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Através do Decreto 2.940-R de 6 de janeiro de 2012 que introduziu o artigo 530-L-R-I, O Espírito Santo instituiu um incentivo para as operações interestaduais realizadas de forma não presencial, por meio da internet ou call center, destinadas ao consumidor final, tanto pessoa física quanto jurídica.
O Contrato de Competitividade firmado entre o Estado do Espírito Santo e a AVENPES &#8211; Associação das Empresas de Venda Não Presencial do ES, possibilitou que as empresas desse setor pudessem formalizar suas adesões, iniciando suas operações com base neste incentivo.
As empresas que aderem ao Compete Venda Não Presencial, ao assinar o Termo de Adesão se comprometem:
&#8211; Assinar Termo de Adesão ao Contrato;
&#8211; Entregar a Autoavaliação de Gestão, conforme modelo disponibilizado pela SEDES;
&#8211; Participar das ações que são desenvolvidas com vistas ao incremento da competitividade do setor;
&#8211; Atualizar o Termo de Adesão ao Contrato e a Auto avaliação da Gestão até o mês de março de cada ano;
&#8211; Participar do Programa de Competitividade do ES.
O Compete Venda Não Presencial, atualmente se encontra embasado no art. 23 da Lei no. 10.568/2016.
Este incentivo proporciona:
· Crédito presumido de forma tal que a carga tributária efetiva resulte em:
I – 1,5% &#8211; vigorou durante todo o ano de 2016;
II – 1,25% &#8211; para todo o ano de 2017; e
III – 1,1% &#8211; a partir de janeiro de 2018.
· Diferimento do ICMS incidente sobre as importações realizadas por contribuintes que praticarem as operações tratadas por este benefício, para o momento em que ocorrer as saídas destas mercadorias.
· Não recolhimento da parte relativa ao Estado de Origem do Diferencial de Alíquotas – Difal.
Vedações e obrigatoriedade:
· A empresa optante por esse incentivo deverá comercializar suas mercadorias, exclusivamente por meio de venda não presencial, podendo ser através da internet ou de call center.
· Deverá requerer adesão ao Contrato de Competitividade do setor junto à Sedes.
· Não poderá utilizar qualquer outro benefício fiscal.
· Não podem usufruir deste incentivo as operações com mercadorias sujeitas ao ICMS-ST, quando já adquiridas com a retenção deste imposto.
· O objetivo social principal, identificado pelo CNAE deve ser de comércio varejista.
· No caso de realização de operações de importação com o benefício do diferimento do ICMS, a empresa deverá preferencialmente adotar a utilização da infraestrutura portuária ou aeroportuária do ES, com o desembarque e desembaraço neste território.
A vedação referente à mercadorias adquiridas com ST fica automaticamente suspensa caso o contribuinte solicite o credenciamento de contribuinte substituto e obtenha o deferimento deste pleito, obviamente.
Está explicitado no art. 23 que o Secretário de Estado da Fazenda pode conferir a condição de substituto a contribuinte localizado neste Estado.
No caso de utilização desse incentivo a empresa que vende por internet ou call center obterá um desconto de aproximadamente 90% no pagamento do ICMS “normal” (aqui não está sendo considerado o Difal Destino).
E na hipótese de operar com mercadorias importadas, deixarão de recolher 17% de ICMS (em alguns estados a alíquota interna é 18%) quando da nacionalização dessas mercadorias, diferindo esse imposto para sua saída, ou seja apenas quando ocorrer as vendas, o que diminui o impacto no fluxo financeiro.
Esclarecendo um pouco mais, quando importar não pagarão o ICMS da entrada e recolherão apenas o ICMS apurado com base em suas operações de saídas, o que consequentemente irá resultar em um preço de venda com uma carga tributária menor de ICMS embutida.
Exemplo:
Vendas para fora do ES para não contribuinte (consumidor final PF e/ou PJ) – R$ 100.000,00 &#8211; ICMS destacado 12% ou seja R$ 12.000,00
Compras de fora do ES – R$ 30.000,00 – ICMS destacado 7% ou seja R$ 2.100,00
Apuração caso a empresa não possua esse incentivo (apuração normal) – Débito de R$ 12.000,00 – Crédito de R$ 2.100,00 = ICMS a Recolher de R$ 9.900,00
Apuração caso a empresa seja beneficiária do incentivo ao e-commerce – Débito de R$ 12.000,00 – Crédito Presumido de R$ 10.750,00 = ICMS a Recolher de R$ 1.250,00
Ganho com a utilização do incentivo fiscal: R$ 8.650,00
*Neste exemplo não está sendo considerado o Difal Destino.
Considerando todos os detalhes que devem ser observados quando da decisão sobre a implantação de uma empresa e utilização de incentivo fiscal, recomendo a leitura da legislação do Compete Venda Não Presencial concomitante com o Contrato de Competitividade do setor, além da elaboração de desenhos tributários e planilhas relativas às operações que serão realizadas.
Persistindo dúvidas, consulte-nos!

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Através do Decreto 2.940-R de 6 de janeiro de 2012, o Espírito Santo instituiu um incentivo para as operações interestaduais realizadas de forma não presencial. O Contrato de Competitividade firmado entre o Estado do Espírito Santo e a AVENPES - Associação das Empresas de Venda Não Presencial do ES, possibilitou que as empresas desse setor pudessem formalizar suas adesões, iniciando suas operações com base neste incentivo.

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O crescimento econômico e empresarial exige visão de longo prazo, planejamento estruturado, eficiência técnica, transparência e responsabilidade



A história econômica do Brasil é pontuada por visionários que, em diferentes épocas e contextos, moldaram o futuro do país com audácia, planejamento e uma profunda compreensão da interconexão entre infraestrutura, indústria e desenvolvimento. 



De Irineu Evangelista de Sousa (o Visconde de Mauá) a Francisco Matarazzo, de Roberto Simonsen a Eliezer Batista, esses nomes representam não apenas o passado, mas um valioso repositório de lições que hoje se manifestam em políticas fiscais concretas — como FUNDAP, Invest-ES e Compete-ES —, que transformaram o Espírito Santo em protagonista logístico. 



Este artigo explora como o legado desses titãs da indústria e da gestão pública se manifesta hoje, especialmente nas políticas de incentivos fiscais do Espírito Santo, transformando desafios em oportunidades estratégicas.



<h2 class="wp-block-heading">Mauá: a genialidade solitária e a semente da modernização </h2>



No século XIX, Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá, enfrentou um cenário de empreendedorismo extremamente desafiador e solitário. Sabotado pela elite política e econômica, perseguido institucionalmente e alvo de campanhas difamatórias, Mauá agiu sem o apoio público, sem incentivos fiscais e sem segurança jurídica. Ainda assim, construiu estradas, bancos, estaleiros, modernizou portos e lutou por uma economia nacional forte. Ele chegou a utilizar recursos próprios para garantir a soberania brasileira na região amazônica, um ato de defesa nacional com capital privado. 



Mauá nos ensina que a visão de futuro e a capacidade de inovar são essenciais, mesmo sob as condições mais adversas. Mauá não apenas construiu estruturas: ele construiu confiança em torno de ideias revolucionárias. O mesmo carisma que o fez ser perseguido, o fez também mobilizar capital privado para atos de defesa nacional.



<h2 class="wp-block-heading">Matarazzo: a escala, a verticalização e o império industrial </h2>



Meio século depois de Mauá, Francisco Matarazzo, um imigrante italiano, demonstrou que a industrialização em larga escala era possível no Brasil. Começando com um pequeno armazém, ele expandiu rapidamente, erguendo o maior parque industrial da América Latina na época, com mais de 200 fábricas integradas em São Paulo. 



A estratégia de Matarazzo baseava-se na diversificação, na escala e, principalmente, na verticalização da produção, controlando toda a cadeia — do algodão à confecção, da banha ao sabão — para reduzir custos e garantir competitividade. Sua forma de pensar antecipou o que hoje chamamos de planejamento estruturado. 



Contudo, seu legado também nos alerta sobre a importância da adaptação contínua e da inovação, já que seu império não resistiu às transformações econômicas e tecnológicas posteriores. No Espírito Santo, essa lógica se traduz em regimes como o Compete-ES: sem o alívio fiscal que protege margens, nenhum atacadista ou e-commerce conseguiria replicar hoje a ousadia da escala que Matarazzo sonhou no início do século XX.



<h2 class="wp-block-heading">Simonsen: o planejamento como pilar da política de estado</h2>



 Roberto Cochrane Simonsen (1889–1948), engenheiro, industrial e político, foi um defensor incansável do planejamento estruturado para o desenvolvimento brasileiro, rejeitando o improviso. Ele fundou empresas de infraestrutura e metalurgia, mas seu maior legado foi a convicção de que o Brasil precisava de um plano nacional de industrialização, focado em infraestrutura, tecnologia e qualificação da mão de obra. 



Simonsen transformou o associativismo empresarial em instrumento de formulação estratégica para o Estado, defendendo que empresários deveriam produzir estudos técnicos para orientar políticas públicas. Sua visão nos ensina que o planejamento não é burocracia, mas estratégia, e que cada empresa deve ter um plano tributário e produtivo de longo prazo. Do mesmo modo, o empreendedor de hoje precisa de um plano tributário tão sólido quanto o industrial que Simonsen defendia. Estratégia fiscal não é detalhe: é pilar de sobrevivência em mercados voláteis.



<h2 class="wp-block-heading">Eliezer Batista: visão técnica, logística integrada e os incentivos do Espírito Santo </h2>



Eliezer Batista transcendeu o papel de gestor técnico na Companhia Vale do Rio Doce e como Ministro de Minas e Energia. Em suas gestões, ele foi o arquiteto de projetos estruturantes como a ampliação do Porto de Tubarão (ES), a modernização da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e o Projeto Carajás (PA). 



Batista defendia que incentivos fiscais não deveriam ser isolados, mas integrados a corredores logísticos, clusters industriais, geração de empregos qualificados e transferência de tecnologia. Ele também antecipou o conceito de contabilidade estratégica, enfatizando métricas objetivas, análises custo-benefício fundamentadas e controle fiscal baseado em desempenho e resultado. 



Essa visão estruturante e ética estabeleceu os fundamentos que inspirariam programas como o FUNDAP, o Invest-ES e o Compete-ES, que hoje são pilares do desenvolvimento industrial e logístico do Espírito Santo. Com Batista, os incentivos fiscais deixaram de ser vistos como exceção e passaram a ser narrados como estratégia nacional — a mesma lógica que sustenta, até hoje, o protagonismo capixaba.



<h2 class="wp-block-heading">O elo atemporal: do pioneirismo à inteligência tributária atual no Espírito Santo </h2>



Enquanto Mauá enfrentava o Império sem apoio, o empreendedor de hoje, especialmente no Espírito Santo, vive um cenário oposto. O estado oferece uma estrutura sólida de apoio ao empreendedorismo produtivo, com responsabilidade fiscal e protagonismo institucional.



O que Mauá não teve, e que o empreendedor atual pode e deve usar, são as ferramentas disponíveis para proteger sua margem, ampliar sua operação e acelerar sua competitividade. No Espírito Santo, isso se traduz em:



Incentivos fiscais estaduais estruturantes, como o Compete Atacadista, Invest Indústria, Invest Importação, Compete e-Commerce, REOA e o FUNDAP.



Apoio de instituições como o BANDES (com linhas para inovação e expansão) e o SEBRAE (com capacitação técnica).



Secretarias de Estado (Desenvolvimento, Fazenda, Governo) atuantes e focadas em agilidade e atração de investimentos, além de um ambiente jurídico seguro com previsibilidade e transparência.



No plano federal, as empresas também podem se beneficiar de modelos como o Repetro (incentivo para petróleo e gás), a Lei do Bem (deduções para pesquisa, inovação e desenvolvimento) e a Sudene (redução do IRPJ para expansão em regiões específicas).



O ponto central, reforçado pelos legados de Matarazzo e Simonsen, é enxergar esses benefícios fiscais não como "privilégios", mas como instrumentos legais de desenvolvimento regional e ganho de escala. A lógica de Eliezer Batista, que integra infraestrutura e incentivos fiscais para competitividade sistêmica, é a essência do modelo capixaba.



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão: incentivo fiscal não é favor, é estratégia </h2>



As trajetórias de Mauá, Matarazzo, Simonsen e Eliezer Batista nos deixam lições claras: o crescimento econômico e empresarial exige visão de longo prazo, planejamento estruturado, eficiência técnica, transparência e responsabilidade. Hoje, ao contrário de Mauá que empreendeu sozinho contra o Império, o empreendedor tem à sua disposição uma estrutura e ferramentas que podem e devem ser utilizadas com inteligência.



Em tempos de debate tributário e busca por eficiência, o legado desses nomes oferece mais do que inspiração — oferece um método. O Espírito Santo é um exemplo real de como a continuidade técnica e a aplicação de uma visão estratégica podem traduzir conceitos históricos em políticas públicas eficazes e desenvolvimento regional sustentável. Não é preciso ser um herói para empreender no Brasil, mas é crucial parar de ignorar as ferramentas que estão disponíveis, esperando para serem utilizadas com responsabilidade e estratégia.



Nota pessoal da autora: Concluí meu curso Técnico em Contabilidade no Colégio Eliezer Batista, em dezembro de 1985 — no último ano da segunda gestão de Eliezer Batista à frente da Vale. O colégio, localizado ao lado da Desportiva Ferroviária, foi parte essencial da minha formação. À época, eu não imaginava que minha vida profissional se entrelaçaria tão profundamente com os incentivos fiscais e o desenvolvimento regional do Espírito Santo. Hoje, reconheço esse elo como simbólico e inspirador para minha atuação técnica junto às empresas capixabas.

Do sonho ao planejamento: as lições atemporais de Mauá, Matarazzo, Simonsen e Eliezer Batista para a estratégia empresarial atual

Empresas que incorporam boas práticas fiscais ao seu modelo de gestão minimizam riscos, otimizam recursos, preservam incentivos e fortalecem sua reputação institucional



No atual cenário de fiscalização ampliada e cruzamento automático de dados, adotar boas práticas fiscais não é apenas recomendável — é indispensável à sobrevivência e à competitividade empresarial.



No Espírito Santo, o cumprimento rigoroso do Regulamento do ICMS (Decreto nº 1.090-R/2002) tornou-se um dos principais critérios para permanência em regimes especiais e incentivos fiscais, como o Compete-ES, Invest-ES e FUNDAP.



Com a interoperabilidade crescente entre SEFAZ, Receita Federal e demais órgãos de controle, inconsistências técnicas — mesmo involuntárias — podem resultar em glosas de créditos, autuações e suspensão de benefícios.



Neste artigo, reúno as principais exigências fiscais e operacionais observadas pelo Fisco capixaba, bem como orientações práticas para garantir conformidade e blindagem preventiva.



<h2 class="wp-block-heading">O que o Fisco capixaba está observando?</h2>



A fiscalização estadual passou a operar com critérios técnicos mais precisos, sustentados por auditorias eletrônicas e análise cruzada de dados em tempo real. Os principais pontos de atenção incluem:



1. CFOP e CST incompatíveis com a realidade operacional



Erros na codificação fiscal comprometem a escrituração e podem gerar glosas de créditos legítimos, mesmo que a operação tenha ocorrido corretamente.



2. Descumprimento de obrigações acessórias



Empresas com incentivos fiscais devem manter regularidade absoluta no cumprimento de relatórios mensais, recolhimentos complementares, controles das apurações de tributos, entre outros.



3. Escrituração incompleta ou negligente



A omissão de notas fiscais — inclusive de remessas, devoluções ou bonificações — representa risco direto de autuação e pode ser caracterizada como tentativa de sonegação



4. Estoques e movimentações incompatíveis com o SPED



A SEFAZ cruza as informações constantes nas NF-e, SPED Fiscal e ECD, exigindo total coerência entre registros contábeis e operações fiscais.



5. Ausência de sinalização e licenciamento atualizado



Mesmo empresas localizadas em complexos logísticos ou galpões compartilhados devem manter placas de identificação visíveis e proporcionais à atividade exercida, além de todas as licenças exigidas (municipais, ambientais, sanitárias, etc.). A ausência desses elementos pode ser interpretada como indício de operação irregular.



<h2 class="wp-block-heading"> Boas práticas fiscais: as 9 recomendações essenciais</h2>



Com base em mais de três décadas de atuação técnica, reunimos a seguir as principais ações estratégicas para mitigar riscos e reforçar a conformidade fiscal:



1. Escrituração contábil técnica e tempestiva



Mantenha a contabilidade em dia e com respaldo documental, incluindo o envio adequado da Escrituração Contábil Digital (ECD) — exigida também por auditorias estaduais.



2. Validação rigorosa de documentos fiscais



Revise todos os documentos emitidos e recebidos, com atenção especial aos códigos CFOP, CST e à tributação conforme NCM.



3. Atualização cadastral e de licenças



Certifique-se de que o CNAE corresponde à operação real da empresa e que todos os alvarás e licenças estão regulares.



4. Comprovação documental da posse do imóvel



Guarde contratos válidos de locação, comodato, arrendamento ou escritura pública para demonstrar legalmente o direito de uso do imóvel.



5. Identificação física da empresa



A sede operacional deve estar sinalizada de forma clara e visível, conforme exigência das autoridades fiscais — mesmo em operadores logísticos.



6. Monitoramento de transportadores



Caso o frete seja realizado por transportadora com inscrição estadual no ES, verifique o correto recolhimento do DUA do ICMS sobre o frete.



7. Número de funcionários compatível com o incentivo e com a operação



Incentivos fiscais estaduais exigem manutenção de número mínimo de empregados, conforme previsto no termo de enquadramento.



8. Escrituração de todas as notas fiscais



Lançar corretamente todas as NF-es, inclusive de remessa, bonificação e devolução, é obrigatório. A ausência desses lançamentos compromete a rastreabilidade e transparência fiscal.



9. Organização documental para fiscalizações



Mantenha arquivados extratos bancários, pedidos de compra, e-mails de negociação e comprovantes operacionais, que podem ser exigidos pelo Fisco.



<h2 class="wp-block-heading">Conformidade fiscal não é custo: é estratégia de sustentação</h2>



Empresas que incorporam boas práticas fiscais ao seu modelo de gestão minimizam riscos, otimizam recursos, preservam incentivos e fortalecem sua reputação institucional. Trata-se de um investimento direto na longevidade e sustentabilidade do negócio.



A inteligência tributária começa pela conformidade técnica e pelo zelo diário com os detalhes.

Boas práticas fiscais: como evitar riscos e garantir conformidade com o regulamento do ICMS/ES

Aqueles que dominarem essa competência estarão à frente — não por saberem mais, mas por compreenderem melhor



Por Olírica Cunha – Especialista em assessoria empresarial e tributária há mais de 30 anos



Vivemos na era do data driven business. Planilhas, dashboards e relatórios gerenciais já não são privilégio de grandes corporações — estão ao alcance de praticamente todas as empresas. E, ainda assim, é comum observar organizações com acesso às mesmas informações chegando a decisões completamente distintas.



A diferença raramente está nos dados em si. Está, quase sempre, na forma como são interpretados.



<h2 class="wp-block-heading">A ilusão da objetividade total</h2>



No mundo corporativo, é comum supor que números falam por si. Mas essa crença ignora um fator essencial: dados são objetivos, mas a leitura que fazemos deles nunca é neutra.



Uma planilha de custos apresenta valores exatos. Um relatório contábil, indicadores mensuráveis. No entanto, essas informações precisam ser contextualizadas, comparadas, analisadas sob múltiplas lentes. O próprio Peter Drucker resumiu bem:



“Dados são como matéria-prima. Seu valor real surge quando passam pelo crivo da experiência e do conhecimento.”



<h2 class="wp-block-heading">O papel (subestimado) do contexto</h2>



Considere o seguinte dado: a receita de uma empresa cresceu 15% no último trimestre. Um ótimo resultado? Depende.



• E se o mercado cresceu 25% no mesmo período?



• E se esse crescimento exigiu sacrificar margens?



• E se foi impulsionado por um produto com demanda sazonal e queda projetada?



• E se os impactos tributários desse aumento não foram avaliados?



Sem o devido contexto, até o dado mais preciso pode levar a uma decisão equivocada.



<h2 class="wp-block-heading">A interpretação como vantagem competitiva</h2>



Em um ambiente empresarial cada vez mais analítico, o diferencial competitivo não está em acessar informações — mas em compreendê-las melhor do que os concorrentes.



Três pilares sustentam essa capacidade:



<h3 class="wp-block-heading">1. Conhecimento técnico aprofundado</h3>



Interpretar exige domínio do tema. No campo tributário, por exemplo, não basta entender o número bruto. É preciso conhecer legislação, jurisprudência, incentivos regionais e impactos econômicos de cada variável fiscal.



<h3 class="wp-block-heading">2. Visão sistêmica</h3>



Dados isolados contam histórias incompletas. Profissionais capacitados conectam variáveis, identificam causalidades, projetam cenários. Não enxergam apenas números, mas dinâmicas complexas.



<h3 class="wp-block-heading">3. Experiência prática</h3>



Nenhum software substitui o olhar experiente de quem vivenciou múltiplos ciclos econômicos, contextos regulatórios e desafios operacionais. A chamada “intuição analítica” nasce de anos de prática.



<h2 class="wp-block-heading">Evidências que sustentam essa visão</h2>



A importância da interpretação qualificada dos dados vem sendo destacada por diversas instituições de renome global. Segundo estudos da McKinsey, organizações que utilizam analytics de forma estratégica têm até 19 vezes mais chances de obter lucro acima da média do setor. A Deloitte aponta que 49% dos executivos relatam melhorias significativas na tomada de decisões com o uso estruturado de dados, enquanto o MIT Sloan Management Review, em parceria com a SAS, demonstrou que empresas com práticas analíticas maduras são 5% mais produtivas e 6% mais lucrativas do que seus pares.



Essas pesquisas convergem em um ponto essencial: o diferencial competitivo não está apenas em ter acesso à informação, mas em saber interpretá-la com contexto, técnica e visão estratégica.



<h2 class="wp-block-heading">O exemplo dos incentivos fiscais</h2>



No Espírito Santo, programas como o FUNDAP e o Invest Indústria oferecem oportunidades relevantes. Mas conhecer sua existência não garante bons resultados.



A diferença entre uma operação bem estruturada e uma fonte de passivo fiscal está na interpretação:



• Das nuances regulatórias e restrições operacionais;



• Da aderência real ao modelo de negócios;



• Das consequências no longo prazo para o planejamento tributário;



• Dos requisitos de conformidade documental.



Empresas que contam com uma assessoria especializada conseguem não apenas acessar incentivos — mas transformá-los em instrumentos estratégicos de crescimento.



<h2 class="wp-block-heading">Da informação à ação: como os dados se tornam estratégia</h2>



O verdadeiro valor dos dados se revela quando eles geram decisões. Para isso, o processo interpretativo precisa passar por etapas bem definidas:



1. Contextualizar: entender onde, como e por que o dado foi gerado



2. Correlacionar: identificar conexões relevantes



3. Projetar: construir cenários futuros a partir das tendências observadas



4. Priorizar: definir o que é relevante diante dos objetivos da empresa



5. Agir: transformar compreensão em ação concreta



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão: o futuro pertence a quem interpreta melhor</h2>



Num mundo de algoritmos, inteligência artificial e automação, pode parecer que a análise humana está em segundo plano. Mas o oposto é verdadeiro: quanto mais dados temos, mais essencial se torna a capacidade humana de interpretá-los com profundidade, contexto e discernimento estratégico.



Aqueles que dominarem essa competência estarão à frente — não por saberem mais, mas por compreenderem melhor.

A ciência da interpretação de dados

Renomado professor e escritor, Drucker enfatizou durante toda a sua carreira a importância da inovação contínua para a ascensão e sucesso empresarial



De acordo com um estudo recente da McKinsey, 65% das empresas globais já utilizam inteligência artificial (IA) em suas operações. Além disso, uma pesquisa da CNN Brasil indica que 72% das empresas aumentaram o uso de IA em seus processos. Como o pai da Administração Moderna, Peter Drucker, reagiria a essa realidade?



Renomado professor e escritor, Drucker enfatizou durante toda a sua carreira a importância da inovação contínua para a ascensão e sucesso empresarial. Durante meu MBA na Peter Drucker School of Management, nos EUA, Drucker destacava em suas aulas o quanto a tecnologia é excelente fonte de potencialização das capacidades humanas, devendo sempre ser utilizada a favor do capital intelectual, e jamais como substituta deste.



Com a ascensão meteórica da Inteligência Artificial (IA), nunca ficou tão claro o potencial desse capital, pois conciliando o uso consciente e estratégico dessa nova ferramenta que temos em mãos juntamente com o intelecto humano, as organizações podem alcançar patamares de inovação e sucesso jamais antes vistos.



Se Peter Drucker ainda estivesse vivo, como ele encararia a presença da IA? Seria ela uma aliada ou opositora de suas principais teorias e ideias? Como se daria a intersecção entre elas? Abaixo, trago algumas considerações sobre a potencial compatibilidade dessa relação, com possíveis veredictos sob a perspectiva de Drucker.&nbsp;



Capital intelectual: a visão de Drucker



Em 1959, Drucker popularizou em seu livro The Landmarks of Tomorrow o conceito de “knowledge worker”, ou literalmente “trabalhador do conhecimento”. Ele argumentava que, até o início do século XXI, o bem mais valioso de uma empresa seria o capital intelectual de seus colaboradores, prevendo assim uma mudança do trabalho braçal em direção ao uso de dados e informações no cotidiano empresarial – impulsionando assim o crescimento das organizações e consequentemente da economia do mercado.&nbsp;



Ademais, segundo ele, tal crescimento econômico e de produtividade estariam intrinsicamente dependentes da capacidade do homem de transformar tais dados em conhecimento útil.&nbsp;



Com o avanço da inteligência artificial, a quantidade de dados e informações compartilhadas cresce exponencialmente a cada dia, tornando o acesso ao conhecimento mais ágil e democrático para qualquer pessoa. No ambiente empresarial, a troca de informações e a aprendizagem contínua nunca foram tão simples e eficientes.&nbsp;



Se Drucker ainda estivesse vivo, provavelmente encararia a IA como uma força potencializadora do trabalho de tais knowledge workers, ao fornecer insights baseados em dados confiáveis e ao otimizar e facilitar processos analíticos essenciais para a alta performance da empresa. Além disso, vemos que os diversos modelos de IA processam também grandes quantidades de informação, o que permite aos gestores modernos a tomada de decisões de maneira mais rápida e embasada no dia a dia.&nbsp;



Veredicto de Drucker: IA como aliada. Ela amplia ainda mais a capacidade de análise dos trabalhadores de conhecimento, fornecendo conhecimentos e dados que auxiliam na aprimoração de seus intelectos e consequentemente aumentando as possíveis formas de evolução da inovação contínua nos negócios.&nbsp;



IA e a decisão baseada em dados&nbsp;



“O que pode ser medido, pode ser melhorado.”&nbsp;



Drucker reforça ao longo de toda a sua trajetória o fato de que a gestão eficaz deve se basear em informações e métricas objetivas para garantir melhores resultados, e não apenas na intuição ou experiência.&nbsp;



Atualmente, vemos com a IA a potencialização e transformação da gestão empresarial em um processo mais preciso, ágil e adaptável, ajudando líderes a minimizar riscos e maximizar oportunidades. Isso ocorre principalmente devido ao fato de a inteligência artificial sugerir ações estratégicas baseadas em modelos preditivos, como por exemplo algoritmos como o machine learning e o big data, que analisam padrões e tendências que levaria aos humanos meses ou até mesmo anos para serem identificados.&nbsp;



Veredicto de Drucker: IA como aliada. Ela promove velozmente aos gestores modernos a possibilidade de conduzir precisas análises e verificação de fatos, facilitando o rápido acesso de informações confiáveis à empresa, e consequentemente promovendo praticidade e agilidade ao cotidiano dos colaboradores.&nbsp;



Pessoas como centro estratégico



“A cultura organizacional devora a estratégia no café da manhã.”&nbsp;&nbsp;



Essa citação de Drucker destaca a relevância das pessoas dentro do âmbito empresarial. Ela demonstra que o real impulsionador do sucesso organizacional é o fator humano, independentemente da tecnologia aplicada no negócio; esta deve ser uma forma potencializadora da produtividade e melhora do ambiente de trabalho, e não ser vista como um fim em si mesma.&nbsp;



A IA, nesse caso, pode personalizar as experiências de aprendizado e treinamento dos colaboradores, tornando o desenvolvimento profissional mais eficiente, empoderando as pessoas e reforçando sua importância à cultura organizacional. Podemos conectar essa facilidade de praticidade da cultura organizacional a ferramentas de automação inteligente, como Trello e Notion IA. Elas permitem aos colaboradores estarem constantemente em conhecimento com o que ocorre na empresa, além de fornecer contato direto e prático entre eles.



Veredicto de Drucker: IA como aliada. A importância de propagar a cultura organizacional enfatizada por Drucker, em conjunto com o potencial de fortalecimento ao se utilizar novas ferramentas de automação inteligente, é o cenário ideal para que os colaboradores estejam em sinergia constante entre si, se concentrando em atividades estratégicas e criativas para o desenvolvimento e sucesso da organização.



Inovação impulsionada por IA&nbsp;



“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.”



Para Drucker, a inovação contínua é a peça central para a sobrevivência e sucesso de uma empresa. Com a IA, a aplicação da inovação em um negócio se tornou muito mais prática do que antes do seu surgimento. Seus diferentes modelos auxiliam na identificação de tendências emergentes no mercado, onde aqueles que sabem utilizar a IA a seu favor tem maior capacidade de adaptação e de rápida experimentação de seu produto ou serviço no mercado.&nbsp;



Um exemplo clássico de empresa que utiliza a IA como forma de inovação contínua é a Netflix. A plataforma utiliza algoritmos de machine learning para analisar os interesses de seus usuários, assim podendo sugerir indicações personalizadas de filmes e séries que mais se adaptem às suas preferências. A empresa também usa a inteligência artificial para otimizar a produção de seu conteúdo original, analisando tendências para criar produções que se alinhem ao interesse atual do público. Tal abordagem de utilização de dados dos usuários através da IA tem sido fundamental para sua inovação contínua e excelência do seu serviço.&nbsp;



Veredicto de Drucker: IA como aliada. O uso da inteligência artificial tem promovido a facilidade de criação do futuro dos negócios. Com a análise prática e constante do que o mercado precisa e demanda em determinado instante, a aplicação da inovação contínua nunca esteve tão possível e rápida de ser aplicada, sobretudo em empresas onde os gestores estão continuamente atentos ao que a inteligência artificial oferece em prol da organização.&nbsp;



Desafios éticos da IA



"A empresa que não gera impacto social positivo não tem razão para existir."



Para Drucker, além do foco no lucro, as empresas também devem dar prioridade à sua responsabilidade social, garantindo que suas ações sejam guiadas por princípios sólidos de ética – incluindo o uso da tecnologia. Ele enfatiza a importância das organizações como sendo agentes de transformação, que devem saber balancear a inovação com seu impacto positivo para a sociedade.&nbsp;





Com a revolução da inteligência artificial, os princípios de responsabilidade e ética das empresas têm se tornado cada vez mais essenciais para a proteção dos usuários de seus produtos e serviços. Porém, muitas vezes o equilíbrio entre a IA e tais princípios têm colidido. Por exemplo, manter a transparência ao informar claramente aos usuários quando estão interagindo com sistemas de IA e estabelecer diretrizes claras sobre a responsabilidade em casos de falhas ou decisões tomadas por modelos de inteligência artificial têm sido enfoque de debates em organizações de todo o mundo.



As medidas sendo tomadas envolvem a transparência nos algoritmos, combatendo assim vieses e protegendo a privacidade dos usuários, além da adoção de práticas de governança de IA, para garantir que suas aplicações estejam alinhadas aos valores sociais e éticos da empresa. Exemplos são a Microsoft e a Google, que criaram comitês de ética em IA para o supervisionamento do desenvolvimento e implementação responsável dessas tecnologias.&nbsp;



Veredicto de Drucker: IA como aliada e opositora. A inteligência artificial tem desafiado a aplicação dos princípios éticos valorizados por Drucker. Com sua rápida evolução, a IA exige uma constante atualização de normas e responsabilidades, tornando essencial a adaptação dos valores empresariais. Empresas que negligenciam essa necessidade correm o risco de comprometer sua reputação e sua credibilidade no mercado.



Drucker e IA: aliados imbatíveis ao sucesso empresarial?



A visão pioneira de Peter Drucker nunca foi tão relevante. Ao prever décadas atrás que o conhecimento e a inovação seriam essenciais no futuro das organizações, ele indiretamente já abraçava o potencial da inteligência artificial.



Hoje, empresas que compreendem essa sinergia entre a sabedoria de Drucker e as possibilidades da IA podem transformar desafios em oportunidades únicas, criando vantagem competitiva sustentável no mercado moderno. Afinal, como Drucker sabiamente afirmou:



"A única vantagem competitiva sustentável é a capacidade de aprender mais rápido que a concorrência."

A nova descontinuidade: a inteligência artificial à luz de Peter Drucker

Como o diretor de IA Tiago Cardoso revelou a estratégia que transformou tecnologia em vantagem competitiva sistêmica – e por que seus concorrentes ainda estão correndo atrás



Tiago Cardoso é Diretor de Dados e IA/ML do iFood, com 15 anos de experiência em Inteligência Artificial. Mestre em IA pela UFMG, foi cofundador e Diretor de Tecnologia da Hekima, startup de IA adquirida pelo iFood em 2020.



Sua credibilidade vem de uma jornada única: construiu uma empresa de IA desde 2009, desenvolveu sistemas de inteligência artificial por mais de uma década e agora lidera a transformação tecnológica de uma das maiores operações de marketplace da América Latina. Ele não apenas implementa tecnologia; arquiteta como a IA se integra à estratégia de negócio, influenciando decisões que impactam milhões de usuários diariamente.



<h2 class="wp-block-heading">1. IA não é solução instantânea: a estratégia de 7 anos do iFood</h2>



Pergunta: Com tantas possibilidades estratégicas hoje, como o iFood utiliza a IA na gestão para decisões estratégicas?



Insight de Tiago: “É muito importante não comprar a IA como imediatismo. O iFood vem num processo de IA desde 2018, trabalhando com machine learning, entendendo o que é IA, o que é machine learning, o que são dados, o que são dashboards. Não é algo novo, mas algo que foi construído para tal.”



A genialidade está na amplitude estratégica. Em vez de implementar IA pontualmente, eles mapearam todo o ecossistema: o que é realmente IA, o que é machine learning, o que são dashboards e o que é automação simples. Essa clareza conceitual evita o desperdício de recursos em “falsa IA” e gera dados verdadeiramente sinérgicos, levando a decisões mais robustas. A jornada de IA deve ser conduzida com uma amplitude alta, entendendo que a IA se integra no todo e que a clareza do que é cada aspecto do processo ajuda muito a ter dados mais sinérgicos e relevantes. O impacto é visível: mais de 600 agentes de IA já apoiam na ponta para entregar mais valor.



<h2 class="wp-block-heading">2. Foco inabalável em meio ao caos: a bússola estratégica do iFood</h2>



Pergunta: Quais os maiores desafios para manter foco e definição estratégica em meio a tantas oportunidades e expansões?



Insight de Tiago: “É fundamental entender os recursos e aonde colocar mais energia. O grande ponderamento para onde colocar mais energia é usar o direcionador do que vai melhorar a experiência do cliente.”



Tiago revela o filtro estratégico definitivo que permite ao iFood navegar entre comida, farmácia, supermercado, benefícios e futuras expansões sem perder o rumo: experiência do cliente como único direcionador de energia. Enquanto outras empresas se dispersam tentando capturar todas as oportunidades, o iFood usa um critério binário simples – “isso melhora a experiência do nosso cliente ou não?”. Ter esse norte direcionador ajuda a entender o que é o foco e onde dedicar a maior energia. O uso de metodologias que ajudem a manter o foco são essenciais para suportar essa visão do horizonte da experiência do cliente.



<h2 class="wp-block-heading">3. IA e estratégia: uma união inseparável para o futuro</h2>



Pergunta: Como você imagina o alinhamento entre estratégia e IA no futuro do iFood?



Insight de Tiago: “É algo já bem consolidado essa interligação da estratégia e da IA no iFood. É relevante que os executivos entendam mais da IA, dos estilos de IA que existem, como cada uma ajuda. Mas entendendo que a grande decisão é do gestor, e o mais importante é que a IA seja sempre ponderada para a experiência do cliente.”



Tiago revela a maturidade estratégica que separa empresas que “usam IA” de empresas que “são potencializadas por IA”: a consolidação já aconteceu. A genialidade está na capacitação executiva específica, pois não basta ter IA funcionando; os executivos precisam entender os diferentes tipos de IA e como cada um apoia decisões. Isso cria algo raro no mercado: liderança que pensa estrategicamente COM IA, não apenas SOBRE IA. O ponto crítico que a maioria erra: IA não toma decisões, mas amplifica a inteligência do gestor. Essa orientação para o futuro, vinda do próprio CEO, é imprescindível.



<h2 class="wp-block-heading">A revolução silenciosa que está mudando o jogo</h2>



O que Tiago demonstra no iFood espelha exatamente como Google, Intel, Adobe e LinkedIn construíram suas vantagens competitivas: IA como sistema nervoso da empresa, não como ferramenta isolada. Essas empresas não “adotaram” IA – elas se tornaram organizações orientadas por IA.



A diferença está na integração sistêmica. Enquanto a maioria das empresas implementa IA em silos, essas organizações de alto desempenho fazem da IA o tecido conectivo entre estratégia, operação e experiência do cliente. É exatamente isso que permite ao iFood manter liderança em múltiplas verticais enquanto expande agressivamente.



O modelo iFood prova que no Brasil também é possível construir essa maturidade estratégica de altíssimo nível. A questão não é tecnológica – é de visão de longo prazo e disciplina para construir capacidades antes que a urgência do mercado force decisões apressadas.



Pela minha experiência, é sempre fundamental alinhar isso com foco. Todo esse movimento de IA, o que ela pode fazer e alcançar, cases como o do iFood inspiram muito. Só que se as empresas não tiverem uma metodologia clara como OKR – algo que permita aos executivos, CEOs, C-levels e diretores entenderem o que é o foco de cada momento para saber dar cada passo – as empresas vão patinar em um universo muito amplo de coisas que acaba não chegando em lugar nenhum. É exatamente o que a maioria está fazendo: tentando um milhão de coisas com IA de forma muito ampla e, obviamente, não consegue construir aquilo que precisa.



<h2 class="wp-block-heading">A pergunta que vai tirar seu sono</h2>



Se IA é o novo sistema nervoso dos negócios, sua empresa está construindo inteligência ou apenas comprando ferramentas?



Porque enquanto você decide, seus concorrentes mais espertos já estão 7 anos à frente.

O iFood não usa IA. Eles são IA

O desafio do nosso tempo é claro: impedir que a mentira viaje mais rápido do que a capacidade humana de reconhecer a verdade



Vivemos um tempo em que a circulação da mentira encontra terreno fértil. Pesquisas mostram que, em média, uma postagem verdadeira alcança cerca de 1.000 pessoas, enquanto uma fake news pode atingir de mil a 100 mil usuários em poucas horas. O falso é rápido, apelativo e encontra nas redes sociais o combustível perfeito para se espalhar.



Esse fenômeno se torna ainda mais preocupante diante do volume de informações geradas diariamente. Estima-se que, todos os dias, sejam produzidos 2,5 quintilhões de bytes de novos dados. Para visualizar esse número, é como se cada pessoa no planeta, cerca de 8 bilhões de indivíduos, gerasse aproximadamente 300 MB por dia em fotos, mensagens, áudios e interações digitais. Um oceano de dados em constante movimento, no qual separar o que é verdadeiro do que é manipulado se torna um desafio monumental.



Não por acaso, a preocupação com a desinformação cresce. De acordo com o Reuters Digital News Report de 2024, o Brasil está entre os países mais alarmados com o tema. Sete em cada dez brasileiros afirmam ter medo de não saber diferenciar uma notícia verdadeira de uma falsa. Esse sentimento reflete um cenário em que o excesso de dados convive com a lógica algorítmica que prioriza conteúdos capazes de gerar engajamento, e não necessariamente aqueles que são mais precisos.



O problema não é apenas tecnológico, mas também social e político. As fake news prosperam porque ativam emoções fortes como medo, indignação e esperança, e os algoritmos amplificam justamente aquilo que prende a atenção. O combate, portanto, exige mais do que checagem manual. É preciso investir em inteligência artificial aplicada ao Big Data, capaz de mapear redes coordenadas de desinformação e rastrear percursos virais em tempo real. Mas também é fundamental fortalecer a alfabetização midiática e digital, garantindo que o cidadão desenvolva senso crítico diante do que consome e compartilha.



Se a mentira digital já alcança velocidade máxima, a reação só será efetiva quando unirmos tecnologia, políticas públicas e consciência coletiva. A verdade precisa recuperar seu espaço de influência para que a democracia não seja soterrada pela avalanche de dados que todos os dias molda, distorce e reconstrói a realidade online.



O desafio do nosso tempo é claro: impedir que a mentira viaje mais rápido do que a capacidade humana de reconhecer a verdade.

Compete e-commerce atualizado

Olírica Cunha

Como o uso de benefícios flexíveis impacta sua marca, com Dan Josua | Café com ADM 462

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