*Allan Rios Graduando em Administração *Eugenio Hoffmann Jacques Graduando em Administração RESUMO O presente artigo vem apresentar a importância do Balanço Social para a sociedade, parceiros envolvidos e governo. O Balanço Social nasceu como um anseio da população e de movimentos sociais para que as organizações prestem contas à sociedade contribuindo para igualdade e desenvolvimento social. A filosofia do Balanço Social é qualificar e quantificar dados das organizações perante a comunidade, de forma clara e objetiva, referente às atividades praticadas pela organização, que contribuam com o meio em que se encontram inclusive no que se refere a questões ambientais. Palavras chave: Importância. Filosofia. Balanço Social. Organizações. ABSTRACT This paper show the importance of Social Responsibility to society and government partners. The Social Report was born as a longing for the population and the movements society that organizations are accountable to society by contributing to equality and social development. Philosophy of the Social is to qualify and quantify data from organizations in the community, clearly and objectively, referring to the activities performed by the organization, contributing to the environment in which they are, including in relation to environmental issues. Keywords: Stakeholders. Philosophy. Social Report. Organizations. 1. INTRODUÇÃO O Balanço Social é um relatório que apresenta dados de projetos sociais e ambientais de forma quantitativa e qualitativa. Ele é feito anualmente por organizações que assumem a bandeira ou título de empresas preocupadas, não só com o lucro ou aumento do ativo, mas também com o desenvolvimento da sociedade como um todo. O Balanço Social surgiu como uma exigência, ou melhor dizendo, um clamor da sociedade nos Estados Unidos e na Europa para que as empresas tivessem mais responsabilidade social. Num planeta se encaminhando para a globalização, a sociedade começou a pressionar as empresas a prestar contas e os empresários viram no Balanço Social uma forma de destacar sua marca, produto e imagem e assim, montaram modelos diferentes em suas respectivas nações, destacando-se os Estados Unidos e a França. Os modelos de relatórios eram parecidos com o Balanço Contábil. No Balanço ou Relatório social, a organização destaca sua contribuição para a educação, formação, qualificação profissional, consciência ambiental, entre outros assuntos relacionados ao bem estar social. No Brasil, o Balanço Social foi discutido na década de 70, como uma nova ferramenta de gestão e de esperança de uma sociedade mais igualitária. O Balanço Social brasileiro veio ser influenciado pelos modelos norte-americano e europeu. Nesse movimento em favor do Balanço Social vem a se destacar o sociólogo Hebert de Souza, gestor a frete do IBASE, e criador em 1997 do selo que certifica as empresa que fazem o Balanço Social. O trabalho elaborado a partir de pesquisas e leituras de artigos. Visto que há um interesse cada vez maior das organizações no sentido de arcar com responsabilidades em relação a seus stakeholders. A interação organização-sociedade cresce em importância no processo decisório de compra, na medida em que os consumidores estão mais atentos a responsabilidade cidadã que aquele produto ou serviço representa. 2. BALANÇO SOCIAL O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa, que reúne um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais. Também pode ser usado para criar simpatia dos consumidores pela organização, sendo engajado em campanhas publicitárias, embalagens, e demais formas de impressionar o público alvo. No balanço social a organização mostra o que faz por seus stakeholders, ou seja, todos aqueles que de alguma forma se favorecem direta ou indiretamente das ações da empresa. A organização procura mostrar as atividades que presta com a finalidade de melhorar o padrão de vida de todos. Ou seja, seu principal objetivo é tornar pública a responsabilidade social da organização com o meio ambiente, sociedade e pessoas ligadas diretamente. O balanço social é uma ferramenta que deve ser construída por múltiplos profissionais para ter a capacidade de abranger a preocupação geral da organização. Quanto mais pessoas participarem da formação do relatório, mais perto da realidade ele fica. 2.1. Histórico geral Desde o inicio do século XX, houve manifestações a favor de que as organizações prestassem contas à sociedade. No entanto, só na década de 60 a sociedade norte-americana, em forma de protesto contra a guerra do Vietnã, começa a fazer boicote aos produtos e às ações das organizações envolvidas diretamente com o conflito. A população cobrava das organizações uma nova postura ética e social. Nos Estados Unidos, a partir desse momento, as empresas foram obrigadas a prestar contas anualmente, através de um relatório com dados de características sociais. Foi assim, como um relatório, que surgiu o que viria ser mais tarde chamado de Balanço Social. Na Europa na década de 70, chega com o objetivo de integrar as organizações dos países membros da Comunidade Européia, que viria ser mais tarde conhecida como União Européia (UE). Três países se destacaram na Europa como pioneiros: Alemanha, França e Inglaterra. A empresa STEAG em 1971 na Alemanha foi a primeira que publicou um relatório em forma de balanço com suas atividades sociais. Porém, foi na França em 1972, que surgiu realmente o que pode ser chamado de primeiro Balanço Social publicado pela multinacional SINGER. A França aprovou em 12 de julho de 1977, a lei 77/769, que tornava obrigatória a realização anual para empresas com mais de 700 funcionários. Posteriormente esse número veio a cair para 300 funcionários. Essa lei vem na busca do aprimoramento e consolidação de um Balaço Social elaborado de uma forma mais sistemática. 2.2. Introdução e histórico no Brasil No Brasil, essa nova visão social chegou por meio da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), através da publicação em 1975 da 'Carta de Dirigentes Cristãos de Empresas'. No final da década de 70 e durante a década de 80, a Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES) se destaca por criar um modelo de Balanço Social com estrutura adaptada a realidade do Brasil. O Balaço Social brasileiro sofreu influências do modelo norte-americano e europeu na sua composição. O FIDES, em abril de 1980 organizou no Brasil um Seminário Internacional sobre Balaço Social com especialistas vindos da Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Uruguai. Cada país apresentou seu modelo, porém o modelo apresentado pelo Brasil foi considerado o mais adequado à realidade. No final do Seminário foi apresentado o livro: 'Balanço Social na América Latina'. Durante 10 anos após o Seminário, a FIDES fez um intenso trabalho para incentivar as organizações a fazer o Balanço Social. Entre 1982 e 1986, duas organizações se destacaram: a primeira foi o Grupo Telebras, que fez experiência inicial com algumas empresas dentro do grupo de forma piloto e depois expandido para as demais. A empresa estatal NITROFÉRTIL na Bahia no ano de 1984 foi considerada a primeira empresa a lançar um documento de caráter social com o nome de Balanço Social. No entanto, só a partir da década de 90 algumas organizações começaram a levar a sério o Balanço Social. O Banespa, por exemplo, também adotou o Balaço em 1992. Em 1997, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho e o Instituto Brasileiro de Análise Econômico (IBASE) fizeram uma campanha de conscientização, com apoio de executivos, da importância do balanço social para as organizações e sociedade. Em 1998, em parceria com o IBASE e empresas públicas e privadas, foi criado o selo do IBASE/Betinho, certificando as empresas que fazem o Balanço Social. Esse selo é conferido às empresas que seguem o modelo sugerido IBASE, dentro da metodologia e critérios propostos. 2.3. Balanço Social ou Ambiental? O Balanço social também pode ser conhecido como Balanço Ambiental ou Balanço de recursos humanos. Na verdade, o Balanço Social se refere a esses dois tipos de relatórios. O Balanço Ambiental reflete a preocupação da organização, principalmente aquelas que fazem parte da indústria, com o meio ambiente e os recursos naturais, que, atualmente a sociedade tem noção de que são recursos esgotáveis. Por isso, é sabido que deve haver cuidado com o meio ambiente. No Balanço Ambiental, a organização demonstra para a sociedade seus gastos com os projetos de preservação, prevenção, proteção e recuperação de áreas utilizadas pela organização. Também realiza educação ambiental junto à escolas da comunidade, investimentos em tecnologias e equipamentos que evitam desperdício e campanhas voltadas para a área ambiental. As organizações, indústrias, principalmente, utilizam deste balanço para comparar quanto deixaram de poluir com seus projetos de prevenção e recuperação. Pode também demonstrar as quantidades comparativas de poluentes produzidos entre um período e outro. Enfim, mostram tudo o que fizeram ou estão fazendo em relação ao meio ambiente. No Balanço de Recursos Humanos as organizações visam mostrar o perfil da força de trabalho, remuneração, benefícios recebidos e gastos com treinamento de funcionários, além da discriminação dos gastos em benefícios da sociedade na qual está inserida, como centros de recreação, entidades assistenciais, escolas, creches, infra-estrututa e demais funções que não seriam de responsabilidade exatamente da empresa, assim mostrando toda a preocupação que a organização tem para melhorar as condições de vida da cumunidade onde está inserida. 2.4. Por que é importante fazê-lo? Atualmente com o despertar dos Governos, Organizações empresariais e sociedade, referente à questão do desenvolvimento social e ambiental, o Balanço Social se tornou uma ferramenta importante para destacar as empresas que realmente estão alinhadas com a proteção dos recursos naturais e manutenção dos mesmos para as gerações futuras e na busca da igualdade social. Outra questão importante de salientar é que o BNDES não financia empresas que não tenham o Balanço Social ou Ambiental. No entanto existem outros tantos motivos para realizar o Balanço Social, como: · Por que um demonstrativo da atitude ética é responsável por parte da empresa; · Agrega valor ao nome da organização, além de atrair investidores, pois o Balanço demonstra que a empresa tem uma administração responsável e quer agregar valor junto aos consumidores; · Diminui os riscos da organização na bolsa de valores, por que a organização demonstra transparência e responsabilidade. Hoje, papéis dessas empresas têm mais valor na bolsa, se destacando perante as outras organizações nacionais e internacionais que hoje começam adotar o Balanço Social para ganhar reconhecimento internacional; · Serve de instrumento de avaliação, análise de mercado, investidores e órgãos de financiamento (BNDES, BID e IFC), portanto o Balanço Social se tornou um documento necessário para conhecer e avaliar riscos de uma empresa; · O Balanço Social é mais um instrumento para o gestor de uma organização poder avaliar as atividades da empresa com relação ao ambiente interno e externo (colaboradores, sócios, gestores, clientes e fornecedores); · Além de ser forma inovadora e politicamente correta para com a sociedade e com as pessoas que participam da vida da empresa. 2.5. Para quem fazê-lo? O objetivo das empresas que fazem o Balanço Social, além de gerar simpatia da comunidade para com a organização, é de diminuir a desigualdade social e preservar os recursos naturais no meio onde estão inseridas. Ou seja, desenvolver uma política de responsabilidade social na busca por um maior, melhor e mais justo desenvolvimento humano, social e ambiental. O balanço social é feito como uma prestação de contas da organização com todas as pessoas que estão ligadas com a empresa, ou seja, stakeholders. – Dirigentes: Mostra quais áreas que a organização já atuou a quais áreas que está atuando e ainda quais os resultados já alcançados, favorecendo à tomada de decisões relativas aos programas sociais que a organização ainda pode desenvolver. – Colaboradores: Sua realização estimula a participação dos colaboradores nas ações que a empresa esta realizando na sociedade, já que em enorme maioria os colaboradores estão dentro da sociedade onde a empresa está atuando. Além de estimular os funcionários à preservação ambiental poupando gastos da empresa e conscientizando a fazer essas praticas de economia de recursos naturais não renováveis em suas residências. – Fornecedores: informa como a empresa encara suas responsabilidades, além de estimular também os fornecedores a ter uma responsabilidade social também. – Investidores: Além de mostrar qual a situação da empresa, mostra todas as preocupações da organização com o futuro e a segurança que está se estabelecendo na comunidade onde está inserida. Expõe toda a preocupação ambiental e empresa que tem preocupação ambiental é empresa que tem mercado seguro nos dias de hoje. – Consumidores: Passa a idéia de qual é a postura da organização e qual a qualidade do produto ou serviço oferecido, demonstrando o que a empresa está planejando para o crescimento da comunidade, gera simpatia dos consumidores pela marca da empresa. – Estado: Ajuda os governantes a idealizar políticas públicas pensando nos benefícios produzidos pela empresa. Influencia na formulação de leis para favorecer a sociedade e programas semelhantes aos que a organização já possui. – Empresa: A empresa é favorecida por vários motivos, o Balanço Social só acrescenta. Os cunsumidosres ficam fieis, sabendo que a marca tem respomsabilidades com o ambiente onde está inserido. Gera maiores investimentos de acionistas e investidores, já que a organização se mostrou saudável. Os colaboradores ficam com maior responsabilidade, já que a responsabilidade social da organização está sobre eles e assim eleva o nível de comunicação interna e externamente. O estado e órgão públicos facilitam benefícios para a empresa, já que está se mostrando responsável com a sociedade. Os fornecedores sabendo que a organização está saudável e preocupada com todos ao seu redor se torna uma empresa sólida, sustentando toda a cadeia, sendo um negócio certo para os fornecedores. Para finalizar, os relatórios sócio-ambientais têm a fundamentalização simples. As empresas se beneficiam ao não prestarem contas apenas aos seus acionistas, mas para todos os 'stakeholders'. Enfim, como dizia Herbert de Souza: “o balanço social não tem donos, só beneficiários”. 2.6. Exemplos de organizações que fazem o Balanço Social 1. AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia – www.aessul.com.br 2. Banco Bradesco – www.bradesco.com.br 4. Brasilcap Capitalização S/A – www.brasilcap.com 5. CEF – Caixa Econômica Federal – www.caixa.gov.br 6. Cia de Seguros Aliança do Brasil – www.aliancadobrasil.com.br 7. Copag da Amazônia S/A – www.copag.com.br 8. Copagaz Distribuidora de Gás Ltda – www.copagaz.com.br 9. Copel Distribuição S/A – www.copel.com 10. Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo – www.eletropaulo.com.br 11. Embraer- Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A – www.embraer.com.br 12. Infraero – Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária – www.infraero.gov.br 13. OI – www.oi.com.br 14. Petrobras – Petróleo Brasileiro S/A – www.petrobras.com.br 15. SLC Agrícola S/A – www.slcagricola.com.br 16. Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A – www.usiminas.com.br 17. Laboratório Neo Química Com. e Ind. Ltda – www.neoquimica.com.br (*) Esta lista está em construção, sujeita a alterações 2.7. Filosofia Referente à filosofia, podemos dizer que cria elos entre a parte física e a psicológica das organizações. Estes elos entre a parte física e a psicológica podem ser observados, por exemplo, na adequação das máquinas ao empregado, proporcionando uma melhor qualidade de vida no trabalho, além de propiciar um aumento da produtividade. Também podemos citar que consiste na capacitação de dar para o colaborador condições para se adaptar ao passo que a mudanças vão acontecendo, consiste em envolvê-lo nos programas da organização, de modo a torná-lo comprometido. As organizações devem voltar suas políticas internas principalmente ao bem estar dos colaboradores, mantendo o nível de satisfação deles na organização, ao passo que as políticas externas podem estar focadas em projetos de desenvolvimento da comunidade e o bem da sociedade como um todo. Segundo Wallace de S.Vieira, a filosofia do balanço social reza que não existe crescimento e modernização isolados: as novas exigências de qualidade e produtividade implicam esforços de cooperação e integração dos diversos agentes. Nenhum esforço isolado tende a dar resultado num contexto que exige integração cada vez maior: cada empresa faz parte de uma cadeia produtiva interdependente e cooperativa; os recursos humanos necessários, por sua vez, devem apresentar características diferentes daqueles que atendiam o paradigma da produção em massa; e o sistema educativo formal junto com o empresariado tornou-se co-responsáveis e solidários pelo sucesso das medidas adotadas, tendo por base, sobretudo, que a produtividade não está mais do lado do investimento material, mas do investimento humano, subjetivo. 2.8. Certificação e seus benefícios para a organização O formato do Balanço Social pode ser bem variado. Podem ser bem ilustrativos e luxuosos, causadores de grande impacto visual; ou apenas de dados numéricos que apenas relatam a preocupação sócio-ambiental da empresa. Em 1997, o sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido como Betinho, começou em nosso país uma campanha pela divulgação voluntária do Balanço Social. No ano de 1998, o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e o Betinho entendendo que a simplicidade é a garantia do envolvimento do maior número de corporações, fazem parceria com inúmeras empresas públicas e privadas, para depois de diversas reuniões e debates com várias corporações de diferentes setores da sociedade, desenvolver um modelo que tenha a facilidade e simplicidade como vantagem para estimular as empresas a fazer seu Balanço Social, independente do tamanho da empresa. O IBASE também criou um selo de qualificação para as organizações que fiserem o Balanço Social conforme o modelo criado pela entidade. Se a forma com que as informações são criadas e dispostas no relatório não seguir um padrão mínimo, fica mais difícil de interpretar as ações sociais ao longo dos anos. Considera-se que fica mais fácil de interpretar o relatório se ele possuir predominância de dados expressos por números ou em valores. Obviamente que em determinadas situações não é fácil relacionar fatos sociais com valores numéricos, mas os indicadores desenvolvidos do modelo IBASE ajudam a fazer análises comparativas da própria empresa ao longo do tempo ou entre outras do mesmo setor. O modelo sugerido pelo IBASE tem a sociedade como um todo como o principal foco para entendimento dos processos e dos resultados alcançados ou dos projetos em andamento, na organização. Através do Selo que as organizações recebem por seguir esse padrão, podem ser mostrado em seus anúncios, embalagens, balanço social, sites e campanhas publicitárias, entre outra formas de divulgação; certificando que a organização investe em educação, saúde, cultura, esportes e meio ambiente. O Selo Balanço Social IBASE/Betinho mostra para aqueles que ainda não viram o Balanço Social, que a organização tem responsabilidade social e é comprometida com a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente. O Global Reporting Initiative (GRI) é atualmente um dos modelos de prestação de contas em ações sócio-ambientais mais completo que existe. É amplamente utilizado por empresas multinacionais e tem o apoio das Nações Unidas. Recentemente, o GRI completou sua comissão permanente para constantemente atualizar suas recomendações. O Guia para Elaboração do Balanço Social e Relatório de Sustentabilidade, com o objetivo de apontar os elementos fundamentais na elaboração do balanço social, traz diretrizes gerais que ajudam as empresas a organizar e a comunicar as informações sobre os desafios da estratégia socioambiental e a coerência ética das operações. É importante enfatizar que este não é um modelo fixo, mas uma estrutura que pode ser usada como base. Com o objetivo de orientar as organizações na aplicação desta estrutura foi elaborado um Guia de Elaboração. Ele não pretende eliminar a necessidade de ajuda externa na preparação do balanço social, mas contribuir para a estratégia de ação a ser empreendida e os passos essenciais a serem dados. Há três modelos-padrão de balanço social, ou relatório de sustentabilidade, disponíveis no Brasil, dois nacionais – um deles proposto pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o outro pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social – e um internacional, sugerido pela Global Reporting Initiative (GRI). Todos visam definir as informações mínimas a serem publicadas para dar transparência às atividades da empresa. São eles: – Modelo Ibase: Lançado em 1997, o Balanço Social com esse modelo inspira-se no formato dos balanços financeiros. Visa expor, de maneira detalhada, os números associados à responsabilidade social da organização. É feito em forma de planilha e reúne informações sobre a folha de pagamentos, os gastos com encargos sociais de funcionários e a participação nos lucros. Além disso, detalha as despesas com controle ambiental e os investimentos sociais externos nas diversas áreas — educação, cultura, saúde etc. – Guia de Elaboração de Balanço Social do Instituto Ethos: Baseado num relato detalhado dos princípios e das ações da organização, este guia incorpora os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial e a planilha proposta pelo Ibase, sugerindo um detalhamento maior das tomadas de decisão em relação aos problemas encontrados e aos resultados obtidos. – Guia de diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) Este modelo, considerado o mais completo e abrangente, conta com princípios para definição adequada do conteúdo do relatório e para garantir a qualidade da informação relatada, indicadores de desempenho e protocolos técnicos com metodologias de compilação, fontes de referências etc. Considerado o padrão internacional de relatórios de sustentabilidade, o modelo GRI está em sua terceira versão, a chamada G3, e já se encontra disponível em português. 3. CONSIDERAÇÕES O presente tema abortado nos trouxe um maior conhecimento, da importância do Balanço Social, assim como o contábil, para o desenvolvimento de uma organização comprometida com seus stakeholders e principalmente com uma visão moderna de gestão que procura, além do lucro, desenvolver atividades dentro e fora da organização que possam contribuir para o desenvolvimento da nação. Porém como foi destacado no decorrer deste artigo, a visão do empreendedor responsável com a sociedade e meio ambiente, ainda precisa se desenvolver através de políticas que além de incentivar somente a realização do Balanço Social, criem formas de educar e dar suporte aos gestores a frente da organização, para que possam medir o impacto ambiental e humano causado pela atividade da empresa. Também é muito importe que o Governo e Ministério da Educação acrescentem à base curricular de ensino das Escolas de Nível Superior, uma cadeira que destaque a importância não só do Balanço Social, mas dos programas de incentivo à promoção do desenvolvimento sustentável. Conscientes a partir desta pesquisa que o Balanço Social é uma importante ferramenta para a vida da organização que quer perdurar no mercado. 4. AGRADECIMENTOS Foi grata a colaboração dos professores: Heitor Bonatto e Elisangela Boose por contribuírem e no apoio desta pesquisa e na escolha do Balanço Social como tema a ser abordado. Foi de extrema importância também a ajuda da graduanda de odontologia da PUCRS, Mariana, na correção e formatação do corpo do trabalho. 5. REFERÊNCIAS Site:http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan%C3%A7o_Social#Balan.C3.A7o_Social. (Disponível e acessado em: 08 mai. 2010). Site:http://responsabilidadesocial.com/institucional/institucional_view. (Disponível e acessado em: 15 mai. 2010). Site: http://www.fides.org.br/balanco_social_brasil.htm. (Disponível e acessado em: 06 jun. 2010). Flores, Segismundo; Pinto, Éder P. O balanço social e a demonstração do valor adicionado como instrumentos de informação para a elaboração do planejamento estratégico. Universidade Regional de Blumenau-SC. IBASE. Seminário Balanço Social: Cidadania e Transparência Pública das Empresas. Rio de Janeiro,1998. Site:http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1&sid=2&tpl=printerview. (Disponível e acessado em: 01 mai. 2010). Ribeiro, Maisa de Souza; Lisboa, Plácido Lázaro. Balanço social. Revista brasileira de contabilidade, número 115, jan/fev/99, Brasilia – DF. Site: http://www.adcemg.org.br/default.asp?pag=p000002. (Disponível e acessado em: 10 jun. 2010). Trevisan, Fernando Augusto. Balanço social como instrumento de marketing. RAE-eletrônica, Volume 1, Número 2, jul-dez/2002. Vieira, Wallace de S. balanço social: uma resposta válida de participação comprometida com a sociedade de pertencimento. CRA-RJ. Site: http://www.cra-rj.org.br/site/espaco_opiniao/arquivos/art011.pdf (Disponível e Acessado em: 02.maio.2010)