Que as mulheres estão conquistando lugares de destaque no mercado de trabalho, todo mundo já sabe. Não foi à toa, por exemplo, que o país elegeu recentemente a sua primeira presidenta e a equipe de gestão do alto escalão formada por ela conta com outras profissionais que se destacaram em suas áreas de atuação. Mas nem sempre as mulheres tiveram destaque na sociedade. Até 1934 elas não podiam, sequer, votar. A partir do século XX, o público feminino começou a galgar seu espaço. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres estudam mais que os homens. Elas têm, em média, 7,4 anos de estudos. Já o sexo oposto dedica-se cerca de 6,9 anos aos bancos escolares. Elas também são maioria no ensino superior, ocupando 380 mil vagas a mais que os homens nos cursos de graduação. Além disso, entre os brasileiros com 12 anos ou mais de estudo, as mulheres são 56%. Nos cursos de Administração, por exemplo, elas estão lá em grande quantidade aprendendo todas as lições de gestão. Com mais anos de estudo, as oportunidades no mercado de trabalho também são maiores. O público feminino tem ocupado, inclusive, áreas profissionais tipicamente dominadas pelos homens como construção civil, transporte e segurança, ressaltando que elas também estão conquistando cargos de liderança em diversas empresas. Estudo realizado pela Great Place to Work, empresa especializada em ambiente de trabalho, 36% dos cargos de liderança nas 100 melhores empresas para trabalhar do país são ocupados por mulheres. Entre os fatores que estão colocando as mulheres nos cargos de gestão estão a facilidade de relacionamento interpessoal, intuição, sensibilidade com assertividade e criatividade. Elas buscam criar harmonia em sua equipe, incentivando a participação de seus colaboradores. Elas possuem, ainda, um repertório de estilos de liderança diversificado, marcado por estilos de controle e resultados e, também, por estilos de relacionamento. Incentivos – Apesar do destaque no mercado de trabalho, muitas mulheres ainda encontram resistência para crescer dentro da empresa. Para conquistar ascensão profissional, muitas precisam abrir mão da vida pessoal abdicando, inclusive, da maternidade. A razão para isso pode ser comprovada pela pesquisa realizada pela consultoria Regus e divulgada no início de fevereiro de 2011. De acordo com o levantamento, em 2010, 44% das empresas pretendiam contratar profissionais com filhos. Porém, no início de 2011 somente 36% das firmas continuam pensando da mesma maneira. No Brasil, 57% das empresas afirmaram que desejam aumentar seu pessoal, mas apenas 38% delas declararam que contratariam mulheres com filhos. A preocupação relatada pelos empregadores brasileiros vai da possibilidade de elas tirarem licença-maternidade para dar à luz outro filho (39%) até a possibilidade de estarem desatualizadas profissionalmente (29%). É preciso incentivar as empresas a não dispensarem mão-de-obra feminina. Ora, se elas estudam mais e estão mais preparadas profissionalmente, por que não contratá-las? As empresas podem criar programas que permitam a essas profissionais realizarem projetos pessoais sem prejudicar o crescimento da organização, sugero que as empresas façam acordos com suas funcionárias. Uma forma de aliar o interesse da profissional com o da empresa é antecipar a volta ao trabalho com um modelo especial de horários. Pode, ainda, criar horários flexíveis que permitam a profissional amamentar ou levar o filho ao médico. As empresas que valorizam profissionais, independente da maternidade, apresentam um ambiente de trabalho mais produtivo. Essas profissionais trabalham com mais prazer e disposição, pois sabem que podem contar com o apoio da empresa. Planejando a maternidade – A profissional que deseja ter filhos, mas sem colocar em risco a carreira, também pode se planejar. Nesse caso, é interessante comunicar a empresa sobre os planos para evitar surpresas futuras. Além disso, o planejamento permite que a futura mamãe encaixe a licença maternidade em um período mais sossegado da carreira. Outro passo é preparar o profissional que irá substitui-la no período da licença maternidade, salvo em casos excepcionais indicados pelo médico, a mulher pode trabalhar até o último mês de gestação. É tempo o suficiente para capacitar o substituto, evitando que a empresa pare de andar por conta da ausência da profissional.