Em Julho tive um artigo publicado pelo Portal Administradores.com com o seguinte tema: Demasiadamente humano: Nietzche e o RH. Recebi vários comentários sobre a comparação da Obra de Nietzche e sua aplicação no campo de Recursos Humanos. Resolvi então escrever uma série de artigos com a mesma ideia comparativa. Neste novo artigo da série, abordo o seguinte tema: Ser ou não ser, eis a questão: Shakespeare e o RH, o artigo propõe uma abordagem da máxima de Shakespeare e o processo de tomada de decisões dentro das organizações. A frase é apresentada pela primeira vez por Shakespeare no Ato lll, Cena l da peça: A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca. A primeira frase do ato mostra uma profunda indagação do espírito do personagem que se vê em um embaraço conflitante e na posição de escolha, embora as situações não estejam evidenciadas ou esclarecidas, exige dele uma tomada de decisão assertiva, e antes de qualquer coisa lógica. É justamente este ponto que queremos tratar: Tomada de decisão. Este tema tem sido ultimamente esquecido dentro das organizações, embora tenha um cunho extremamente estratégico, não tem tido a importância que precisa e merece. Vivemos em um processo organizacional volátil que a todo instante exige de nós uma tomada de decisão e, na esmagadora maioria das vezes, precisa ser a melhor decisão ou comprometeremos todo um ciclo, um processo, uma cadeia de interesses. Considero existir dois timos de tomada de decisão: Rotineira e Inédita. Por sua vez com níveis diferentes: Irrelevante, relevante e crítico. No que concerne a decisões rotineiras e irrelevantes, ou até mesmo relevantes à exigência assertiva não é tão pesada como em situações inéditas e críticas, que geralmente tem que ser tomada em curto espaço de tempo. Claro que todas as decisões devem ser tomadas com o fim objetivo de serem as melhores, mas o erro será mais tolerado em circunstâncias cotidianas e que não tem impacto prejudicial direto nas pessoas. Em processos de tomada de decisões inéditas, críticas e imediatas é necessário antes de tudo uma vivência em situações de crises, ou seja, é impensável colocar nas mãos de pessoas não maduras (organizacionalmente falando) o suficiente para tomar decisões extremas. A atuação de um counseling (Um dos muitos programas de desenvolvimento humanos organizacional, onde o profissional atua como um conselheiro) em processos como esse também é muito importante, pois se espera que o counseling possua a vivência, que é tão importante para tomar decisões. A tomada de decisão nasce das alternativas oferecidas em situações particulares, tal como na obra de Shakespeare onde, ser ou não ser era a decisão a ser tomada, temos esta duvida diariamente, fazer isso ou não fazer; demitir funcionário X ou não demitir; investir em capacitação de liderança ou não investir e etc. O processo de tomada de decisão precisa sempre ser estudada, levando em consideração todos os elementos envolvidos, e a vivência necessária alinhada à cultura da organização ajudará a tomar as melhores decisões. E se por ventura a decisão não for a mais assertiva, será necessário imediatamente amortecer o impacto que esta ação possa ter nas pessoas envolvidas, para que não possa comprometer o clima organizacional.