Ontem estivemos realizando mais uma vivência Caminho do Sutil, onde unimos meditação – com a parceira Luciana Cerqueira, e constelação estrutural sistêmica, que conduzo – trabalho focado para autoliderança, projetos de vida, profissão e empreendedorismo. Você não precisa ser um mega empresário, um Abílio Diniz ou Bill Gates, por exemplo, para ter projetos. Pelo contrário: o Brasil está repleto de profissionais autônomos, executivos, pequenos empreendedores, pessoas na economia informal, que criam projetos, alavancam ideias, vão atrás dos seus sonhos. E as regras para que um projeto flua, seja na Microsoft ou na banca de pastel da feira, são as mesmas. Conversamos um pouco sobre isso ontem, e vou explicar isso a partir de agora, a partir do que chamei roda do sucesso. O grande plus, no entanto, é acrescentar a dinâmica sistêmica na visualização do projeto. Aí entendemos o porquê de, mesmo tendo organizado razoavelmente nosso planejamento, às vezes, energeticamente, as coisas não andam. Sabe aquele momento em que você quer fazer algo, sabe como fazer, tem tudo pra começar, mas 'a coisa não anda'? Você não tem energia? Ou, às vezes, quando chega na 'cara do gol', algo acontece, que desvia sua atenção, tira a grana reservada para iniciar o trabalho, faz com que tenha que mudar… enfim, uma mão invisível impede a continuidade? Da ideia ao resultado, em 7 passos Primeiro, vou abordar racionalmente a questão. Bem… você tem uma ideia, um sonho, um projeto. Esse é o primeiro ponto. Atrelado a ideia, você deve ter uma clara noção dos objetivos. Pergunte-se: a) o que vou ganhar quando a ideia for concretizada? b) O que, especificamente, será melhor na minha vida, quando o objetivo for concretizado? Estratégia – segundo ponto: Para quem serve a minha ideia? Quem será o beneficiário disso? No caso de um produto ou serviço, qual é o público-alvo? Como será minha divulgação? Onde será a distribuição? Que preço cobrar? O que necessito neste projeto? Com estará comigo? Onde alavancarei os recursos? Que recursos? Plano de ação – terceiro ponto: ok, você já tem tudo razoavelmente organizado na cabeça. Sabe o que quer, o que vai ganhar com o plano, o que precisa pra executá-lo. Aí, é o momento de estabelecer o que você fará. Qual o primeiro passo? E qual o segundo? A finalização? Quanto tempo precisará para concretizar estas etapas? Execução – quarto ponto: fim das ideias, guarde a caneta e… mãos a obra! Este é o momento da ação. Detalhe: tenho percebido muitas pessoas que iniciam por esta etapa. O fazer. Mas não tem as ideias claras, muito menos o ganho. Não montaram uma estratégia, não pensaram para quem serve a ideia que tem. Isso é fundamental: a minha ideia é útil para quem? Será que o público perceberá a utilidade do meu produto ou serviço, ou é só uma viagem da maionese da minha mente? Também tenho percebido pessoas que conseguem planejar razoavelmente, mas não tem força para executar. Em geral, a falta de força na execução é devido a questões sistêmicas. Vou explicar: a energia vital da pessoa está indo para questões emocionais inconscientes – as vezes é necessário terapia, sim! Avaliação – quinto ponto: este é um ponto onde as pessoas se pegam. Somos acostumados a sermos avaliados desde que nascemos. E mal avaliados. Passamos choques de invalidação toda a nossa infância, adolescência e juventude. Muitas vezes nossa mente está contaminada pela autocrítica, pela depreciação, pela falta de fé em si mesmo. E então, a avaliação é uma barreira muito difícil a ser transposta. Mas se você olhar o projeto de uma forma não pessoal, isenta de 'certos e errados', irá perceber se ele está indo bem, não está indo bem… Lembre-se: você tem um objetivo, que foi estabelecido lá no início da ideia. Perceba: está mais próximo ou mais longe dele? Isso não é um exercício de adivinhação – deve ter parâmetros mensuráveis, ok? Quanto dinheiro determinada ideia rende? Quantas pessoas está atingindo? Enfim, são coisas visíveis, que você pode medir. Correção de rumo – sexto ponto: você que está empreendendo a sua ideia, deve saber que todos – eu disso TODOS – os empreendedores passam por ideias que naufragam, outras que mudam, outras que se mesclam. As ideias são flexíveis, não são muito claras, e existe uma característica básica: elas vão se amoldando conforme vamos andando. De certa forma, uma ideia tem vida própria, e o ambiente, você, os colaboradores e o público atingido vão dando contornos novos à ideia. Mas sempre tenha na cabeça: existem objetivos a serem atingidos. Perseverar significa continuar com a ideia no coração, mas alterar o que for possível para atingir o objetivo. Continuar com a mesma ideia, a mesma estratégia, o mesmo plano de ação, e não ter resultados é… Você ia dizer burrice? Não, não é burrice. Isso demonstra um outro padrão emocional distorcido, que está gerando esforço e falta de resultados. Se estamos nesse ponto, é importante parar, e olhar para o padrão. Descobrir o que está ocorrendo: qual o ganho secundário estou tendo em fazer, fazer, e… fracassar… Resultado – sétimo ponto: pronto!!!! Fim da jornada. Você tem um resultado, e ele pode ser uma grande surpresa pra você! Um resultado pode ser muito além da sua expectativa! Ou aquém! E tudo bem… se você chegou até este ponto, pode ter certeza, amigo, amiga: você é um vitorioso! Algum tempo depois entenderá o porquê… E agora, bola pra frente! Mais sonhos, mais projetos! A energia sistêmica dentro do projeto O que vimos ontem na vivência é algo bastante comum. Um projeto razoavelmente estruturado, que já está até bem andado, foi colocado para ser observado sob os olhos da constelação. E o que ocorreu foi muito intenso: havia uma energia de paralisia extrema, que trazia dificuldades para os 'representantes' dentro desta vivência. Não havia movimento. Havia peso, ansiedade, dor, estagnação. A questão estava atrelada ao emocional da pessoa, dona do projeto, e este emocional, pela minha experiência, estava amarrado com questões familiares sistêmicas. O fato de ver isso já foi o suficiente, nesta dinâmica. Pode ser que seja o passo inicial de uma mudança profunda. A cliente confirmou que o que foi visto é o que está acontecendo. Nós não sabíamos nada. Na descrição do projeto, ela sorria e não dava nenhum sinal externo de que, quando colocava as mãos para a coisa andar, tudo travava. Travava a tal ponto de que ela sentia o braço paralisar, as mãos endurecerem. Dolorosamente. Foi isso que a representante dela, dentro do trabalho, sentiu. Então eu coloquei alguém pra representar o incômodo. A razão desta paralisia e dores todas. E o representante entrou, sentou-se num canto, de costas, e disse sentir-se pressionado por uma multidão. Parecia um bichinho acuado, assustado, ferido, abandonado… Carregamos dores do nosso passado familiar: pessoas que foram excluídas, fracassos, mortes, enganos, muita coisa… E nós, descendentes, às vezes estamos identificados com algumas dessas situações ou pessoas. Sem saber. Inconscientemente. E assim, mesmo com a mente racional preparada, mesmo com experiência profissional e de vida que adquirimos, é comum nossos projetos de vida emperrarem, porque estamos honrando a dor e o peso do passado familiar. Sim, querido. É comum adotarmos uma postura de sacrifício – entregarmos algo muito valioso e sagrado para nós, para os deuses, em troca de recebermos algo maior ainda. Vou explicar: muitas vezes atraímos a derrota, o fracasso, a miséria, a doença, maus relacionamentos, dívidas, traições, etc., em troca de um perdão, da paz da alma, do amor divino. Fazemos um negócio, uma empresa, e andamos vagarosamente para o abismo.Quem vê de fora até percebe, nos alerta, mas nós não conseguimos parar. Estamos tomados pela sensação de dever: entrego até minha vida em honra a algo que nem sei o que é. E sofremos… A questão é que nós viemos neste mundo para sermos felizes. Vivermos a luz que temos dentro de nós. Iluminarmos o mundo com nosso talento, ampararmos nossos irmãos com nossos braços e amor… Todos essas dores, na realidade, são treinamento para que nos habilitemos a auxiliar o próximo. Em algum momento, conforme vamos amando e incluindo o nosso sofrimento, deixando que tudo o que rejeitamos faça parte, as dores vão desaparecendo. E uma força inacreditável toma conta de nós. Nem é necessário desaparecer todos os problemas. Notamos que, depois de uma certa caminhada, não importa se temos algum cansaço ou problema. Isso porque tem muita gente que precisa do nosso amparo, da nossa palavra ou, simplesmente,do nosso ombro amigo. E nós estamos lá, íntegros, prontos para amparar. Acredito que a roda do sucesso só se completa quando atingimos esta compreensão. Sim, podemos ter ideias pessoais, sonhos individuais, que a princípio beneficiarão somente nós mesmos. Mas depois que aprendemos a realizar nossos sonhos, entendemos que é importante auxiliar os irmãos a realizar o deles. Assim, nossos sonhos ganham em tamanho, em abrangência. Nós continuamos a ganhar, mais e mais. Isso, para mim, é o sucesso. É o que busco, com perseverança.