As práticas de governança corporativa se constituem em um conjunto de regras que visam definir um padrão de comportamento organizacional que seja aceito por seus grupos de interesse e, por conseguinte, se estabeleça uma relação mútua de confiança. Sob esse enfoque, a literatura apresenta inúmeros benefícios advindos das práticas de boa governança. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade'. O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa (IBGC, 2004), tem como objetivo central: 'indicar caminhos para todos os tipos de sociedades – por ações de capital aberto ou fechado, limitadas ou civis – visando a: aumentar o valor da sociedade melhorar seu desempenho, facilitar seu acesso ao capital a custos mais baixos e contribuir para sua perenidade'. SILVA (2004) ressalta que a migração para os níveis de governança corporativa da BOVESPA solidifica o mercado acionário e contemplada inúmeros benefícios aos diferentes públicos. Quanto às vantagens aos investidores, o autor destaca a maior precisão na precificação das ações, melhoria no processo de acompanhamento e fiscalização, maior segurança quanto aos seus direitos societários e redução do risco. No que se refere às empresas, a governança corporativa é capaz de promover melhoria da imagem institucional, maior procura e valorização de suas ações e menor custo de capital. Ainda conforme SILVA (2004), para o mercado acionário, a listagem nos níveis diferenciados gera aumento de liquidez, aumento de emissões e canalização da poupança na capitalização das empresas. Os benefícios para o país se concretizam em empresas mais fortes e competitivas e dinamização da economia. SILVA (2004) destaca os seguintes benefícios da governança corporativa: valorização das empresas, pelo estimulo aos investidores a pagar 'ágios de governança'; requisito para alianças estratégicas; contribui para um melhor entendimento entre os acionistas, conselho e direção; reduz os conflitos de interesses; concede maior proteção aos direitos de acionistas, principalmente os minoritários'. AZEVEDO (2002) sintetiza as finalidades dos níveis diferenciados de governança corporativa da BOVESPA: redução da assimetria informacional entre os investidores e empresas por meio de maior transparência quanto às informações divulgadas; redução do custo de capital das companhias que se adaptarem às novas regras; aumento do retorno do investimento; estimular o interesse dos investidores pelo mercado de capitais no tocante à aquisição de ações e outros títulos e valores imobiliários; contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro; proporcionar meios para a valorização das companhias. Assim, a governança corporativa instituída através de um sistema formalizado, com regras e controles eficientes, tende a certificar a conduta ética da empresa perante seus stakeholders, que em troca lhe atribuem maior credibilidade.