O setor de logística de saúde exige uma série de regulamentações por parte das prestadoras deste tipo de serviço. Armazenamento e transporte de materiais, em especial os da área médica, exigem da indústria logística uma preparação muito bem elaborada. Isto porque a tarefa de operar todo o trajeto com atenção para as particularidades da carga é responsabilidade das distribuidoras de medicamentos. Num país com extensões continentais como o Brasil esta função se torna ainda mais complicada. Ponto crucial no acondicionamento de alguns materiais de saúde é a temperatura. A Pacer Logística, por exemplo, desde 2008 faz o transporte de dois tipos de dietas especiais: a enteral e parenteral. “A nossa equipe é responsável por esse controle da esterilidade e da condição térmica do produto. Antes de entregar no hospital, o motorista tem que conferir as dietas, porque caso sejam consumidas fora dos padrões podem causar a morte do paciente”, explica Luciano Guedes, um dos diretores da Pacer. As dietas, que são indicadas para pacientes com algum tipo de incapacidade na ingestão e/ou digestão de alimentos, precisam ser transportadas em temperaturas que variam entre dois e oito graus Celsius. Para isso a equipe de transporte passa por uma especialização e recebe certificado internacional de habilitação para realizar este serviço que acontece sete dias por semana, inclusive feriados. O transporte de medicamentos, que é regulado pelas “Boas Práticas de Transporte de Medicamentos”, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), exige uma autorização das empresas logísticas. A autorização da agência considera uma série de fatores até o reconhecimento público da autorização. No segundo semestre de 2010 a Pacer Logística entrou com um pedido na Anvisa para ser a primeira empresa no Brasil com certificado de transporte de medicamentos e alimentos na modalidade motocicleta. A análise do processo está em andamento e o resultado está previsto para o segundo semestre de 2011. Outro serviço que exige agilidade dos funcionários da Pacer é a instalação de equipamentos hospitalares para pacientes em tratamento durante em casa. Os profissionais para esta função precisam de um treinamento cuidadoso. “Em muitos casos são equipamentos respiratórios, que mantém a vida do paciente, toda a instalação tem que ser feita rapidamente e cuidadosamente para que riscos sejam minimizados”, explica Alexandre Caldas, outro diretor da Pacer. Só com este setor empresa movimenta cerca de R$ 2 milhões por ano. São contratos que incluem treinamentos especiais aos funcionários para manipular, instalar e armazenar o material transportado. “A Pacer realiza um dia de treinamentos e simulações para que os funcionários conheçam a fundo as operações que irão realizar reduzindo as possíveis falhas”, conclui Alexandre.