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<p><em>Ao estarmos no centro de uma conferência da relevância da COP30, a sociedade brasileira espera que o ensino superior esteja à altura do protagonismo que lhe é demandado</em></p>



<p>Além de voltar os olhos do mundo para o Brasil, a realização da 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP30), em Belém (PA), representa uma oportunidade única para conectar em definitivo dois universos que precisam atuar em sintonia na construção de um planeta mais sustentável: a educação superior e a agenda climática.</p>



<p>Ao incluir entre seus eixos temáticos aspectos como tecnologia e capacitação, além da participação ativa de jovens e instituições não estatais, a Agenda de Ação da COP30 faz um chamado às instituições de educação superior: educar para a mudança, formar para a transição e promover pesquisa, extensão e inovação voltadas ao desenvolvimento sustentável e à transição justa para uma economia de baixo carbono.</p>



<p>A boa notícia é que, ao menos no Brasil, uma parcela expressiva das instituições de ensino superior já demonstra atenção e compromisso com essa agenda, como comprovam duas iniciativas desenvolvidas pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES): a&nbsp;<a href="https://responsabilidadesocial.abmes.org.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Campanha da Responsabilidade Socioambiental do Ensino Superior Particular</a>&nbsp;e o&nbsp;<a href="https://premiofernandobraga.abmes.org.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Prêmio Fernando Braga de Sustentabilidade Ambiental na Educação Superior</a>.</p>



<p>Ao promover ações que ultrapassam os muros das instituições e impactam positivamente na qualidade de vida das comunidades, o setor educacional deixa de ser mero espectador dos desafios sociais e ambientais para assumir o papel de agente ativo da agenda climática. É importante destacar que, além da busca pela justiça ambiental, o debate sobre as mudanças climáticas envolve medidas concretas de combate à fome e à pobreza, bem como à superação das desigualdades estruturais, como de gênero, raça e condição socioeconômica.</p>


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<p>Instituído em 2023 pela ABMES em parceria com a EDUX21 Consultoria, o Prêmio Fernando Braga reconhece as melhores iniciativas de sustentabilidade ambiental realizadas por instituições que participaram da Campanha da Responsabilidade Socioambiental. O grande vencedor da última edição foi o projeto “Geração de energia eólica na comunidade Pinduri: da inovação à responsabilidade social”. Desenvolvido pelo Centro Universitário da Amazônia (UNAMA), o trabalho consistiu na implementação de uma iniciativa inovadora de geração de energia eólica na comunidade ribeirinha, situada a 21 km de Santarém (PA), equacionando sérios desafios enfrentados por aquela população devido à ausência de eletricidade, comunicação e infraestrutura básica.</p>



<p>Outro destaque foi o projeto “Apecatu: Educação Ecológica, Bioeconomia e Desenvolvimento Sustentável em Harmonia com a Natureza”, da UNINASSAU Salvador, em parceria com a UNEB. Desenvolvida junto a comunidades tradicionais e movimentos sociais, a iniciativa focou na promoção da cooperação científica, tecnológica e inovação para o desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica e sua relação com outros biomas brasileiros.</p>



<p>Ações como essas são realizadas por instituições de norte a sul do país e demonstram que a educação superior privada tem ido além da sala de aula, conectando o currículo acadêmico às comunidades nas quais está inserida e formando profissionais e cidadãos competentes e comprometidos com os desafios ambientais e sociais. Utilizando os termos em voga por ocasião da COP30, as instituições de educação superior brasileiras estão cientes do seu papel e comprometidas com a formação de uma nova geração capaz de lidar com a transição ecológica, a economia de baixo carbono e a justiça climática.</p>



<p>Contudo, sabemos que sempre é possível fazer mais e melhor. Para isso, precisamos avançar em três dimensões. A primeira é curricular, ou seja, inserir de forma integrada e contínua os temas da sustentabilidade, das mudanças climáticas, da economia circular e da bioeconomia nos currículos dos cursos de graduação. A segunda consiste em ampliar as ações nos campos da pesquisa e da extensão, articulando laboratórios, comunidades, territórios e saberes tradicionais para que a academia contribua, de fato, com a adaptação, com a mitigação e com a inovação verde. Já a terceira é institucional: gerir com responsabilidade ambiental (reduzir pegadas; adotar métricas ESG &#8211; ambiental, social e governança; envolver estudantes e servidores; e levar a sustentabilidade para o cotidiano acadêmico).</p>



<p>A COP30 traz para o Brasil o imperativo de fazer da educação um motor de mobilização e transformação. Não se trata apenas de fazer campanha ambiental ou de cumprir uma&nbsp;<em>checklist&nbsp;</em>de projetos certificados. O desafio é profundo: transformar a agenda ambiental em um eixo de formação, inovação e cidadania. Afinal, muito mais do que gerar reputação positiva, as ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas pelas instituições de educação superior contribuem para a transformação real do mundo em que vivemos, ainda que em uma esfera micro.</p>



<p>Portanto, a educação superior desempenha um duplo papel no contexto da COP30 e das adversidades ambientais impostas ao planeta Terra: formar com pertinência para os desafios da transição ecológica e atuar concretamente como agente de mudança no território.</p>



<p>Ao estarmos no centro de uma conferência da relevância da COP30, a sociedade brasileira espera que o ensino superior esteja à altura do protagonismo que lhe é demandado: não apenas com discursos, mas com currículos renovados e projetos que engajem docentes, discentes e comunidades. É hora de a academia reforçar seu compromisso com a construção de um futuro mais sustentável, inovador e justo. O caminho está traçado, e passa pela educação como força motriz dessa transformação.</p>


COP30 e a educação superior na agenda climática global

Ao estarmos no centro de uma conferência da relevância da COP30, a sociedade brasileira espera que o ensino superior esteja à altura do protagonismo que lhe é demandado

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Administradores | Conhecimento para Resultados

<p><em>O conceito de diversidade não está restrito a questões de gênero e raça; ao contrário, abrange todos os aspectos da vida</em></p>



<p>Uma prática muito comum entre profissionais que buscam fazer networking como forma de ampliar sua rede de contatos e prospectar oportunidades é procurar outros profissionais ou empresas que atuem na mesma área. Embora positivo, esse pensamento pode limitar as possibilidades de quem quer gerar conexões de valor. É aí que entra a importância da diversidade, tema tão falado em diversos âmbitos da vida cotidiana.</p>



<p>O conceito de diversidade não está restrito a questões de gênero e raça; ao contrário, abrange todos os aspectos da vida. Na natureza, a ampla variedade de vegetais e animais desempenha um papel fundamental na sobrevivência das espécies. A saúde humana também se beneficia da diversidade. Uma dieta equilibrada deve incorporar uma ampla variedade de alimentos, pois cada um deles tem nutrientes únicos cuja combinação é essencial para o funcionamento saudável do corpo.</p>



<p>Essa ideia se aplica também nas relações de trabalho. Um estudo realizado pela Harvard Business Review, em 2013, mostrou o impacto da diversidade nos resultados das organizações: 45% mais chances de crescimento na participação de mercado de ano para ano e impressionantes 70% mais chances de conquistar um novo mercado. Ou seja, promover diversidade deve ser visto como estratégia de crescimento. Quanto mais diverso um time, mais pontos de vistas e ideias podem surgir.&nbsp;</p>



<p>Assim, também, funciona com o networking. Se uma pessoa da área de finanças se limita a conectar-se com outros da mesma seara, suas possibilidades acabam limitadas. Não terá expertises e vivências de alguém da área de marketing, por exemplo, que lhe podem ser benéficas. De outra forma, quando se busca talentos diversos, o horizonte é mais vasto, pois as combinações de perspectivas tendem a gerar melhores resultados.</p>



<p>A seguir, veja algumas razões pelas quais a diversificação da sua rede é essencial:</p>



<p>- Conectar-se com pessoas de diferentes setores e campos traz novas perspectivas e insights. Experiências e conhecimentos variados enriquecem a sua visão de mundo e a sua abordagem para resolver problemas.</p>



<p>- Com frequência, as oportunidades mais valiosas surgem de fontes inesperadas. Conhecer pessoas fora do seu campo de atuação pode levar a oportunidades de carreira, parcerias ou projetos que você talvez nunca tenha imaginado.</p>



<p>- Estar em contato com pessoas de campos diversos permite que você continue aprendendo sempre, das mais variadas fontes. Você adquirirá habilidades e conhecimentos que complementam a sua área de atuação.</p>



<p>- Quando você enfrenta desafios, ter uma rede diversificada significa que pode buscar soluções criativas em uma variedade de fontes.</p>



<p>- Ter uma rede diversificada pode aumentar sua resiliência em tempos de incerteza. Se um setor específico enfrentar dificuldades, você pode ter conexões em outros setores que permanecem fortes.</p>



<p>- Se você é empreendedor ou empresário, uma rede diversificada pode abrir portas para novos mercados e parcerias estratégicas.</p>



<p>- Interagir com pessoas de diferentes origens culturais e profissionais pode aprimorar suas habilidades interpessoais, como a empatia e a comunicação.</p>



<p>- A diversidade de perspectivas em sua rede costuma impulsionar a criatividade e a inovação em seus projetos e iniciativas.</p>



<p>- Além dos benefícios profissionais, a diversificação de sua rede enriquece sua vida pessoal, permitindo que você conheça pessoas interessantes e compartilhe experiências únicas.</p>



<p>- Uma rede diversificada também pode ser uma força para o bem na sua comunidade. Você pode se envolver em projetos de responsabilidade social corporativa ou voluntariado.</p>



<p>Não se pode negar: abrir portas para o diferente e diverso é estratégia essencial para realizar um bom networking. Fechar-se em “patotas” implica em limitar potencial de desenvolvimento e perder valiosas oportunidades. Afinal, apenas saindo da zona de conforto será possível crescer e conhecer parcerias que somem de forma exponencial.</p>

A diversidade nas conexões

<p><em>Quando construímos relações profissionais, estamos dispostos a ouvir diferentes pontos de vista, aprender com os outros e até mesmo mudar nossas próprias opiniões</em></p>



<p>Relações profissionais são diferentes das relações comerciais comuns. Elas são especiais porque envolvem um alto grau de influência, colaboração e abertura à vulnerabilidade. Quando construímos relações profissionais, estamos dispostos a ouvir diferentes pontos de vista, aprender com os outros e até mesmo mudar nossas próprias opiniões. Estabelecer, nutrir e capacitar essas relações envolve investimentos estratégicos em algumas áreas.</p>



<p>Esteja disposto a se ajustar a diferentes situações e formas de pensar e agir, pois a flexibilidade contribui para relações mais harmoniosas e amplia a perspectiva sobre diversos cenários. Agir com honestidade também é essencial: seja sincero e transparente em todas as suas interações, pois a honestidade estabelece a confiança e evita mal-entendidos. As relações sólidas se fundamentam na integridade e na retidão. Busque sempre a compreensão mútua. Entender as necessidades, os desafios e os objetivos das pessoas com quem você interage, como colegas, parceiros, clientes e colaboradores, facilita a colaboração eficaz, permitindo adaptar a comunicação e encontrar soluções benéficas para todos.</p>



<p>Na jornada profissional, é imprescindível considerar a colaboração com todos. Parcerias bem-sucedidas tendem a resultar em relacionamentos profissionais duradouros, sendo fundamental estar disposto e motivado a colaborar e trabalhar em equipe para alcançar objetivos compartilhados com maior eficácia. Isso tudo tendo em mente que a confiança é o alicerce de qualquer relacionamento profissional sólido. Para construí-la, seja honesto, mantenha suas promessas e seja consistente em suas ações. E, além de buscar novas conexões, dedique atenção e carinho às pessoas com quem já trabalha e aos clientes que fazem parte de sua empresa. Mantenha contato regularmente, ofereça ajuda e demonstre apreço.</p>



<p>Tenha em mente que a confiabilidade é uma qualidade altamente apreciada nos relacionamentos, tanto pessoais quanto profissionais. Por isso, saiba honrar compromissos. Cumprir o que se promete gera confiança. Se você não puder cumprir, não prometa. Seja sincero e realista, tanto para os outros quanto para si mesmo. Honestidade, responsabilidade e integridade são elementos essenciais em todas as interações humanas.</p>



<p>Ponto importante para a construção de relações profissionais sólidas é saber praticar o networking de qualidade. Esteja disposto a expandir sua rede de contatos de maneira ativa. Buscar conhecer pessoas e estabelecer conexões é uma parte importante para construir relacionamentos profissionais de peso. Também é importante estar ciente de que, em qualquer contexto no qual duas ou mais pessoas interagem, é natural que surjam conflitos, e isso também se aplica aos relacionamentos profissionais. Cada conflito é único e requer abordagens diferenciadas. A chave para evitar que eles prejudiquem a atmosfera positiva da equipe está em aprender a gerenciá-los de maneira construtiva. Isso envolve manter a calma, direcionar o foco para soluções e preservar um ambiente pautado pelo respeito e pela compreensão.</p>



<p>Vivemos em uma realidade em que o conhecimento muda, se expande e transforma constantemente. Por isso, é necessário habituar-se ao aprendizado contínuo (o lifelong lerning). Quanto mais você se desenvolve, mais valioso se torna em suas relações profissionais. Invista em um aprendizado contínuo, tanto no que diz respeito às habilidades técnicas quanto às habilidades interpessoais. E, acima de tudo, esteja aberto para aprender: absorva conhecimento, perspectivas e oportunidades valiosas de cada pessoa que cruzar o seu caminho.</p>



<p>Saiba também que nem só de habilidades técnicas se constrói uma carreira profissional, muito menos relações. Já é sabido que as habilidades socioemocionais podem ser até mais valiosas, pois implicam diretamente no sucesso no ambiente de trabalho. Por isso, investir em algumas das chamadas soft skills é necessário. Desenvolver a empatia, por exemplo, fortalece conexões interpessoais e reduz mal-entendidos. Ao compreender as perspectivas e os sentimentos dos outros, promovemos relações autênticas e sólidas. Praticar o reconhecimento e a gratidão também são boas estratégias. Pesquisas indicam que dedicar quinze minutos por dia, cinco vezes por semana, à prática da gratidão, ao longo de um período mínimo de seis semanas, pode aprimorar o bem-estar mental e, potencialmente, desencadear uma transformação de perspectiva duradoura. Além disso, os benefícios chegam também à saúde física, contribuem para o seu sucesso, criam um ambiente positivo e incentivam a colaboração contínua. Um ditado popular diz: “Sempre obtenho mais daquilo pelo qual sou grato”. Ser consciente das bênçãos recebidas e expressar apreço pelo que temos nos ajuda a enriquecer de várias maneiras.</p>



<p>Essas e várias outras atitudes promovem um ambiente propício para o crescimento e o sucesso tanto individual quanto coletivo. Além disso, contribuem também para um clima positivo em todas as esferas da vida. Há que praticá-las, de maneira honesta e dedicada, para construir relações profissionais que gerem boas oportunidades. No fim, todos saem ganhando.</p>

Relações profissionais sólidas

<p><em>Investir na construção e na manutenção desses vínculos propicia uma série de vantagens em todas as áreas de nossa vida</em></p>



<p>Conexões poderosas são a base de relacionamentos enriquecedores, isto é, aqueles vínculos especiais que estabelecemos com pessoas cuja presença é crucial em nossa jornada, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Essas conexões vão muito além de relações cordiais: abrangem confiança, empatia, apoio mútuo e respeito. Investir na construção e na manutenção desses vínculos propicia uma série de vantagens em todas as áreas de nossa vida.</p>



<p>No contexto profissional, essas conexões abrem portas para oportunidades, como empregos, promoções e parcerias de negócios, aumentando substancialmente as chances de sermos indicados para cargos ou projetos que seriam de difícil acesso de outra forma. Elas também têm impacto em nosso crescimento pessoal. Por meio delas, encontramos mentores experientes e colegas que podem nos oferecer orientação valiosa. Em momentos desafiadores ou de crise, por exemplo, essa rede de contatos se transforma em apoio emocional e prático, auxiliando-nos a superar obstáculos com resiliência e a segurança de que contamos com um grupo confiável ao nosso lado. O sentimento de pertencer a uma comunidade, que é parte integrante das conexões de qualidade, cria uma sinergia em torno de objetivos comuns, reduzindo as chances de cometer erros e maximizando os benefícios para todos os envolvidos.</p>



<p>No mundo dos negócios, ter uma boa rede de contatos é como abrir portas para informações valiosas, recursos e conhecimentos que nos ajudam a tomar decisões acertadas e bem-sucedidas. Essas conexões podem atrair novos clientes, investidores e parceiros, além de nos ajudar a encontrar oportunidades para expandir nossos negócios e alcançar resultados mais positivos.</p>



<p>Já no âmbito pessoal, boas conexões nos incentivam a sermos autênticos, empáticos e aprimorar nossas habilidades de comunicação. Além disso, elas nos tornam mais visíveis e confiáveis em nossa área de atuação, trazendo benefícios significativos tanto para nossa carreira quanto para nossos negócios. Elas também podem levar a colaborações estratégicas, permitindo-nos realizar projetos mais desafiadores do que conseguiríamos sozinhos. Assim, podemos causar um impacto positivo mais amplo em nossa comunidade ou na sociedade, por meio de atividades voluntárias ou filantrópicas.</p>



<p>Embora 79% dos profissionais reconheçam a importância dessas conexões para o crescimento na carreira, apenas 48% deles, de acordo com dados do LinkedIn, mantêm contato consistente com sua rede. Fica evidente, então, que as consequências tendem a ser desfavoráveis para aqueles que carecem dessas conexões. Isso pode atrasar o desenvolvimento profissional e, por exemplo, dificultar a busca de emprego, limitar a competitividade e prejudicar o crescimento na carreira; ou ao resultar em menos oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de novas habilidades.</p>



<p>Estabelecer conexões importantes não significa, entretanto, só quantidade, mas sim desenvolver relacionamentos autênticos e significativos que possam oferecer suporte, oportunidades e insights. Ter um pequeno número de conexões influentes de alta qualidade é muito mais vantajoso do que possuir um grande número de conexões sem qualidade e sem relevância. Mas, sem dúvida, o melhor é ter um bom número de conexões poderosas que sejam altamente qualitativas.&nbsp;</p>



<p>A conhecida expressão “menos é mais” enfatiza a ideia de que, muitas vezes, a simplicidade e a parcimônia são mais eficazes, significativas e poderosas do que o excesso ou a complexidade, e têm aplicação em diversas áreas da vida – como na arquitetura, no estilo de vida, na comunicação e até mesmo na filosofia. Porém essa máxima não se aplica quando se trata de construir uma rede de conexões poderosas. Nesse contexto, “mais, com mais qualidade, é ainda melhor”.</p>

Construindo conexões

<p><em>Marcelo Justino, Head de Arquitetura e Dados da IGA (Itaú Gestão de Ativos) revela os 3 erros fatais que estão custando milhões às empresas e como transformar IA em vantagem competitiva real</em></p>



<p>A IGA foi criada em 2023 para oferecer serviços de gestão de eficiência, compras corporativas e patrimônio, com o propósito de aumentar o engajamento com clientes do Itaú numa estratégia de Beyond Banking. Responsável por estruturar a plataforma tecnológica da IGA desde a ideação, ele apoia um negócio que deve <strong>gerar cerca de R$ 800 milhões em valor para clientes até 2025</strong>. Com vasta experiência em transformação digital e implementação de soluções baseadas em dados, Justino lidera iniciativas estratégicas que posicionam a IGA na vanguarda da inovação tecnológica. Sua trajetória inclui a participação ativa desde a concepção do produto até a implementação, combinando visão estratégica com execução técnica de excelência. Essa experiência única o coloca em posição privilegiada para orientar líderes C-level sobre como extrair valor real da inteligência artificial, evitando armadilhas estratégicas que hoje comprometem grandes investimentos em IA.</p>



<h2 class="wp-block-heading">1. Decisões baseadas em necessidade real: o método anti-Netflix da Amazon</h2>



<p>Pergunta: Como você evita criar soluções que ninguém quer comprar?</p>



<p>Insight de Marcelo Justino: “A ideia começa da visão de alguém para criar o produto, muitas vezes na linha de algo que sabemos e conseguirmos fazer bem (competência para execução) e do resultado que teremos (rentabilidade). Mas é preciso cuidado, esses fatores, embora cruciais, não avaliam a necessidade do seu cliente. O Bezos sempre reforça o conceito de <em>customer centricity</em>: o Prime nasceu como uma estratégia central da Amazon para aumentar o engajamento e a percepção de valor do programa Prime. Uma cultura orientada em dados fornece insumos de alta qualidade para guiar essas decisões.”</p>



<p>Este insight revela uma metodologia fundamental que diferencia empresas que prosperam daquelas que queimam recursos. Justino destaca que Jeff Bezos não criou o Prime Video para competir com a Netflix, mas para gerar um diferencial focado nos clientes da Amazon. Essa abordagem centrada no cliente, validada por dados concretos, é o que permite à IGA desenvolver soluções que geram receita real, em vez de apenas seguir tendências de mercado. Para C-levels, isso significa implementar processos rigorosos de validação antes de qualquer investimento significativo.</p>





<h2 class="wp-block-heading">2. IA como experiência, não como corte de custos: o erro de R$ milhões</h2>



<p>Pergunta: Por que tantos chatbots corporativos frustram mais do que ajudam?</p>



<p>Insight de Marcelo Justino: “É frustrante quando um chatbot é criado apenas para reduzir ligações ao call center. Isso pode até reduzir custos, mas aumenta o atrito com o cliente e compromete a experiência. Muitas empresas ainda associam IA apenas à produtividade, quando o verdadeiro diferencial está em melhorar a experiência do cliente. Se a organização não investir no letramento em IA, desde a base até a liderança, será difícil obter resultados consistentes. A pergunta que deixo é: Como posso levar uma experiência incrível aos clientes em escala com IA e hyperpersonalização?”</p>



<p>A observação de Justino expõe uma falha estratégica crítica: empresas implementam IA focando apenas em redução de custos, ignorando o impacto na experiência do cliente. No setor financeiro, onde a confiança é fundamental, um chatbot mal implementado pode custar milhões em clientes perdidos. O executivo enfatiza que o investimento em “letramento em IA” para toda a organização não é opcional - é condição para extrair valor real da tecnologia. Isso significa treinar equipes, estabelecer parcerias especializadas e, principalmente, repensar processos com foco na experiência do cliente.</p>



<h2 class="wp-block-heading">3. Novas carreiras, novas oportunidades: o engenheiro de curadoria que vale ouro</h2>



<p>Pergunta: Quais habilidades realmente importam no mundo pós-IA?</p>



<p>Insight de Marcelo Justino: “Com as inovações, novas carreiras surgem. Para ter sucesso consistente com IA Generativa, você precisa de um Engenheiro de Curadoria de Dados para IA, <strong>garantindo que o modelo tenha o contexto exato e seguro para cada resposta,</strong> e de um Engenheiro de IA focado em MLOps para <strong>garantir o monitoramento e a precisão contínua da entrega em escala.</strong>”</p>



<p>Justino identifica uma mudança fundamental no mercado de trabalho: profissões como “engenheiro de curadoria de conteúdo para IA” estão se tornando essenciais para empresas que querem soluções eficazes. Essa nova realidade exige visão ampla dos líderes para integrar essas competências em suas organizações. Mais importante ainda, ele destaca que literacia em dados deixou de ser diferencial para se tornar requisito básico em qualquer função estratégica. O papel do líder evolui para inspirar equipes a abraçar essas transformações, criando uma cultura de inovação genuína.</p>



<h2 class="wp-block-heading">A revolução silenciosa que está mudando o jogo</h2>



<p>Empresas como Microsoft, Google e Amazon não implementaram IA apenas por hype - elas criaram arquiteturas robustas que geram bilhões em receita adicional.</p>



<p>A IGA, por exemplo, possui uma plataforma multiagente que coordena diferentes especializações de IA para oferecer soluções personalizadas aos clientes. Tão importante quanto isso é possuir uma solução robusta e consistente de dados do cliente e seus produtos para gerar contexto para a IA.</p>



<p>A diferença entre quem “usa” IA e quem “é” uma empresa orientada por Experiência do Cliente está na abordagem: enquanto a maioria implementa ferramentas isoladas, os líderes de mercado criam ecossistemas integrados, conectando dados amplos e consistentes do cliente diretamente às plataformas de Produtos e de IA.</p>



<p>Para garantir que as iniciativas de IA estejam alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa e tragam o retorno esperado, é fundamental o uso de metodologias de gestão de resultados, como OKRs, focados em resultados mensuráveis de IA, não apenas em implementação de tecnologia.</p>



<p>O erro mais custoso que C-levels estão cometendo é tratar IA como projeto de TI, quando deveria ser tratada como transformação de negócio que impacta receita, experiência do cliente e vantagem competitiva.</p>



<h2 class="wp-block-heading">A pergunta que vai tirar seu sono</h2>



<p>Sua empresa está criando experiências memoráveis com IA ou apenas automatizando frustrações?</p>

Além dos chatbots: como a IA pode revolucionar a experiência do cliente

<p><em>O papel da comunicação é ajudar na construção de uma história consistente e que realmente valha a pena ser contada</em></p>



<p>Reputação, posicionamento e autoridade são palavras que mais uso em minhas conversas sobre comunicação corporativa. Volto a elas com frequência porque as entendo como ativos cruciais para a diferenciação e longevidade de um negócio. É a construção ativa do posicionamento que conecta a marca aos seus clientes e ao mercado.</p>



<p>No contexto atual em que consumidores e público interno valorizam coerência, propósito e valores das empresas, sem perdão às contradições, e investidores esperam evidências de impacto real, a comunicação tornou-se o elo de conexão entre discurso e prática. Por isso mesmo, um fator decisivo para o posicionamento e, por consequência, para a reputação.</p>



<p>A sigla ESG, que reúne compromissos ambientais, sociais e de governança, tornou-se bandeira de muitas organizações. Em alguns casos, no entanto, virou uma verdadeira armadilha. O <em>greenwashing</em>, o <em>social washing</em> ou qualquer outro fenômeno <em>ESG-washing</em> acontece quando a narrativa corporativa fala mais alto que a prática.</p>





<p>Nos conteúdos veiculados nos canais proprietários ou enviados à imprensa, muitas empresas enaltecem feitos e ações sustentáveis amparados em perigosos abismos. O discurso não se sustenta e despenca ladeira abaixo.</p>



<p>Esse tipo de ruído compromete a credibilidade e a autoridade, destrói a confiança dos colaboradores e demais públicos, resultando em um passivo enorme ao negócio. Discurso e prática precisam nascer e viver atrelados. Na era da transparência e da checagem, as incoerências se espalham com a velocidade dos <em>bits</em>.</p>



<p>Para garantir a veracidade do <em>storytelling</em>, os administradores precisam estar atentos aos sinais emitidos pelo time responsável pela comunicação corporativa. Deixar de divulgar uma ação frágil pode ser muito melhor do que disparar algo sem sustentação.</p>



<h2 class="wp-block-heading">O papel estratégico da comunicação em 5 pontos</h2>



<p>E o que os comunicadores precisam para atuar lado a lado com os administradores, ajudando a construir posicionamento e gerar <em>awareness</em>? Separei cinco pontos que mostram como a comunicação deixa de ser defensiva para se tornar estratégica para o negócio.</p>



<p>A equipe de comunicação, em resumo, precisa:</p>



<ol class="wp-block-list">
<li><strong>Ter acesso e compreensão profunda das operações</strong> - Cabe a esse time ajudar os administradores a identificar <em>gaps</em> de coerência antes que eles se tornem públicos, questionando: "Estamos realmente prontos para comunicar isso?". Pensem juntos, ouça quem foi treinado a questionar.</li>



<li><strong>Atuar como os "olhos e ouvidos" da organização</strong> - É a comunicação quem monitora a percepção dos <em>stakeholders</em>, identifica ruídos, antecipa crises e entende onde o discurso da empresa está falhando em ressoar ou parecendo falso.</li>



<li><strong>Agir como intérprete</strong> - Traduzir temas técnicos em mensagens compreensíveis e consistentes para todos os públicos é primordial no dia a dia dos comunicadores. Os fatos precisam ser reportados de forma clara e honesta, construindo <em>autoridade</em> sem a sensação de “criação de narrativas”.</li>



<li><strong>Alinhar discurso interno e cultura</strong> - A construção do posicionamento começa em casa. A comunicação é vital para engajar os colaboradores, garantindo que eles compreendam e vivenciem a estratégia de sustentabilidade. Colaboradores são os principais embaixadores (ou detratores) da coerência da marca, impactando diretamente o posicionamento e a percepção de valor no mercado.</li>



<li><strong>Gerir risco e atuar com rapidez</strong> - É fundamental a criação de um plano de prevenção e gestão de crise focado na transparência, no reconhecimento ágil da falha e na comunicação clara dos passos a serem tomados.</li>
</ol>



<p>O papel da comunicação é ajudar na construção de uma história consistente e que realmente valha a pena ser contada. Sem essa integração, qualquer esforço de ESG corre o risco de ser percebido como superficial. Isso mina o posicionamento da marca, destrói a autoridade conquistada e, por fim, compromete o ativo mais valioso que uma empresa possui: sua reputação.</p>

Use a comunicação para construir autoridade e posicionamento em ESG

<p><em>A cobrança eficiente exige técnica, sensibilidade comercial e estratégias adequadas para cada tipo de dívida</em></p>



<p>O último trimestre chega e, com ele, toda a intensidade típica do período. As vendas aumentam, as equipes se desdobram para atender à demanda e as prioridades se acumulam. Nesse ambiente, a cobrança de inadimplentes costuma ser adiada para “depois da correria”.&nbsp;</p>



<p>O problema é que esse “depois” quase sempre significa começar o próximo ano com o caixa fragilizado, menos margem de investimento e mais incertezas financeiras.&nbsp;</p>



<p>A verdade é que <strong>ainda dá tempo de agir</strong>, e o fim do ano é o momento mais favorável para isso. O pagamento do décimo terceiro salário eleva a capacidade de quitação dos consumidores, os gastos aumentam e o movimento econômico aquece.&nbsp;</p>



<p><strong>Se existe um período ideal para recuperar crédito, é este.</strong></p>



<h2 class="wp-block-heading">1 - Quem está te devendo e quanto? </h2>



<p>Não é hora de complexidade ou burocracia, o primeiro passo é simples e prático: identificar quem está devendo e quanto. &nbsp;Com clareza sobre esses dois pontos para perceber o impacto real da inadimplência no seu fluxo de caixa.&nbsp;</p>



<p>Muitos empresários se surpreendem com o valor total parado, e esse “susto” costuma servir como o gatilho necessário para tomar decisões rápidas e assertivas.</p>



<h2 class="wp-block-heading">2 - Como cobrar de forma rápida? </h2>



<p>Com o levantamento feito, é hora de agir.&nbsp;</p>



<p><strong>Protesto e a negativação: </strong>é verdade que muitos empresários, ao longo dos anos, passaram a desconfiar da eficácia desses mecanismos, já que eles nem sempre trazem resultado imediato.&nbsp;</p>



<p>Mas no fim do ano a lógica muda completamente.&nbsp;</p>



<p>A maior parte das pessoas está abrindo crediários, buscando aumentar limites de cartão, antecipando compras, financiando viagens e tentando regularizar o nome para aproveitar as melhores condições do período. Ninguém quer restrições nesse momento, e é justamente por isso que protestar e negativar se tornam ferramentas tão eficazes e estratégicas nesta época.</p>



<p>É importante, porém, observar um detalhe fundamental: <strong>créditos prescritos não podem ser protestados ou negativados</strong>. Cada título de crédito — duplicata, nota promissória, cheque ou contrato — possui um prazo prescricional diferente, e é essencial conhecê-los para saber quais medidas podem ser aplicadas.</p>



<p>Isso não significa que não há mais como receber, mas apenas que a forma de cobrança precisa ser diferente, mais cuidadosa e personalizada. Mesmo dívidas antigas podem ser recuperadas com uma abordagem correta, negociação adequada e estratégias profissionais. A prescrição limita o uso de alguns instrumentos formais, mas não elimina a possibilidade de recuperação.</p>



<p>Além disso, vale lembrar que este período do ano é especialmente favorável porque o consumidor está mais disposto &nbsp;a regularizar pendências. E, com o décimo terceiro salário, férias e bonificações, há maior circulação de recursos e uma tendência natural de “colocar a vida em ordem”.&nbsp;</p>



<p><strong>Porém, essa oportunidade só funciona para quem cobra. Quem se antecipa recebe primeiro; quem espera demais acaba ficando para o fim da fila</strong>.</p>



<p>A cobrança eficiente exige técnica, sensibilidade comercial e estratégias adequadas para cada tipo de dívida. Uma abordagem bem estruturada aumenta as chances de recebimento sem desgastar relações e sem expor a empresa a riscos ou erros comuns.</p>



<p>Em conclusão, <strong>ainda dá tempo — e este é o melhor momento do ano para recuperar crédito.</strong></p>

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Janguiê Diniz

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Sobre o autor

Janguiê Diniz

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