Ao longo do século XX a gestão de recursos humanos vislumbrou uma evolução muito importante. As transformações e mudanças, que se tornaram cada vez mais constantes e intensas, influenciaram fortemente as organizações, no que diz respeito a sua administração e ao seu comportamento diante do mercado globalizado. A forma como a administração dos recursos humanos era concebida, foi mudando consideravelmente, ao ponto de nos dias atuais, ser considerada a área de maior importância em uma organização. O Departamento de Recursos humanos surgiu inicialmente no século XIX, com a função de contabilizar os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos somente pelo enfoque contábil, em outras palavras, a empresa contratava a mão-de-obra por um determinado custo, por conseguinte as saídas e entradas provenientes desse custo deveriam ser contabilizadas. Os chamados Chefes de Pessoal tinham a característica de serem inflexíveis, tanto que o Departamento de Pessoal era considerado o “departamento de demissão”. Essa fase de registro permaneceu até 1930, só que por volta de 1920 o movimento das relações humanas trouxe um desafio ao Chefe de Pessoal, deixar de lado o seu autocratismo, para dar espaço às necessidades do indivíduo. No Brasil, entre 1930 e 1950, Getúlio Vargas cria a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), onde eram expostos os direitos dos trabalhadores e a preocupação das organizações em seguir as leis. Os trabalhadores ainda eram controlados pelo Chefe de Pessoal, desta vez com o enfoque no seguimento dessas leis. A partir desse contexto, surge o conceito de gestão de pessoas, sendo uma área vulnerável e sujeita a instabilidade frente à cultura que se aplica às organizações. O funcionário deixou de ser uma mera engrenagem de máquina e passou a ser o sujeito colaborador, contribuindo com o seu recurso intelectual ao desempenhar sua parte no processo de transformação da empresa. Segundo a pesquisa realizada em 1977 pela Faculdade da Administração da PUC-SP, a fase tecnicista, que teve seu auge entre 1950 e 1965, foi implementada a partir da indústria automobilística pelo então presidente Juscelino Kubistchek, neste período se tornou necessário o Gerente de Relações Industriais. Agora a área de Relações Humanas era responsável pelo recrutamento e seleção, treinamento, cargos e salários, segurança, benefícios e outros. Por conseguinte, entre 1965 e 1980 a fase administrativa abre espaço ao movimento sindical, agora o Gerente de Relações Industriais passa a ser chamado de Gerente de RH. A partir de 1980, dá se início ao período da administração estratégica que perdura até os dias atuais. Ela visa cooperar com a organização, em prol do atingimento de seus objetivos, utilizando como meio, as políticas de manutenção dos recursos humanos. Em suma, a organização passa a visualizar melhor os impactos que ações podem causar ao seu ambiente, tanto interno quanto externo. Logo, o Gerente de RH passa a integrar a diretoria, em nível estratégico. Nesse contexto, é possível compreender a importância da Gestão de Pessoas e da área de recursos humanos. Pois agora as empresas estão diante de um ambiente marcado por constante competitividade, pela busca de novos modelos de gestão eficazes e pela velocidade de informações que sejam capazes de reagir ao dinamismo do mercado. O ambiente empresarial está cada vez mais complexo, hierarquizado e especializado e requer cada vez mais supervisão e gerência. Como resultado, há a necessidade de planejar, controlar, coordenar, delegar responsabilidade e autoridade, além de melhorar as relações no trabalho.