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Sempre me senti incomodada sobre o que significa a palavra Comunicação e suas &#8220;subáreas&#8221;. No meu entendimento, todo comunicador empresarial, e uso esse termo para ser inclusiva com todos os profissionais da área de comunicação, deveria zelar pela imagem daquela organização ou pessoa para o qual presta serviço. Seja jornalista, relações públicas ou publicitário, o profissional que atua de alguma forma com a &#8220;imagem&#8221; deveria entender que tudo pode contribuir e também prejudicar a imagem que tanto se tenta trabalhar em campanhas, releases e reuniões muitas vezes exaustivas.
Dentro dessas subáreas, uma me inquieta mais especialmente: a comunicação visual, que considero estar sendo tratada em apenas uma vertente, a do design. No meu entender, comunicação visual abrange muito mais do que banner, totem, luminosos, fachadas, outdoor, busdoor, vitrines, toldos, entre outros.
Você pode gastar rios de dinheiro no planejamento de ótimas campanhas, elaborar peças de extremo bom gosto, pensar em cada detalhe da publicidade que será exposta em seus pontos de venda com o objetivo de levar o cliente até a sua empresa. Porém, se cometem equívocos na aplicabilidade dessas peças, no zelo e na limpeza do ambiente, fatores que comprometem a visualização, leitura ou simplesmente chamam mais atenção do que a própria peça. E isso certamente ocorrerá se a comunicação não for pensada como uma área de multidisciplinaridade.
Exemplificando, digamos que seu cliente é atraído por uma campanha publicitária ou uma matéria de jornal que cita sua empresa como uma solucionadora dos problemas. O cliente sai de casa e parte em busca de seu endereço. Na hora que ele chega à organização encontra um cenário pouco parecido com o que viu na TV (ou em qualquer outro meio). A parede está suja, a lixeira transbordando de papéis, os armários compartes empoeiradas, vidros cheios de cola de adesivos antigos, quando não estão trincados ou por vezes quebrados e remendados, e os cartazes, os totens, e os banners, tão pensados e elaborados, estão dispostos em qualquer ambiente, sem uma lógica ou simetria adequada.
O que ocorre nesta hora? As áreas da comunicação estão brigando entre si. A publicidade está dizendo: minha empresa é ótima. A assessoria de imprensa diz: Temos o melhor para suas necessidades. As relações públicas enfatizam: venham para a nossa empresa, lhe atenderemos muito bem. E a comunicação visual diz: aqui é terra de ninguém. Faça o que quiser!
Mas será que é isso mesmo? Vou tentar explicar porque considero o zelo pela imagem física de uma organização fundamental para o seu sucesso e o porquê do profissional de comunicação ficar atento a isso. Vou tomar como base uma teoria surgida nas ciências sociais &#8211; a &#8220;Broken Window Theory&#8221;¹, traduzindo: Teoria da Janela Quebrada. Essa teoria indica como a desordem e o vandalismo pode provocar o crescimento de comportamentos anti-sociais, entre eles, a violência.
Conceito &#8211; A teoria começou a ser construída a partir de um experimento realizado por Philip Zimbardo, psicólogo da Universidade de Stanford. Ele deixou um automóvel em um bairro de classe alta no estado da Califórnia, Estados Unidos. Durante a primeira semana de teste, o carro novo não foi danificado. Dias depois, o pesquisador resolveu quebrar uma das janelas e voltou a deixá-lo no mesmo local. Após poucas horas, o carro foi completamente destruído e roubado por grupos de vândalos. Além desse experimento, foram feitos outros similares e a constatação foi de que &#8220;bagunça atrai bagunça&#8221;.
De autoria de dois criminalistas, James Wilson e George Kelling, da mesma universidade Stanford, a teoria foi publicada em março de 1982, e tem por essência a criminalidade. Segundo os autores, se alguém passa por uma rua e observa uma fachada destruída: janelas quebradas, pichações, mal cheiro, lixo na calçada, essa pessoa vai concluir que não existe ninguém ali para zelar pela ordem. Com isso em mente, ela logo associa aquele lugar a práticas criminais, uma vez que não há vigilância, nem punição aparente. Se a pessoa pensar em praticar algum delito ou deslize, ali é o lugar perfeito.
Apesar de estar focada no lado criminal, a Teoria pode e deve ser estendida em outras áreas, inclusive na comunicação visual. Se sua empresa, loja, unidade e até sua própria casa está &#8220;largada&#8221; no sentido de organização, limpeza e zelo, não estaria você deixando uma janela quebrada? Porque o seu cliente deveria zelar por uma coisa que não parece estar sendo cuidada?
Vivência &#8211; Há alguns anos, quando trabalhava em uma empresa como assessora de imprensa, observei algumas unidades daquela organização e percebi que meu papel poderia ir além de contato com jornalistas e produção de material de divulgação. Mesmo sem conhecer, à época, a &#8220;Broken Window Theory&#8221;, me incomodava a apresentação daquela empresa e realizei um trabalho de registro fotográfico de pontos que se comunicavam negativamente com o cliente. O resultado, no início, foi de incômodo. Os gestores administrativos, responsáveis pela limpeza e organização daquelas unidades, se sentiram incomodados com a atividade. Eu estava apontando o dedo para pontos falhos e isso nunca é agradável. Afinal, o trabalho estava voltado para desafios, metas e vendas. E a &#8220;arrumação&#8221; da unidade era item secundário, quem sabe terciário, e a justificativa era de que muita coisa era bagunçada pelos próprios freqüentadores da empresa.
Porém, com o passar do tempo, após soluções simples que geraram poucos custos, incluindo uma limpeza mais detalhada, a retirada de cartazes antigos, troca de lâmpadas queimadas ou fracas, e a manutenção de placas adequadas, os gestores perceberam que os clientes passaram a elogiar o ambiente e o volume de lixo jogado fora dos locais adequados diminuiu sobremaneira, inclusive os próprios empregados passaram a enxergar a necessidade do controle diário para a manutenção da imagem que a empresa está passando. A própria publicidade espalhada pelas unidades passou a ser vista de forma mais clara. O cliente passava mais tempo na empresa e se sentia mais confortável.
Outro ponto a observar, é porque um cliente deveria freqüentar um lugar onde encontra sujeira e ambiente desorganizado, se logo ali na frente tem uma empresa novinha, com cartazes, fachada e mesas organizadas e limpas? Há quem diga que não se interessa se está organizada, se vender o que quero ao preço que posso pagar. Porém, parece estar no subconsciente humano essa &#8220;seleção natural&#8221; de espaços mais agradáveis.
Bem, da essência da Teoria das Janelas Quebradas, outro ensinamento que podemos tirar é de que precisamos resolver logo pequenos problemas utilizando poucos recursos antes que eles se tornem grandes complicações e cuja solução pode ter um custo elevado. Ação que os profissionais de assessoria de imprensa e de gerenciamento de crise conhecem bem e que na área da comunicação visual deveria ser melhor aplicada.
¹ http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/pequenos-delitos-e-a-teoria-das-janelas-quebradas/30692/ Acessado em 10.01.12 às 21h15

Imagem corporativa: um pouco além da "comunicação visual"

A Teoria da Janela Quebrada aplicada no campo da Comunicação. Uma opinião sobre o que é comunicação visual e como ela pode contribuir ou prejudicar a imagem de sua empresa.

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Imagem corporativa: um pouco além da &#8220;comunicação visual&#8221;

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Recentemente
li um texto na página do Mundo do Marketing que dizia que todo mundo
“acha” que entende de marketing. E isso é a mais pura verdade.
Na verdade, em toda as atividades relacionada ao universo da
comunicação esse “achismo” está presente. Claro que o verbo
achar é uma colocação minha, porque para aqueles que “acham”
que entendem, na verdade eles tem é absoluta certeza que entendem. 

Consideraria
supernatural se ficasse apenas no achar que sabe, até porque em
essência, todo mundo é capaz de se comunicar adequadamente e com
isso, acaba tendo noções. E, para algumas pessoas, um bate-papo com
um aprofundamento maior na questão logo esclareceria que são
necessários alguns anos de estudo e prática para realmente entender
de comunicação e marketing. 


Porém,
 para aqueles que chamo de “marketeiros” natos, não é o
suficiente. Vivo essa realidade de “gurus da comunicação”
constantemente, e escuto palpites sem fundamento do que deve ou não
mudar no trabalho que desenvolvo. Pior ainda, já tive situações
onde a simples existência de uma profissional para desenvolver o
marketing foi questionada. Afinal, ainda existem pessoas, desprovidas
de conhecimento suficiente, que acreditam que o a comunicação é
festa, é distribuição de brindes, é divulgar alguma coisa e aí...
isso é fácil demais fazer. 


Engraçado
perceber como esses gurus não fazem ideia do que está por trás de
uma decisão do que deve ou não ser feito quando o assunto é
comunicar alguma coisa. Não tem a menor noção de que o simples ato
de distribuir um brinde faz parte de uma estratégia maior, pensada e
elaborada por um grupo significativo de pessoas que estudaram muito
para ter conhecimento das melhores ferramentas a serem utilizadas em
determinada ação. E que mais do que estudo, possuem prática e
cases onde a não observação dos preceitos traçados podem
desestruturar uma campanha ou mesmo a imagem de uma organização. 


E
quando orientados para não fazer determinada ação para não
contrariar uma política de comunicação ou estratégia empresarial,
surgem variadas justificativas. Desde o “ninguém vai ver”,
passando pelo “raramente isso ocorre” até o “já fiz isso
antes e não deu nada errado”, tudo se torna uma argumentação
para questionar a área de comunicação.

O
que nós, profissionais da comunicação, podemos fazer? 


Explicar,
justificar e demonstrar a importância da estratégia elaborada. Não
adianta tentar impor o ponto de vista da comunicação para algumas
pessoas. Claro que nos vem o sentimento de que estamos certos, isso é
natural também. 


Outro
ponto interessante a observar é que se desenvolvemos uma trabalho
focado e com planejamento, é bem capaz de não termos exemplos
negativos e significativos que envolvam a empresa para justificar o
porquê de não fazê-lo. Afinal, faz parte de nosso trabalho zelar
pela imagem da empresa, prevendo possíveis crises de imagem,
trabalhamos sempre para minimizar os impactos dos problemas. Desta
forma, quem está fora da área de comunicação normalmente acha que
o que a gente está fazendo é uma tempestade em copo d'água. 


Pois
bem, seria fundamental que os “gurus” entendessem que não se
trata de usar ou não um brinde que contém um erro de impressão ou
divulgar uma ação fora do prazo. Trata-se, assim como descrito por
Beth Furtado, no artigo que já citei no início, de “uma questão
de reconhecer que tem pessoas que fizeram um curso superior,
trabalham em suas áreas há anos e quando recomendam um caminho, uma
embalagem, uma abordagem, uma campanha ou uma estratégia, ancoram-se
não em seu gosto pessoal, mas no conhecimento adquirido em estudos,
na literatura e na vida prática.

Palpiteiros na comunicação: um trabalho extra para os profissionais

Um dos primeiros aprendizados que temos quando enveredamos na área de comunicação interna é a de que o público interno é a nossa prioridade. A idéia central dessa área da comunicação é que ao público interno deve-se dar a primeira oportunidade de tomar conhecimento dos assuntos pertinentes à empresa e é a ele que a empresa deve responder primeiramente.
 Mas não é novidade que essa premissa mais parece uma utopia na prática. Inúmeras foram às vezes que vivenciei, tomei conhecimento ou ouvi o "galo cantar" de que um tema, um projeto e/ou uma proposta de uma empresa está na "mídia" muito antes do conhecimento dos funcionários. Peço licença para utilizar a expressão "marido traído" (o último a saber) que considero encaixar perfeitamente no assunto.
 Vamos a um exemplo simples, que também poderíamos chamar de uma crônica empresarial. "É domingo, o senhor Pedro, metalúrgico, é acordado pela sua esposa que está indignada porque terão que se mudar e fica sabendo pela televisão disso. Sem entender direito o que está acontecendo, ele é praticamente carregado até a sala onde os filhos já estão sentados no sofá assistindo uma entrevista sobre a nova fábrica da empresa X. Segundo a reportagem , que tem como fonte o vice-presidente da referida empresa, a fábrica sairá da atual cidade nos próximos seis meses, visto que recebeu incentivos de uma outra cidade para mudar sua filial e a nova sede já está pronta. Sobre os funcionários, o vice-presidente não tem qualquer pudor em responder: - Nosso departamento pessoal está elaborando uma mala-direta para ser enviada para todos os empregados e seus familiares. Eles receberão todo o apoio necessário para essa mudança".
 A pergunta óbvia é "como assim cara pálida?" – Mala-direta? Receberão? Apoio necessário?
 Acredito que não preciso tecer muitos comentários sobre a cena, que pisoteou sobre os conceitos primórdios da excelência em comunicação interna. Mas com ela em mente, vamos a alguns comentários não apenas da comunicação empresarial, mas, antes, do ambiente e cultura empresarial. Isso porque a comunicação está diretamente condicionada a esses itens.
 Apesar do discurso empresarial vigente usar as palavras da moda: colaborativo, parceria, diálogo, a prática parece um pouco distante. Infelizmente, em uma parcela significativa das organizações o lado autoritário do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" prevalece. É claro que se trata de um posicionamento velado, já que na propaganda da empresa e em suas mídias internas o tema é outro. E olhe que falo isso me referindo a todos os tipos de empresa, inclusive naquelas cuja comunicação é a essência de vida.
 Você já imaginou estar em uma empresa de comunicação, ou mesmo em um departamento de comunicação e ser o último a tomar conhecimento de alguma novidade? Quem "ver de fora" uma situação como essa naturalmente pensa que a comunicação dessa empresa não funciona internamente, quiçá externamente. E a imagem do profissional acaba sendo prejudicada.
 É de conhecimento comum que cultura organizacional trata-se de um conjunto de hábitos e crenças estabelecidas por normas, valores atitudes e expectativas compartilhados por todos da organização. É, em sim, o modo institucionalizado de pensa da empresa. E esse modo é expresso pela maneira como a organização trabalha, trata seus funcionários e clientes e o grau de autonomia e liberdade com que age. Exatamente por essas características e definições, a cultura organizacional é preponderante na maneira como ocorre a comunicação. A verdade é que a comunicação interna ideal só existe se a cultura da empresa assim o quiser. Se existir espaço, se existir interesse, aí sim é possível desenvolver um trabalho interessante de comunicação empresarial interna.
Mas qual é o interesse da diretoria de fomentar esse espaço? Qual o objetivo disso? Tirando o romantismo de lado, e sem falso moralismo, ter uma comunicação interna eficaz não é apenas para deixar os funcionários satisfeitos e felizes. Pelo menos não apenas isso, ou não como o objetivo final. A necessidade ocorre pelos resultados que essa satisfação e felicidade podem (e devem) provocar nos funcionários e colaboradores da organização. Um funcionário satisfeito é um defensor da empresa e de sua imagem. Ele, literalmente, entra no jogo para ganhar e veste a camisa em busca do objetivo da empresa. É um soldado, um defensor e o melhor garoto propaganda de um negócio. Porém, o inverso pode ser mortal. Um funcionário insatisfeito derruba a empresa, mina as possibilidades de crescimento da organização e faz isso muitas vezes inconscientemente. Sua atitude e sua forma de trabalhar demonstram, muito mais do que as palavras, a tristeza que é ser funcionário da empresa. E isso, o cliente sente de longe.

A comunicação interna floresce de uma cultura organizacional adequada

"Eu sou apenas um estagiário"! 
Essa foi a frase que escutei semana passada quando, em uma repartição pública, questionei a um rapaz o porquê de estar solicitando que dois cidadãos que estavam na fila fossem embora e retornassem apenas no dia seguinte para receber os documentos que estavam solicitando.
 
A frase foi seguida da explicação: "Meu horário de trabalho é até as 12 horas. Não tenho obrigação de ficar aqui depois do expediente". Acho que a primeira coisa que me veio à mente neste momento foi: Jamais contrataria uma pessoa como esta, capaz de justificar desta forma! Mas, tomada por uma onda de justiça para com o rapaz, fiquei curiosa em saber se este não teria sido apenas um fato isolado, talvez porque ele poderia estar passando por um momento difícil. E realmente não fiquei surpresa quando ouvi de uma secretária da sala vizinha a confirmação de que o rapaz sempre faz isso, e, às vezes, até mais cedo se ausenta do trabalho.
 
Depois de mais um caso como este, ratifiquei minha posição de que nem todo mundo sabe trabalhar. Isso mesmo! Não é questão de estudo, oportunidade ou vontade. Trabalho é uma questão cultural e de bom senso. Não adianta você freqüentar uma faculdade ou um curso qualquer para se tornar um profissional, muito menos ter 20 anos de emprego. O profissionalismo vai se construindo com pequenos exemplos e para que ele exista é preciso que você tenha uma base formada, seja ela familiar ou não.
 
Identifico facilmente uma pessoa que não aprendeu a trabalhar. Os detalhes apontam sua característica maior: a falta de bom senso. Seja na maneira de vestir, usar o telefone (como se estivesse em sua casa), falar (tal como se estivessem falando com "amigos íntimos") e até escrever, o mau profissional simplesmente não consegue perceber onde está errando. Ele nem ao menos consegue entender qual o seu erro. Uma pessoa assim acaba sendo notada por sua forma inusitada de "cometer erros" e acaba não gerando momentos especiais para sua carreira profissional, além de se perder nos afazeres menores, sem colocar a cabeça para "fora do pântano", já que essa atividade não faz parte da lista de suas tarefas.
 
Talvez aquele "estagiário" nem imagine que um pouco mais de dedicação ao seu trabalho possa fazê-lo crescer profissionalmente. Talvez ele imagine que por ser uma instituição pública, não deva se dedicar, afinal não será efetivado. Mas será que ele teria discernimento suficiente para compreender que o bom profissional age com responsabilidade em todos os momentos?

"Eu sou apenas um estagiário"!

A chegada da Geração Alfa ao mercado de trabalho não representa um desafio invencível, mas sim uma oportunidade singular para que as empresas inovem



Como especialista dedicado a compreender as dinâmicas entre gerações e as transformações do mundo do trabalho, tenho observado de perto a ascensão de um grupo que, em breve, moldará o cenário profissional de maneiras inéditas: a Geração Alfa. Nascidos a partir de 2010, esses jovens trazem consigo uma bagagem de familiaridade digital que transcende a simples habilidade; é uma verdadeira simbiose com a tecnologia que exigirá uma reconfiguração fundamental nas estratégias empresariais.



A Geração Alfa chegou ao mundo já conectada. Com smartphones, inteligência artificial e conectividade onipresentes, eles são, de fato, nativos digitais. Sua facilidade para aprender e se adaptar a novas ferramentas e plataformas é notável, superando as gerações anteriores. É como se "já nascessem com o HD da tecnologia instalado". A intuição digital e a habilidade multitarefa que possuem representam um valor imenso para as empresas que souberem aproveitar esse potencial.



No entanto, essa mesma imersão digital moldou suas expectativas e valores de maneira distinta. Para a Geração Alfa, a busca por sentido no trabalho se equipara, senão supera, a importância da remuneração. Eles anseiam por se conectar com organizações que compartilhem seus ideais e que demonstrem um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Acredito que essa busca por significado é um dos pilares que guiarão suas escolhas de carreira.



Outro fator crucial é a valorização da flexibilidade e do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Criados em um ambiente de informação instantânea e comunicação fluida, eles naturalmente tendem a ter menor tolerância a modelos de trabalho rígidos e hierárquicos que não reconheçam a importância da harmonia entre as esferas da vida.



Diante desse panorama, a adaptação das empresas não é uma sugestão, mas uma necessidade iminente. Estratégias de recrutamento e retenção precisam ser urgentemente repensadas. A criação de ambientes de trabalho mais dinâmicos e colaborativos, o investimento em tecnologias de ponta que otimizem processos e a implementação de programas de desenvolvimento contínuo que valorizem o aprendizado e a evolução constante são medidas indispensáveis.



A preocupação com a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores também emerge como um ponto central. A Geração Alfa prioriza o equilíbrio emocional, e as empresas que desejam atrair e reter esses talentos precisarão oferecer um suporte abrangente que atenda a essas necessidades.



Acredito que a chegada da Geração Alfa ao mercado de trabalho não representa um desafio invencível, mas sim uma oportunidade singular para que as empresas inovem, se tornem mais ágeis e construam um futuro mais promissor. Aquelas que souberem acolher e integrar as habilidades e expectativas desses jovens talentos estarão não apenas preparadas para o futuro, mas na vanguarda da transformação do mundo profissional. O momento de ajustar as velas e navegar nesta nova corrente é agora.

Mercado de trabalho em transformação: a chegada da Geração Alfa

As grandes inovações da história, da roda à internet, nasceram de mentes que ousaram imaginar o impossível



Todos concordam que, atualmente, está muito difícil se concentrar. O celular não para de avisar a chegada de mensagens, notificações de redes sociais e vídeos novos. Isso atrapalha porque nosso cérebro não consegue fazer várias coisas bem ao mesmo tempo. A Universidade de Stanford mostrou, em estudo de 2024, que pessoas que tentam estudar enquanto checam o celular têm desempenho 25% pior em tarefas que precisam de atenção, como resolver problemas ou escrever. É como se o cérebro ficasse “dividido” entre o aprendizado e as notificações.



Além disso, quando pulamos de uma tarefa para outra, como sair de um projeto ou estudo para ver uma mensagem, uma parte do cérebro fica presa na tarefa anterior. Isso é chamado de resíduo de atenção e dificulta focar no que está fazendo agora. Passar muito tempo em vídeos curtos, como os do TikTok ou Instagram, também treina o cérebro para querer coisas rápidas e novas o tempo todo. Isso faz com que seja mais difícil se concentrar em algo que leva tempo, como ler um livro ou resolver um problema complicado. No Brasil, onde as pessoas gastam, em média, 5 horas por dia no celular, segundo dados de 2024 da DataReportal, esse problema é ainda mais sério, especialmente para jovens.





<h2 class="wp-block-heading">Como treinar o foco</h2>



A boa notícia é que dá para treinar o cérebro para se concentrar melhor, mesmo com tantas distrações. Uma maneira simples é meditar 10 minutos por dia. Não precisa ser nada complicado: é só sentar em um lugar calmo, fechar os olhos e prestar atenção na sua respiração. Se a mente começar a pensar em outras coisas, é só trazê-la de volta para a respiração. A Frontiers in Psychology publicou, em 2023, que quem medita assim melhora a atenção em até 30% em poucas semanas.&nbsp;



No trabalho, algumas empresas estão criando maneiras de ajudar os funcionários a se concentrarem. A Ambev, por exemplo, começou em 2024 a adotar horas sem notificações em seus escritórios no Brasil. Durante esse período, os funcionários desligam e-mails e mensagens para focar em tarefas importantes. Isso aumentou a produtividade em 15%, garante a empresa.&nbsp;



Estar na natureza também faz uma grande diferença. Passar 20 minutos em um parque, olhando para as árvores ou ouvindo o som dos pássaros, ajuda o cérebro a descansar e se concentrar melhor depois.&nbsp;



<h2 class="wp-block-heading">Um convite para redescobrir o potencial</h2>



A pergunta não é se ainda somos criativos, mas se estamos dispostos a criar os espaços certos para que a criatividade volte a respirar. Não se trata de esperar um ambiente ideal, mas de começar, mesmo que aos poucos, a construir um cotidiano que valorize a curiosidade, o erro, o tempo livre para pensar e a coragem de propor algo novo.



Pense na última vez que você se permitiu sonhar sem limites ou se dedicou a aprender algo novo só pelo prazer de descobrir. O que te impede de fazer isso hoje? Pequenas ações como essas podem reacender a faísca que o conecta àquela criança curiosa que já foi. E, mais importante, elas podem inspirar mudanças maiores: em sua casa, em seu trabalho ou até na forma como você enxerga o futuro.



As grandes inovações da história, da roda à internet, nasceram de mentes que ousaram imaginar o impossível. Em um mundo que exige soluções para desafios como mudanças climáticas, desigualdade e avanços tecnológicos, a criatividade não é um luxo, mas uma necessidade. Então, comece hoje. Pegue um lápis, desligue as notificações, e deixe sua mente voar. O que você pode criar? E como isso pode mudar o mundo ao seu redor?&nbsp;



* Charles Betito é fundador da MIND station e especialista em educação corporativa e saúde mental

A economia da distração e o preço da improdutividade digital

Se você já tem uma marca no mercado, proteja enquanto ainda há tempo. E se está começando, não espere o problema bater à porta



Na última semana, recebi no escritório uma empresária do ramo de materiais de construção que viveu uma situação comum, mas extremamente desconfortável: ela descobriu que sua marca — nome e logotipo — estava sendo usada, de forma idêntica, por uma empresa de uma cidade vizinha.&nbsp;



A identidade visual era a mesma, as cores, a tipografia, o nome... tudo igual, como se tivessem feito um simples “copia-cola”.



A empresária em questão já atuava há vários anos no segmento de materiais de construção, consolidando sua presença no mercado com duas lojas físicas em cidades distintas. Seu percurso foi marcado por muito esforço, reconhecimento da comunidade local e um posicionamento que se torna cada vez mais expressivo diante dos concorrentes.



O cenário começou a mudar quando, inesperadamente, recebeu a ligação de um parente residente em outra cidade. Curioso, ele perguntou se ela estava expandindo os negócios para novas regiões, ao que prontamente respondeu que não havia planos de abertura de novas unidades.&nbsp;



Foi então que veio a surpresa: o parente relatou ter encontrado uma loja com fachada praticamente idêntica à da empresária — o logotipo, nome da marca e ramo de atuação eram os mesmos. Na prática, tratava-se de uma cópia fiel da identidade visual e do título do estabelecimento, instalada em uma cidade vizinha.



A primeira reação, claro, foi de indignação. Mas, como costumo dizer, em momentos como esse é necessário respirar fundo e agir com estratégia.&nbsp;



O primeiro passo foi verificar a situação jurídica da marca. Infelizmente, ela ainda não tinha o registro no INPI. E isso muda tudo.





Sem o registro, não há exclusividade garantida sobre o uso da marca. Mesmo que ela seja a primeira a usar o nome ou a identidade, a ausência de registro limita — e muito — as possibilidades de defesa imediata.&nbsp;



Felizmente, após uma análise técnica, identificamos que ainda era possível registrar a marca com segurança.&nbsp;



A partir daí, começamos também a mapear os concorrentes que estavam utilizando a marca indevidamente. E a descoberta foi ainda mais surpreendente: outras empresas, em cidades diferentes de outros estados do Brasil, também estavam utilizando o mesmo nome. Isso acendeu um alerta vermelho. O risco de perder o controle da marca era real. Por isso, estruturamos um plano de ação: protocolar o pedido de registro no INPI, elaborar notificações extrajudiciais e acompanhar os movimentos de outras empresas para resguardar a posição da cliente no mercado.



Esse caso me motivou a escrever esta coluna porque é exatamente isso que acontece com centenas de marcas todos os meses no Brasil.&nbsp;



E muitas vezes, a proteção só é procurada quando o problema já está posto. A verdade é que o registro da marca deveria ser um dos primeiros passos da construção de um negócio.&nbsp;



Não importa se você tem um pequeno comércio, uma clínica, uma loja online ou um perfil no Instagram: se você tem uma marca, ela é um ativo valioso. E ativos precisam ser protegidos.



Inspiração ou Cópia?



Aproveito também para fazer um alerta para quem está do outro lado dessa história: pessoas que, ao criar uma marca, saem procurando referências na internet, se “inspiram” demais em marcas já existentes ou que replicam identidades visuais de forma pouco ética.&nbsp;



Isso pode gerar uma série de problemas. A cópia de nome e logotipo pode configurar violação de direitos de marca.&nbsp;



Além do prejuízo jurídico, há também o risco de sua empresa ser obrigada a mudar de nome, perder redes sociais, domínio e credibilidade. Sem contar com a imagem negativa perante o mercado. Por isso, inspiração é uma coisa, cópia é outra completamente diferente.



Registrar a marca é mais do que uma formalidade. É uma estratégia de sobrevivência, de posicionamento e de crescimento. E, principalmente, é uma forma de proteger o que você está construindo com tanto esforço: uma empresa sólida, reconhecida e respeitada.



Se você já tem uma marca no mercado, proteja enquanto ainda há tempo. E se está começando, não espere o problema bater à porta.&nbsp;



Faça da proteção jurídica o primeiro passo, não o último.&nbsp;



Nos vemos na próxima.



Lívia F Silva

Imagem corporativa: um pouco além da "comunicação visual"

Clara Marcília

IA e Cibersegurança: como a Kaspersky está redefinindo o setor, com Roberto Rebouças

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Sobre o autor

Clara Marcília

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