Ética nas compras públicas Ética é um conjunto de regras, princípios ou maneira de pensar que direciona a forma de agir das pessoas. Porém tem um sentido de subjetividade, ou seja, o que é ético para uma pessoa poderá não ter a mesma relevância para outra. O que foi questão ética a 40 anos poderá de ter o mesmo sentido para nos dias atuais. Segundo Vasquez (apud Godinho et al, 2001) “ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica do comportamento humano A ética sofre a todo tempo grande comparação com o conceito de moral. Segundo Lima (apud Batista e Maldonado, 2008) a moral estabelece uma ligação do código de ética e a organização. A ética é de extrema importância em todas as profissões e determinantes nas relações humanas, porém muitas vezes é deixado de lado toda e qualquer relevância sobre o que é ético para termos em mãos o que julgamos necessário. No mundo globalizado em que as oportunidades estão cada dia mais próximas de todos, os profissionais tendem a ser mais competitivos e exigentes, sem tempo de se questionarem sobre a liberdade de suas escolhas e o que essas acarretam na vida dos outros e, que com tamanho acirramento e competição no mercado por busca de cada espaço a ser conquistado, o empresariado tende a não medir esforços e passar por cima do que puder para alcançar cada vez mais a preferência do cliente e também a ganhar mais e mais fatias de mercado dos concorrentes diretos e indiretos. A ética nas compras públicas deveria ser tratada com lisura e transparência nos seus processos, sejam eles licitatórios, cartas convites ou outros quaisquer, fazendo com que esses processos sejam confiáveis e translúcidos, trazendo ao cidadão, que é o verdadeiro dono da verba pública, o sentimento e a segurança de que o dinheiro oriundo dos seus impostos, taxas e tributos tem sido devidamente administrado nos processos de aquisição de produtos e serviços pelas instituições públicas. Todavia esse sentimento é completamente oposto ao ideal, uma vez que, os cidadãos se sentem lesados a cada pregão aberto por qualquer órgão governamental, pois acima da idéia de honestidade e incorruptibilidade dos servidores públicos responsáveis por gerir os processos de compras de produtos e serviços, existe a sensação de engodo e desconfiança por parte do cidadão, haja vista que tantos episódios tem sido veiculados nos meios de comunicação de escândalos com o dinheiro público, no que tange a processos licitatórios fraudulentos, viciados e tendenciosos a beneficiar grupos e empresários que seriam detentores de informações privilegiadas, “amigos” daqueles que analisariam e escolheriam as empresas vencedoras, fazendo com que cada pregão, cada processo licitatório seja apenas um jogo de cartas marcadas, uma mera formalidade para se dar a essa empresa a vitória já esperada. Tudo isso se dá porque quando se comenta de compras e mais especificamente, dentro do setor público, logo nos vem a cabeça que as pessoas que possuem esta incumbência de escolher a melhor proposta são “fartamente presenteadas” pelos fornecedores interessados. Presentes estes dos mais simples e baratos até o de mais alto valor financeiro, se configurando assim no ação conhecida como suborno, que é um dos tipos mais comuns de corrupção. É justamente no aceite desses mimos que surgem vários questionamentos no que se concerne a ética: o comprador está beneficiando este ou aquele fornecedor? Será que o agrado oferecido pelo fornecedor está maculando todo o processo e as relações comerciantes intrínsecas? Até aonde vai o limite do conceito de ética nos processos de compras nos setores públicos? Qual o entendimento de ética é concebido pelas comissões julgadoras das propostas? Existe realmente ética e respeito ao cidadão nesses processos?