Nóbrega (2007) expõe que não é preciso ser “gênio” para inovar, apenas é necessário ler as circunstâncias do negócio, e que tudo isto pode ser aprendido. Ainda neste sentido Wagstyl (2011) discute a inovação em países emergentes, com lançamentos de novos produtos ou melhorias de produtos já existentes. Nóbrega (2007) parte de um contexto, analisando os anos 1990 quando o mundo empresarial foi marcado por uma reviravolta ocasionada pela convergência de uma série de fatores. O principal deles foi o uso imaginativo da informação, que seria o emprego da tecnologia, além dos moldes usuais, para ganhar dinheiro. Outro fato o inédito poder de barganha do consumidor, adquirido com o computador pessoal e a rede – acesso a internet, fez com que as empresas entrassem em colapso, algumas empresas inovaram para não morrer (IBM), outras quase quebraram e tentaram novas formas de negócios (Enciclopédia Britânica) e outras sucumbiram. Nesta mesma década várias empresas pontocom surgiram, mas poucas sobreviveram, tais como Yahoo!, eBay e Amazon, as demais, que representam a maioria, morreram e caíram no esquecimento. Em 1997, continua o autor, a Apple entrou em uma fase de decadência, com a perda de dinheiro se encontrava em estado terminal, para contornar a situação o comando voltou a ser de Steve Jobs, o fundador que havia sido afastado dez anos antes, a empresa então emergiu em um novo ciclo com novos produtos (iMac, iPod e o iPhone). Em 2006 foi considerada a empresa mais inovadora do mundo. No Brasil empresas de todos setores, alavancadas pela estabilidade do Plano Real, abertura econômica e privatizações, passaram a se atentar a inovação. Afinal, são muitos exemplos de fora (desde a Toyota, passando pelo Wal-Mart, Nucor, Nokia até a Brititish Petrolieum). Em solo brasileiro citam-se os bancos Bradesco e Itaú, a Casas Bahia e a Gol como empresas que buscaram novas eficiências. Enfim, toda manifestação que tem a ver com novas formas de ganhar dinheiro é inovação. Neste sentido, é preciso aprender a fazer inovação. Antes destes fatos, nos anos 1970, produtos japoneses conquistaram o mercado mundial, e mesmo sendo imitações de baixo custo, e com, consequente, baixa qualidade, foram considerados inovadores, observada a miniaturização e a agilidade nas técnicas administrativas – que reduziram os prazos de produção. Desde então tem se tornado comum inovações, que a um ritmo acelerado, alcançam outros mercados, além do crescente papel em inovação das organizações locais (WAGSTYL, 2011). Em uma organização, segundo Nóbrega (2007), é o líder o responsável para conduzi-la para um determinado rumo, e para tanto há uma série de ferramentas que deve ser usadas conforme as circunstâncias. Para cada circunstância há uma ferramenta adequada. É esta habilidade, a de pensar em circunstâncias para decidir o melhor a fazer, que torna alguém competente para liderar e inovar. A inovação é multifacetada, o dinheiro gerado pode vir de novos produtos, novos processos ou novas concepções de negócios, e para compreender melhor o conceito de inovação há duas principais características: 1) tem que gerar dinheiro – o que não gera dinheiro é apenas novidade, 2) tem que representar uma quebra do molde que até então está estabelecido. Dentro destes dois pontos apresentados, Wagstyl (2011) afirma que produtos desenvolvidos no mundo emergente podem contribuir de forma significativa para empresas mundiais, como foi o caso da marca Pulpy, bebida à base de frutas mais vendida da Coca-Cola. Isto evidência a importância cada vez maior da inovação em países emergentes, que oferecem oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos, serviços, técnicas de produção e processos administrativos. Desta forma, os países emergentes criam aperfeiçoamentos de produtos com implicações comerciais, ou seja, geram dinheiro. Cabe ressaltar que tais aperfeiçoamentos precisam de fato levar a melhores serviços, processos e produtos. Nóbrega (2007) expõe que a tendência em valorizar inovações de produtos e conceitos revolucionários faz com que se despreze os outros tipos de inovação, e são estes que podem gerar dinheiro novo para muitos. O autor então define o inovador genial (Steve Jobs da Apple com seus novos produtos) e o inovador médio (Sam Walton do Wall-Mart com inovações no varejo). É no nível mediano que as pessoas devem se inspirar, pois é neste nível que se pode estudar, aprender e praticar inovação em todos os tipos de negócios. Entretanto, ambas as empresas citadas geram riqueza, quebraram os moldes usuais em seus setores e se tornaram fonte de prosperidade. Wagstyl (2011) reforça a questão da genialidade ao expor que as invenções, consideradas como mudanças tecnológicas transformacionais, estão sob domínio do mundo desenvolvido, em suas universidades e laboratórios comerciais, e são estas que ganham o Nobel, mas não dinheiro. O que mais importa é a inovação comercial. Uma vez que inovação não é uma questão de genialidade, para que ela ocorra é necessário: 1) Conhecer as minúcias de cada elo da cadeia – que é onde está o dinheiro novo, 2) Pensar sobre como eliminar gargalos em cada elo. A tecnologia tem possibilitado sincronizar o fluxo das atividades organizacionais, e isto pode quebrar os moldes tradicionais e liberar dinheiro novo. Dinheiro este que fica preso em ineficiências, gargalos e fricções que existem nos elos da sequência das atividades (fornecedores e consumidores). Assim, quanto mais ágil o fluxo de atividades e informações na cadeia, mais dinheiro. Inovações para garantir que não falte produto para o consumidor e inovações para que não tenha produtos excedentes no fornecedor. As organizações que minimizarem gargalos, fazendo com que a informação e as coisas fluam sincronizadamente, são as que liberam mais dinheiro novo (NÓBREGA, 2007). Em geral, ainda segundo o autor, o fato de ganhar dinheiro depende muito mais de uma boa engenharia do fluxo de informações do que a produção dentro da empresa. As organizações estão ajustando seu foco nos elos “não-produto”, de forma a buscar oportunidades de melhoria nos outros elos. O dinheiro novo está na forma de orquestrar o processo total de conceber, projetar, produzir, vendar e dar suporte. O mesmo tipo de inovação pode ser praticado por empresas de diferentes setores, como é o caso da inovação nas entregas: 1) os caminhões da CEMEX (Cementos Mexicanos) ficam rodando por toda cidade e são gerenciados por um sistema de informações que correlaciona sua localização com os pedidos, considerando o lugar de entrega e as condições de tráfego; 2) na eCourrier, empresa que faz entregas por motoboy, o cliente informa no site os dados de coleta e entrega, as informações são automaticamente repassadas para o motoboy mais bem localizado, que utiliza GPS e computador de mão; 3) na Boeing, que contrata companhias de aviação russas para fornecerem engenheiros, a utilização de um software fez com que a comunicação entre os engenheiros russos e americanos ocorresse de forma eficiente, os desenhos são transmitidos por meio de alta tecnologia, além de salas de videoconferências. Uma boa ideia pode ser conectada a um sistema mundial de produção e venda, de forma a aumentar a competitividade em mercados emergente e industrializados. Ideias que podem ser geradas por pessoas em situações econômicas e culturais variadas, ideias que reduzem custos e/ou que geram dinheiro (WAGSTYL, 2011). Logística, engenharia de produção, matemática e sistemas de informação (TI), para Nóbrega (2007), constituem os conhecimentos-chaves para inovação, pessoas com estes conhecimentos terão facilidade para sincronizar informações e otimizar fluxos, libertando o dinheiro preso. Entretanto, inovação se pratica por meio de conhecimentos que estão ao alcance de todos, com o uso imaginativo, e não genial, para conceber novas formas de se fazer coisas e para configurar novos processos de negócios. O dinheiro está indo em direção à eficiência, rapidez, fluidez e entrega. Wagstyl (2011) vai um pouco além e expõe que as empresas têm poucas alternativas a não ser inovar em mercados emergentes. Referências NÓBREGA, Clemente. Inove ou Morra. ESPECIAL ÉPOCA Negócios, Edição 3, Julho de 2007 Wagstyl, Stefan. Emergentes dão basta à era das cópias. JC e-mail, 10/01/2011.