Atualmente estamos diante de uma sequência que parece interminável de escândalos e más notícias em nosso país. A impressão que tem-se é que simplesmente está tudo sendo deixado de lado e não temos uma solução para esses problemas. Ao mesmo tempo, trazemos essa realidade para nosso dia a dia. Ruas sujas misturam-se com a sujeira da política no Brasil. Má gestão une-se à crise econômica. Ausência de liderança une-se à desmotivação. Ausência de perspectivas une-se à falta de objetividade em nossas ações. E por aí vamos nós ladeira abaixo. Acho que é óbvio para todos que isso não é bom. Isso não é bom para mim, isso não é bom para você, isso não é bom para seu chefe, isso não é bom para a empresa em que você trabalha e isso com certeza não é bom para nosso país sair dessa situação. Mas há, no meio de tudo isso, um grande problema que não está relacionado a qualquer figura política ou mesmo aos problemas que a crise traz na sua mochila. Esse problema está diretamente ligado a nossa mentalidade e a forma grotesca como pensamos em agir com as coisas ao nosso redor. É a ideia de que manter parece ser mais fácil que mudar. Parece que para o ser humano é muito mais fácil não jogar lixo em chão que já está limpo do que naquele chão imundo e cheio de sujeira. Jogar papel no chão é errado sempre. Não importa se é no chão de uma bela rua de Paris ou na saída da rua de seu bairro. Esqueça a frase escrota que diz na sua cabeça que “todo mundo faz, um a mais não vai fazer diferença”. Mas sabe onde vejo o problema maior dessa nossa mentalidade? É que parece que essa ideia do papel se repete em várias outras áreas da nossa vida. Para nós, parece ser muito mais fácil manter a forma como as coisas acontecem, erradas ou certas, do que sermos nós os pioneiros da mudança. Essa inclusive pode ser uma das explicações para a própria corrupção em nosso país. Afinal, se o presidente está desviando dinheiro, um pequeno desvio do governador poderia passar despercebido? E se o governador já fez uma pequeno desvio será que alguém vai dar bola pro prefeito que pegou dinheiro público para pagar uma viagem em família? E já que ele fez isso, acho que não tem problema eu ser antiético na minha empresa pra continuar crescendo, certo? E se está tudo bagunçado então azar, vou é agir errado mesmo. Pra que eu iria fazer o limpo se estou pisando no sujo? É essa tendência que faz com que nossas evoluções malucas não passem de corridas em círculo. É essa tendência que mostra o quanto somos fracos ao sermos simplesmente comuns ou ao sermos simplesmente mais um. Ao seguirmos o que está sendo feito e esquecer que podemos ser lembrados por ser pioneiro, nos faz tão igual quanto aquele político sem vergonha que você tanto xinga. Essa é a grande questão quando se fala em real mudança, seja para nosso país, empresa, carreira ou vida. Essa fraqueza só muda quando lembramos que nascemos para deixar a nossa marca neste mundo, não para aumentar a marca de alguém. Pense nisso!