Está comprovado: sem uma educação de qualidade dificilmente o jovem obtém êxito na sua trajetória profissional. E neste caso, o sucesso na vida pessoal se insurge como consequência, mas também como pré-requisito para a formação de um processo profissional pautado na harmonia psicológica e motivacional. Quem não tem sucesso no campo profissional normalmente sofre de melancolia funcional, visto que, encurralado pela difundida e globalizada ideologia capitalista, que impõe a “necessidade” de angariar bens, objetos, status e prestígio, o indivíduo se vê às voltas com cobranças que a sociedade, a família e ele próprio estabelecem. Assim, emerge o questionamento: Se Agenor conseguiu, por que eu não serei capaz de também conseguir? Então, nesta escalada, caminho para as mais variadas e indispensáveis conquistas – amorosa, material, financeira e a quase esquecida espiritual – o indivíduo segue em frente, passando muitas vezes por cima de tudo e de todos em busca do saciamento destas tais necessidades que o universo do marketing guarda, resguarda e aguarda – por você, claro, pois o campo de batalha das organizações tem uma trincheira foucaultiana: vigiar, para oferecer condições ao consumidor de forma tal que o instinto consumista permaneça vivo eternamente, e punir, pois aquele que nada tem não sabe exatamente aonde quer chegar e, nesta perspectiva, cabe-lhe, compulsoriamente, uma mera medalha de participação na seara globalizante, que não perdoa a quem, tendo incontáveis chances de ter, descartou-as, demonstrando um perfil de fracassado. Complexo? Absurdo? Exagero? Não, realidade crua, visto que atualmente vale o que se tem, não o que se é. E quando o ter prevalece sobre o ser, eis que se insurge, das profundezas do espírito animalesco, o senso de urgência, pois, como diz o poeta, o “mundo não pára”. Paradoxalmente, é um pecado mortal, mas caracteriza em muitas situações a própria sobrevivência. Para o aluno, portanto, ter conhecimento é imprescindível para a manutenção da escalada profissional. Pois bem, não raro observam-se comentários, nos corredores das universidades, que o professor Absalão sabe tudo da matéria, tem pleno domínio, mas seu estilo de transferência de conhecimento é deficiente, sem carisma, sem uma didática apropriada, por assim dizer. Ao contrário do que muitos imaginam, este tipo de situação é cada vez mais comum na esfera acadêmica, indicando que uma lacuna se instala no seio da comunidade. O docente domina o assunto, mas tem dificuldades, aos olhos do corpo discente, de transmitir os ensinamentos, estes que são essenciais para o sucesso profissional e também emocional. Não é menos verdade que alguns docentes, ao ouvir o ruído rouco das salas, flexibilizam na hora das atividades que exigem conceitos dos alunos. Mas há aqueles que simplesmente determinam, com a força de um leão ferido, que o aluno é único responsável pelo seu sucesso e, portanto, deve se dedicar profundamente para ampliar seu raio de conhecimento, visto que a universidade apenas informa, e que a formação de qualidade depende do empenho do aluno, não apenas em sala, mas fundamentalmente fora dela, uma vez que a construção do saber se dá mediante o conjunto de vários fatores, como a pesquisa, o trabalho em equipe, a participação em congressos, fóruns, encontros, estágios obrigatórios ou não etc. Se a didática implementada pelo docente é hodierna ou não, cabe ao aluno definir mecanismos que lhe permitam acompanhar o ritmo da evolução, evitando se afastar das recorrentes transformações impostas pelo universo socioeconômico. Neste contexto, o professor se torna o elo de catalisação entre o desconhecido e o reconhecido, visto que a sabedoria, a priori, está no inconsciente do indivíduo, precisando apenas ativá-la para que ele amplie a compreensão sobre o processo cognitivo. É mais ou menos o seguinte: você já nasce sabendo dirigir, mas se não surgir alguém que detenha a técnica da direção e que extraia de você o que necessário para incorporar a percepção e o conhecimento no íntimo adormecidos, você simplesmente não terá sucesso quando for fazer o exame de baliza e o de pista. Parece simplório, mas esta concepção instiga uma dialética essencial para a elaboração sobre o qual repousa o senso de compromisso que as partes envolvidas (docente e discente) têm diante de um desafio maior, que é a adequada preparação do aluno para o mundo profissional. É interessante registrar que o estudante passa noites e noite envolvido com os livros visando ao êxito no vestibular e, no entanto, quando ingressa na universidade parece que todo aquele empenho se perde nos corredores frios e escuros da instituição. Onde ficou aquele comprometimento? Será que o compromisso é definido por meta específica ou é o conjunto de objetivos a serem alcançados ao longo das nossas vidas que nos impõe um estilo próprio de envolvimento, compromisso, força de vontade, desejo de fazer diferente e visão clara de permanente vigília? Parece que alguns alunos acreditam que há poucas metas, quando sabemos que, no atual contexto, onde a competição, a disputa, a eloquência da qualidade e da competência é requerida constantemente, as metas são inúmeras, pois a vida nos reserva grandes surpresas, embora nos forneça fantásticas lições. Passa a sensação de que apenas em concursos ou processos seletivos o empenho máximo é requerido. Ora, a vida é um celeiro de permanente competição, desde o nascimento até a passagem para a outra dimensão. Quem acredita que um diploma guarda o segredo do sucesso está enganado. Ele apenas abre a porta. Mantê-la sempre aberta depende da competência que você adquiriu na universidade, da vida e da academia. O sucesso é composto de uma gradação, onde cada estágio é conquistado através de comportamentos específicos. A maturidade nos ajuda a compreender este senso de realização e exige de cada um uma resposta especial. É o atingimento de uma etapa que empurra o indivíduo em busca de novos desafios, novos horizontes. Por isso que se fala que o aluno, na universidade, Colou Grau. Trata-se, assim, de apenas uma etapa no percurso de vida e esta, seguramente, não é composta apenas de conquistas profissionais. Há outras vitórias que precisam ser entendidas e incorporadas no dia-a-dia do aluno: o relacionamento entre pares e família; o alimento da vida espiritual, sem a qual somos nada; o respeito em todas as suas dimensões; a prática da ética e da honestidade como elementos basilares do convívio harmonioso; o permanente desejo de transformação; a vontade de querer faze diferente. Por fim, repare: a conquista não está apenas atrelada ao que se é aprendido em sala, reforçando que o docente é um elo nesta enorme cadeia que é a vida. Incorporar as lições em sala é importante, sem dúvida, para uma exitosa jornada, mas deve ser adicionada de outros elementos, muitos dos quais depende essencialmente do comportamento do indivíduo, da sua dedicação pessoal. A motivação, por exemplo, é um fator que está afeito ao íntimo da pessoa, visto que apenas ela tem as rédeas de seu destino estando, assim, na condução do seu sucesso. Se a pessoa compreende esta necessidade positivista de que as suas conquistas não perpassam apenas pela sala de aula, mas também por outros fatores, meio caminho estará sendo superado. O sonho em conquistar o sucesso é respaldado essencialmente pelo comprometimento, sendo esta uma tarefa que se constrói a cada dia, necessariamente por você.