Por Sonia Jordão A maior competitividade e a necessidade de melhores resultados levam as organizações a buscarem líderes eficientes e eficazes. Não bastará simplesmente atingir metas sem comprometer o clima da empresa. É preciso, também, reter os talentos. Esse alerta é muito importante, principalmente, para aqueles gestores que ainda lideram na base do 'comando e controle' e, em muitos casos, são explosivos na forma de agir. Líderes que gritam com os profissionais, provavelmente ficarão fora do mercado. Métodos semelhantes e usados num passado nem tão distante não levam mais a resultados satisfatórios hoje. Trata-se de uma forma de liderar já ultrapassada e que não surte mais os efeitos desejados. A liderança autoritária pode até funcionar, em algumas situações, com pessoas receosas de perder o emprego e, naqueles casos, cujos membros da equipe não têm alternativas, devido ao pouco desenvolvimento profissional. Contudo, quem exerce suas atividades após ter sido mandada, geralmente, não tem maior produtividade e criatividade. Esse tipo de líder até pode, ainda, conseguir bons resultados imediatos, porém, a médio e longo prazo, tal intimidação levará os liderados a buscarem outros empregos. Se pensarmos nas funções para as quais faltam profissionais qualificados, o cenário é ainda pior. Imagine, por exemplo, um líder cuidando de uma equipe na área de tecnologia da informação, uma equipe de desenvolvimento de softwares, cuja grande maioria dos profissionais é formada por jovens. Como manter uma produção em alta com gritos? É praticamente impossível. Na primeira oportunidade, irão procurar outras empresas. Os jovens querem participar se sentir úteis e responsáveis. Não estão acostumados a serem 'mandados'. Querem entender o que deve ser feito e, não simplesmente, fazer porque alguém determina. Não estão habituados a gritos, até porque, a maioria tem pais que conversam e explicam sem, simplesmente, os obrigarem a fazer coisa alguma. Esses são alguns motivos que levam os jovens a entrarem no mercado de trabalho e não querer trabalhar com líderes autoritários do tipo 'manda quem pode, obedece quem tem juízo'. A dúvida então é como esses líderes, que até então deram certo, sobreviverão no mercado? Às vezes, essas atitudes estão tão enraizadas que agem automaticamente e esse tipo de tratamento reduz a motivação. Uma máxima da liderança diz que se deve 'elogiar em público e criticar em particular'. Como alguém pode querer obter melhores resultados com uma equipe desmotivada? O profissional a quem se deve obedecer sem questionar está cada vez mais fora de sintonia com o mercado. É preciso compreender o porquê para querer melhorar. É momento de perceber que é preciso tratar os membros de sua equipe como clientes. A agressividade deve ser canalizada para o bem. Podemos ser firmes nas decisões sem grosserias, o que certamente levará a melhores resultados. Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro 'A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado', e dos livros de bolso 'E agora, Venceslau? – Como deixar de ser um líder explosivo' e 'E agora, Lívia? – Desafios da liderança'. Sites: www.soniajordao.com.br,www.tecernegocios.com.br,www.umnovoprofissional.com.br,www.tecerlideranca.com.br,www.editoratecer.com.br. e-mail: contato@soniajordao.com.br Blog: http://soniajordao.blogspot.com Siga-me no twitter: http://twitter.com/soniajordao