Bill Gates tem uma frase interessante que reflete bem o porquê os sistemas de informação adquiriram a importância que possuem hoje: 'O modo como você reúne, administra e usa a informação determina se vencerá ou perderá'. Desde que a revolução industrial começou, o ser humano já percebeu a necessidade de estruturar os sistemas de informação de modo a conseguir tomar decisões rápidas e precisas e, assim, maximizar seus resultados. Desde a tentativa frustrada do Americano Charles Bright e dos irmãos britânicos John e Jacob Bret em atravessar o oceano atlântico com um cabo telegráfico até os dias de hoje, o ser humano sempre correu atrás da informação. Por trás dessa corrida uma indústria que movimenta bilhões de dólar fornecendo soluções para que empresas possam ter disponível, no momento certo, a informação que ela precisa para tomar a melhor decisão possível. Desde o desenvolvimento da contabilidade gerencial, em torno de 1812, passando pelo kardex e pelo kanban e até os modernos sistemas de ERP, Os sistemas de informação sempre foram produtos fáceis de serem vendidos por conta do imenso valor que eles agregam a qualquer companhia. Os sistemas de informação são um ativo importante e quanto a isso não existe a menor dúvida, e a definição de Ativo feito por Iudícibus justifica bem essa visão: “A característica fundamental do ativo é sua capacidade de prestar serviços futuros à entidade que os têm, individualmente ou conjuntamente com outros ativos e fatores de produção, capazes de se transformar, direta ou indiretamente, em fluxos líquidos de entradas de caixa“. Porém, estou atribuindo o valor adequado à informação? Como eu faço para contabilizar o meu banco de dados? O quanto ele agrega ao resultado da minha companhia? O Investimento que estou fazendo se justifica? Eu estou tendo retorno dos meus investimentos em sistemas de informação? Este novo produto agrega quanto à minha estrutura? O mesmo Iudícibus diz que “no âmago de todas as teorias para a mensuração dos ativos, se encontra a vontade de que a avaliação represente a melhor quantificação possível dos potenciais de serviços que o ativo apresenta para a entidade“. O amplo senso comum, criado em torno da informação como principal ativo da empresa, tem feito com que empresas supervalorizem a informação como ativo sem considerar que o valor da informação é definido pela utilização que eu faço dela e pelo impacto que ela possui no meu processo de tomada de decisão. Novas tecnologias nascem e morrem antes mesmo de oferecerem um retorno financeiro que justifique os investimentos feitos. Sistemas de gestão tem reduzido seu ciclo de vida cada vez mais, obrigando empresas a trocar a versão de seus ERPs poucos anos depois de implantados e antes de serem totalmente depreciados, baseados na convicção de que precisam estar em dia com a tecnologia ou perderão sua capacidade de competir. Convicção esta alimentada por CIOs que nem sequer sabem responder se utilizam ou não todo o potencial que seu sistema de informação tem para oferecer. Desde o surgimento da contabilidade, os homens se dedicaram a estudar seus relatórios e a criar métodos e parâmetros que permitissem a comparação entre diferentes segmentos de negócio para empresas de diferentes tamanhos de forma a possibilitar uma comparação precisa entre elas. Os indicadores definidos através de anos de análises e estudos hoje ajudam e muito o processo de tomada de decisão. Com investimentos cada vez mais pesados em sistemas de informação, precisamos evoluir na precificação dos sistemas de informação como ativo e na análise do impacto que os sistemas de informação têm tido no resultado das organizações. Sem uma evolução neste sentido as organizações estarão sujeitas a entender os sistemas de informação somente pela visão daqueles que possuem total interesse em vender tecnologia, abrindo mão do real interesse que esses sistemas de informação deveria ter para as empresas usuárias: O retorno possível de se obter através deste investimento. 'Todo investimento em sistemas de informação somente consegue se justificar quando a organização possui a cultura da informação e sabe utilizá-la como um ativo gerador de valor. Do mais, não passa de um investimento em um repositório de dados caro e sofisticado'.