EMPREENDEDORISMO: A IDÉIA DE UM ESPÍRITO EMPREENDEDOR José Fernando Vasconcelos Santos[1] RESUMO: Empreendedorismo possui significados diferentes para pessoas diferentes e pode ser visto sob perspectivas conceituais diferentes. Contudo apesar das diferenças, existem alguns aspectos comuns: riscos, criatividade, independência e recompensas. Esses aspectos continuarão a ser a força impulsionadora subjacente à noção de empreendedorismo no futuro. O empreendedorismo é considerado hoje um fenômeno global, dada a sua força e crescimento nas relações internacionais e formação profissional. O Brasil é citado como um dos países mais criativos do mundo e onde mais se desenvolvem empreendedores. Uma coisa está clara: O futuro do empreendedorismo parece brilhante. PALAVRAS – CHAVE: Empreendedorismo; Inovação; Criatividade; Administração; Plano de negócio; Independência; Recompensas; Riscos; 1 INTRODUÇÃO Muitas das pessoas mais prósperas do mundo começaram a vida como pequenos empreendedores, virtualmente do zero. Pessoas como Henry Ford e Bill Gates foram além da criação de empresas. Eles transformaram a tecnologia, o modo de fazer negócios e a própria sociedade. Não apenas se tornaram prósperas, mas também trouxeram a prosperidade para muitos outros. Essas pessoas são muito visíveis, mas o mundo dos negócios é feito das grandes corporações e de uma enorme quantidade de pequenos empreendedores. Os empreendedores, sejam eles acionistas de grandes corporações, sejam proprietários de pequenos negócios, pagam impostos, salários, juros, aluguéis, e suprimentos, gerando e distribuindo riqueza e aumentando o padrão de vida e qualidade de vida. O empreendedor, em essência, e a pessoa que tem capacidade de idealizar e realizar coisas novas. Pense em qualquer pessoa empreendedora que conheça e você identificará nela a capacidade de imaginar e fazer as coisas acontecerem. Outras pessoas, ao contrário, podem ser apenas criativas ou apenas implementadoras, sem a habilidade de combinar esses dois traços básicos de comportamento. Iniciar um negócio significa ter certeza sobre as despesas: o investimento inicial nas instalações, aluguéis, salários, impostos e taxas. Nenhuma certeza existe, no entanto, em relação às receitas. Uma pessoa que inicia um negócio está correndo riscos. Arriscar significa ter coragem para enfrentar a possibilidade de insucesso ou perda. As recompensas são incertas e apenas as dificuldades são visíveis, mas o empreendedor está disposto a superá-las. Propensão para assumir e superar os riscos é um traço básico no comportamento dos que se dedicam à atividade empresarial. O empreendedor tem compromisso com sua prosperidade. Ele sabe que a sobrevivência depende da persistência de seu esforço para enfrentar riscos e dificuldades. Depoimentos de empreendedores bem sucedidos sempre ressaltam a necessidade de um trabalho duro e continuando para fazer a empresa dar certo. Isso significa, às vezes, fazer sacrifícios pessoais e despender esforços extras, colaborar com os subordinados e até mesmo assumir o lugar deles para terminar tarefas. Os empreendedores também são otimistas e tem a visão do sucesso, em vez de imaginar e temer os possíveis fracassos. Ao enfrentar obstáculos, eles o fazem decididamente, buscando resolver problemas e alcançar resultados positivos. Quando alcançaram a prosperidade, as pessoas empreendedoras estão sendo recompensadas por seu esforço. Maximiano (2006). 2 EMPREENDEDORISMO A trajetória de Luísa verá que este conceito desenvolve também uma forte ligação entre empreendedorismo e desenvolvimento social, o empreendedor é um ser social, produto do meio em que vive (época e lugar). Se uma pessoa vive em um ambiente em que se empreendedor é visto como algo positivo, terá motivação para criar seu próprio negócio. Para muitos empreendedores, o desafio de iniciar um negócio é fonte de entusiasmo. A oportunidade de desenvolver uma idéia em um negócio recompensador produz grande sentimento de realização. Além disso, o empreendedor sabe que o sucesso depende principalmente de sua iniciativa, e que o sucesso ou fracasso, em grande parte é fruto de seu nível de esforço. Maximiano (2006). Os empreendimentos com finalidade social, geralmente, necessitam do entusiasmo das pessoas que decidem contribuir com o empreendimento especialmente com recursos financeiros. Os empreendedores talentosos e experientes que sabem identificar e agarrar oportunidades e atrair recursos financeiros e outros freqüentemente alcançam o sucesso. Além disso, à empresa pode entrar em falência, e o empreendedor, não. A falência é, muitas vezes, o fogo que tempera o aço da experiência de aprendizado do empreendedor. Luísa coletava dados com vistas à elaboração do seu Plano de Negócios, adotando o modelo apresentado pelo professor Pedro. Por indicação dele, comprara o software, logo percebendo que era ótima ferramenta para desenvolver gradativamente seu planejamento. O software permitia-lhe trabalhar em qualquer ponto do plano, sem perder a visão do conjunto. Os planos de empreendimentos podem ser feitos utilizando um software de apoio. Podemos dizer que o software ajuda o empreendedor a não esquecer nenhum item importante do plano e também organiza o seu trabalho, dando-lhe uma ordenação adequada. Essas são as vantagens que usualmente o empreendedor tem no uso de um software na construção do plano de seu empreendimento. Salim (2010). Entretanto, não se pode ter a ilusão de que o programa vai ajudar na criação da essência do empreendimento. Isso é exclusivo do empreendedor da equipe. Toda a responsabilidade de imaginar e modelar o empreendimento, de conseguir caracterizar seu diferencial, estabelecer sua estratégia para atingir seus objetivos é parte dos seus encargos. Em resumo, seu conhecimento e sua criatividade aplicada ao planejamento é que continuarão a determinar se o sucesso do empreendimento terá possibilidade de acontecer. Eduardo está chamando a atenção de Luísa para o problema central na abertura de qualquer negócio: a pesquisa de mercado. Fazem parte da pesquisa os testes que podem ser realizados pelo próprio empreendedor emergente quando este não dispõe de recursos para contratar empresas de pesquisas. Antes de tudo, é preciso que o empreendedor exorcize os mitos que existem em relação ao mercado. Ele existe para qualquer coisa: Produtos, serviços, benefícios, projetos públicos. Não vamos pensar que o mercado manda em tudo isso seria um olhar limitado, conhecer o mercado significa saber o seu tamanho, identificar quem são os consumidores ou o público-alvo, quais são suas necessidades e desejos. É importante conseguir compreender os segmentos que compõem esse grupo de consumidores ou de beneficiários. Em seguida, o empreendedor tem que identificar todos os concorrentes existentes no mercado e que disputam os seus consumidores e também identificar aquele líder que tem suas melhores práticas em algum dos itens de avaliação do mercado. É necessário entender como atuam e para onde estão conduzindo o modo de satisfazer os clientes em cada mercado. Salim (2010). Então está claro que, antes de iniciar um empreendimento, deve-se realizar uma pesquisa de mercado para conhecer as características de seu comportamento. Luísa precisava definir objetivos que orientassem as ações do Plano de Marketing. Devia primeiro definir o que desejava alcançar com a empresa, ou seja, precisavam saber quais objetivos pretendia atingir. Os objetivos de marketing devem ser definíveis e quantificáveis, de forma que haja um alvo atingível para o qual se possa mirar. Devem ser definidos de tal forma que, quando o plano de marketing for implementado, o desempenho possa ser comparado com o objetivo. Devem também ser expressos em valores, evitando-se a utilização de expressões vagas, tais como “aumentar”, “melhorar” ou “maximizar”. Podem-se estabelecer objetivos de longo prazo, como de três a cinco anos, e objetivos de curto prazo, de um ano, por exemplo. Os objetivos de curto prazo, porém, devem ser coerentes com os de longo prazo. Os objetivos de marketing podem ser difíceis, mas devem ser realizáveis. A meta é estabelecer objetivos que seja um desafio, mas que possam ser atingidos com esforço. Eles devem ser motivadores, e não desestimulantes. Dolabela (2006). A estratégia define a direção da empresa e a forma de competir com outras empresas. Planejamento estratégico é o processo de tomar decisões sobre a estratégia da empresa. Todas as empresas têm estratégia e planejamento estratégico, de forma explícita ou implícita. A segmentação do Mercado é o processo de divisão do mercado total em grupos relativamente homogêneos possibilitando identificar e focalizar com precisão os consumidores potenciais, nos dois tipos de mercado o consumidor e o industrial. De modo geral, os produtos são entidades físicas, e os serviços são tarefas que a empresa fornece para seus clientes. As tarefas podem ser serviços pessoais, sem nenhuma utilização de produtos ou equipamentos, como uma consulta psicológica. É importante entrevistar o consumidor final, pois a venda do produto está ligada diretamente à sua satisfação. É a partir da vontade dele de consumir o produto que se inicia o processo de demanda. Reconhecer suas necessidades e desejos é extremamente importante para a elaboração do marketing mix do produto. Segundo Maximiano no seu livro Administração para empreendedores fez o seguinte comentário: O objetivo das decisões sobre esses parâmetros é concentrar os esforços no mercado-alvo de maneira a criar valor e receber uma resposta positiva dos clientes potenciais. Contudo, apesar das dificuldades, o empreendedorismo atualmente é o método mais eficiente para ligar ciência e mercado, criando novas empresas e levando novos produtos e serviços ao mercado. Essas atividades empreendedoras afetam de modo significativo e economia de uma área ao construir sua base econômica e gerar empregos. Dado o seu impacto na economia global e no nível de emprego em uma área, é de admirar que o empreendedorismo ainda não tenha se tornado mais central no desenvolvimento econômico. Vida de empreendedor não é fácil. Um empreendedor deve correr riscos com seu próprio capital a fim de vender e oferecer produtos e serviços enquanto despende mais energia do que o homem de negócios médio para inovar. Confrontado com situações cotidianas estressantes e com outras dificuldades, há a possibilidade de que o empreendedor estabeleça um equilíbrio entre exigências éticas, prudência econômica e responsabilidade social, um equilíbrio que difere do ponto em que o administrador comum estabelece sua posição moral. Se o empreendedor tivesse espaço para iniciar seu projeto dentro da organização, todos esses problemas seriam se não eliminados, ao menos minimizados sensivelmente. A organização pode prover as condições adversas externas, sobretudo no estágio inicial da implantação. No entanto, as grandes organizações de hoje tem um idéia negativa sobre o empreendedorismo e não conseguem associar esse assunto com o aumento do desempenho organizacional. Para elas, empreendedorismo está associado à idéia de abrir um negocio próprio. O empreendedorismo tem-se tornado cada vez mais a língua universal no mundo dos negócios. Advinda das inovações tecnológicas (tecnologia e processos), globalização e principalmente do aumento da competitividade, seus fundamentos e aplicabilidade estão sendo direcionados, principalmente, para as microempresas e empresas de pequeno porte no Brasil, consideradas a “base” da economia brasileira Com isso, é necessário que políticas públicas de apoio às microempresas e empresas de pequeno porte estimulem ainda mais o empreendedorismo e a profissionalização, de forma que se crie um ambiente mais favorável e que os empresários possam ter condições de aperfeiçoamento técnico-gerencial. Recomenda-se também, para maximização de resultados, que tais políticas potencializem seu foco em grupos, associações já existentes e encorajem o surgimento de novas atividades coletivas. Nenhum empreendimento está livre de riscos. Quanto maior a incerteza maior a imprevisibilidade dos resultados. Os riscos são compostos por três fatores básicos: as anomalias ou variações aos quais produtos, processos e serviços estão sujeitos; probabilidade de ocorrência de tais anomalias e a gravidade das conseqüências dessas ocorrências. Se por exemplo, um produto vai ser lançado no mercado, o risco pode ser avaliado a partir de uma determinada anomalia, como não vender, a probabilidade de não conseguir vender e as decorrências geradas por não vender. Se a combinação desses elementos for grande, então o risco é grande. São esses os elementos usados pelos empreendedores para fazer a estimativa dos riscos a que estão sujeitos em, um empreendimento. Drucker costuma dizer que, se um casal abre mais padaria de esquina, está correndo certo risco, mas definitivamente isso não é empreender, enquanto uma rede de franquias, como o McDonald’s que questiona a cadeia de valor, desenha o fluxo de distribuição, padroniza processos e ferramentas, cria mercados e consumidores e usa metodologia e técnicas para identificar e reduzir a ineficiência é, sim, um exemplo de empreendedorismo. O empreendedorismo é considerado hoje um fenômeno global, dada a sua força e crescimento nas relações internacionais e formação profissional. O Brasil é citado como um dos países mais criativos do mundo e onde mais se desenvolvem empreendedores. A busca pelo profissional criativo, inovador e com disponibilidade de assumir riscos é crescente, e o perfil de empreendedor corporativo é cada vez mais procurado pelas organizações que têm por objetivo a busca da efetividade. Os empreendedores chegam a ser considerados heróis populares do mundo dos negócios, como afirmam Longenecker e Schoen (1975, apud CHIAVENATO, 2006, p.4), pois eles fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico, não sendo simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fonte de energia que assumem riscos inerentes em uma economia em mudança, transformação e crescimento. O espírito empreendedor é uma série de aspectos e qualidades que se complementam e que não podem existir separadamente. São características básicas do espírito empreendedor a inovação, o espírito criativo e pesquisador e a disposição para assumir riscos. Devemos estar atentos para essas características, pois o simples fato de ser um aventureiro não implica em ser empreendedor. Para Drucker (2003, p.36), “o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela, e a explora como sendo uma oportunidade”. A inovação é o eixo central do espírito empreendedor. Não existe espírito empreendedor sem a inovação, pois ela é o seu instrumento específico. Os empreendedores inovam continuamente e a inovação, de fato, cria uma série de recursos para os empreendedores. O espírito empreendedor não se limita apenas às pessoas que abrem seu próprio negócio ou fundam uma empresa. Todas as pessoas que apresentam as características básicas de um empreendedor possuem o espírito empreendedor, conforme afirma Chiavenato (2006, p.3): “O espírito empreendedor está também presente em todas as pessoas que mesmo sem fundarem uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios estão preocupadas e focadas em assumir riscos e inovar continuamente”. Portanto, pode-se dizer que o espírito empreendedor é o conjunto de aspectos e características que formam a personalidade de um empreendedor e é a chave para um caminho de sucesso. 3 CONCLUSÃO Atualmente, o empreendedorismo vem crescendo e ganhando importância, sendo tema de inúmeras palestras, seminários e cursos na área de Administração e Negócios, tornando-se, hoje, um diferencial cada vez mais requisitado. O estudo do empreendedorismo é relevante atualmente não só porque ajuda os empreendedores a melhor atender a suas necessidades pessoais, mas também devido à contribuição econômica dos novos empreendimentos. Mais do que aumentar a renda nacional através da criação de novos empregos, o empreendedorismo atua como uma força positiva no crescimento econômico ao servir como ponte entre a inovação e ao mercado. O estudo do empreendedorismo e da formação de empreendedores potenciais é parte essencial de qualquer tentativa de fortalecimento desse elo tão importante para o bem- estar econômico e um país. A busca pelo empreendedor corporativo vem crescendo, pois, apesar de haver algumas similaridades entre o administrador e o empreendedor, o último apresenta características além dos atributos do administrador, visto que ele é mais visionário. Dessa forma, pode-se concluir que, para ser um administrador de sucesso, é necessário ser empreendedor, pois não basta somente administrar, deve-se também saber empreender, inovando e arriscando de maneira calculada, analisando, assim, os riscos decorrentes dessa nova forma de administrar. REFERÊNCIAS: O Segredo de Luísa. Uma idéia, uma paixão e um plano de negócios: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. 1. Ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999b. DRUCKER, P. F. Inovação e Espírito Empreendedor: Prática e princípios. 1. Ed. São Paulo: Pioneira, 2003. CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor. 1. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MAXIMIANO, A. C. Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. HASHIMOTO, Marcos, Espírito Empreendedor nas organizações: aumentando a competitividade através do intra- empreendedorismo. São Paulo: Saraiva 2006. SALIM, Cesar Simões, Construindo planos de empreendimentos: Negócios lucrativos, ações sociais e desenvolvimento. Rio de janeiro: Elsevier, 2010. HISRICH, Robert D, Empreendedorismo. 7. Ed. Porto alegre: Bookman, 2009. [1]Acadêmico do 3º Período do Curso de Administração da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais- AGES.