A solidária competição corporativa Por Francisco Xavier O ambiente humano em geral traz a marca da competição, mas o corporativo tem um diferencial por excelência: entende-se que para ser competitivo no mercado é preciso que a corporação tenha uma vultosa estrutura tangível e intangível. Não obrigatoriamente grandiosa no aspecto físico, mas sim na organização, na qualidade dos processos, produtos ou serviços. Evidentemente já pressupõe um corpo de profissionais de alto nível, para que os resultados por eles gerados estejam à altura de suas competências. É do conhecimento dos que lidam com gestão ou administração, que a competência técnica pura e simples não alcança os objetivos organizacionais como se pensava no passado. O aprendizado ofertado pela educação corporativa pode transcender a técnica, pois esta como sabemos se situa em um nível inferior. As organizações de aprendizagens são provas de que a educação emocional é um ponto crítico em gestão. Precisamente neste ponto as corporações descobriram sua fragilidade, a maior dificuldade em perceber retorno de investimento. Exatamente por um certo imediatismo que as soluções corporativas estão impregnadas. E sabemos que trabalhar a mente humana requer paciência e confiança para conseguirmos resultados palpáveis. É notório que as pessoas equilibradas emocionalmente, são mais produtivas, inovadoras e criativas, além da enorme capacidade de estabelecerem relações harmoniosas e duradouras. Buscar o equilíbrio sempre foi e é o desejo da pessoa humana sadia mentalmente. Evidentemente que o equilíbrio ideal é inalcançável e por isso mesmo estimulante e desafiador. O encontro da pessoa com seu eu desafiador é a competitividade mais saudável. Podemos dizer como Hebbel: É quando o que somos contempla tristemente o que deveríamos ser. Esta percepção e este sentimento é a tensão mais saudável que um ser humano pode experimentar. É imprescindível elencar alguns pontos essenciais que configuram uma competitividade harmônica. 1 – As empresas para tornarem-se competitivas devem estimular a gestão colaborativa na área técnica e experiencial, 2 – Cada integrante da empresa deve ser conscientizado que competir é inconformar-se com o que se é em vista do que se pode ser, 3 – Enfatizar que no trabalho e na vida “ser melhor” deve anteceder “sentir-se bem”, 4 – Cabe aos líderes despertar em cada integrante de sua equipe que o sentido do trabalho deve coincidir com uma causa ou um propósito a cumprir, 5 – A unidade na diversidade deve ser um valor organizacional insubstituível, pois retrata o universo de pensamentos, ideias e sentimentos direcionados a um objetivo e uma meta, 6 – O sentimento de solidariedade deve transformar-se em lei no ambiente corporativo para que os parceiros de trabalho sintam-se valorizados e apoiados quando errarem, 7 – O desenvolvimento de pessoas deve visar as necessidades específicas de cada pessoa, 8 – Criar oportunidades para desenvolver a afeição pelos estudos, o gosto pela reflexão e amor a missão pessoal e profissional. No mundo dos negócios esta tensão é uma constante no cotidiano de quem lida com gente. A própria velocidade com que ocorre as mudanças no universo corporativo não permite indiferença a esta exigência aos que visam triunfar nas transformações corporativas. Em boa hora nos adverte o empresário e consultor empresarial Guy Kawasaki, quando defende a tese de que os produtos e serviços oferecidos pelas empresas devem conter em sua essência soluções para problemas dos clientes, criando assim uma razão, um significado para quem adquire o bem ou serviço. Ele continua afirmando que as empresas focadas demasiadamente no lucro financeiro são mais vulneráveis ao fracasso. Afinal todos nós adquirimos algo na esperança de uma solução. Esta solução só poder percebida pelo significado quando este algo representa valor em nossa vida. Se ele tem uma representação de valor, mesmo trazendo imperfeições, somos motivados a permanecer fiel à marca com a característica diferenciada: o sentido no que adquirimos. Podemos dizer que a vida é uma constante competição entre nossas escolhas de valores. Evidente, que esses valores devem produzir um sentido que satisfaça nossa necessidade interior. Os bens de consumo seguem essa trilha, porém com um curto grau de satisfação, para que o próximo bem produzido seja adquirido. O encantamento do design é um recurso a mais, agregado ao valor do que nos satisfaz. Vejamos alguns pontos estratégicos do comportamento organizacional a serem trabalhados para que as disputas agreguem valor às pessoas e as corporações mutuamente: a) O processo seletivo deve considerar a conduta do candidato em família b) Mostrar o sentido das tarefas executadas pelos colaboradores c) Fazer com que cada colaborador perceba sua função como uma missão a cumprir d) Enfatizar: todos que pertencem a organização são aliados e que todos são potencialmente merecedores de reconhecimento e) Deve fazer parte da cultura da empresa que o lucro, a produtividade, a qualidade do que se produz são consequências e não fins. Estas considerações ou estes pontos referenciados foram produzidos no intuito de despertar novas formar de conceber alguns conceitos em gestão e de modo especial a competitividade, tão presente no cenário das corporações e na vida moderna. Pensem bem, até a próxima oportunidade.