Pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausana (Suíça) e da Escola Superior Sant’Anna (Itália) desenvolveram o primeiro braço artificial que simula a sensação de toque com a ponta dos dedos. O invento representa um significativo avanço nas pesquisas para desenvolvimento de membros artificiais cada vez mais similares ao corpo humano. O dispositivo, chamado LifeHand2, consiste em uma prótese similar ao antebraço que permite a pessoas amputadas captarem informações sensoriais tácteis em tempo real. Os estímulos são transmitidos para os nervos da parte superior do braço. A tecnologia que possibilita o invento foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Chicago, e se chama microestimulação intracortical. Até então, só havia sido testada em animais. O primeiro homem a testar o braço biônico foi o dinamarquês Dennis Aabo Sørensen, de 36 anos, que teve o antebraço esquerdo amputado por conta de um acidente com fogos de artifício há nove anos. Ele foi vendado e teve de detectar, apenas com o tato, se ele estava segurando determinados objetos com muita força, bem como suas formas e consistências. “Pude sentir coisas circulares, coisas duras e coisas macias — e o retorno foi algo totalmente novo para mim. De repente, quando eu fazia os movimentos, pude sentir de verdade o que estava fazendo, ao invés de apenas olhar o que estava fazendo”, conta Sørensen. Por enquanto não há previsão de lançamento no mercado e produção em escala da LifeHand2 (ou de outros membros com essa tecnologia). Funcionamento O braço artificial conta com sensores que detectam informações sobre o toque medindo a tensão nos tendões artificiais que controlam os movimentos dos dedos. As medidas são transformadas em correntes elétricas. Confira o vídeo abaixo. Entretanto, o sistema nervoso central é incapaz de compreender esses sinais. Para ‘traduzir’, os pesquisadores desenvolveram algoritmos capazes de converter os sinais elétricos em impulsos que os nervos podem interpretar corretamente. Esses impulsos são enviados para terminais nervosos da parte superior do braço, que, no caso de Sørensen, permaneceram intactos. Para a surpresa dos cientistas, os nervos não tiveram a sensibilidade reduzida por falta de uso. Confira aqui o estudo na íntegra Com informações do IO9