Entre profissionais da comunicação e do marketing, muito se fala sobre a cultura transmídia como a principal estratégia para gerar engajamento, participação e conteúdo propagável através de diversas estruturas de mídia. Mas, afinal, do que se trata a transmídia? Hoje, as fronteiras entre produtor e consumidor de conteúdo estão se convergindo por qual razão? Todas as empresas têm uma história pra contar? A famosa citação “aquilo que não se propaga, morre” do livro Cultura da Conexão, dos autores Jenkins, Green e Ford, enaltece de maneira direta a razão pela qual as empresas estão criando cada vez mais uma comunicação multiplataforma e interativa. A transmídia nada mais é que uma grande história, porém fragmentada em partes menores. Cada parte é contada em um meio de comunicação distinto e, ao final, essas histórias se complementam a fim de criar uma imersão e atingir uma audiência cada vez mais multitelas. Entretanto, para uma comunicação ser eficiente e transmidiática, ela deve ser interativa. Então, além dessa história ser multiplataforma, ela precisa, de alguma forma, da participação da audiência. Há grandes cases no cinema e na televisão, a exemplo da série televisiva Bates Motel. Àqueles que possam se interessar em reservar um quarto no famoso Hotel Bates, há a possibilidade de o fazer através do site real do hotel. Porém, ao realizar o check-in, o usuário é redirecionado para a rede social TV Tag, uma mídia social que permite fazer “check-in” nos programas, séries e filmes que você está assistindo no momento. Em Bates Motel há um aplicativo que conta a história de uma personagem presente em alguns episódios da série de TV. Esse aplicativo expande a narrativa para além da televisão, contando o passado e a origem dessa personagem. Para completar, uma das personagens mais carismáticas possui um blog onde relata as experiências que vive na trama. Ainda, a famosa Norman Bates possui um perfil no website Pinterest para que os internautas possam ver as inspirações de design para a decoração dos quartos do hotel, suas habilidades na cozinha, além de suas fotos de família. A partir da análise desse case, percebe-se que o espectador evolui para participante, a mensagem evolui para uma história e o conteúdo fixo se torna um conteúdo contínuo. Transmídia não é apenas uma estratégia de comunicação, são várias e este termo está constantemente dominando as agências de publicidade, onde diversas marcas já criaram universos ficcionais. Por exemplo, as empresas Intel e Toshiba dependiam da participação dos usuários nas narrativas das famosas webséries The Inside, The Beauty Inside e The Power Inside. As marcas Nike, Coca-cola, Audi e diversas outras estão se apropriando da transmídia para se adequar ao ambiente de convergência e de participação da atualidade. Outro ponto interessante que deve ser abordado é o papel desse consumidor que se torna participante. Dada a evolução dos meios digitais, a internet em alta velocidade e a inquietação da audiência, as pessoas começaram a interagir avidamente com suas marcas favoritas. Despertar o fanatismo é um dos grandes desafios de um departamento de marketing, visto que não é um trabalho simples encontrar as ferramentas e maneiras mais interessantes de engajar um público sedento por participação. Basicamente, a marca deve conhecer perfeitamente seu público para, então, se comunicar com ele e dialogarem de forma democrática e orgânica. Atualmente, marcas são pessoas e pessoas são marcas. Além disso, todos somos apaixonados por histórias. E sua empresa? Ela tem uma história pra contar?