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Estudo do ambiente interno como forma de gerencia em prol da mudança: Estudo de Caso

Objetiva traçar o cenário da indústria têxtil desde seu surgimento ate a atualidade com um foco maior na indústria têxtil de moda intima e posteriormente exemplificar com uma analise organizacional de uma pequena empresa deste ramo localizada na cidade de Fortaleza no Ceará: Intima de Mulher.

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Administradores

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Administradores | Conhecimento para Resultados

1. INTRODUÇÃO Com a integração cada vez maior das nações, este artigo traz uma explanação dos conceitos de Investimentos Diretos Externos ou Estrangeiros (IDE) e de empresas multinacionais. Em suma, a movimentação destes investimentos entre os países refere-se às atividades das empresas multinacionais fora de suas nações de origem e causam alterações sociais, políticas e econômicas nos países que interferem. Mas, antes de entrar neste contexto, é necessário entender algumas condicionantes para a realidade do capital multinacional. O primeiro ponto é a globalização, que trouxe para o mundo uma intensa integração, redução das distâncias e a quebra de barreiras, inclusive no âmbito comercial. A globalização proporcionou que as empresas pudessem fabricar peças de seus produtos parte em cada país, após isso, elas são exportadas para países onde se encontram as montadoras. O segundo ponto é a problemática das relações internacionais. Adam Smith já defendia a liberação do comércio com as teorias liberais. Talvez, a partir deste momento histórico é que surgiu a necessidade de se explicar o comércio entre nações, como era feito e se, de fato, geravam vantagens competitivas para as partes. Por estes fatores, surgiram teorias acerca das relações de troca: importação e exportação. A priori, as relações de troca eram mantidas e entendidas somente pelas taxas de juros da nação, fato esse que significava maior taxa de retorno. Logo surgiram teorias acerca do assunto, como a Teoria das Vantagens Absolutas, defendida pelo próprio Adam Smith, que afirmava que o país deve se concentrar na produção dos bens que lhe proporcionam maior vantagem absoluta e exportar o excedente. A Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo, a Teoria da Demanda Recíproca de Mill, a Teoria de Herckscher-Ohlin, enfim, todas elas com seus focos e uma única questão: Qual a real vantagem de se comercializar com o exterior?Segundo KEEDI (2011, p. 22), mestre em administração: A melhoria da qualidade pode ser um fator determinante nas relações comerciais, já que uma abertura de fronteiras pode balizar a produção interna por meio da concorrência estrangeira, visto que esta pode determinar mudanças importantes na produção da indústria nacional. Além deste fator, existe a diminuição de riscos financeiros, pois, comercializando com mais de um mercado, os riscos de sofrer com crises financeiras de determinados países ou mesmo interna é bem menor. É nesse contexto que se inserem as multinacionais. Um mecanismo que tem o mesmo propósito e merece destaque são as uniões entre países para fins comerciais, chamadas de blocos econômicos. Os blocos econômicos intensificam o comércio entre os países membros para obterem melhores condições de competição com os demais países e/ou de desenvolverem suas economias. Nos processos de comercialização entre países, existe a movimentação de capital estrangeiro, ou seja, saída e entrada de moedas. Outra forma de entrada de capital externo se dá por meio de investimentos diretos, que, também, só foi possível a realização devido à liberação do comércio e da percepção de produções potenciais em um determinado país. Neste artigo, analisaremos os conceitos de investimentos diretos externos e de multinacionais, para, posteriormente, analisar o impacto desses fatores na economia. Para este estudo, tomaremos o Brasil como referência, analisando as relações comerciais com os demais países, mostrando a importância de cada um deles na economia mundial, podendo, assim, avaliar a decisão mais acertada na hora de investir ou analisar um cenário econômico antes de fazer um investimento. 2. INVESTIMENTOS DIRETOS 2.1.1 CONCEITO O investimento direto é um item da balança de pagamentos que, segundo MAIA (2010, p. 71) "registra ingresso e o retorno dos investimentos diretos externos e podem ser investimentos de brasileiros para o exterior, de estrangeiros para o Brasil e de empréstimos intercompanhiais que são créditos enviados das matrizes para as filiais e vice-versa". De acordo com a Receita Federal, "o investimento direto estrangeiro está dividido em duas modalidades: participação no capital e empréstimos intercompanhias". O primeiro são as entradas derivadas da remuneração dos investimentos feitos fora do Brasil. O segundo são os créditos retirados pelas filiais estabelecidas no Brasil e que são cedidas pelas matrizes no exterior. Esse tipo de investimento difere do intercâmbio de bens e serviços por, principalmente, ser transferências de direitos patrimoniais, mas, também, por não ter uma liquidez imediata e os investimentos são seguidos pelos fluxos de produção. Para CARBAUGH (2004, p. 334):Os IEDs são realizados com a finalidade de lucros futuros, movendo-se das regiões de lucro esperado reduzido para aquelas de lucro esperado alto, após levar em consideração o risco. Descartando a existência de outros fatores que exercem influência sobre as condições de custo e receita: restrições ao comércio, regulamentação do investimento, condição de demanda do mercado, custos da mão-de-obra e custos de transportes". De acordo com a matéria Investimento Direto Estrangeiro no Brasil e mundo, publicada na revista eletrônica Terra Magazine, o panorama traçado até 2007 dos IED's é o seguinte:Os países desenvolvidos permanecem concentrando a maior parte dos ingressos (US$ 1,2 trilhão), liderados pelos EUA, com US$ 232,8 bilhões. Nos países em desenvolvimento, o IDE recebido registrou o nível mais alto da história (US$ 500 bilhões), com expansão de 21% em comparação a 2006. Dentre os países da América Latina, o Brasil ficou em primeiro lugar no ano passado, seguido pelo México e pelo Chile. Os altos preços do petróleo e das matérias-primas estimularam o crescimento do IDE na América Latina e no Caribe. Para a região, o IDE cresceu 36% em 2007 em relação ao ano anterior e ficou em US$ 126 bilhões. Vale ressaltar, também, a questão das barreiras encontradas pelo capital estrangeiro no País. Sobre esse tema, MAIA (2010, p. 387) traça "Os capitais estrangeiros, no Brasil, têm encontrado barreiras políticas, burocráticas e, em passado recente, até constitucionais. Isso porque temos vivido crises cambiais e as correntes nacionalistas alegavam que as remessas de lucros representavam uma sangria cambial". Além dessas barreiras, encontramos outra dificuldade a contabilização da entrada da capital estrangeiro no País. Alguns investidores de certos países que recebem ativos externos procuram burlar as fiscalizações em seus fluxos de capital por conta dos encargos pagos. Esse fato mascara a contabilização da Balança de Pagamentos, como podemos observar no site da Receita Federal:"O México, por exemplo, reportou um fluxo de IDE para os Estados Unidos de US$ 1,0 bilhão em 2000, enquanto que pelas estatísticas dos Estados Unidos tais ingressos alcançaram US$ 5,3 bilhões. E países como a Malásia nem mesmo registram esses ativos nas suas estatísticas da balança de pagamentos." Em suma, os Investimentos Externos Diretos são feitos fora da economia do investidor com um interesse de manter uma relação, ou uma troca de interesses através de uma relação ganha-ganha. A relação obtida entre a matriz e a filial, na qual a matriz tenha controle sobre a filial estrangeira, ou seja, 10% ou mais das ações, forma uma empresa multinacional, na qual veremos a seguir. 2.1.2 PORQUE AS EMPRESAS REALIZAM INVESTIMENTOS DIRETOS NO EXTERIOR? Depois de analisado todos os conceitos acerca dos Investimentos Diretos, podemos, agora, entender melhor o motivo pelo qual uma empresa realiza e/ou busca um investimento deste tipo. A Receita Federal cita os objetivos das empresas investidoras ao captar esses recursos "recuperar os custos fixos associados às mudanças tecnológicas, capturar parcela do mercado e participar do processo de abertura dos oligopólios nacionais". No artigo Os investimentos diretos no exterior dos países em desenvolvimento e a experiência brasileira recente, a doutora Beky Moron de Macadar, Economista e Doutora em Administração, fala sobre os motivos que levam as empresas a realizarem os IED's:De acordo com a UNCTAD (2006), a tendência recente à internacionalização de empresas dos países em desenvolvimento é pautada por quatro tipos de fatores. Primeiro, os fatores relacionados como mercado, que têm um peso importante no estímulo aos investimentos externos. A excessiva dependência do mercado interno, a necessidade de obter novos clientes para produtos especializados e o interesse em superar as barreiras ao comércio exterior encorajam a internacionalização. Segundo, o aumento dos custos de produção no país de origem, principalmente o custo da mão-de-obra, que constitui um estímulo adicional à expansão no exterior. Terceiro, as pressões competitivas exercidas pelos fabricantes asiáticos — com seus produtos de mais baixo custo — sobre as empresas de outros países em desenvolvimento, que também impulsionam o deslocamento de investimentos para o exterior. Quarto, as normas do país de origem e do país receptor, bem como as políticas de apoio ao IDE e as privatizações, que são, igualmente, fatores que exercem sua influência nas decisões de investimento no exterior. Destacamos, ainda, um fato importante para os países em desenvolvimento: as estruturas oligopolistas e as barreiras impostas por certos países à entrada de seus capitais dificultam o seu acesso a novos mercados. E, portanto, acompanhar os avanços tecnológicos é bastante difícil, a não ser que transfiram parte do seu capital para as empresas estrangeiras. 2.1.3 BENEFÍCIOS E INCONVINIENTES DOS INVESTIMENTOS DIRETOS AO PAÍS HOSPEDEIRO Segundo o artigo Uma análise sobre os fluxos de investimento externo direto e sua distribuição setorial no Brasil a partir da década de 1990:Uma das principais características do processo de globalização econômica, nas últimas décadas, é o aumento dos fluxos mundiais de investimento externo direto (IED), especialmente para os países da Tríade (Estados Unidos, Europa e Japão), decorrentes da liquidez do mercado internacional, da desregulamentação das economias nacionais e das estratégias de empresas transnacionais (ETs) e empresas multinacionais (EMNs). (CHESNAIS, 1996, p. 133). Este fragmento nos traz a noção de quais países estão mais integrados ao movimento desses capitais multinacionais. Para essas nações, existe a vantagem de ganho de mercado aumentando os lucros de suas grandes empresas. Para os países em desenvolvimento, outros fatores são analisados, como o crescimento económico, a criação de empregos, além da evolução no gerenciamento eficaz da tecnologia. 3. EMPRESAS MULTINACIONAIS Podemos estabelecer como conceito que as multinacionais são empresas que atuam de forma paralela em diversos países através de suas filiais ou subsidiárias, sobre as quais exercem controle e comando. Essas empresas surgiram com a configuração que conhecemos hoje por causa de um contexto político-econômico em particular: as nações que importavam os produtos dessas empresas passaram, em decorrência de dificuldades cambiais ou para proteger as indústrias, a restringir as importações. Desse modo, para não perder mercado elas acabaram se instalando nesses países, passando a ter como objetivo uma maior produtividade, tornando a produção "mundializada". As empresas multinacionais exercem um papel preponderante nos mercados mundiais, uma vez que produzem mercadorias mediante uso de alta tecnologia, contribuem para a geração de empregos e para a competitividade dos preços, criando também novos hábitos nos consumidores. Ou seja, as empresas multinacionais acabaram por criar o seu próprio mercado interno, o qual ultrapassa as fronteiras nacionais de vários países. O artigo Os investimentos das Multinacionais no Brasil comenta que "segundo a Unctad – Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (2005) existem no mundo 70.000 empresas multinacionais, correspondendo a um total de 690.000 filiais, detentoras de um estoque de capital, fora dos seus respectivos países de origem, da ordem de 9 trilhões de dólares". Diversos fatores são responsáveis pela facilidade de penetração das multinacionais nos mercados mundiais. Dentre eles, pode-se destacar o fácil acesso ao crédito bancário, devido aos expressivos números em produção e vendas ; a facilidade na obtenção de matéria–prima barata em mercados externos e a redução de custos fixos, tornando a produção menos onerosa. Essa combinação de elementos torna as multinacionais mais eficientes. Esses grandes grupos têm feito a opção pelas fusões, alianças estratégicas e joint-ventures, abatendo custos fixos com pesquisa e desenvolvimento. Segundo MAIA (2010, p. 402), a conseqüência dessa eficiência é que:Mais de 60% das exportações mundiais foram realizadas por multinacionais; Cerca da metade dessas exportações foram feitas de multinacionais para mutinacionais; 48% das exportações chinesas foram realizadas por multinacionais e isso representou 23% do PIB industrial desse país (com base no relatório da UNCTAD sobre investimentos no mundo; e Antonio Corrêa Lacerda). Observamos que, a partir da década de 50, tidas como geradoras do progresso, as multinacionais se instalaram maciçamente no Brasil. E hoje, com uma situação política estável, um taxa de juros elevada e com uma inflação controlada, o país se tornou um dos cenários mais atrativos para as multinacionais. De acordo com MAIA (2010, p.405):As exportações brasileiras intrafirmas, em 1995, eram de US$ 9 bilhoes. Em 2000, foram de US$ 21 bilhões; As importações brasileiras intrafirmas, em 1995, eram de US$ 8,5 bilhoes. Em 2000, foram de US$ 18,2 bilhoes; Em 1995, 46,9 % de nossas exportações foram feitas por multinacionais. Em 2000, elas exportaram US$ 33,2 bilhoes, equivalentes a 60,4 % de nossas exportações (Censo do capital Estrangeiro – Banco Central).Segundo reportagem de Jamil Chade no jornal O Estado De S. Paulo, "De acordo com dados do departamento de Comércio dos Estados Unidos, as multinacionais norte–americanas, instaladas no Brasil, movimentam recursos equivalentes a 20% do PIB do país". Analisando de forma geral o modo de atuação das multinacionais nos mercados mundiais, principalmente nos países menos desenvolvidos, percebe-se que o fenômeno da internacionalização é uma tendência mundial e que essas empresas não são mais vistas como ameaças ao país, mas ganham cada vez mais espaços nas economias receptoras porque realizam investimentos para conquistar o mercado interno, trazendo novas tecnologias, aportando capitais, incentivando a concorrência, gerando empregos e aumentando as exportações. É importante ressaltar que, especialmente nos setores de vanguarda tecnológica, há uma tendência à formação de oligopólios, caracterizadas pela concentração do mercado, em escala global, num grupo de poucas empresas multinacionais, na maior parte delas proveniente dos países desenvolvidos. 4. METODOLOGIA A partir do interesse em definir conceitos de Investimentos Diretos Estrangeiros e de empresas multinacionais, apresentando os benefícios, limitações e as principais características, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório que se utilizou de diversos artigos acadêmicos, livros e periódicos on line referentes ao assunto. Após esta análise bibliográfica, tornou-se possível relacionar os conceitos encontrados à realidade do cenário econômico mundial, bem como as mudanças estruturais oriundas da entrada de investimento estrangeiro por IED e capital multinacional, objeto de estudo deste trabalho.

Investimento estrangeiro por IED e capital multinacional

1. INTRODUÇÃO
 
 Com a celeridade das inovações deste século as empresas tendem a não mais somente quererem expandir suas produções e/ou suas estruturas. Hoje, elas têm a necessidade desse crescimento para absorver as demandas crescentes ou para acompanhar as mudanças tecnológicas mundiais. Ou seja, tornou-se quase uma obrigação.
 
 No Brasil, a crise econômica, segundo o presidente Lula "... chegou por último e acabou primeiro do que nos outros países", fato justificado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) "A economia brasileira voltou a crescer no segundo trimestre de 2010 obteve uma alta de 1,9 comparado aos três meses imediatamente anteriores". Outro ponto relevante é que nos últimos anos houve um aumento no número de exportações, fato que proporcionou o desenvolvimento da produção das empresas nacionais, apesar de deteriorar o mercado interno, pois, quanto mais se exporta, menor é a qualidade dos produtos que sobram para serem negociados internamente. Felizmente, o mercado interno em potencial e algumas medidas adotadas pelo governo, geraram um otimismo em relação à manutenção do mercado interno aquecido em 2011.
 
 Esse crescimento econômico do país, aliada as várias modalidades de oferta de credito, fez com que as empresas aumentassem sua qualidade de crédito mesmo que lentamente. Segundo o Serasa Experian:
 "O indicador da Qualidade de Crédito das Empresas, que avalia numa escala de 0 a 100 a qualidade de crédito do setor produtivo – quanto maior, melhor a qualidade de crédito e, portanto, menor é a probabilidade de inadimplência – cresceu 0,04% no quarto trimestre de 2010, atingindo o patamar de 95,68, o mais elevado desde o terceiro trimestre de 2009".
 
 As pequenas e medias empresas estão inseridas num cenário um pouco crítico. Luiz Jurandir Simões, consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), afirma que um dos principais problemas brasileiros, que atinge principalmente as pequenas e médias empresas é a falta de capital "As companhias de maior porte têm alternativas de captação, já as menores ficam a mercê dos bancos. Não há forma auxiliar de financiamento".
 
 Algumas instituições são conceituadas no que se refere ao crédito empresarial, um exemplo é o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) que responde pela maior parte do crédito de longo prazo do país. Podemos perceber que o acesso ao crédito direcionado está incentivando micro, pequenas e médias empresas a investirem mais. Segundo o Jornal da Tarde, "o volume emprestado às pequenas saltou 96% em relação a 2009, ano em que o segmento havia crescido apenas 9%". Esses investimentos foram direcionados, principalmente, para financiar máquinas, equipamentos e veículos comerciais.
 
 Neste artigo, será abordada a questão da estrutura de capital das pequenas e médias empresas. Em suma, se este é próprio ou de terceiros. E, trataremos também, dos custos de capital, trazendo uma breve noção da situação econômica nessas empresas.
 
 Salientamos que, para o administrador financeiro, a relevância deste estudo se dá pela importância da captação de recursos, se esta será através de recursos próprios ou de terceiros, tendo como objetivo a redução do nível de endividamento e, conseqüentemente, a valorização da empresa e maximização da riqueza dos sócios e acionistas. Para fazer a escolha acertada da estrutura de capital, o administrador deverá ter habilidade para analisar questões como risco, retorno e valor.
 
2. ESTRUTURA DE CAPITAL
 
 A estrutura de capital de uma empresa é a forma pela qual a empresa financia seus projetos. Ela é determinada pelo composto de endividamento em longo prazo que é utilizado para financiar suas operações.
 
 A escolha da estrutura de capital afeta diretamente o custo de capital e, caso seja escolhida de forma errada, aumenta os custos prejudicando a empresa, é o que veremos adiante. Fazer a escolha acertada sobre a estrutura de capital leva a um aumento da riqueza da empresa. Essa escolha tem a finalidade de se obter um equilíbrio na estrutura de capitais, nos recursos de terceiros e nos recursos próprios.
 
Para MARION (1997, p. 464):
"Não há dúvida de que, principalmente em época inflacionária, é apetitoso trabalhar mais com Capital de Terceiros que com Capital Próprio. Essa tendência é acentuada quando a maior parte do Capital de Terceiros é composta de 'exigíveis não onerosos', isto é, exigíveis que não geram encargos financeiros explicitamente para a empresa (não há juros nem correção monetária: fornecedores, impostos, encargos sociais a pagar etc.)".
 
E continua:
"Por outro lado, uma participação de Capital de Terceiros exagerada em relação ao Capital Próprio torna a empresa vulnerável a qualquer intempérie. Normalmente, as instituições financeiras não estarão dispostas a conceder financiamentos para as empresas que apresentarem esta situação desfavorável. Em média, as empresas que vão à falência apresentam endividamento elevado em relação ao patrimônio líquido".
 
 Na busca de uma estrutura ótima de capital, basicamente podemos escolher entre capital próprio ou de terceiros. A diferença é que, no balanço patrimonial, o capital de terceiros se encontra no exigível a longo prazo e o capital próprio no patrimônio líquido. Quando a empresa é inteiramente financiada por capital próprio, todos esses fluxos da tesouraria pertencem aos acionistas. Quando emite dívida e ações, a empresa compromete-se a dividir os fluxos de tesouraria em duas partes: uma, relativamente segura, que se destina aos detentores da dívida, e a outra, com maior risco, que se destina aos detentores de ações.
 
 Para que essa estrutura de capital seja eficiente e sirva como alavanca para o desenvolvimento empresarial, ela precisa ser previamente definida de acordo com alguns princípios básicos. De acordo com BRIGHAM e HOUSTON (1999, p. 449):
<ol><li> O risco do negócio, ou o grau de risco inerente às operações da empresa, caso não utilize capital de terceiros. Quanto maior for o risco do negócio da empresa, mais baixo será seu grau de endividamento ótimo;</li>
<li> A posição tributária da empresa. Uma das principais razões para se usar capital de terceiros é que os juros podem ser deduzidos para fins de impostos, o que reduz o custo efetivo da dívida. No entanto, se a maior parte do lucro de uma empresa já está protegida da tributação por meio de escudos tributários de depreciação ou por compensação de prejuízos fiscais anteriores, sua alíquota de impostos será baixa, de modo que a dívida não será tão vantajosa quanto seria para uma empresa com uma alíquota de impostos efetiva mais alta;</li>
<li> Flexibilidade financeira, ou a capacidade de levantar capital sob condições razoáveis em situação adversa. Os administradores financeiros de empresas sabem que uma oferta uniforme de capital é necessária para operações estáveis – o que é vital para o sucesso a longo prazo. Eles também sabem que, quando há redução de crédito na economia, ou quando uma empresa está passando por dificuldades operacionais, os provedores de capital preferem fornecer fundos a empresas com balanços patrimoniais fortes. Portanto, tanto a necessidade potencial futura de fundos como as conseqüências de uma deficiência de fundos têm grande influência na estrutura de capital desejada – quanto maior for a necessidade futura provável de capital e quanto piores forem as conseqüências de uma falta de capital, mais forte precisa ser o balanço patrimonial;</li>
<li>Conservadorismo ou agressividade da administração. Alguns administradores são mais agressivos que outros e por isso algumas empresas são mais propensas à utilização de dívidas para alavancar os lucros. Este fator não afeta a estrutura de capital ótima ou maximizadora de valor, mas influencia a estrutura de capital desejada.</li>
</ol> Depois de analisados esses fatores, temos que ter em mente que na estrutura de capital o custo de captação deve ser menor que a taxa de aplicação para que gere o melhor retorno possível. Ao analisar tais indicadores, deve-se tentar qualificá-los ou caracterizá-los, pois uma dívida como complemento dos Capitais Próprios, por exemplo, com a finalidade de ampliação, modernização ou expansão do Ativo, é um endividamento sadio, ainda que elevado, uma vez que estas aplicações produtivas irão gerar recursos para saldar os compromissos. Já as dívidas contraídas para pagar outras dívidas que estão vencendo não geram recursos para os pagamentos e a empresa acaba entrando num círculo vicioso de empréstimos sucessivos.
 
2.1 CAPITAL DE TERCEIROS
 
 O capital de terceiros mostrará o quanto uma empresa está dependente ao capital oriundo de terceiros, tal fato demonstra o nível de endividamento da empresa, verificando o risco de insolvência. De acordo com MATARAZZO (1995, p.160) " pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios".
 
 Aliado ao nível de endividamento ocasionado pela escolha de captação de capital de terceiros, existe três índices atrelados. O primeiro: o Índice da Composição do Endividamento, cuja finalidade reside em identificar que percentual das obrigações totais da firma corresponde a dívidas de curto prazo. O segundo: o Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido, que é um quociente cujo intuito é revelar qual a porcentagem dos recursos próprios que está imobilizado ou que não está em giro. O cálculo da Imobilização do Patrimônio Líquido deverá revelar quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 100 de Patrimônio Líquido. O terceiro: o Índice de Imobilização dos Recursos não Correntes, que demonstra qual o percentual de Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. Esses índices não serão foco de estudo neste artigo, sendo analisados de maneira mais genérica.
 
2.2 CAPITAL PRÓPRIO
 
 De acordo com o artigo Estrutura de Capital: Uma estratégia para o endividamento ideal ou possível, "diante de tantas alternativas de investimento, como fundos de aplicação financeira, cadernetas de poupança, ouro, dólar, imobilizados, ações ou cotas de empresas entre outras, é aconselhável buscar aquela que conjugue, com menor risco, o binômio segurança e rentabilidade. Dentro dessa linha de raciocínio, os administradores/diretores devem estudar e definir a estrutura de capitais que melhor remunere os capitais próprios."
 
2.3 ÍNDICE DE RENTABILIDADE
 
 Um conceito muito importante para nosso tema é o de "Índice de rentabilidade". Para análise ou comparação de qualquer rentabilidade de um investimento é necessária a verificação que os lucros estejam relacionados com valores que possam expressar a "dimensão" destes lucros dentro das atividades da firma. IUDÍCIBUS (1995, p. 90) coloca que "o melhor conceito de "dimensão" poderá ser ora volume de vendas, ora valor do ativo total, ora valor do ativo operacional, ora valor do patrimônio líquido, ora valor do capital social etc. Todos têm suas vantagens e desvantagens".
 
 Em suma, quanto mais elevada for a rentabilidade, menor é o nível de endividamento da empresa, pois empresas mais rentáveis adquirem uma maior capacidade de se financiarem utilizando seu próprio capital. Com relação às pequenas e médias empresas, elas tendem a recorrer primeiramente ao capital próprio devido à dificuldade de acesso ao crédito.
 
2.4 ALAVANCAGEM
 
 Alavancagem é a capacidade que a empresa possui para usar os ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar o retorno de seus proprietários. Existem três tipos de alavancagem: Operacional, Financeira e Combinada. Para nós, é importante a Alavancagem Financeira. Gitman (2001) afirma que "a alavancagem financeira resulta da presença de encargos fixos financeiros no fluxo de lucros da empresa. Esses encargos fixos não variam com o LAJIR (lucro antes dos juros e imposto de renda) da empresa; eles precisam ser pagos independentes do LAJIR disponível para cobri-los".
 
 Variações na alavancagem acarretam mudanças no nível do retorno e do risco associado. Geralmente, quando se eleva a alavancagem, o resultado é um aumento no risco e retorno e vice-versa.
 
3. CUSTO DE CAPITAL
 
 Custo de capital pode ser definido como o custo dos recursos financeiros (próprios e/ou de terceiros) utilizado pela empresa, ou seja, é a taxa de retorno esperada que se consegue ganhar no mercado de capitais sobre outros investimentos de risco similares. Ele pode ser usado como uma forma avaliação da atratividade econômica de um investimento para definição da estrutura ótima de capital. É de extrema importância que o administrador financeiro busque conhecer o custo efetivo de cada uma das fontes de captação disponíveis, através dos instrumentos de análise competentes, para posterior tomada de decisão.
 
 A utilização de capital de terceiros é vantajosa quando seu custo se apresenta inferior a taxa de retorno previsto. Porém, mesmo com esta vantagem, existe o risco do endividamento pela eventual falta de lucratividade na operação.
 
4. ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL NAS PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS
 
 Existem poucas pesquisas de estrutura e custo de capital voltado para as pequenas e médias empresas. É importante notar que essas empresas desempenham papéis importantes na economia brasileira, sendo fonte de emprego e renda.
 
 Alguns determinantes vão influenciar a estrutura de capital das empresas são eles: porte, crescimento, rentabilidade, risco, composição dos ativos e liquidez. Segundo Titman e Wessels (1988) "O custo de emissão de dívidas e ação também está relacionado com o tamanho da empresa". Para os autores, as empresas pequenas e médias possuem a tendência de apresentar mais dividas de curto prazo que as grandes. Isso acontece porque os custos de transação de longo prazo são relativamente mais altos. Observa-se, então, que empresas pequenas podem ser alavancadas mais facilmente que empresas grandes, pois empresas de pequeno porte são mais sensíveis a reviravoltas na economia. Assim, empresas pequenas possuem curto prazo e, portanto maior vulnerabilidade.
 
 Para a variável de crescimento, a Teoria de Custos de Falência comenta que as empresas preferem não emitir dívidas para financiar oportunidades de crescimento intangíveis. As empresas que apresentam crescimento rápido possuem um alto grau de incerteza quanto ao futuro, logo, reduzem sua disposição em utilizar capital de terceiros.
 
 A composição de ativos também pode influenciar a estrutura de capital de uma empresa. Pois, na medida em que a empresa dispõe de ativos, ela pode utilizá-los como garantia na tomada de capital de terceiros. Assim, empresas que possuem ativos que são apropriados como garantia possuem maior risco de endividamento. Já empresas que possui ativos intangíveis ou oportunidades de crescimento tendem a contrair menos dividas.
 
 Por fim, a liquidez, que é a capacidade de as empresas saldarem seus compromissos financeiros, é muito importante no que se refere a médias e pequenas empresas, pois são estes tipos de empresas que mais apresentam problemas de liquidez, e por conseqüente recorrem a capital de terceiros. As mais líquidas tendem a recorrer menos ao capital de terceiros.
 
5. METODOLOGIA
 
 A partir do interesse em definir conceitos de estrutura de capital e custo de
capital em empresas de diversos tamanhos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório que se utilizou de diversos artigos acadêmicos, livros e periódicos on line referentes ao assunto. Após esta análise bibliográfica, tornou-se possível relacionar os conceitos encontrados à realidade das micro e pequenas empresas, objeto de estudo desse trabalho.
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
 Este artigo tenta explicitar, primeiramente, a estrutura de capital que é a forma como se divide o capital de uma empresa, podendo ser própria ou de terceiros. E, atrelado a essa estrutura, o custo que este capital trará. É importante salientar nesta compreensão que nem sempre o mesmo capital empregado em empresas diferentes gerarão o mesmo retorno, pois deriva da atividade que ela estiver contida, do tipo de produto, das formas de gerenciamento dentre outras variáveis que modificarão o custo deste capital.
 Esta preocupação delimita o conceito de Índice de Rentabilidade e sua "dimensão" de empregabilidade. Mostra, também, a alavancagem como ferramenta de maximização dos lucros do empresário. O custo de capital, que entra sempre com o objetivo de encontrar a estrutura ótima do capital. Quanto necessariamente "vale a pena" ser captado de terceiros, seja por empréstimos, ou por abertura de capital, dentre outras e o que vale ser utilizado do próprio patrimônio liquido.
 
 Por fim, ilustra-se essa realidade nas médias e pequenas empresas que passam por entraves no que diz respeito ao estudo de suas estruturas financeiras. Mas, o que se deve, primeiramente, ter delimitado para o estudo de seu capital é seu ramo e porte, nível de crescimento, rentabilidade do capital, risco dos investimentos possíveis à sua atividade ou porte, composição dos ativos e liquidez de seus recursos. Este último fator é onde essas empresas apresentam mais problemas.
 
 Portanto, saber diferenciar e escolher a melhor estrutura de capital tendo como base seu custo, é essencial para o administrador na hora de compor seu capital da forma mais lucrativa.

Interdependência entre Estrutura de Capital e Custo de Capital: O caso das pequenas e médi

Estudo do ambiente interno como forma de gerencia em prol da mudança: Estudo de Caso

Amanda Conrado Pereira

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