Não é de hoje que as estatísticas apontam, e que o Brasil já sabe que as micro e pequenas empresas já compreendem cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, este que representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos neste país. Segundo o IBGE, essas empresas são responsáveis por mais de 60% dos empregos no país e totalizam 99% dos seis milhões de empresas formais existente em todo o território brasileiro. Os dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2012 (GEM), realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) apontam que o sonho de 44% dos brasileiros é ter seu próprio negócio e serem o patrão de si mesmo, porém, a maioria esquece que a abertura de um empreendimento vem também atrelada a grandes responsabilidades. Certa vez ouvi um colega dizer que 'as pessoas eram desafiadoras', isto do ponto de vista de gerenciá-las. E realmente gerenciar gente é sempre um desafio, ainda mais quando se está iniciando um próprio negócio. As dúvidas são enormes com relação aos fatores financeiros e administrativos, o que se acaba deixando a gestão de pessoas praticamente na última posição das prioridades, tendo em vista que as pequenas empresas não possuem um departamento de Recursos Humanos estruturado, como o das grandes organizações. O problema é que isto não justifica o fato de ignorar as questões ligadas à gestão de pessoas. O 'X' da questão é buscar um modelo que se adapte à empresa e que seja desenvolvido com base em confiança de todas as partes e muito profissionalismo. E é aqui que começa todo o segredo! É de grande importância ficar atento na hora da contratação, e buscar selecionar os candidatos que partilham das mesmas visões e anseios das empresas e que crêem na importância de sua contribuição para o crescimento da instituição, pois os candidatos recém contratados estão ali para contribuir e não apenas para ganhar experiência. Que por sinal, esse é um dos maiores gargalos dos gestores nos dias atuais: envolver os colaboradores na causa da empresa, os fazendo participar ativamente, desenvolver os seus talentos e retê-los. Pois, a competitividade entre as empresas, juntamente com os sonhos de crescimento profissional dos jovens tem contribuído para alavancar a rotatividade. Então, como valorizar os profissionais e também evitar que haja uma grande taxa rotatividade? A receita é simples, porém complexa. É necessário investir na construção de um ambiente de trabalho agradável, onde os colaboradores possam ter chance de opinar (falo de opinar construtivamente e não só apontar pontos negativos e defeitos) e oportunidades para seu desenvolvimento profissional. E acreditem, falhas sempre vão acontecer, mas elas são de grande valia para se conseguir acertos no futuro e se encontrar um equilíbrio na moderna gestão de pessoas. Com a experiência, passei a entender que mais importante do que ter no quadro da empresa grandes profissionais, é ter colaboradores honestos, de caráter e confiáveis. Acredito que ter ética e respeito aos códigos de conduta é um ponto tão importante quanto ter competência.