O uso do EPI - Equipamento de Proteção Individual e a influência na produtividade da empresa
WELLINGTON BALBO
Resumo
1 INTRODUÇÃO
A questão que circunda a segurança sempre fez parte da pauta do ser humano. Desde os primórdios busca-se maneiras para se proteger, procurando minimizar os efeitos dos perigos inerentes às atividades da vida. Algo natural, porquanto o ser humano é portador do instinto de preservação; instinto este que fala ao imo do seu Ser que é necessário se agasalhar contra as intempéries naturais da existência humana. Por isso mesmo o homem primitivo exprimia na caça algo muito além do que apenas a necessidade da alimentação que garantia sua subsistência. A atividade da caça era também uma forma de se proteger e buscar a segurança. A evolução das idéias e o conseqüente progresso embasou ainda mais a teoria de que o homem buscou e sempre buscará estar seguro, independentemente do contexto em que esteja inserido. No mundo contemporâneo o homem moderno está nas organizações, portanto é natural que busque essa segurança dentro das organizações.
É a própria história do mundo que narra isso. Muitos foram aqueles que se arvoraram na procura pela segurança. Paracelso no século XVI investigou algumas doenças ocupacionais, seu intento era demonstrar a necessidade de proteger o trabalhador, foi ele o primeiro a escrever uma monografia sobre o tema: trabalho e doença. Mais adiante a história conta sobre o notável italiano Bernardino Ramazzini, denominado o “Pai da Medicina do Trabalho”, ele escreveu um livro sobre os riscos que algumas atividades profissionais oferecem à saúde do trabalhador. Quando procuravam Ramazzini para uma consulta, a primeira pergunta do médico ao paciente era: “Qual sua ocupação?”. Uma alusão de que a atividade profissional influenciava decisivamente nas enfermidades das pessoas.
Contudo, não obstante aos esforços dos pesquisadores em estudar a razão das doenças nos trabalhadores, abreviando suas existências, um paradoxo se formava de forma triste e lamentável, principalmente no Brasil: enquanto alguns buscavam proporcionar segurança aos profissionais outros tomavam caminho oposto, e negligenciavam os mínimos cuidados pertinentes à segurança dos trabalhadores.
A realidade está impressa na forma de números. O Brasil é há muitas décadas um dos Campeões no quesito acidente de trabalho. O setor da indústria lidera esse ranking com 104 acidentes por hora. Números altos que redundam em gigantescos prejuízos de todos os níveis, inclusive de ordem da produtividade do profissional. Segurança, acidente de trabalho e produtividade são temas integrados e credores da mais absoluta atenção.
E para comprovar a informação de que segurança, acidente e produtividade são temas que estão interligados, realizamos uma pesquisa bibliográfica, apresentada no capitulo dois deste trabalho, a fim de demonstrar estudos já existentes sobre o tema e de fundamentar teoricamente o raciocínio da equipe de pesquisa. Este trabalho também é composto de uma pesquisa qualitativa descritiva, com aplicação de entrevista in loco, explicada no capitulo 6, onde foi utilizado do universo de funcionários da empresa Plasvipel Ltda EPP, pesquisa esta que foi realizada durante três dias consecutivos 8 , 9 e 10 de abril visando demonstrar que a segurança do trabalhador é de suma importância para aumentar sua produtividade. E nesse tocante o uso do EPI – Equipamento de Proteção Individual, influencia decisivamente na produtividade dos funcionários da empresa Plasvipel Ltda EPP.
Concluímos assim que a segurança é uma condição relevante para o desempenho de suas atividades de forma mais eficaz. Pode-se dizer que a obrigatoriedade de usar o EPI gerou no início mal estar, porquanto o EPI ocasiona algum incômodo para quem não está habituado a utilizá-lo. Mas é importante salientar que para a empresa e funcionários foi muito importante investir e insistir nessa política de segurança, o que acabou desembocando no aumento da produtividade de muitos funcionários, além de colaborar também para a melhoria na qualidade de vida.
Em nível acadêmico, esse trabalho objetiva oferecer subsídios para despertar interesse pela questão que envolve a saúde do trabalhador, sua segurança e a influência que esses fatores exercem na produtividade dos profissionais. A nível social esse trabalho tem como objetivo minimizar uma das maiores chagas sociais que são os acidentes de trabalho, onde muitas vidas são ceifadas pela negligência e pessoas saudáveis transformadas em enfermas da noite para o dia.
Para as empresas, principalmente as de pequeno porte, onde muitas vezes a cultura organizacional é incipiente, esse trabalho pretende demonstrar que é importante investir na segurança de seu maior ativo: o colaborador, e para isso é fundamental definir políticas claras de segurança, não prescindindo jamais dos benefícios proporcionados pela utilização do EPI.
2 ADMINISTRAÇÃO
Para entender o significado da palavra administração é necessário mergulhar além da interpretação da palavra, porquanto a ciência da administração sempre fez parte do cotidiano das pessoas, embora exista há somente duzentos anos. A ciência da administração foi muito utilizada na condução de instituições religiosas, exércitos, governos e cidades. Há 3.000 a C., na Mesopotâmia, os sumérios já demonstravam sua evolução utilizando os conceitos de administração com escrituração de operações comerciais. Em XXVI a C. os egípcios também demonstraram noções de organização e planejamento em suas notáveis construções. No século XII a C. a China traz a Constituição da Dinastia Chow e no século VIII a C. inicia-se o Império Romano que permanece por longo período no poder trazendo estruturas organizacionais bem formatadas. Os quatro princípios básicos da administração que são: planejamento, organização, execução e controle sempre estiveram presentes no mundo e foram de suma importância para a evolução da espécie humana. (MAXIMIANO, 2002)
A administração científica teve como precursor Frederick Taylor (1856-1915) que dava ênfase ao chão de fábrica. Taylor julgava ser possível otimizar a produção e alcançar maior eficácia se fosse prescrita uma forma mais coerente de se fazer a tarefa. Seus estudos eram baseados em quatro princípios: estudo das tarefas visando a melhor forma de fazê-las, seleção das melhores pessoas para as tarefas, treinamentos das mesmas nos métodos mais eficientes e incentivo monetário para os que desempenham as tarefas. No entanto, a administração científica não levava em consideração o aspecto humano, o trabalhador era considerado simples peça de um processo que objetivava otimizar a produção, obtendo maior eficácia, me