—O meu cabelo tá muito ressecado—, lamenta Rafa Kalimann, enquanto mexe no seu cabelo. —O meu tá de um jeito que ele nunca esteve. Tá horrível!—, concorda, expressando a preocupação no rosto, a ex-sister Ivy Moares. —Minha filha, você não pegou a fase ruim aqui dentro. Você não pegou quando era o xampu…—, contava a sister Rafa quando, de repente, a produção cortou a transmissão para uma imagem da academia vazia e sem som. O diálogo aconteceu no domingo (19), durante a edição atual do Big Brother Brasil (o #BBB20). Rafa e Ivy conversavam sobre o que elas fariam se fossem eliminadas naquele paredão e começaram a concordar que os primeiros cuidados seriam com os cabelos, que não estavam bem cuidados, graças aos produtos que as sisters usam na casa. Produtos, esses, fornecidos por uma marca patrocinadora do programa. Ainda em 2019, a Globo já havia anunciado que o preço de tabela das cotas de patrocínio do BBB20, o primeiro que misturou anônimos e influencers, era de R$ 46,6 milhões (mais de R$ 9 milhões a mais do que a cota cobrada na edição anterior!). Então, vale a pena gastar milhões numa propaganda no BBB enquanto seu produto deixa a desejar? “A marca quando vai pro BBB tem que entender que é um formato midiático de altíssima exposição e altíssimo risco”, avalia Marcos Hiller, Head de planejamento da True Stories, uma consultoria de posicionamento de marcas que já conduziu projetos junto a marcas como Ambev, Bauducco, Bayer, Accor. “Ainda mais esse BBB20 que tem um aspecto mais verdadeiro e tem dado o que falar, a marca tem que entender que ele é um meio midiático muito peculiar. Pode acontecer de tudo. Risco versus exposição: a exposição é gigante mas o risco é proporcional. É o mesmo que usar uma celebridade”, conclui Hiller. Se eu gerisse a marca, promoveria uma experiência única para todas os participantes do BBB quando saíssem do programa. Com todos os cuidados possíveis com os cabelos deles e garantindo, claro, que fosse tudo muito bem publicizado nas redes sociais de cada um deles. Aceitar o contraditório (as opiniões das sisters que não me favoreceram) é parte da construção da marca. O momento seria de aproveitar os holofotes e apresentar planos de melhoria, revisão dos produtos em questão e/ou uma nova linha para substituir aqueles, se fosse o caso. Como você, leitor, reagiria?