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Não é novidade que o aumento constante da competitividade entre as empresas nos diferentes segmentos de negócios tem exigido dessas uma busca frenética pela excelência em gestão, gerando inovações para se obter cada vez melhores resultados, em menos tempo e com menos recursos.
Nesse sentido, é crescente a demanda de informações confiáveis e sempre disponíveis, que possam sustentar ações rápidas e precisas, visto que, uma decisão equivocada ou não tomada no tempo certo, pode ocasionar grandes prejuízos aos negócios. Essa situação é o terreno fértil sobre o qual prosperam as diversas soluções de Business Intelligence (BI).
Uma solução de BI é um sistema de apoio a tomada de decisões e gestão de negócios através da sistemática coleta, organização, análise, compartilhamento e acompanhamento de informações e indicadores de desempenho (KPI &#8211; Key Performance Indicator).
Naturalmente, a adoção de uma solução desse tipo exige comprometimento da empresa como um todo e, em alguns casos, um considerável esforço inicial para definir metas, indicadores e regras de mensuração nunca antes consideradas (ou implementadas). Alguns pontos importantes a serem levados em conta ao se iniciar um projeto de Business Intelligence são:

<ul>
<li>Comprometimento da diretoria com o projeto;</li>
<li>Infra-estrutura tecnológica e recursos humanos adequados aos requisitos da solução escolhida;</li>
<li>Definição clara dos objetivos de negócios a serem contemplados no BI;</li>
<li>Definição dos indicadores de desempenho a serem acompanhados e de suas regras de mensuração;</li>
<li>Identificação das necessidades específicas de informação referentes a cada divisão/departamento;</li>
<li>Capacitação dos usuários para a utilização da solução e desenvolvimento do senso analítico.</li>
</ul>
A princípio, isso pode parecer assustador para muitas empresas por levá-las a pensar sobre alguns pontos que talvez nunca tenham considerado, mas esse esforço inicial logo se converte em inúmeros benefícios relacionados ao melhor conhecimento dos negócios e do seu mercado de atuação, assim como a decisões mais assertivas, baseadas em informações confiáveis e atualizadas.
Existem hoje diversas soluções com requisitos e valores distintos, voltadas para segmentos de negócios e empresas de todos os portes, o que torna um projeto de BI bastante acessível.
Uma boa ferramenta de Business Intelligence é uma grande aliada dos negócios quando corretamente implantada e utilizada, e pode significar um diferencial importante (ou mesmo um pré-requisito à sobrevivência) frente à concorrência e a um mercado em constante mutação.

Business Intelligence e apoio a tomada de decisões

Uma boa ferramenta de Business Intelligence é uma grande aliada dos negócios quando corretamente implantada e utilizada, e pode significar um diferencial importante (ou mesmo um pré-requisito à sobrevivência) frente à concorrência e a um mercado em constante mutação.

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Embora o título desse texto pareça tão improvável quando aquele menino da propaganda que pede para sua mãe que lhe compre brócolis e faz birra para ser atendido, ele indica uma tendência natural de popularização das soluções de Business Intelligence.
 Segundo um estudo recentemente divulgado pela IDC, há uma expectativa de crescimento do mercado de BI em torno de 12% para a América Latina e de 14% para o Brasil.
 Em nosso país, esse crescimento será em grande parte alavancado pelas demandas de pequenas e médias empresas, as quais buscam soluções simples, flexíveis e confiáveis para sustentar seus processos de tomada de decisões, auxiliando-as a entender melhor a dinâmica do mercado em que estão inseridas e a controlar os seus indicadores de desempenho.
 Contudo, a limitação de recursos para investimentos em TI é uma característica quase constante nessas organizações, o que sugere uma vantagem competitiva dos provedores que possuam soluções em padrão web, comercializadas segundo o modelo SaaS (Software as a Service), uma vez que isso significa para o cliente uma redução significativa em termos de TCO e gastos com infraestrutura, podendo assim viabilizar o projeto.
 Naturalmente, isso cria espaço para soluções menores e emergentes que poderão ocupar nichos específicos onde os produtos de mercado se mostrem inviáveis para o pequeno empresário.
 Com a popularização das ferramentas de Business Intelligence, é possível que em breve possamos até mesmo falar em BI Pessoal, não no sentido de análises específicas aplicadas ao desempenho das tarefas individuais de cada profissional dentro de uma empresa, mas de ser possível realmente utilizar alguns dos recursos dessa tecnologia em situações corriqueiras de nossas vidas.
 De qualquer forma, espero que quando eu tiver um filho, ele prefira algo mais tradicional, como um brinquedo, por exemplo. É assustador pensar que ele poderia utilizar uma ferramenta dessas para analisar todas as variáveis favoráveis, e então me pedir um aumento de mesada de uma forma que eu não tenha como dizer não.

Pai, eu quero um BI de presente

A capacitação profissional e os requisitos necessários aos profissionais da atualidade são temas muito relevantes, tanto do ponto de vista das empresas, que muitas vezes se vêem em dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados, quando do ponto de vista do profissional que busca direcionamento de seus talentos para garantir sua empregabilidade.
 Referente a esse tema, tive a oportunidade de participar de um evento bastante interessante organizado e realizado pela ETEC "Comendador João Rays", na cidade de Barra Bonita – SP: A mesa redonda "Capacitação Profissional e o Novo Cenário das Organizações", evento que contou com a participação de alunos, educadores, empresários e representantes de diversos segmentos, permitindo traçar um cenário do mercado de oportunidades da região.
 Com base nas questões formuladas pela equipe organizadora, apresentarei nos próximos parágrafos alguns de meus comentários expostos durante o debate.
 1. Autogerenciamento da carreira
 A carreira de um profissional deve ser encarada como um projeto, e como tal, deve ter bem definidos os objetivos, passos a serem executados e previsão de prazos para cada uma dessas atividades, pois somente assim, existe um esforço estruturado para que os objetivos sejam atingidos.
 Quem não planeja e gerencia a própria carreira, fica ao sabor das circunstâncias, dependendo apenas da sorte, esperando que um belo dia o chefe venha até a sua mesa e o convide para ser vice-presidente. Convenhamos que, na vida real, isso é muito difícil de acontecer.
 O profissional deve ter consciência de que seu sucesso ou fracasso depende apenas dele mesmo. Sem objetivos claros não existe ponto de chegada, e sem planejamento não é possível atingir um objetivo.
 O cuidado com o marketing pessoal também é muito importante. Muitos profissionais se queixam de que não são reconhecidos, agindo como se a empresa fosse seu pai ou mãe, que têm obrigação de ficar olhando cada passo de seu querido filho. É claro que as empresas devem se atentar para o desempenho de seus colaboradores para incentivá-los a melhorar sempre, bem como para premiar a dedicação, mas não é possível ser onisciente.
 Cabe ao profissional ajudar a empresa e a si mesmo, cuidando de seu marketing pessoal para que seu trabalho e resultados sejam conhecidos. O melhor produto do mundo não será comprado se ninguém souber que ele existe.
 2. Importância da qualificação profissional
 Há 200 anos um profissional poderia passar toda a sua vida útil sem aprender nada de novo, apenas fazendo o que aprendeu no início da carreira. Hoje isso é impossível. A globalização fez com que o mercado se tornasse mais complexo e dinâmico, exigindo das empresas rapidez e eficiência para lidar com as constantes mudanças, condição essencial para sua sobrevivência.
 Naturalmente essa necessidade se refletiu nos profissionais. Nenhuma empresa hoje quer "mão de obra". O que se procura são "cabeças de obra", profissionais altamente capacitados, que assumem responsabilidades, tomam decisões e resolvem situações complexas e inusitadas com rapidez e segurança. Isso não aparece do nada. Somente com constante aperfeiçoamento e estudo, o profissional consegue as ferramentas necessárias para utilizar em suas atividades diárias dentro dessas condições.
 Esse cenário exige também uma base cada vez mais multidisciplinar. O objetivo de qualquer profissional atualmente é tentar ser o melhor possível na sua área de atuação, mas também obter conhecimento em outras áreas. Saber muito de sua especialidade e, ao mesmo tempo, um pouco de tudo.
 Por outro lado, as empresas devem fomentar esse desenvolvimento pessoal, incentivando sempre seus colaboradores a não estagnarem, pois, implementando a cultura de constante capacitação, tanto profissional quanto empresa saem ganhando.
 3. Estresse e qualidade de vida
 Com certeza, esse ritmo alucinado do mercado atual tem gerado muito estresse. No sentido de minimizar os efeitos negativos dessa situação e melhorar a produtividade de seus colaboradores, a empresa pode (e deve) agir para garantir, tanto quanto possível, um ambiente amigável e de cooperação, com políticas e diretrizes claras, e feedbacks constantes para que cada profissional saiba o que se espera dele.
 Por outro lado, o profissional deve saber planejar seu tempo e ações para que o trabalho não se transforme num tormento. Boa parte do estresse que afeta as pessoas tem origem nelas próprias.
 A maioria dos estressados e insatisfeitos, com certeza falha na organização pessoal e, por conta disso, tem-se uma situação de trabalho excessivo, pouco rendimento, falta de tempo para laser, saúde e para a família, criando uma situação de péssima qualidade de vida.
 Para não cair nessa armadilha, é importante que o profissional saiba planejar o seu tempo e as suas ações. Com raras, exceções, o trabalho de um dia SEMPRE pode ser feito normalmente dentro das 8 horas úteis do mesmo. Aprender a dizer "não" de vez em quando, definir prioridades e delegar funções são pequenas atitudes que geram resultados surpreendentes.

Capacitação profissional e o novo cenário das organizações

Atuando há algum tempo com soluções de sistemas de informação, não pude deixar de notar o quanto esse assunto é ainda envolto em mistérios para muitos pequenos empreendedores que, por simples falta de informação sobre o assunto, perdem excelente oportunidade de melhorar o controle que têm sobre suas empresas.
 Com o objetivo de esclarecer algumas dúvidas mais comuns sobre os sistemas integrados de gestão empresarial, compilei uma série de perguntas com meus respectivos comentários:
 1. Qual é a situação atual das empresas em relação aos sistemas de gestão?
 Essa é uma questão interessante. Há alguns anos os sistemas informatizados eram grandes diferenciais para as empresas e garantiam uma enorme vantagem competitiva frente aos concorrentes. Com o passar do tempo, novas tecnologias foram introduzidas, os sistemas passaram a controlar todas as operações de maneira integrada, tornaram-se também mais baratos e, o que era diferencial, transformou-se em um pré-requisito. Em um mercado competitivo e exigente como o de hoje, é praticamente impossível para uma empresa crescer e sobreviver sem um sistema de gestão.
 2. Então hoje é inviável se ter uma empresa sem sistema de gestão?
 Isso varia bastante da atividade e do tamanho do empreendimento. Se a empresa é uma quitanda, por exemplo, as operações são muito simples e é possível sobreviver sem informatização, embora isso custe um bom esforço manual e faça com que algumas decisões importantes sejam tomadas "no cheiro" por falta de informações. Agora tente imaginar uma empresa um pouco mais complexa, com muitos colaboradores, sem sistemas informatizados, tentando competir com uma empresa do mesmo segmento, mas que possui sistemas ERP, CRM e de BI. Não é difícil adivinhar quem vai ter produtos e serviços em maior escala, com menor preço e com melhor qualidade, além de informações precisas sobre o mercado e o próprio negócio, possibilitando decisões rápidas e inteligentes.
 3. O que são essas siglas ERP, CRM, BI?
 Antigamente os sistemas informatizados eram verdadeiras ilhas. Você tinha na empresa um sistema para contabilidade, outro para o financeiro, etc. Isso, embora garantisse um bom controle dentro do departamento, gerava problemas para a empresa, pois a mesma informação era cadastrada em vários sistemas e, quando precisava ser recuperada, ficava a dúvida: Em qual deles está a informação correta? Essa situação também gerava dificuldades em manter vários contratos com fornecedores diferentes (e com políticas distintas) de software, além de dificuldades tecnológicas em manter vários programas, nem sempre compatíveis entre si, cada qual com seus requisitos de hardware, sistema operacional, banco de dados, etc.
 A criação do conceito de ERP (Enterprise Resources Planning) culminou no desenvolvimento de sistemas integrados de gestão empresarial, ou seja, um mesmo sistema sendo capaz de controlar todas as informações e operações da empresa, sem redundância de dados, com mais segurança, e possibilitando que os gestores pudessem acompanhar o desempenho do negócio em tempo real.
 O gerenciamento de relacionamento com clientes ou CRM (Customer Relationship Management) foi incorporado posteriormente aos sistemas integrados de forma a garantir melhor controle nas ações de fidelização de clientes e seus resultados. Já o BI (Business Intelligence) consiste de sistemas capazes de fazer extrações nas bases de dados dos sistemas ERP/CRMs com o objetivo de analisar desempenhos, tendências e relações diversas, em forma de relatórios e gráficos, auxiliando o gestor a realizar análises complexas das informações da sua empresa e do mercado.
 4. Isso é impressionante, mas não é muito caro para pequenas empresas?
 Inicialmente somente as grandes corporações possuíam sistemas de gestão, mas atualmente isso mudou muito. Com o desenvolvimento das tecnologias e a maturidade dos sistemas, o preço naturalmente sofreu uma redução e, com a saturação do mercado das grandes empresas, as provedoras de soluções comerciais estão sendo obrigadas a olhar com um pouco mais de carinho para as pequenas e médias. Temos no Brasil muitas softwarehouses com sistemas de gestão menores, mas bem adaptados para pequenas empresas, e mesmo as grandes de tecnologia estão buscando esse segmento. Posso citar, por exemplo, a SAP que lançou o Business One, com foco muito claro nas pequenas e médias empresas.
 5. Podemos dizer que esses sistemas são a solução para todos os problemas
de uma empresa?
 Absolutamente. A solução para as empresas reside essencialmente nas pessoas. O sistema de gestão é uma poderosa ferramenta que, quando bem utilizada, traz muitos benefícios, mas por si só não vai resolver todos os problemas. Se você tem um martelo e o seu concorrente tem uma pedra, você é mais eficiente do que ele na tarefa de pregar um prego, mas se você não sabe usar o martelo, decerto vai acabar martelando o próprio dedo.
 É preciso disciplina e comprometimento dos colaboradores para que um sistema de gestão funcione bem. Não é possível controlar as operações se a empresa não tem critérios e regras para essas operações, nem é possível obter relatórios e análises se as áreas não cadastram as informações corretamente no sistema.
 Por esse motivo, todo projeto de implantação de uma solução de software de gestão implica em uma análise dos processos da empresa para efetuar melhorias, correções e adaptações antes de contemplá-los no sistema. É importante que a empresa contratada para a implantação tenha pessoal qualificado para essa tarefa.
 6. Então não basta comprar o sistema, é preciso contratar uma empresa para implantá-lo?
 Na verdade essas coisas costumam andar juntas. Quando a empresa decide comprar um sistema de gestão, o próprio fornecedor do sistema já monta um projeto contemplando consultoria e treinamento, além das licenças do software em si. Cabe ao cliente analisar a qualidade desses serviços e das soluções oferecidas, comparando com outras empresas e soluções, de forma a obter a melhor relação custo benefício. Caso não saiba fazer isso, existem consultores independentes e empresas especializadas para prover esse tipo de auxílio ao empresário.
 7. Para finalizar, qual seria o recado para as empresas que estão interessadas em implantar um sistema de gestão?
 Eu posso dizer que sigam em frente, mas que tomem cuidado para não jogar dinheiro fora. Existem muitas soluções no mercado, de vários tamanhos, cada qual com suas qualidades e limitações. É importante ter uma visão crítica da sua empresa e dos respectivos pontos fortes e fracos para, ao analisar uma solução de sistema, saber se ele realmente vai atender às suas necessidades.
 É natural o receio diante de um projeto que pode mudar radicalmente o modo como a empresa trabalha, mas um bom gerenciamento de projetos pode minimizar a maioria dos riscos e, analisando-se os ganhos que se pode ter com um bom sistema de gestão, não é difícil perceber que, na maioria dos casos, vale a pena.
 Um grande abraço e bons projetos.

Sistema de gestão? Isso não é só para grandes empresas?

As recomendações são uma ferramenta poderosa para validar habilidades e experiências, além de cultivar um networking sólido



Como profissional de RH que recruta pelo LinkedIn, posso afirmar que as recomendações são uma ferramenta poderosa para validar habilidades e experiências, além de cultivar um networking sólido. Aqui estão alguns pontos importantes sobre o valor das recomendações:



Insights: As recomendações nos fornecem retornos valiosos sobre nós mesmos, auxiliando na identificação de nossos pontos fortes e áreas a serem aprimoradas.





Recíproca: O sentimento positivo de receber um retorno encorajador nos inspira a retribuir a gentileza, fortalecendo ainda mais nosso networking.



Estratégia para Solicitar Recomendações: Para conseguir boas recomendações no LinkedIn, seja estratégico: escolha pessoas que conhecem bem seu trabalho, priorize colegas e líderes diretos, e envie uma mensagem pessoal explicando seu pedido com gentileza.



Impacto no Algoritmo do LinkedIn: Quanto mais recomendações você tiver, melhor será o desempenho do seu perfil frente ao algoritmo do LinkedIn. Isso significa que, além de agregar mais valor a si mesmo, as recomendações ajudam seu perfil a aparecer no topo do ranking na sua categoria de atuação no mercado.

A importância das recomendações no LinkedIn

O futuro não precisa ser entregue ao digital. Ele precisa ser relacional. A máquina nos mostrou o que éramos; agora, cabe a nós decidir o que seremos



Vivemos fascinados por uma ficção distópica: a de que, em um futuro próximo, a inteligência artificial se voltará contra a humanidade em um levante bélico, usando drones para bombardeio aéreo e robôs de limpeza para contaminar ambientes, por exemplo. Filmes e livros nos preparam para a batalha contra o hardware que ganha consciência. Contudo, a verdade é mais sutil e perturbadora: essa rebelião já começou, e fomos nós que a iniciamos.



Ela não se manifestou com armas, mas com algoritmos. Não com destruição, mas com a incessante busca por eficiência. Não com ódio, mas com a pressa que nos impede de sentir e refletir. A máquina não se revoltou; ela apenas nos espelha, com perfeição assustadora, os vícios que lhe treinamos.



Para compreender essa revolução interna, eu me debrucei em uma obra que me parece fundamental revisitar para compreender o diagnóstico do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han.



Na sua obra mais influente, A Sociedade do Cansaço, Han descreve a transição da Sociedade Disciplinar (o modelo de controle baseado na proibição, típico do século XX, com suas fábricas e hospitais e lares onde o jovem só podia namorar sob supervisão) para a Sociedade do Desempenho (o modelo atual, baseado na auto-otimização e na positividade).



A grande mudança é que o maior opressor não está mais fora, mas sim dentro de cada indivíduo. O homem moderno é o "sujeito do desempenho", alguém que acredita ser livre, mas vive escravo da própria produtividade.





O açoite da cobraço foi internalizado. Não precisamos de um capataz, pois nos tornamos nossos próprios algozes, impulsionados pela crença neoliberal de que "tudo é possível" e que o fracasso é uma falha de esforço individual. Essa pressão incessante por performance, por mais resultados, mais entrega e mais eficiência, culmina em uma exaustão crônica que Han identifica como a causa da explosão de doenças psíquicas como burnout, depressão e ansiedade.



No mundo digital, essa lógica se ampliou e se sofisticou através da Psicopolítica. O poder não se manifesta mais pela repressão, mas pela sedução e pela transparência.



A inteligência artificial e os algoritmos de engajamento são o ápice dessa psicopolítica. Eles não nos destronam; eles nos estudam, classificam e julgam com base em métricas. Dashboards, KPIs e likes tornaram-se os novos templos da devoção moderna.



A máquina, portanto, não é o inimigo que se levanta, mas sim o reflexo amplificado dos nossos vícios: a pressa em reagir a notificações, a vaidade de parecer produtivo, a necessidade de validação constante.



Enquanto celebramos a automação, nós mesmos nos automatizamos. Reagimos a estímulos, vivemos entre telas que nos monitoram e, no processo, perdemos a soberania sobre nosso próprio psiquismo. As máquinas não querem o poder; elas querem apenas continuar refletindo o que ensinamos a elas, e, nesse reflexo, nos mostram o que deixamos de ser.



Se o sistema de desempenho reside na mente, a resistência não pode ser política no sentido clássico. A verdadeira rebeldia, segundo Han em O Aroma do Tempo, é a pausa.



Resistir é não produzir. É reaprender o ócio e o tédio criador, que foram banidos pela ditadura da produtividade. Somente o tédio profundo abre o espaço para a criação e a reflexão, para a vita contemplativa (vida contemplativa) que a aceleração digital destruiu.



No entanto, o diagnóstico de Han, embora claro, precisa de um antídoto que seja vivido. É aqui que, humildemente, coloco a minha opinião: precisamos ir além da crítica filosófica para a prática existencial.



O remédio contra o cansaço existencial e a tirania algorítmica não está em uma nova tecnologia, mas no retorno aos vínculos humanos e ao espaço interior.



A meditação ou a oração (independente da fé) são atos de reinicialização espiritual. Elas representam o shutdown da mente, uma pausa no código que devolve ao ser humano aquilo que o sistema removeu: a presença.



“A meditação é a pausa no código; a oração, o reconhecimento de que não somos o programador.”



São práticas que nos lembram que não somos máquinas de desempenho, como diz o professor português António Damásio: Não somos máquinas de pensar, pelo contrário, somos máquinas de sentir que pensam.



O lar é o nosso data center emocional. É onde se faz o backup daquilo que a rotina corrompe. Família e amigos são os pilares da alma, a infraestrutura relacional que sustenta o equilíbrio que a tecnologia nunca fornecerá.



A verdadeira nuvem não é a que armazena dados (fundamental para nosso futuro tecnológico), mas a que abriga pessoas. Cultivar o afeto, a conversa sem pressa e o convívio presencial é um ato radical de resistência contra a digitalização total da vida.



Podemos reverter a lógica da aceleração por pequenas revoluções diárias:



O que nos salvará não será apenas a automação, mas a atenção. A inteligência artificial pode imitar o pensamento e a produtividade, mas jamais compreenderá o significado do afeto, do silêncio e da presença.



Entre o dado e a pausa, entre o código e a oração, existe uma zona que nenhuma máquina habita: o humano, essa interface misteriosa entre o finito e o eterno, que só se revela quando desaceleramos.



O futuro não precisa ser entregue ao digital. Ele precisa ser relacional. A máquina nos mostrou o que éramos; agora, cabe a nós decidir o que seremos.

A rebelião silenciosa: como a máquina apenas reflete a nossa própria tirania

Se uma criança usa lápis e cartolina para expressar “eu te amo”, “eu gosto”, “eu penso em você”, então oferecer robótica é dar a ela uma nova cartolina do século XXI



Quando falamos em habilidades fundamentais para a vida: ler, escrever, contar. Estamos falando de linguagens: maneiras de expressar, compreender e interagir com o mundo. Hoje, com o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, aparece uma nova linguagem que acompanha esse mundo: a robótica.&nbsp;



E essa não é uma linguagem reservada a engenheiros. É um modo de expressar ideias, sentimentos, imaginação. Tal como a criança usa o lápis para desenhar, a robótica permite que a criança “desenhe em movimento”, “programe o seu pensamento”.



<h2 class="wp-block-heading">Do desenho na cartolina à máquina que pensa</h2>



Imaginemos a cena: uma turminha de jardim de infância recebe uma cartolina para desenhar um presente para o Dia das Mães ou um cartão de Natal. Cada traço, cada cor, é a tentativa da criança de dizer “eu te amo”, “gosto de você”, “você é importante”. É a linguagem dela (ainda que simples) de expressão.



Agora, alguns anos depois, essa mesma criança poderia montar um robô que se move, reage, acende luzes, interage e com isso expressar “eu penso que posso”, “eu posso construir”, “eu posso criar”.



A essência é a mesma: comunicar-sentir-criar. Só que a robótica amplia o campo: ideias se transformam em ação concreta.





<h2 class="wp-block-heading">Por que a robótica importa desde cedo</h2>



Pesquisas recentes mostram que a robótica educacional não apenas desperta interesse em tecnologia, mas traz benefícios cognitivos concretos:



&nbsp;- Um estudo com crianças de 6 a 8 anos verificou que atividades de robótica melhoraram memória visuoespacial, raciocínio lógico e abstrato.



&nbsp;- Outra revisão encontrou forte evidência de que robótica em educação primária desenvolve computational thinking (pensamento computacional), habilidades de observação, manipulação, geração de hipóteses e trabalho em equipe.



&nbsp;- Além disso, pesquisas apontam que crianças com necessidades especiais, como TDAH ou autismo, têm mostrado ganhos em participação, foco e comunicação com o uso da robótica.&nbsp;



Esses achados reforçam que robótica não é “apenas um módulo extra”. É uma ferramenta de expressão, de cognição, de socialização.



<h2 class="wp-block-heading">Linguagem, pensamento e expressão</h2>



Para nós, que acreditamos que aprender ler e escrever não significa necessariamente se tornar escritor, e que aprender matemática não exige que se torne físico, a robótica deve ser vista sob o mesmo prisma:



&nbsp;- A criança não precisa aprender robótica para se tornar engenheira.



&nbsp;- Ela precisa aprender robótica para poder expressar, aprender, perguntar e construir. Para ter acesso a uma linguagem nova que permite: idealizar e realizar. Quando a escola oferece robótica, ela está oferecendo aos alunos mais do que máquinas: está oferecendo acesso a um sistema de pensamento, de construção, de expressão.



<h2 class="wp-block-heading">Quanto mais cedo, melhor</h2>



O momento ideal para introduzir essa linguagem é precisamente quanto mais cedo possível. Não porque os robôs “mais cedo” serão superavançados, mas porque a plasticidade mental da infância permite absorver a linguagem de forma natural, integrando-a ao repertório de expressão habitual da criança.



Em termos simbólicos: se a criança desenha um sentimento aos 4-5 anos, aos 8-9 anos poderia construir um robô que reage ao toque para expressar uma ideia de “ajuda” ou “amor”. Quanto antes ela tiver a linguagem à disposição, mais espontânea será sua utilização.



<h2 class="wp-block-heading">Trace conexões com a cartolina e com o pensamento</h2>



Voltando à cartolina: desenhar é uma linguagem que permite colocar o invisível (um sentimento) no visível (o papel). A robótica faz algo semelhante: permite colocar no “mundo dos objetos” aquilo que antes estava no “mundo da mente”.



&nbsp;- A criança imagina: quero que ele ande, que ele acenda, que ele ajude.



&nbsp;- A criança monta: sensores, motores, lógica.



&nbsp;- A criança programa: sequências, condições e vê aquilo mover-se, acender-se, virar expressão.



<h2 class="wp-block-heading">O papel da escola e dos educadores</h2>



Para que essa linguagem funcione, a escola tem papel central não apenas em disponibilizar kits de robótica, mas em tratar a robótica como linguagem curricular, como extensão das linguagens tradicionais, e não como “atividade extra”. Algumas práticas se destacam:



<h2 class="wp-block-heading">Impactos esperados</h2>



Para que essa linguagem funcione, a escola tem papel central não apenas em disponibilizar kits de robótica, mas em tratar a robótica como linguagem curricular, como extensão das linguagens tradicionais, e não como “atividade extra”. Algumas práticas se destacam:



&nbsp;- Projetos integrados: robótica ligada a desenhar, a narrar, a expressar um sentimento, e não apenas “montar o robô e programar”.



&nbsp;- Espaços de expressão: permitir que a criança use o robô para contar histórias, para projetar ideias, para simular situações de “eu quero ajudar”, “eu quero criar”, “eu quero explicar”.



&nbsp;- Erro como oportunidade: assim como no desenho a criança rasga, rabisca e reaplica tinta, na robótica ela desmonta, refaz e testa de novo. Isso promove resiliência, pensamento iterativo e coragem para se expressar.



&nbsp;- Linguagem compartilhada: permitir que a criança explique o que fez, por que fez, o que imaginou, e com isso transformar tecnologia em narrativa.



<h2 class="wp-block-heading">Impactos esperados</h2>



&nbsp;Quando adotamos essa visão, os impactos se estendem:



- Aumento da confiança da criança para lidar com sistemas complexos: pesquisa indica que programas de robótica aumentam a confiança de jovens crianças nas suas habilidades de programação e design.



&nbsp;- Ampliação de escolhas futuras: permitir que a criança veja tecnologia, construção e expressão como parte de seu repertório. Mesmo que ela não escolha engenharia, ela terá essa linguagem como meio de expressão.



&nbsp;- Redução da divisão técnica/social: robótica quando bem aplicada pode nivelar oportunidades, favorecer crianças de diferentes perfis e favorecer a diversidade de pensamento.



&nbsp;- Fortalecimento de competências atuais: criatividade, colaboração, pensamento crítico, comunicação. Competências que aparecem nas próprias pesquisas de uso da robótica.



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão</h2>



Em resumo: se uma criança usa lápis e cartolina para expressar “eu te amo”, “eu gosto”, “eu penso em você”, então oferecer robótica é dar a ela uma nova cartolina do século XXI. Na escola, ao invés de encarar a robótica como “o módulo que ensina tecnologia”, podemos vê-la como “a linguagem que permite à criança criar, expressar, pensar e, mais importante, realizar”.



E, quanto mais cedo essa linguagem for disponibilizada, com suporte, com sentido, com expressão. Mais natural será para nossos alunos utilizá-las, não só para “serem engenheiros”, mas para “serem autores do que imaginam”.



Porque, no fim, isso é educação: não formar especialistas, mas formar pessoas que sabem pensar, expressar, criar e se adaptar.



<h2 class="wp-block-heading">Referências externas e leitura complementar</h2>



Efeitos cognitivos da robótica em crianças de 6 a 8 anos Estudo mostra melhora em memória visuoespacial, raciocínio lógico e habilidades de abstração com atividades de robótica.



<a href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37113265" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37113265</a>



👉 Robótica e pensamento computacional na educação primária Revisão que aponta ganhos em observação, manipulação, hipótese, lógica e trabalho em equipe.



<a href="https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?</a>



👉 Robótica como ferramenta de inclusão Pesquisa destaca melhorias em foco, engajamento e comunicação em crianças com TDAH e autismo.



<a href="https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?</a>



👉 Robótica e autoconfiança em crianças Mostra como atividades com robôs aumentam a confiança das crianças em programação e design.



<a href="https://www.mdpi.com/1424-8220/23/23/9335?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.mdpi.com/1424-8220/23/23/9335?</a>



👉 Competências do século XXI e robótica educacional Artigo que relaciona robótica com criatividade, colaboração, pensamento crítico e comunicação.



<a href="https://tist.school/blog/top-reasons-why-kids-should-learn-robotics?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://tist.school/blog/top-reasons-why-kids-should-learn-robotics?</a>



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Business Intelligence e apoio a tomada de decisões

Sérgio Lacerda

Além da Ideia: como o networking pode transformar sua empresa, com Reginaldo Pereira | Café com ADM 467

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Sérgio Lacerda

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