A nova campanha da marca de roupas Reserva utiliza frases como “Veado é um animal, Pedro é um ser humano” e “Macaco é um animal, Fabricio é um ser humano” para incentivar o respeito às diferenças. No entanto, os brasileiros não interpretaram a mensagem da forma que a empresa queria e o assunto foi parar nos trending topics no Twitter. Apesar de tentar transmitir uma ideia contra o preconceito, as fotos posicionadas lado a lado deram a entender que animais e seres humanos estivam sendo comparados. No Twitter, os brasileiros se posicionaram contra a campanha, que afirmaram que colocar um negro e um macaco, uma mulher e uma galinha, um homem acima do peso e uma baleia e um jovem e um veado em uma mesma imagem só reforçavam os comparativos e o preconceito. Faltou a anta, que ficou ~reservada~ pro autor da campanha RT @samirsalimjr: Pessoal da Reserva pode me contratar.. pic.twitter.com/AnfTx5wzae — Marina Miyazaki (@MarinaMiyazaki) March 25, 2015 Com o mote Faça como os animais, não julgue, Felipe Morozini, responsável pela campanha, explicou ao site da marca o objetivo da campanha-manifesto. O objetivo é impactar, provocar reflexão e conscientizar. Aqui valorizamos a irracionalidade, a inocência e a incapacidade de julgar. Animal é irracional, age por instinto, portanto não faz julgamentos, disse. Após a polêmica, o artista explicou de onde surgiu a inspiração em um post no Facebook. “Eu e mais vários amigos foram chamados de veado. Desde pequeno ouvindo essas palavras. Seja entre amigos, na rua ou no trabalho. De maneira ofensiva”, escreveu. Quando o Rony Meisler, dono da RESERVA, me convidou para fazer uma campanha manifesto contra o preconceito, questões… Posted by Felipe Morozini S/A on Terça, 24 de março de 2015 Histórico O que pode ter ajudado a aumentar a repercussão negativa é o fato de Luciano Huck ser dono de 10% das ações da marca. O apresentador recentemente protagonizou a polêmica das estampas infantis da UseHuck, que traziam frases como “Vem ni mim que eu to facin”. Durante a Copa do Mundo de 2014, ele também teve a ideia de criar um quadro estimulando as brasileiras a “encontrar um príncipe encantado entre os gringos que estão invadindo o Rio de Janeiro”. Como se não bastassem os casos, Huck também foi duramente criticado ao utilizar a campanha #somostodosmacacos para vender camisetas da sua marca. A Reserva também pode ser considerada uma experiente quando o assunto é repercussão negativa. No final do ano passado, ela escreveu nas etiquetas de seus produtos mensagens que enalteciam o machismo, aconselhando que, para lavar corretamente a roupa, o consumidor desse para sua mãe, já que “ela sabe como fazer isso bem”.