Uma das melhores definições de liderança é: 'a capacidade de influenciar pessoas para obter resultados'. Mas qual é a melhor maneira de influenciar os outros? Influência é uma competência sempre associada ao processo de comunicação humana. Os melhores comunicadores são aqueles que conseguem transmitir as mensagens de forma clara e precisa, fazendo com que as pessoas entendam claramente e se mobilizem para atender ao 'chamado'. E como exercer uma influência positiva por meio de um processo de comunicação mais assertivo, que gere clima organizacional saudável e desafiador e resultados de alta performance? Em minha experiência de mais de 30 anos liderando pessoas e equipes e desenvolvendo outros líderes, posso afirmar que o uso de diferentes estilos, adequados às diversas situações da gestão estratégica e do cotidiano, podem elevar o moral das pessoas e consequentemente os resultados. Existem diversos modelos de estilos de liderança e, em minha opinião, o que pode apresentar melhores resultados é o modelo do Daniel Goleman, apresentado em detalhes no livro O Poder da Inteligência Emocional (Primal Leadership), escrito em parceria com Richard Boyatzis e Anne McKee. Goleman, a partir de pesquisa com mais de 3.000 gestores em diversas empresas, identificou seis estilos de liderança e seus impactos na gestão. Goleman destaca que 'todos os estilos já haviam sido tratados com outros nomes, mas o diferencial deste modelo está na compreensão dos recursos de inteligência emocional exigidos para cada abordagem'. Vamos conhecer os 6 estilos? Visionário Utiliza como referência a construção de um futuro promissor compartilhado, conduzindo as pessoas rumo a esse 'sonho'. A partir dessa visão, cria um clima organizacional 'intensamente positivo', sendo o mais ressonante dos estilos. Seu uso é recomendado quando as mudanças rumo à um novo futuro 'requerem uma nova visão, ou quando há necessidade de clareza na direção'. Conselheiro Explora o alinhamento das metas da empresa com as metas pessoais, de forma a manter as pessoas firmes na busca de resultados. Com esse alinhamento, consegue gerar um clima 'extremamente positivo' e saudavelmente desafiador. Este estilo, muito próximo do líder coach, contribui em muito para que as pessoas melhorem seu desempenho, desenvolvendo competências a longo prazo. Agregador Este estilo consegue criar harmonia 'conectando as pessoas entre si'. É muito importante da formação de equipes, criando um clima organizacional positivo. Sua aplicação é recomendada também para resolver problemas de relacionamento – pessoal ou profissional – entre os membros do time; apoiar as pessoas em momentos de elevada tensão ou stress e; para o fortalecimento de vínculos que potencialize a sinergia. Democrático Compartilha o processo decisório e a geração de alternativas e oportunidades com as pessoas e equipes, valorizando as contribuições de cada um. Ao gerar o comprometimento individual a partir da participação, cria um clima positivo na equipe. É recomendável o uso deste estilo quando a decisão pode ser compartilhada, 'ao obter adesão ou consenso'. Pode ser útil também para 'conquistar a valiosa colaboração dos funcionários'. Agressivo Inicialmente há que se ter cuidado com o termo 'agressivo', pois essa palavra na nossa cultura pode ter conotação negativa. O termo utilizado na obra original é 'pacesetting', que numa tradução livre pode ser 'ajuste de ritmo'. Este estilo tem como característica marcante a definição e atingimento de 'metas desafiadoras e estimulantes'. Quando usado em excesso e com demasiada frequência gera clima organizacional negativo. O estilo é muito apropriado para 'obter resultados de alta qualidade de uma equipe motivada e competente' e com alto grau de maturidade. Despótico O termo no original em inglês é 'commanding', que numa tradução alternativa também pode ser definido como 'autoritário'.Em situações de emergência o uso deste estilo 'mitiga temores determinando uma direção clara'. Como é mal aplicado, tanto na forma como na frequência, gera clima organizacional extremamente negativo, sendo o mais dissonante dos estilos. Se a situação for de crise para provocar uma virada rápida, este estilo pode ser muito útil. Também se aplica a funcionários problemáticos que precisam de uma gestão mais assertiva. O 'segredo' do uso produtivo dos estilos é aplicar o mais adequado conforme a situação e/ou o momento. Para isso, é fundamental que você conheça, a partir de seus comportamentos no dia-a-dia, quais são seus estilos mais presentes e os menos utilizados. Para esse entendimento, existem assessments de estilos de liderança que podem ser aplicados em até 360º para que gerem planos de desenvolvimento. Certamente, um bom Mentor pode ajudá-lo nessa jornada. Sérgio Lopes — Especialista em Liderança e Consultor em Gestão. Sergio Lopes possui mais de 40 anos de experiência, sendo 35 em Recursos Humanos, Liderança de pessoas e processos e mais de 10 anos em Consultoria organizacional. Criador do modelo Performance Total (Propósito + Competência + Resultado). Co-autor do livro 'Os Loucos Geram Mais Resultados' ed. Resultado, lançado em 2018. http://www.performancetotal.com.br/