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Recentemente, o Brasil descobriu em estado de choque uma iniciativa bem indelicada de alguns professores de colégio cuja brilhante ideia foi de propor uma festa fantasia “fracasso na vida”. Dezenas de estudantes tentando ser criativos para se vestir de uma profissão que simbolize o fracasso. Garis, camareiras, cozinheiros do McDonald’s, vendedor de rua… Um TCC de preconceitos. Em um pais como o Brasil onde as desigualdades são tão fortes, e onde as redes sociais tão quentes, o debate incendiou o noticiário. Obviamente imaginar essas crianças passando o portão do colégio cruzando o olhar do porteiro que trabalha lá há anos já autoriza justificar uma condenação franca. Mas o evento me levou a refletir sobre como que se define o sucesso na vida. Eu tenho duas filhas de 5 e 7 anos, qual é o sucesso que eu quero para a vida delas?
Eu tive a chance de trabalhar de tudo como adolescente para pagar minhas férias. Já fui vendedor de sorvete no porto da minha cidade, camareiro-manobrista em um hotel de luxo de Paris, office boy na torre do maior canal de televisão francês e trabalhei 70 horas por semana em um caixa de supermercado nos Estados Unidos. O “summer job” mais prestigioso que tive até meus 20 anos foi de professor de Tênis. Além da graninha extra, esses jobs me ajudaram a perceber que estudar valia a pena para aumentar as minhas chances de trabalhar em projetos mais interessantes intelectualmente do que lembrar dos códigos da banana para pesá-la na caixa (#4011 caso você pergunte…). Mas o mais interessante nessas experiências era de constatar que encontrei pessoas felizes na mesma proporção nestes jobs do que mais tarde nos bancos e fundos onde minha carreira me deu a chance de atuar. 
Uma das pessoas mais incríveis, humanas e adoradas pelas equipes e clientes era o concierge do Hotel Raphaël onde trabalhei. De origem muito modesta do Sul da Itália, “Monsieur Guerra” era uma lenda no universo dos hotéis cinco estrelas parisienses. Apesar de estudos muito limitados, ele era poliglota, muito culto e conseguia criar um atmosfera única com funcionários e clientes, e tinha alguns bem chatos. O estilo dele era uma mistura de respeito para todos, sensibilidade e daquele humor italiano carinhoso e charmoso “alla Benigni” que descontraía qualquer situação. Monsieur Guerra nunca tinha tido filhos, o hotel era a família dele. Ele era feliz e, para mim, um exemplo de sucesso, sem dúvida.
Alguns anos depois, eu trabalhava em um fundo de investimento em Venture Capital dentro de um banco que, segundo os meus amigos, era famosa por pagar os maiores salários do mercado (o meu não era, apesar de ganhar muito bem…). Eu lembro de ter ido em uma reunião junto com uma pessoa do comercial do banco (elas eram as que ganhavam mais) para falar com um potencial investidor para nosso fundo. A reunião foi o maior constrangimento que já presenciei, o meu comercial, que tinha uns cinquenta anos, chegou totalmente bêbado, fedendo a álcool e o nosso interlocutor não demorou muito para nos dispensar porque o ar da sala de reunião começou a faltar… Este comercial, cujo nome esqueci, e que logo em seguido foi afastado do banco, tinha um cargo muito mais prestigioso do que todos “os Monsieur Guerra”, e uma conta bancária provavelmente sem comparação. Mas, por algum motivo, ele virou um fracasso. Não tive a chance, ou a coragem, de tentar entender o que tinha acontecido com ele, mas a imagem dele vacilando no corredor até o elevador para sair, para não dizer escapar, do nosso encontro ficou na minha memória. Tudo que eu quero para minhas filhas é que elas tenham vidas felizes.
Alguns meses atrás eu compartilhei este gráfico:
<img decoding="async" src="https://administradores-media-dev.s3.amazonaws.com/app/uploads/2022/01/28032558/1a2CF060V8zxTs6-atjMZg.png" alt="" width="640" height="640" />
E, sinceramente, é obvio que eu quero dar, para minhas filhas, condições de poder escolher entre opções de vidas. Estudar, viajar, falar vários idiomas, aprender a programar, tudo isso só pode aumentar essa capacidade de escolha. O papel dos pais é de garantir que elas tenham oportunidade de ser boas em algumas coisas (skills) e curiosidade para saber do que o mundo precisa, mas isso não basta. Elas também têm que ter a capacidade de ter gosto próprio para descobrir paixões. Tem um momento que esta escolha tem que ser feita, é só pode ser feita por ela.
Eu tive a chance de estudar em uma universidade muito boa da França, do tipo que impressiona as mães das namoradas (a minha sogra brasileira nunca tinha ouvido falar, talvez por isso adoro ela…). Desta escola, eu vi um padrão muito comum de estudantes se recusando a fazer esta escolha. Eles tinham entrado na escola para agradar os pais, depois de graduado foram em bancos ou consultorias para “não fechar nenhuma porta” e quem decidiu a carreira deles acabou sendo o chefe ou pior, o RH, que os colocou em um setor ou em uma função decididos pela necessidade de negócio da época. Para alguns, deu certo de primeira, para outros, não. Aí chega a hora da verdade. Você vai ter a coragem de admitir que, por tão prestigioso que seja, você detesta seu trabalho?
Um amigo meu trabalhava em um grupo de luxo francês famoso e me contou que a primeira vez que o CFO lhe dirigiu a palavra foi porque ele tinha decidido chegar sem gravata numa sexta-feira… Para ele, uma lâmpada acendeu e ele saiu para montar uma startup. A startup deu errado, mas a seguinte foi comprada antes mesmo de lançar, em uma competição entre os dois líderes do mercado. Hoje, ele mora feliz em São Francisco e acabou de decidir que vai tirar um tempo sabático para decidir o próximo passo. Para a geração dos nossos avós, que fez carreira numa empresa só, ele é um louco. Para a geração dos nossos pais, que teve 3 ou 4 empregos e conheceu o desemprego forçado, ele é um aventureiro. Para nossa geração, ele é um herói que conseguiu retomar o controle da própria vida para ser dono de si. Vemos tantos zumbis engolindo uma vida “fake” e infeliz em um “bullshit job” que traz prestígio, dinheiro e segurança aos custos dos sonhos, desejos e aspirações afogadas… Para mim o sucesso é ter dado a resposta certa a seguinte pergunta: “Será que isso é o sucesso que eu quero?”. Outra forma de fazer a pergunta é de se olhar no espelho e responder com sinceridade se você quer a vida do seu chefe, ou do chefe do seu chefe… E responder a pergunta não quer dizer necessariamente escolher o caminho mais arriscado, mas sim aquele que te completa, que te faz acordar a maior parte dos dias com a vontade de chegar sorrindo para seus colegas ou clientes.
E você, já decidiu o que que vai ser o seu sucesso na vida?

“Se nada der certo…”

Reflexões sobre a definição do sucesso na vida…

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Pequenas iniciativas, quando somadas, ganham proporções colossais — criando ambientes de trabalho saudáveis, equipes engajadas e empresas capazes de crescer com propósito



Os debates sobre saúde e bem-estar têm ganhado protagonismo nas agendas da sociedade, das organizações e da mídia. Canais digitais transformaram-se em ambiente de disseminação de práticas associadas ao equilíbrio psíquico, como técnicas de respiração e atividades de atenção plena. A popularização do tema aponta para o avanço expressivo de quadros relacionados ao estresse crônico. Diversos fatores contribuem para esse contexto, mas um, em especial, tem se mostrado recorrente nos diagnósticos contemporâneos: o impacto do trabalho na saúde mental dos indivíduos.



Uma pesquisa realizada pela Wellhub, plataforma de bem-estar corporativo, revelou que 47 % dos colaboradores identificam o estresse no trabalho como a principal causa do declínio da saúde mental. Se a rotina profissional tem, portanto, sua parcela de responsabilidade, cabe às empresas assumirem um papel proporcional. O mais interessante desse estudo — que ouviu mais de 5 mil colaboradores de nove países, entre maio e junho de 2024 — é constatar como o bem-estar integral se tornou prioridade: 88 % dos entrevistados consideram o apoio à qualidade de vida tão importante quanto o salário — algo impensável até pouco tempo atrás.



Hoje, os dois protagonistas desse enredo – empregadores e colaboradores – estão do mesmo lado. Afinal, não há empresa com saúde financeira sólida sem que seus profissionais estejam em equilíbrio físico, emocional e social. Vários estudos reforçam essa tese, que acompanhamos na prática, em nosso dia a dia: equipes felizes são até 30% mais produtivas, três vezes mais criativas e registram menos rotatividade. E cabe ao gestor a missão de “termômetro do humor”. Cerca de 70 % da percepção de felicidade no trabalho é atribuída ao gerente direto.



Embora a MRV seja uma empresa de grande porte, não abrimos mão do “olho no olho”. O presidente e executivos percorrem frequentemente obras, lojas e frentes de serviço para conversar com as equipes e observar de perto os desafios cotidianos. A escuta ativa, sem tantas formalidades, reduz distâncias hierárquicas e fortalece decisões mais humanas, alinhadas à realidade do negócio. É durante esses encontros que, muitas vezes, surgem demandas e ideias para futuros projetos.





Tudo isso só tem valor se, de fato, for colocado em prática. Reunimos problemas e soluções em um grande pacote que chamamos de Ser Sangue Verde — um guarda-chuva com mais de 20 iniciativas voltadas ao bem-estar e à valorização dos colaboradores. O projeto abrange desde o acolhimento psicológico dentro do horário de trabalho até benefícios específicos, como condições facilitadas para aquisição de imóveis, acompanhamento e orientação às gestantes no pré e pós-parto, além da extensão da licença-paternidade. Um combo de cuidado que, no fim, beneficia os dois lados.



Mas será que isso basta para engajar um time? Ainda que represente muito, falta a cereja no bolo: a perspectiva de crescimento. Oferecer oportunidades para crescer na carreira — dentro ou fora da empresa — também é uma forma de promover bem-estar. Fazemos isso por meio de programas de capacitação contínua, desenvolvimento de lideranças, aceleração de carreira. Temos, inclusive, um núcleo de educação dedicado exclusivamente a fortalecer a autoestima intelectual de nossos colaboradores.



As pesquisas de satisfação são muito úteis para mensurar os resultados desses esforços, mas a cultura de acolhimento exige também uma escuta individualizada e empática por parte dos gestores. Em certos momentos, é preciso se afastar para enxergar a engrenagem completa em movimento. Só então percebemos que pequenas iniciativas, quando somadas, ganham proporções colossais — criando ambientes de trabalho saudáveis, equipes engajadas e empresas capazes de crescer com propósito.

Salário ou saúde mental? Por que hoje eles têm o mesmo valor

O STEAM está profundamente ligado à forma como crianças e jovens vão aprender, criar e se preparar para os desafios do século XXI



Você já ouviu falar em STEAM?



Esse termo vem aparecendo cada vez mais em discussões sobre educação, inovação e futuro do trabalho. Mas, ao contrário do que pode parecer, não se trata de uma moda passageira. O STEAM está profundamente ligado à forma como crianças e jovens vão aprender, criar e se preparar para os desafios do século XXI.



Antes de entrar no conceito em si, vale uma reflexão rápida: por muito tempo, a educação foi estruturada em conteúdos isolados. Matemática em um bloco, ciências em outro, artes num canto à parte. O resultado? Alunos que acumulam conhecimento, mas muitas vezes têm dificuldade em aplicá-lo fora da sala de aula.



O STEAM surge justamente para propor o contrário: unir áreas do conhecimento em torno da prática, da colaboração e da criatividade. Ao longo deste artigo, vamos entender melhor o que significa essa sigla, por que ela é tão importante, como funciona na prática e até mesmo a discussão que existe dentro da própria comunidade sobre a inclusão da letra A.



<h2 class="wp-block-heading">O que é STEAM?</h2>



O termo STEAM vem do inglês e reúne cinco grandes áreas do conhecimento:



Science (Ciência)



Technology (Tecnologia)



Engineering (Engenharia)



Arts (Artes)



Mathematics (Matemática)



Originalmente, falava-se apenas em STEM – sem o “A” de Arts. Esse movimento nasceu nos Estados Unidos, no início dos anos 2000, para reforçar a importância das ciências exatas e tecnológicas na formação de profissionais mais preparados para o mercado.



Com o tempo, no entanto, pesquisadores e educadores perceberam algo essencial: inovação não acontece só com técnica. A criatividade, a empatia e a visão crítica também são indispensáveis para criar soluções originais. Foi aí que surgiu o STEAM, trazendo o A de Artes para o centro da proposta.



E é importante destacar: aqui, Artes não se limita a pintura ou música. O termo abrange design, comunicação, criatividade aplicada, storytelling, senso estético e até mesmo a capacidade de imaginar futuros possíveis.



Em resumo: o STEAM não é apenas um conjunto de matérias. É uma abordagem interdisciplinar, em que os alunos aprendem a conectar lógica, técnica e criatividade para resolver problemas reais.





<h2 class="wp-block-heading">Por que o STEAM é importante?</h2>



Se você olhar para trás, vai perceber como o ensino tradicional tende a isolar disciplinas. O aluno estuda matemática em um horário, geografia em outro, ciências no dia seguinte, e raramente vê como tudo isso se conecta.



O problema é que a vida real não funciona assim. Resolver problemas exige múltiplos conhecimentos ao mesmo tempo. Pense, por exemplo, em alguém desenvolvendo um aplicativo de transporte: precisa de lógica de programação (tecnologia), entender de cálculos de rota (matemática), lidar com mobilidade urbana (ciência e engenharia) e ainda projetar uma interface agradável e acessível (artes).



É nesse ponto que o STEAM faz diferença. Ele propõe projetos em que o aluno precisa articular diferentes competências para chegar a uma solução. Assim, além de aprender o conteúdo, desenvolve habilidades essenciais para o século XXI, como:



Pensamento crítico: questionar, analisar e encontrar alternativas.



Colaboração: aprender a trabalhar em equipe e lidar com diferentes perspectivas.



Resolução de problemas: aplicar conhecimentos para encontrar respostas práticas.



Criatividade: pensar em soluções fora do óbvio, com originalidade.



Em vez de apenas decorar fórmulas ou conceitos, o aluno entende para quê aquilo serve. E isso muda completamente a forma como ele enxerga o aprendizado.



<h2 class="wp-block-heading">STEAM na prática</h2>



Mas como tudo isso acontece no dia a dia? A melhor forma de entender é olhando para projetos concretos.



Um exemplo clássico está na robótica educacional. Imagine um grupo de alunos recebendo o desafio de criar um robô capaz de desviar de obstáculos.



Eles vão precisar de matemática para calcular ângulos e distâncias.De ciência para compreender como sensores de movimento funcionam.De engenharia para montar a estrutura física do robô.De tecnologia para programar os comandos e fazer tudo acontecer.E de artes para pensar no design, na apresentação final e até no storytelling do projeto.



Outro caso interessante é quando o STEAM é aplicado em projetos sustentáveis. Estudantes podem, por exemplo, desenvolver uma maquete de cidade com energia limpa. Nesse processo, exploram conceitos de física, projetam estruturas em impressoras 3D, calculam custos e viabilidade, e ainda apresentam a solução de forma criativa para a comunidade escolar.



Perceba como o aprendizado deixa de ser abstrato e passa a ter propósito. O aluno não estuda “porque vai cair na prova”, mas porque precisa aplicar o conhecimento para alcançar um resultado concreto. Isso muda a relação dele com a escola e cria motivação genuína.



<h2 class="wp-block-heading">A comunidade STEAM</h2>



Outro aspecto fascinante do STEAM é que ele não é apenas um método de ensino, mas uma comunidade global.



Educadores, alunos, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas compartilham ideias, projetos e experiências em conferências, feiras e plataformas online. Há eventos internacionais de robótica, redes de escolas conectadas, projetos colaborativos entre países e até desafios globais que estimulam crianças a propor soluções para problemas reais da humanidade.



No Brasil, esse movimento vem crescendo também. Iniciativas de robótica educacional, clubes de programação, projetos maker em escolas e laboratórios de inovação estão se espalhando em diferentes regiões. Aos poucos, o termo STEAM começa a entrar no vocabulário de pais, professores e gestores educacionais.



Essa rede tem um efeito multiplicador: inspira mais pessoas, gera trocas riquíssimas e mantém viva a ideia de que aprender pode, e deve: ser criativo, desafiador e divertido.



<h2 class="wp-block-heading">STEM x STEAM: o debate</h2>



Apesar de todos os avanços, ainda existe debate na comunidade educacional sobre a inclusão do “A”.



Os defensores do STEM argumentam que o foco deve permanecer nas áreas técnicas e científicas, já que são elas que impulsionam diretamente a inovação tecnológica e a competitividade no mercado. Para alguns, adicionar Artes dilui a proposta original e tira o rigor científico.



Por outro lado, os apoiadores do STEAM defendem que sem criatividade não há inovação. Afinal, grandes descobertas tecnológicas nasceram de uma mistura entre lógica e imaginação. Além disso, a presença das Artes amplia o engajamento dos alunos e ajuda a desenvolver habilidades sociais e comunicativas, essenciais para qualquer carreira.



De fato, mais do que uma disputa de siglas, o que se vê é uma evolução. O STEM continua sendo extremamente relevante, mas o STEAM traz uma camada extra de completude. Ele reconhece que o futuro não será construído apenas por engenheiros ou cientistas, mas por equipes multidisciplinares capazes de unir técnica, design e propósito.



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão</h2>



Ele nos mostra que ciências, matemática e tecnologia são indispensáveis, mas que só ganham vida quando conectadas à criatividade e à capacidade de imaginar o novo. É isso que prepara crianças e jovens para os desafios do futuro: aprender a pensar, a criar, a colaborar e a transformar ideias em soluções reais.



No fim, a grande mensagem é simples: STEAM é mais do que aprender matérias, é aprender a criar o futuro.



E você, já conhecia esse conceito? Acredita que a inclusão das Artes realmente torna o STEAM mais completo do que o STEM original?



Não deixe de comentar, vamos expandir essa discussão levando essa prática para mais gente e contribuindo com a educação no nosso páis.



<h2 class="wp-block-heading">Sobre o Autor:</h2>



Peterson Arruda



Engenheiro com sólida experiência em inteligência de mercado, expansão de redes e planejamento estratégico.



Empresário nos setores de certificação digital e educação tecnológica, liderando uma escola de robótica voltada ao desenvolvimento de competências em programação, eletrônica e raciocínio lógico para crianças e adolescentes.



Trajetória é marcada pelo compromisso que geram impacto de verdade, daqueles que crescem sem perder a essência e evoluem junto com as pessoas que fazem parte deles criando experiências e conexões inesquecíveis. Embora a matemática seja um campo natural e uma paixão, é no desenvolvimento humano que encontro seu propósito. Acredita no poder da educação, da tecnologia e de uma boa estratégia para transformar não só negócios, mas vidas inteiras.

De STEM a STEAM: como a criatividade se tornou parte essencial da inovação

Leitura e transformação. Por que ainda não virou?



Mais da metade da população brasileira —&nbsp;107 milhões de pessoas&nbsp;—&nbsp;não leu nem um trecho de livro nos últimos três meses. Não estamos falando de desistência pela metade ou de falta de tempo. Estamos falando de ausência total. E isso deveria nos assustar.



É comum dizer que o problema está no hábito, no acesso ou na educação. E todos esses pontos são verdadeiros. O acesso ainda não é pleno. A desigualdade pesa. Muitas famílias não têm livros em casa, e a escola nem sempre supre essa lacuna.



Mas a crise da leitura vai além da falta de livros. Ela também está na forma como ensinamos, ou não ensinamos,&nbsp;a ler com profundidade, com prazer, com sentido.



Mesmo entre os que leem, muitos não compreendem o que leem. Outros compreendem, mas não se conectam. Não são tocados. Não transformam nada.&nbsp;E isso também é sintoma de um sistema que falha com todos: com quem não lê, e com quem acha que está lendo.



A pesquisa&nbsp;Retratos da Leitura no Brasil&nbsp;aponta que&nbsp;36% dos não leitores dizem que não leem por dificuldade de entendimento. Mas também revela que, mesmo entre os leitores frequentes, a leitura está cada vez mais ligada à performance do que à reflexão.



Quantos livros você leu esse ano? Quantas resenhas postou? Quantos reels você salvou com “5 lições de tal livro”?



A leitura virou métrica. E a métrica virou fetiche. Lemos para mostrar que lemos. Para nos manter atualizados. Para não perder o fio da conversa nas redes. E quando esse é o objetivo, o livro deixa de ser convite à transformação e vira só mais uma entrega da semana.



Enquanto isso, a escola perdeu força. Os professores têm repertório limitado e pouca estrutura. As bibliotecas encolheram. As livrarias sumiram dos bairros. E o mercado editorial ainda fala mais com quem já é leitor do que com quem ainda não descobriu a leitura como refúgio ou ferramenta.



Nunca se leu tanto conteúdo. Mas será que tudo isso tem se transformado em conhecimento?



O desafio agora não é convencer as pessoas a lerem mais. É oferecer caminhos para que a leitura volte a ser experiência e não só tarefa. É garantir o direito de entender, gostar e continuar. É construir uma rede que forme leitores, mas também os mantenha conectados com o sentido mais essencial de um livro: transformar.



A boa leitura não ensina o que pensar. Ela ensina a pensar. E é isso que ainda pode mudar tudo.

“Se nada der certo…”

Mathieu Le Roux

Como o uso de benefícios flexíveis impacta sua marca, com Dan Josua | Café com ADM 462

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