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Acompanhar o “Zeitgeist” é uma das ações mais sábias que qualquer profissional pode exercer em sua jornada na busca pela diferenciação de mercado, a partir da inovação. Zeitgeist é uma palavra alemã que traduzida literalmente significa “espírito de uma época / era”; e se falarmos da era contemporânea, veremos fatos interessantíssimos, que vão desde a crise social, moral e econômica que ora observamos e ora, enquanto nação, também nos assola; passando pela alcunha das diversas gerações de pessoas com características extremamente destoantes entre si que coexistem no mesmo ambiente de trabalho &#8211; caótico e intenso – constantemente na busca por soluções inovadoras.
Seguindo as máximas conceituais de uma velha e boa análise SWOT, onde há fraqueza sempre haverá uma ou mais oportunidades. E com o “Zeitgeist” atual, naturalmente há riquezas conceituais que se traduzidas na prática se tornam um harém de oportunidades, principalmente para a inovação.
Muito se fala sobre o que é a inovação e pouco se discute acerca da pergunta mais importante &#8211; “onde ocorre a inovação?”. De uma forma geral a inovação pode ser percebida em 4 grandes perímetros:
<ul>
<li>Financeiro – relaciona-se à forma como as empresas criam seus modelos de negócios, isto é, como segmenta clientes, como cria valor para eles, como se relaciona com os mesmos, como estabelece preços, etc.</li>
<li>Processos – relaciona-se aos novos métodos, fluxos e soluções no contexto dos processos operacionais envolvidos na criação de valor para o cliente como produção e logística. Em geral, se busca acelerar a produtividade, reduzir custos, aumentar a qualidade, diminuir o impacto das atividades no ambiente, entre outros.</li>
<li>Ofertas – trata-se de uma abordagem de inovação voltada para criação ou alteração (melhoria) de produtos ou serviços na busca pela elevação de valor agregado em qualquer que seja a oferta.</li>
<li>Entrega – é quando se implementam ações derivadas de estratégias que busquem novas formas de distribuição de valor para o cliente, criando um relacionamento mais inteligente e criativo com o mesmo. Normalmente relaciona-se neste perímetro as subdimensões de brand, canais de distribuição e a experiência do cliente propriamente dita.
</li>
</ul>
<img decoding="async" src="https://administradores-media-dev.s3.amazonaws.com/app/uploads/2022/01/28003035/peri%CC%81metros_inovac%CC%A7a%CC%83o.jpg" alt="Perímetros da Inovação" width="640" /> Fonte: Arquivo pessoal
O mais interessante nessa classificação é justamente entender onde especificamente o cliente percebe valor! E rapidamente descobre-se que não é na performance de um produto, ou na marca propriamente dita, mas sim na experiência, no relacionamento e no modelo de negócios</strong&gt;; e podemos agrupar estas três subdimensões no conceito da experiência do cliente, visto ambos vão sempre tocar o “coração” do consumidor; e como gosto de dizer:
<blockquote>
“uma marca não emociona, o que emociona são experiências”.
</blockquote>
Sabendo onde o cliente percebe valor conclui-se que a busca pela diferenciação começa quando as empresas sabem não apenas quais são suas necessidades e objetivos, mas também as necessidades e objetivos de seus clientes.
ECONOMIA DA EXPERIÊNCIA
Ainda em nosso “Zeitgeist” atual, percebemos que o consumidor não é mais um mero ser com &#8220;receptáculos informacionais&#8221;, mas um produtor de conteúdo, engajado e ávido por novas experiências (algo que podemos relacionar com as gerações evolucionárias – X, Y, Z, Alphas), isto é, um prosumidor – neologismo criado por Alvin Toffler para indicar o novo papel do consumidor na sociedade pós-moderna.
A relação do consumidor com as marcas, na sociedade atual é uma &#8220;via de duas mãos&#8221;; a sua participação no processo produtivo de bens de consumo e criação de serviços, ou simplesmente sua colaboração em algum processo que vá gerar valor à outrem (inclusive para si), é uma ruptura dos modelos de relacionamentos monolíticos. Satisfazer as exigências, os desejos e as necessidades dos consumidores passa a se tornar mais assertivo quando as empresas direcionam suas estratégias afim de entender o cliente, empoderando-o, que por sua vez detém o verdadeiro poder da cadeia de suprimentos de qualquer indústria.
O momento sugere uma nítida união desencadeada do Retorno sobre o Investimento, na ótica de um provedor de serviços ou produtor e distribuidor de bens de consumo e do Retorno sobre a Experiência, na ótica do consumidor exigente e cada vez mais participativo.
<img decoding="async" src="https://administradores-media-dev.s3.amazonaws.com/app/uploads/2022/01/28003036/ROI-x-ROE.jpg" alt="" width="640" /> Fonte: Arquivo pessoal
No clássico processo de administração de uma produção onde considera-se que um grupo determinado de “inputs” (elementos que servem de base para criação de algo de valor para o mercado; estes elementos podem ser informações, dados, pessoas, materiais, etc.), ao serem “transformados” (etapa em que as informações coletadas na fase anterior são analisadas e processadas para serem transformadas em serviços ou bens de consumo), gerarão “outputs” (tudo aquilo que o cliente recebe como ponto de contato em uma operação de serviços ou como produto propriamente dito) que servirão à outrem, hoje o consumidor tem um papel onipresente, necessário para a inovação. Quando digo onipresente, refiro-me a sua participação nos três estágios de uma produção.
O DESIGN ESTRATÉGICO, O ESTADO DE FLOW E A NEUROCIÊNCIA
A “onipresença” do consumidor nos estágios de uma produção enquadra-se justamente neste cenário econômico onde empresas buscam sua diferenciação no mercado a partir do ROI (Retorno sobre o Investimento) e do ROE (Retorno sobre a Experiência), afinal, como descobrir, definir, prototipar, entregar, mensurar e avaliar experiências desejáveis, sem conhecer o cliente consumidor?
Neste sentido a abordagem do Designer focada em despertar o desejo dos clientes a partir da usabilidade entregue na solução (seja um produto ou serviço) para uma necessidade, e que considera para a criação desta solução as viabilidades financeira e técnica, &#8211; isto é o Design Estratégico -, surge como opção para o “pensar diferente”. A abordagem do Design Estratégico sugere a centralização da discussão sobre o fator humano; daquele que de fato vive, percebe, ouve, assiste, fala e sente a necessidade, isto é, uma abordagem inteiramente centrada no ser humano, que considera a empatia para compreendê-lo, a co-criação para geração de soluções e a prototipação para validação de ideias. Tudo isso, no limite, permite o entendimento mais holístico do cenário à se propor uma solução, bem como avaliar as possibilidades de forma mais assertiva, considerando os aspectos emocionais e desejáveis dos clientes, ou seja, a experiência.

<div><a title="Treinamento Design Thinking 2015" href="//pt.slideshare.net/viktorvp/treinamento-design-thinking-2015" target="_blank" rel="noreferrer noopener"> </a></div>
É importante chamar a atenção para uma das práticas que tem gerado retorno extremamente significativo para as organizações que buscam a diferenciação no mercado, a co-criação. Envolver o cliente consumidor nos estágios de uma produção é como descobrir um novo Wally a todo tempo (você entenderá essa metáfora mais à frente), ao passo que não envolve-lo é como tentar olhar para o sol sem óculos escuros, você fica cego, age por achismo e não colhe resultados. É importante destacar que todo mundo é perito de sua própria experiência, o ser humano possui comportamentos e percepções distintos sobre um mesmo ponto, é como se cada um de nós tivéssemos mapas diferentes de um mesmo território. Mapas estes que carregam experiências passadas, cultura, crenças, valores e identidade; e decodificar esses mapas é o caminho empático para a inovação na economia da experiência.
E o mais interessante é saber que um processo co-criativo bem conduzido (facilitado), ajuda a despertar nos envolvidos o estado de FLOW, que é nada mais que a ausência da existência… o nosso sistema nervoso é capaz de processar uma quantidade determinada de dados por Segundo e quando estamos engajados num estado de FLOW, ele não consegue monitorar como seu corpo está se sentindo. Você não sente fome, cansaço, ou mesmo pensar nos problemas mundamos ou burocracias, você só sente prazer. É como abrir uma porta que estava flutuando no meio do nada e a única coisa que você precisa fazer é abrir e se permitir mergulhar no que existe adiante. Você não pode se forçar a passar por ela. Você simplesmente precisa flutuar. Se existe algum tipo de força gravitacional, é do mundo de fora que tenta manter você do lado de fora.
Agora imagine você, agindo como facilitador de discussões estratégicas, para viabilizar soluções inovadoras para uma necessidade específica de sua empresa envolvendo seus clientes, transformando os seus consumidores em prosumidores, decodificando seus mapas e compreendendo o que de fato deve ser feito no nível emocional, no nível do ROE e do ROI. Esse é o trabalho do Design Thinker, Designer de Serviços ou Designer Estratégico. É nisso que nos embasamos e é nisso que devemos nos concentrar.
E se você não está convencido de porque devemos prestar mais atenção nas emoções de nossos clientes-consumidores e transformá-los em prosumidores, a insistência em abordarmos a experiência do cliente está mais relacionada com a condição natural do ser humano do que parece, visto que na maior parte do tempo, nosso comportamento é orientado por nossas emoções, percebidas principalmente por nosso sistêmica límbico, um conjunto de estruturas cerebrais que são responsáveis por controlar, primordialmente, as nossa emoções. E outro ponto interessante é que, se fizermos uma análise histórica, com o passar do tempo o ser humano aprendeu a usar melhor o seu cérebro (em tese&#8230;), desenvolver a caracterização da consciência, a parte racional do cérebro, a partir de suas exposições em situações diversas na viagem evolucionária.
E o que isso significa? Simples, nossa mente inconsciente já trabalha por nós há mais tempo que nossa mente consciente, e isso faz com que em diversas situações sejamos reféns de nossas emoções – afinal, há uma percepção de dominância de uma mente sobre a outra a partir do fator “idade evolucionária”.
ONDE ESTÁ O WALLY?
<blockquote>
“(&#8230;) Envolver o cliente consumidor nos estágios de uma produção é como descobrir um novo Wally a todo tempo (&#8230;)”
</blockquote>
Olhe para a imagem no link abaixo e faça a clássica busca pelo querido Wally!
<a href="http://victorgoncalves.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Onde_esta_wally.jpg" target="_blank" rel="noreferrer noopener">http://victorgoncalves.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Onde_esta_wally.jpg</a>
Pois bem, se você não o encontrou, tente de novo antes de concluir sua leitura. Caso já o tenha encontrado provavelmente ao encontrá-lo você expressou alguma reação se suposta “felicidade”. Algo próximo a uma sensação de orgulho pelo desafio superado e até mesmo de recompensa.
O Wally é fantástico, pois ele está imerso em um cenário bombardeado de informação (poluição visual), brigando por sua atenção, mas você vai em busca do Wally, e quando finalmente o encontra – não o perde mais de vista. Não importa se o ambiente está poluído ou se a concorrência está alta. Ele é o Wally e não sairá mais da sua cabeça.
É dessa forma que uma marca pode se comportar. O cenário mercadológico está se tornando cada vez mais competitivo, e para que você e/ou sua empresa não se torne apenas mais um no meio da multidão, é preciso ser como o Wally, se destacar e jamais ser esquecido. E você só consegue fazer isso se encontrar o real significado de valor para seus clientes, ou seja, compreendê-los! E para compreendê-los é necessário andar de mãos dadas com seus clientes.

Inovação se faz de mãos dadas com seus clientes

Em um cenário econômico previsivelmente incerto, onde ser desejável e ir além do óbvio se tornaram premissas de diferenciação frente ao mercado, o que fazer para pensar fora da gaiola e dar espaço para a imaginação voar?

Inovação se faz de mãos dadas com seus clientes | Administradores

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Este artigo nasceu de uma constante inquietação sobre a forma como as empresas, de um modo geral, se posicionam no mercado entregando produtos e serviços de baixa qualidade, que beiram o commodity e não agregam valor para os consumidores. Esse é um contexto decorrente de diversos fatores, que vão desde modelos de negócios que não geram valor, estratégias equivocadas, time sem qualificação, e muitos outros. Porém a economia da experiência, destaca um fator que é constantemente esquecido e passa a determinar a preferência do consumidor aumentando sua lealdade por uma marca dentre tantas outras com produtos e serviços semelhantes.
Os elementos de todo desenvolvimento empresarial, isto é, a forma como as empresas criam e entregam valor, como elaboram e executam suas estratégias de marketing e vendas, e como gerenciam as suas finanças e operações passam a ser orientadas pela mente do consumidor e seus desejos subconscientes; ansiosos por relações consistentes, boas histórias e experiências memoráveis.
O processo de compra e venda de algo está sobretudo, relacionado aos interesses complementares existentes entre ofertante e demandante, e são estimulados em ambas as partes por suas necessidades específicas. No mundo dos negócios, uma empresa pode ter diversos motivos que justifiquem sua razão de existir, como o lucro e market share, porém em linhas gerais todas elas devem criar e entregar algo de valor que as pessoas querem ou precisam a um preço que elas estão dispostas a pagar, de maneira que satisfaça suas as necessidades e expectativas, gerando lucro suficiente para que os proprietários mantenham as operações. E por mais que esse seja o mantra do sucesso empresarial, alcançar esse patamar torna-se um desafio cada vez mais intenso devido as empresas não entenderem o ponto de vista do consumidor e suas reais necessidades.
Uma pessoa não compra um produto ou um serviço porque precisa daquele bem ou benefício direto, ela precisa das emoções desencadeadas pelas reações químicas que ocorrem em seu cérebro quando entra em contato com o que está sendo ofertado. Produtos e serviços são apenas componentes racionais que embalam parte do contexto que satisfaz os desejos subconscientes dos seres humanos, escondidos em sua identidade, crenças e suas experiências.
Algumas empresas afirmam que conhecem bem o seu mercado e seus usuários, até conhecem seus clientes, mas será que verdadeiramente compreendem os indivíduos por trás destes rótulos técnicos do mundo dos negócios? Você sabe o que é valor para seus consumidores e pelo que eles estão dispostos a pagar? Que histórias eles querem contar? Que momentos querem recordar?
Ao longo de sua existência, o ser humano vive em um estado de contínua carência, projetada no futuro, o que significa que o ato consciente ou inconsciente de desejar é condição básica para sermos o que somos! Satisfazer estes desejos legítimos nos ajuda a estabelecer novas fronteiras, pois quando uma pessoa obtém o que almeja, passa a buscar outra coisa que não possui; nos ajuda ainda a planejar e produzir, faz a vida ter sentido e traz felicidade. As marcas podem contribuir nessa jornada de satisfação atendendo os desejos subconscientes e necessidades latentes daqueles com quem se relaciona, e que justificam seu papel no processo de compra e venda a partir da superficialidade existente em produtos e serviços.
Desta forma, nos artigos seguintes abordaremos os princípios da economia da experiência, Customer Experience Management, os processos de identificação de valor e de desenho de experiências memoráveis, dicas e ferramentas para criação de uma cultura corporativa voltada à entrega da felicidade.

Gestão da Experiência do Consumidor - parte 1

Já faz alguns anos que atuo como facilitador em sessões de inovação na busca por soluções para problemas de negócios ou projetos de qualquer natureza, e quanto mais o tempo passa, mais percebo que o mercado nacional é lento para construir uma sólida impressão sobre abordagens que sugerem resultados diferentes em todos os aspectos, como o Design Thinking. E de quem é a culpa? Não há um ponto de destaque nessa história, mas a jornada que leva os empresários e gestores a terem más impressões sobre os resultados, muitas vezes negativos, sobre as práticas do Design Thinking, passam pelo próprio designer e sua formação. Não me refiro à instituição de ensino em que se formou, mas sobre a sua formação como ser humano. 
Há alguns dias conversei com o CEO de uma das maiores seguradoras do Brasil e o mesmo me disse o seguinte: “Victor, você tem uma hora para me convencer que Design Thinking é algo que gera resultados”. Nossa reunião durou três horas. E, durante a conversa, na qual ele me relatou suas experiências (enquanto cliente) com o tema, tive a clareza sobre aquilo que já percebia no mercado: há muitos profissionais bons tecnicamente, que seguem metodologias e aplicam ferramentas tal como ensinado academicamente, mas que param por aí! Os designers focam em executar aquilo que foi aprendido como instrumento de trabalho e até buscam novas ferramentas, mas não extrapolam o fato de que inovação guiada pelo design é algo extremamente vinculado ao fator humano. Não se propõe soluções sem conhecer a dor do cliente. Um bom médico não trata as consequências, investiga para encontrar a causa raiz. Justamente o que não aconteceu com o CEO que tive a oportunidade de conhecer.
A não investigação para chegar na causa raiz é um dos motivos que geram resultados ruins em projetos de Design Thinking. O fato é que muitos profissionais depositam todas as suas fichas em técnicas “mágicas” como 5 Whys, brainstorming brainswarming, entre outras, acreditando que irão resolver tudo. Mas não, não irão!
Falando em mágica, um bom mágico não é aquele que possui a maior variedade de números em seu espetáculo, mas sim aquele que encanta as pessoas e as atrai com o que tem, convidando-as organicamente a fazer parte de um momento único e ausente de existência que não aquela. Naquele instante, todos estão engajados e os expectadores alcançam o flow – um estado mental que condiciona uma elevada ativação cerebral no ser humano permitindo que tenhamos foco extremo, processamento cognitivo mais eficaz e maior envolvimento com o contexto. 
Ok, Victor! Você sugere que o designer deva se comportar como um médico ou um mágico em sessões de inovação? A resposta é a seguinte: ser designer não é ter uma formação em Design pela melhor universidade do país, é ter a mente disposta a encarar a realidade como múltiplas realidades de forma não linear. É não aceitar uma primeira resposta como resposta definitiva; é nunca se contentar com uma solução própria, por mais incrível que pareça; é ter uma visão holística e absorver de tudo um pouco, o que nos permite usar (mais que ferramentas), conceitos que fazem parte da premissa comportamental de outros profissionais, de outras áreas de atuação! E como eu disse, o foco está nos conceitos que moldam comportamentos, afinal eu não uso um bisturi ou uma varinha no meu trabalho; a não ser que empaticamente seja estratégico.
Empatia é um exercício de aceitação diário e deve ser legítimo sob todos os aspectos 
Na conversa com o CEO citado ele me relatou experiências homéricas e comuns na aplicação do Design Thinking e todas elas relacionada à <a href="http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/empatia-a-inteligencia-imprescindivel-para-o-sucesso/107376/">empatia</a>, atributo da moda para profissionais de sucesso e conceito base do processo de design.
Em um processo que busca entender o cliente (seus anseios, suas emoções, suas expectativas, etc.), definir soluções viáveis, desenvolver e testar as soluções do ponto de vista prático para o mercado a que se destina, e finalmente entregar resultados inovadores é necessário mais que canvas (algo que já está mais que batido e muitas vezes entendido de forma errônea), post its, lego ou dinâmicas lúdicas para aproximar os participantes do contexto exploratório. É necessário entender pessoas!
Ferramentas propõem direção a algo, mas grande parte do resultado em projetos de Design Thinking vem das habilidades comportamentais de quem está guiando o grupo, ou seja, agindo como facilitador e não como mero executor de ferramentas. Afinal, estamos falando de pessoas! E pessoas mudam e com elas suas emoções, sensações e expectativas. Um designer que não se comporta como facilitador e não entende as emoções dos outros jamais conseguirá criar empatia com o contexto, não conseguirá fazer com que as outras pessoas criem empatia com o contexto, não criará o clima ideal para despertar o Flow e jamais entenderá a causa-raíz de algo, pois não sabe até que nível é necessário se aprofundar em um problema. Tudo começa na empatia! Sim, além de estar na moda, ela é importante, mesmo... 
O problema está justamente aí! Como criar empatia? Não basta fazer um cursinho de linguagem corporal, não basta aprender técnicas de rapport; é necessário ter autoconhecimento. Você não pode ser perito em entender outras pessoas se não entender a si mesmo. Então você poderá desenvolver um estilo comportamental que, genuinamente, se interesse por pessoas e isso se constrói fora do quadrado do Design da forma como é tratado no Brasil! Um grande facilitador tem em seu cinto de utilidades uma bela diversificação de ferramentas, porém, mais que isso, não age apenas como um designer. Age como um psicólogo, um coach, um médico e até um mágico. E sim, é difícil! Mas desde que comecei a me aventurar nesse mundo não lembro de alguém ter me dito que seria fácil.

O problema do design thinking

A partir do momento que o mundo corporativo direciona seus esforços para tornar a inovação algo inerente a sua cultura e então criar e sustentar diferenciais competitivos, associa-se a esse contexto o fator criativo. A criatividade está ligada a um conjunto de atitudes, comportamentos e habilidades que permitem a geração de ideias diferentes; e que, quando direcionadas e aplicadas da forma correta deixam de ser ideias criativas e para gerarem resultados inovadores.
Mesmo sabendo que diante deste cenário, ter a criatividade como aliada ao perfil de alta performance é uma excelente estratégia de desenvolvimento profissional, alguns tendem a supor que a criatividade é um dom, uma dádiva concedida a outros; e se perguntam: o que eu posso fazer para me tornar uma pessoa mais criativa? Pois bem, a criatividade é resultado de um estado mental estimulado a partir de nossos conhecimentos (adquiridos de maneira formal ou não), nossas habilidades (aplicação prática dos conhecimentos) e nossas atitudes (nosso comportamento diante dos fatos), que criam as condições ideias para nosso cérebro:
<ul style="text-align:left;"><li>Observar sem miopias o contexto ao seu redor</li>
<li>Organizar as informações de forma plena e acessível</li>
<li>Conectar melhor as informações para que elas se tornem úteis.</li>
</ul>No limite, ser criativo é permitir que seu cérebro trabalhe para você e não por você e que esse fato deve ser estimulado continuamente.
<h4>Contexto Cerebral</h4>
Nosso aparelho mental costuma nos pregar algumas “pegadinhas”, e muitos até o chamam de preguiçoso. Essa fantástica máquina de processamento, que representa apenas 2% de toda nossa massa corpórea é uma exímia consumidora de energia do nosso corpo, chegando a consumir entre 18% e 20% da nossa energia. Agora imagine 2% de massa do seu corpo consumindo 20% de toda sua energia corpórea. Esse fato contribui para que o nosso cérebro esteja sempre em um nível de recepção de informações limitado, afinal de contas ele precisa operar em processos otimizados e já reconhecidos, pois de forma contrária ele consumiria ainda mais de nossa energia! A conclusão disso tudo é que nosso cérebro busca o comodismo, a zona de conforto, e nos leva a cair na rotina em nossas ações. 
Diante deste contexto, como você acredita que são geradas as boas ideias se o nosso cérebro tende a nos levar para “o mal caminho”?
<h4>Insights Criativos</h4>
Algo que repito para todos meus alunos é que insight é um processo mental natural, resultante do perfil curioso, que se permite colecionar experiências de diversas esferas e magnitudes, adicionando ao seu baú de histórias, referências de fatos positivos e negativos. Falando metaforicamente (metáfora é a linguagem do inconsciente, e este representa o maior espaço disponível para armazenamento de informações no seu HD mental, mas por ser inconsciente, as pessoas normalmente não sabem acessá-lo):
<blockquote>
“Só possui o baú cheio quem tem o que colocar nele”.
</blockquote>
O baú é sua mente criativa, composto de uma estrutura vasta e complexa de pontes que carregam além de oxigênio e nutrientes para o resto do corpo, aquilo que você coloca nele, suas experiências, isto é, um conjunto de informações vivenciadas, interpretadas e transformadas sensorialmente.
Um cérebro treinado (experiente e permissivo) fará com que, quando necessário, os pontos se conectem e a situação problema seja percebida por pontos de vista naturalmente diferentes. Como dizia Einstein: “não adianta fazer sempre as mesmas coisas e esperar por resultados diferentes”. Tudo será visto com mais clareza, e as ideias serão apenas consequência de um bom preparo.
<h4>Treinando a Mente Criativa</h4>
Manter o cérebro preparado e estimulado para que as pontes se conectem e os insights façam parte da sua natureza requer disciplina, paciência e entusiasmo, algo que só se consegue com a automotivação e o hábito. Traduzindo em termos práticos, abaixo destaco algumas dicas para treinar e preservar a sua mente criativa.
<h5>Combinar a preparação neurológica e fisiológica</h5>
Mente e corpo representam um processo sistêmico e plenamente integrado nos seres humanos, o que significa que aquilo que se pensa pode afetar suas ações, bem como seus hábitos fisiológicos também influenciam a forma de seu cérebro identificar, armazenar e processar informações.
<ul style="text-align:left;"><li>Boas noites de sono: ter uma boa noite de sono é mais importante do que a maioria das pessoas imaginam. Durante o processo de “descanso da mente”, uma série de reações químicas acontecem automaticamente (como um programa mental agendado para ser executado naquele momento) que irá limpar sua mente de todos os resíduos que restaram ao longo daquele dia em que sua mente trabalhou por você ou para você. Lembre-se, para andar com seu baú cheio você precisa tirar o que não importa e dar espaço para a novidade.</li>
<li>Exercícios: fazer exercícios não apenas melhoram os aspectos de saúde, estética ou condicionamento. Os exercícios físicos ajudam o cérebro a manter fluidez durante seus processos de geração e distribuição de nutrientes para o resto do corpo.</li>
<li>Redução de estress: este é um item bem complexo, mas a lógica é simples. O cérebro, como foi dito antes, tem uma tendência a ficar na zona de conforto, portanto se ele conhece a situação problema, é isso que você terá, já que dificilmente (sem preparo) soluções serão apresentadas a você. Com isso, a mente criativa fica limitada focando no problema e nesse momento o hormônio do estress começa a ser produzido e distribuído para os demais órgãos. Esse hormônio (cortisol) “cega” ou “limita” o cérebro, o confundindo no processo de organização das experiências, que combinadas, gerariam soluções adequadas. Como reduzir o estresse? Meditação, pensar de forma empática antes de tomar uma ação, se alimentar de forma adequada e saudável. A alimentação ajuda em uma série de processos químicos que suportam nossos estados emocionais visto que todo sistema gastrointestinal, principalmente o intestino possui uma ligação muito forte com o cérebro. Sabe aquela dor de barriga que as vezes bate em situações de nervosismo? Mente e corpoestão conectados por uma via de duas mãos. Lembre-se disso!</li>
</ul><h5>Outras dicas</h5>
<ul style="text-align:left;"><li>Quebre a sua rotina fazendo todos os dias algo novo. Desde o modo como escova os dentes ao caminho que usa para voltar para casa após o estudo ou trabalho.</li>
<li>Esteja sempre em movimento, oxigenação cerebral vem da movimentação corporal.</li>
<li>Esqueça as limitações que aparentemente te impedem de algo. Sempre é melhor escrever, pois mesmo que o conteúdo não esteja bom, você poderá voltar mais tarde para editá-lo. Páginas em branco não podem ser editadas.</li>
<li>Exercite a empatia, perceber, ver e ouvir as pessoas e os contextos por diversos ângulos é um belo exercício de flexibilidade e resiliência.</li>
<li>Seja ousado e colecione experiências, elas serão o conteúdo do seu baú.</li>
<li>Desprenda-se de crenças que sejam preconceituosas. Você tem todo direito do mundo em não dar a mínima para algo ou alguém ou se fechar para determinados contextos, mas perderá uma bela oportunidade de trabalhar o “sair da zona de conforto”. </li>
</ul><h4>Estado de Equilíbrio</h4>
Por fim, exerça a curiosidade dos bebês, seja imaginativo como as crianças e tenha o senso crítico dos adultos. O equilíbrio entre estes três mantras comportamentais permitirá que naturalmente e aos poucos, seu cérebro deixe de agir por você e passe a trabalhar para você, e o melhor, de forma criativa.

Desenvolvendo o mindset criativo

Em um mundo que exige performance constante, dormir bem é um ato de equilíbrio e humanidade, não luxo, mas cuidado com o corpo e com a vida



A noite vai se aproximando, a cidade vai ficando quieta e o silêncio deveria ser um convite ao sono. Que engano! É justamente quando o corpo afunda que a mente declara guerra. Ela é um carro desgovernado numa estrada escura, sem destino, atropelando preocupações emaranhadas e listas de tarefas que piscam. Não há paz noturna; há apenas o caos insuportável de lembranças dolorosas que surgem como fantasmas do passado, iluminados por uma luz fraca e incômoda.&nbsp;



A ciência chama isso de hiperativação cognitiva, mas para você, que vive isso na pele, é uma batalha exaustiva entre um corpo exausto e um cérebro que se recusa a desligar, roubando o sono que você tanto precisa. Esse problema é amplo.&nbsp;



O Centers for Disease Control and Prevention (Centros de Controle e Prevenção de Doenças na tradução livre), uma agência do governo americano responsável pela saúde pública, pesquisa e controle de doenças, estima que um em cada três adultos dorme menos de seis horas por noite. A Organização Mundial da Saúde classifica a privação de sono como uma “epidemia silenciosa”.&nbsp;



No Brasil, levantamentos recentes indicam que mais de 70% da população enfrenta algum distúrbio do sono, indo da insônia à apneia. O ponto central não é apenas a quantidade de sono perdida, mas o círculo vicioso entre ansiedade e insônia. O estresse do dia se acumula e, em vez de diminuir, cresce a noite. A insônia aumenta a ansiedade e a ansiedade piora a insônia. Formando um tornado psicológico que se repete noite após noite.





<h2 class="wp-block-heading">A biologia de um cérebro em estado de alerta</h2>



Para entender o ciclo, é preciso observar o corpo. Nossos antepassados sobreviveram por manter-se atentos a ameaças, graças à resposta de luta ou fuga, regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que libera o cortisol, o hormônio do alerta.



Normalmente, o cortisol sobe pela manhã e cai ao anoitecer, permitindo a ação da melatonina, que induz o sono. Em pessoas ansiosas ou sob estresse contínuo, esse ritmo se desorganiza: o corpo permanece em vigília. Estudos mostram que quem sofre de insônia tem cortisol elevado à noite e menor produção de melatonina.



A falta de sono impede que redes neurais, como a de modo padrão (DMN), reduzam a atividade. Esse circuito ativo alimenta pensamentos intrusivos. Segundo Matthew Walker, da Universidade da Califórnia em Berkeley, a privação de sono amplifica a resposta de medo da amígdala e enfraquece o controle do córtex pré-frontal, é como passar a noite com o pé no acelerador e sem freio.



<h2 class="wp-block-heading">O impacto invisível no dia seguinte</h2>



Na manhã seguinte, surgem cansaço, irritabilidade e falta de foco. Mas os prejuízos vão além. Durante o sono REM, o cérebro consolida memórias e processa emoções; quando essa fase é interrompida, aprendizado e equilíbrio emocional sofrem. Dormir pouco eleva o risco de hipertensão, obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. A má qualidade do sono desregula hormônios do apetite, aumentando a fome e reduzindo a saciedade, o que favorece o ganho de peso.



Socialmente, o impacto também é grande: quem dorme mal falta mais ao trabalho, erra com mais frequência, sofre mais acidentes e evita o convívio por exaustão. Um problema individual que, em larga escala, vira questão de saúde pública.



<h2 class="wp-block-heading">O peso cultural e a tecnologia no sono moderno</h2>



Dormir pouco ainda é visto como sinal de disciplina e produtividade. Líderes que enviam mensagens fora do horário e colegas que exaltam quem “vira a noite” reforçam a ideia de que o descanso é negociável. Assim, dormir cedo parece descompromisso, e priorizar o sono soa como fraqueza. O mito da “coruja noturna” prospera, embora noites curtas prejudiquem atenção, memória e saúde.



A biologia dos cronotipos explica parte disso: há pessoas naturalmente mais matutinas ou noturnas, mas o problema surge quando o relógio social impõe um padrão único. Quem rende melhor à noite e precisa acordar cedo acumula um “jet lag social”, que causa irritabilidade e queda de desempenho, além de compensações com cafeína e açúcar.



A tecnologia agrava o cenário. Não é só a luz azul que atrapalha a melatonina: o conteúdo também estimula. Notícias tensas, debates e séries de suspense mantêm o cérebro em alerta. Aplicativos exploram recompensas e rolagem infinita, transformando “só mais um minuto” em meia hora desperdiçada.



Outro hábito comum é adiar o sono para “ter um tempo para si” após um dia exaustivo. Essa compensação se torna rotina e rouba o descanso. Romper o ciclo exige ajustar o ambiente, limitar mensagens e reservar o fim da noite para relaxar. Pequenos rituais sinalizam ao cérebro que é hora de desacelerar.



<h2 class="wp-block-heading">A ciência da recuperação</h2>



A ciência já mostrou: não há solução mágica, mas caminhos sólidos. O sono não se recupera por força de vontade nem com um comprimido. Exige cuidado multidimensional, ajustes de comportamento, apoio médico e consistência.



O problema não está só “na cabeça” ou “no corpo”. Ansiedade, estresse, hormônios e ambiente precisam ser tratados em conjunto. Soluções isoladas, como pílulas ou técnicas ocasionais, raramente funcionam. O que dá resultado é combinar acompanhamento médico, novas rotinas e manejo da mente acelerada.



Essa abordagem torna o sono mais estável e confiável. Mesmo assim, muitos resistem a buscar ajuda. O ponto é seguir um processo estruturado, pois o sono pode ser reaprendido com orientação adequada.&nbsp;



Medicamentos ajudam em fases críticas, mas o uso prolongado traz riscos. Devem ser apoio pontual, não solução definitiva. Tratar o sono como um projeto de saúde completo, unindo ciência, acompanhamento e prática, é o caminho mais promissor para transformar noites turbulentas em descanso restaurador.



<h2 class="wp-block-heading">O amanhecer após o tornado</h2>



Dormir melhor beneficia toda a sociedade. Políticas que valorizem o sono, ajustem jornadas e desencorajem a exaustão aumentam produtividade, reduzem custos e melhoram o bem-estar. Em países desenvolvidos, a perda de produtividade por privação de sono custa bilhões por ano.



A pandemia mostrou o quanto as fronteiras entre trabalho e vida pessoal são frágeis, e o sono foi o primeiro a ser sacrificado. A vantagem é que ele pode ser treinado, restaurado e protegido.



A mente acelerada que rouba o descanso é real, mas reversível. Com consciência, técnicas adequadas e mudança cultural, é possível recuperar noites tranquilas.



Em um mundo que exige performance constante, dormir bem é um ato de equilíbrio e humanidade, não luxo, mas cuidado com o corpo e com a vida.



* Charles Betito é fundador da MIND station e especialista em saúde mental corporativa e sono

O preço do desempenho constante: por que a falta de sono ameaça a saúde corporativa

Marcio Furrier, ex-CMO da América Latina na HP e pesquisador da USP, revela como transformar informação fragmentada em vantagem competitiva duradoura



Marcio Furrier é administrador graduado pela FEA/USP e por mais de 25 anos ocupou posições executivas em multinacionais como Philips e HP, onde liderou equipes regionais para o Brasil e a América Latina. Como CMO para a América Latina, reportando-se ao staff do CMO mundial, desenvolveu campanhas reconhecidas com Leões de Ouro em Cannes, EFFIE e London International Awards. Hoje, como doutorando na FEA-USP e pesquisador do B.R.A.N.D.S. Research Center e CEPID BRIDGE, pesquisa cocriação de valor de marca e ecossistemas. Sua trajetória única entre execução corporativa e pesquisa acadêmica oferece insights raros sobre como C-Levels podem transformar decisões fragmentadas em vantagem estratégica sustentável.



<h2 class="wp-block-heading">1. Decisões estratégicas: como separar o que importa do que apenas grita</h2>



Pergunta: Como você diferencia uma decisão verdadeiramente estratégica de algo que é apenas urgente?



Insight de Marcio: “A decisão estratégica mira uma vantagem competitiva. Se ela não vai influenciar de modo significativo e duradouro para alcançar objetivos críticos, pode ser importante ou urgente, mas não é estratégica. O C-level precisa diferenciar: o que é estratégico versus o que é urgente.”



A maioria dos executivos confunde pressão com prioridade. Marcio identifica que decisões estratégicas têm três características:



1. Geram vantagem competitiva sustentável



2. Influenciam resultados fundamentais por prazo



3. Exigem recursos críticos



Quando CEOs aplicam esses filtros, descobrem que muitas “urgências” são apenas ruído operacional que pode ser delegado ou automatizado.



<h2 class="wp-block-heading">2. IA como competência estratégica: além da ferramenta bonita</h2>



Pergunta: Como transformar IA de uma ferramenta cara em uma competência que ninguém consegue copiar?



Insight de Marcio: “Se quisermos que IA continue recebendo investimento, ela precisa migrar de uma ferramenta para uma competência estratégica. Utilizar IA em processos encadeados pode ajudar na vantagem estratégica, porque é difícil copiar tudo. Quando insights de diferentes canais são integrados, isso é muito valioso e difícil de imitar.”



A genialidade está nos processos encadeados, não na tecnologia isolada. Empresas como Amazon não vencem porque têm melhor IA, mas porque conectaram IA em:



• Recomendações personalizadas• Logística otimizada• Precificação dinâmica• Experiência do cliente integrada



Cada peça individual pode ser copiável; o sistema completo é praticamente impossível de replicar. Marcio também destaca que quanto mais distribuída a competência de IA na organização, mais talentos surgem e novas aplicações inovadoras emergem.



<h2 class="wp-block-heading">3. O verdadeiro gargalo: não é a IA, são seus dados</h2>



Pergunta: Qual é o maior obstáculo para empresas que querem usar IA estrategicamente?



Insight de Marcio: “Eu acho que o gap nem está na IA, está nos dados. Muitos especialistas analisam uma campanha de um jeito compartimentado, mas é difícil as pessoas envolvidas terem uma visão estratégica do que fazem.”



O problema não é tecnológico, é organizacional. Quem não se educou para a transição digital agora vai sofrer mais para entender o contexto. A maioria das empresas tem dados fragmentados em silos departamentais, com equipes que analisam pedaços isolados sem visão sistêmica.



Principais desafios identificados:



1. Dados fragmentados em departamentos isolados



2. Falta de visão integrada das campanhas



3. Executivos sem educação digital e visão estratégica de dados



4. Análises por especialidade sem contexto de impacto nos negócios



Marcio observa que executivos que não passaram pela transição digital anterior agora enfrentam uma curva de aprendizado dupla: entender dados E entender IA. As empresas que vencerão são aquelas que primeiro organizaram seus dados de forma integrada.



<h2 class="wp-block-heading">A revolução silenciosa que está mudando o jogo</h2>



Microsoft transformou-se de uma empresa de software para uma plataforma de produtividade integrada com IA. Netflix evoluiu de streaming para um ecossistema de dados que prevê, produz e distribui conteúdo. Essas empresas não “usam” IA - elas “são” organizações orientadas por dados com IA embarcada em processos estratégicos.



A diferença entre quem sobrevive e quem domina está na capacidade de conectar pontos que outros veem separadamente. Enquanto a maioria trata IA como projeto de TI, líderes visionários a transformam em competência organizacional distribuída, criando vantagens competitivas que são impossíveis de copiar porque dependem de cultura, processos e dados únicos.



<h2 class="wp-block-heading">Responsabilidade e transição</h2>



Como Marcio enfatiza: “A tecnologia não tem CNPJ nem CPF, é a pessoa que toma a decisão. A responsabilidade é da pessoa, por mais que venham insights.”



É fundamental cuidar da transição do modelo antigo para o novo da IA, garantindo que:



• As pessoas mantenham a responsabilidade final pelas decisões



• A implementação seja gradual e educativa



• Os insights de IA sejam interpretados com contexto humano



• A organização desenvolva competências distribuídas



<h2 class="wp-block-heading">A pergunta que vai tirar seu sono</h2>



Você está construindo competências sustentáveis ou apenas comprando ferramentas caras?



A resposta determina se sua empresa será líder ou apenas mais uma tentando acompanhar a transformação digital que já está acontecendo.

Por que seus dados valem mais que sua IA?

A matriz de risco não é um documento estático, mas um instrumento vivo, que deve ser constantemente revisitado à medida que o ambiente institucional evolui



A matriz de risco é uma das ferramentas mais eficazes para fortalecer a governança, aprimorar a tomada de decisão e promover a cultura de gestão preventiva. Utilizada tanto no setor público quanto no privado, ela permite visualizar de forma estruturada os principais riscos que podem comprometer os objetivos de uma organização, classificando-os conforme sua probabilidade de ocorrência e impacto potencial.



Mais do que um instrumento técnico, a matriz de risco é uma forma de pensar estrategicamente. Ao identificar vulnerabilidades e antecipar cenários adversos, a instituição passa a atuar de maneira proativa, transformando incertezas em oportunidades de aprendizado e melhoria. A construção da matriz envolve um processo de mapeamento participativo, no qual gestores e equipes avaliam os riscos operacionais, financeiros, legais, tecnológicos e reputacionais, definindo medidas de controle e planos de contingência.



Entre os principais benefícios, destacam-se:



Maior clareza nas prioridades de gestão, permitindo concentrar esforços nos riscos mais críticos;



Aprimoramento da comunicação interna, com linguagem comum sobre incertezas e controles;



Fortalecimento da accountability, por registrar de forma transparente os riscos e as respostas adotadas;



Melhoria da eficiência institucional, com decisões baseadas em evidências e não apenas em percepções.



No contexto da administração pública, a matriz de risco tem sido amplamente incorporada às práticas de gestão por resultados, controle interno e planejamento estratégico, servindo de base para o monitoramento de políticas, programas e contratos. Já nas empresas, ela integra o ciclo de compliance e gestão de riscos corporativos (GRC), alinhando-se às normas internacionais como a ISO 31000.



Em síntese, a matriz de risco não é um documento estático, mas um instrumento vivo, que deve ser constantemente revisitado à medida que o ambiente institucional evolui. Sua efetividade depende da maturidade da organização em lidar com a incerteza — e de compreender que, em gestão, o verdadeiro risco é não se preparar para ele.

Inovação se faz de mãos dadas com seus clientes

Victor Gonçalves Pereira

Sucessão nas empresas familiares: aprenda a conduzi-las, com Barbara Quercetti | Café com ADM 468

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Victor Gonçalves Pereira

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