Para entender a diferença entre vender ou e ser comprado por seu cliente faça o seguinte auto-diagnóstico. Verifique se, sua empresa ou seu gestor de vendas oferecem possuem as seguintes informações: Mapeamento das diversas fontes de receita da empresa e sua participação percentual relativa às vendas totais Monetização das carteiras de clientes de cada vendedor individualmente, desde os que cobrem as contas especiais até o televendas Comparação entre a monetização das carteiras de clientes somadas versus a meta de vendas que foi extraída do orçamento anual Mapeamento e Quantificação das vendas provenientes de parceiros estratégicos Se as respostas forem um conjunto de ( X ) SIM, como resultado prático, sua empresa consegue a tão sonhada previsibilidade orçamentária. As metas cascateadas do orçamento geral da empresa são respeitadas garantindo a harmonia entre receitas, custos e despesas. Nesse caso, que é raro, tudo vai bem! Caso contrário, se forem ( X ) NÃO, livre-se do seu gestor de vendas! Veja no quadro abaixo como mapear as fontes de receita com objetivo de compor um plano de vendas compreensível e realista que garanta a previsibilidade orçamentária. Contando sua carteira de clientes para [ Contas Especiais ] São as contas que representam a maior concentração de vendas. Por um lado são importantes para as metas de vendas. Por outro, normalmente são as que trazem menor margem e piores condições comerciais. Existem várias técnicas para gerenciar esses clientes. Por exemplo: Melhorar o valor agregado. Um cliente satisfeito dá permissão para que você ofereça novos produtos. Produtos normalmente mais rentáveis, com melhor margem, que aumentam a margem média da transação. Programação de longo prazo. Se houver a possibilidade de um planejamento das vendas ao longo dos meses, a empresa consegue maximizar suas compras de insumos, por exemplo, e baratear o custo da produção ou da importação dependendo do caso. Existem vários itens que contribuem para a redução do CMV (custo da mercadoria vendida). São set up da máquina, armazenagem, frete, seguro, alocação de mão de obra, etc | Montando sua carteira de clientes para [ Contas Cobertas ] Contas que ainda não são especiais pelo volume de vendas mas que possuem representatividade no faturamento geral da empresa. Essas contas também devem apresentar potencial para crescer e, no futuro, serem promovidas a contas especiais. As contas cobertas por vendedores devem, obrigatoriamente, ter representatividade regional. É essencial que sua empresa tenha clientes-referência em cada região que a empresa decidiu atuar. Uma referência regional é uma credencial importante para expansão de mercado. | A capilaridade nas vendas é tão importante quanto a concentração. A capilaridade evita que a empresa sofra um golpe na forma de inadimplência que pode ser mortal. Diminuir o risco de inadimplência é um desafio da equipe de vendas e responsabilidade do gestor de vendas. | Montando sua carteira de clientes para [ Televendas ] O televendas é menos eficiente simplesmente pela falta de contato pessoal com o cliente mas, não menos importante. Além de atender clientes regionais e de menor representatividade no faturamento geral da empresa, ajuda principalmente a identificar potencias novos clientes que serão migrados para os vendedores de contas cobertas que estão sempre a procura de oportunidades para renovar suas carteiras. O televendas funciona como se fosse uma 'rede de pesca' que pega qualquer tipo de peixe inclusive, alguns grandes. Isso ocorre com grande frequência! | Montando sua carteira de clientes para [ Representantes Comerciais ] Cuidado com essa prática. O representante normalmente apresenta dois problemas que são impossíveis de gerenciar: Representam várias empresas o que torna difícil garantir seu foco. O foco do representante é determinado pelo dinheiro da comissão que vai receber no curto prazo. Não importa se o produto é o seu ou de outra marca. Sua agenda não tem outro dono além dele mesmo. Ele é quem determina suas prioridades e agenda e também quais clientes irá visitar, vendendo apenas aquilo que ele, o representante, desejar para vender. Normalmente, é quase impossível gerenciar uma rede de representantes. Se sua empresa gosta de previsibilidade, busque outra alternativa como e-commerce, por exemplo! | Montando sua carteira de clientes para [ Parceiros Estratégicos ] Essa é uma tática mandatória. Empresas, além dos seus clientes diretos, também fazem grandes negócios através de parceiros comerciais. Existem dois níveis de parcerias estratégicas: As que procuram sua empresa para apresentar uma proposta conjunta para um cliente. As que sua empresa procura para conquistar um determinado segmento de mercado que levaria muito tempo para conquistar por falta de experiência ou networking. Justificar a contratação de um gerente Senior específico para o desenvolvimento de negócios através de parceiros estratégicos é fácil. Difícil, é encontrar um profissional com o perfil correto. Ou seja, que já tenha um excelente relacionamento ou networking dentro dos potenciais parceiros estratégicos. | Montando sua carteira de clientes para [ Comércio Eletrônico ] Para a modalidade B2B, ou seja, sua empresa vendendo para outra empresa, a ferramenta serve como uma secretária de vendas. Enquanto o cliente coloca o pedido através do e-commerce, sobra mais tempo para o vendedor prospectar e/ou amadurecer clientes que exigem uma atuação presencial. Um outro fato importante que vem mudando significativamente a dinâmica das vendas é a luta entre e-commerce e lojas físicas. Existe uma nova prática de mercado caracterizada pela _consignação com prazo de pagamento compatível com a forma de pagamento que o cliente escolheu. Na prática, as lojas ficam melhor abastecidas no ponto de venda ( físico ou virtual ) e para a empresa fabricante ou distribuidor, o ciclo financeiro e fluxo de caixa devem ser recalculados já que os prazos de recebimento do dinheiro das vendas será estendido. São inúmeras as formas de financiar a venda para o cliente. O fabricante e distribuidor juntos, devem equacionar seus recebíveis para calcular a necessidade de fluxo de caixa. Dependendo do produto, se for importado por exemplo, a empresa pode necessitar de até 100 dias de fluxo de caixa antes de receber o dinheiro da venda. | Concessão de Crédito. Tenha cuidado com o critério para a concessão do crédito se não quiser que seus lucros desapareçam pela inadimplência. No entanto, entenda que o mundo sobrevive através da concessão de crédito. Se sua empresa não quer conceder o crédito, o cliente vai obrigatoriamente comprar do seu concorrente, que agradece. Uma prática muito comum e também bizarra dá-se quando o departamento de crédito restringe a concessão de crédito para clientes ativos e historicamente bons pagadores. Essa prática força o vendedor da empresa a buscar novos clientes para compor suas metas. Nesse caso, o risco é ainda maior pela falta de histórico do cliente novo ! Para o analista de crédito, míope pela falta de desafios da função, saiba que o cliente bom pagador quando oferecido o dobro ou triplo de crédito, continua bom pagador. O fato é que para sobreviver e pagar suas contas, seu cliente também tem que vender e portanto continuar comprando de você, ou do seu concorrente. Existem diversas ferramentas eficientes para gerenciar o crédito dos clientes. Você pode contratar serviços especializados que observam a movimentação financeira do cliente incluindo reclamações judiciais. Essas ferramentas também sugerem 'notas' associadas ao risco. Outra prática eficiente é a elaboração, pela associação da indústria, de uma lista negra de clientes que não pagam ou que representam algum risco significativo. A ferramenta mais eficaz ainda é o 'cheiro' do vendedor que conhece o cliente como ninguém. Conhece suas dores, cacoetes e seu histórico. Não é nenhum crime responsabilizar o vendedor pela inadimplência. Além de ser uma prática comum, é também justa. Gerenciar sua carteira de clientes é sua obrigação primária! | Uma breve explicação sobre a classificação e administração das carteiras de clientes. É natural observar no departamento de vendas de qualquer empresa algum tipo de classificação para seus clientes ativos. Seja usando letras ( A,B,C…) para caracterizar e agrupar os clientes, seja extrapolando a criatividade e usando outros tipos de nomenclaturas e símbolos. Na prática, pouco importa a extensão da criatividade, o que se observa frequentemente é um erro clássico na aplicação dessa sistemática. Na grande maioria dos casos, o critério é estabelecido em função do histórico de faturamento [ ao invés de ] classificar o cliente pelo seu real potencial de compra – share of wallet. Classifique seus clientes mantendo a simplicidade de tal forma que nem o cliente nem seus vendedores necessitem de um decodificador para interpretar a nomenclatura e o critério de agrupamento. _Se sua empresa não for uma companhia aérea, abandone essa prática que é inútil na maioria das vezes! Na hora de planejar o ataque mensal/semanal/diário na sua carteira de clientes, maximize seu tempo. Você deve conhecer o ciclo do estoque do seu cliente. Uma prática tão comum quanto miserável é 'entubar' o cliente com estoque (sales-in), sem considerar o ciclo de vendas dos clientes dos seus clientes (sales-out). É tão obvio quanto normal o vendedor despreparado, não profissional, ligar para o cliente que comprou na última semana do mês anterior. Nesse caso, o cliente nem movimentou o estoque e ainda está com sua linha de crédito totalmente tomada. | No caso de clientes novos: 'Não se atreva a ir para o campo de batalhas sem planejar três etapas básicas: a) Conhecer o negócio do cliente e também dos clientes do seu cliente; b) Pesquisar seu potencial de compras, seus hábitos, políticas e periodicidade nas compras; c) Verificar se está pronto para apresentar as ofertas de produtos e serviços da empresa com precisão e energia. Os 3 quesitos são atribuições essenciais, esperadas, de um vendedor profissional.