de se utilizar e com o custo mais atrativo, facilitando assim a utilização dos dados nas questões fundamentais de marketing. O marketing visual é amplamente conhecido como sendo importante para o mercado. Os consumidores estão expostos a centenas de propagandas nos vários canais de comunicação como: jornais, sites da internet, revistas, outdoors, nas embalagens, pacotes, dentre outros. O marketing visual é onipresente permeando inclusive na identificação corporativa das empresas e na forma que estes organizam suas estratégias de marketing (WEDEL, PIETERS, 2008). Aspectos visuais também são um componente-chave do marketing colateral, que envolve o uso de recursos visuais para fazer o esforço de vendas mais eficaz, depois que um potencial comprador for identificado (WEDEL, PIETERS, 2008 p.1, tradução nossa). Para conseguir formular as estratégias de marketing visual é necessária a transformação dos estímulos visuais em concepção gráfica planejada. Os elementos básicos de design gráfico, como em muitas outras áreas de design, incluem forma, tamanho, textura, linhas e cores. Mas, o contexto visual em que os produtos, marcas e anúncios são apresentados pode afetar as reações dos consumidores para com eles (KOTLER, KELLER, 2006). A pesquisa de movimento dos olhos pode desempenhar um papel importante para o entendimento do comportamento do consumidor e pode ser usado como uma ferramenta poderosa para o marketing visual (WEDEL, PIETERS, 2008). É apontado nas pesquisas de rastreamento dos olhos e percepção das cenas de Rayne e Castelhano (2007) na qual observou-se que a fixação da visão não passava por toda a cena e que diferente da leitura na qual os movimentos passam da esquerda para a direita para captar a mensagem a informação central pode ser obtida em uma região bem maior, também apontou que os observadores não fixavam o olhar no céu ou o mar, somente nas partes informativas sobre a cena. Rayner e Castelhano (2007) ainda obervaram que a média de tempo para fixação é maior que a da leitura e os sacádicos (movimentos rápidos dos olhos) eram mais longos. Para Wedel e Pieters (2008) a comunicação visual tem papel chave no marketing visual tomando como exemplo: logotipo, embalagem, design e publicidade e, mais recentemente design da página web, pois se realmente “ver é crer” e “crer é comprar”, gerenciar o que os consumidores veem é fundamental para a maximização dos lucros. E finalizam afirmando que: Isso [marketing visual como ferramenta para maximização de lucros]é cada vez mais reconhecido no mundo dos negócios (WEDEL, PIETERS, 2008, p. 2, tradução nossa). Cada vez mais, torna-se latente a importância de se investir no conhecimento das ferramentas de marketing, bem como, buscar a atualização e o aprimoramento das pesquisas e métodos utilizados para coleta de informações dos clientes, visando um melhor entendimento sobre a percepção destes como consumidores, tendo em vista que, essas questões são essenciais para que os profissionais de marketing consigam construir estratégias mais adequadas a cada situação e atendam com sucesso as necessidades e desejos dos clientes de modo a garantir-lhes a maior satisfação possível, mediante entrega de valor agregado aos produtos e serviços. REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 750 p RAYNER, Keith; CASTELHANO, Monica. Eye Movements. Scholarpedia. v. 2, n. 10, 2007. Disponível em: <http://www.scholarpedia.org/article/Eye_movements>. Acesso em: 02 nov. 2013. WEDEL, Michel; PIETERS, Rik, Visual Marketing: From attention to action, New Jersey. USA: Lawrence Erlbaum, 2007. 328 p.