Introdução Tudo o que é desenvolvido e realizado em nossa atualidade, necessita ser cautelosamente planejado e programado, ou seja, antes de iniciar algum processo, é necessário que se desenvolva, detalhadamente, qual plano o mesmo irá seguir, para que possa ser finalizado da melhor forma possível. Para que esse fato se torne possível, é que existe o Projeto, onde o mesmo, segundo Kerzner (2006, p.2), pode ser considerado como qualquer série de atividades e tarefas que tenham um objetivo específico a ser completado dentro de certa especificação, ou seja, um agrupamento sequencial de atividades que, quando seguidas a risca, completam o ciclo de um processo de forma eficiente e eficaz. Desta forma, podemos perceber que o projeto é extremamente importante em nossa atualidade, e, dentro de uma empresa, esse fato não é contrário. A empresa sempre está cercada de decisões a serem tomadas onde, muitas vezes, essas decisões podem decidir o futuro da mesma e, por conta disto, é necessário que se tenha segurança nas escolhas. Decidir onde investir o capital financeiro da empresa, qual produto/serviço desenvolver, como alocar os recursos humanos em seu ambiente interno e como lidar com os fatores socioeconômicos presentes no ambiente externo a ela, são exemplos de decisões nas quais, caso a empresa comenta um erro, poderá acarretar em grandes prejuízos para ela. Assim, o projeto, nos dias atuais, demostra ser uma grande ferramenta para uma empresa, pois ele irá ilustrar como ela poderá atuar no seu dia-a-dia, buscando mitigar os riscos que a mesma possa sofrer. Portanto, o projeto pode ser aplicado em qualquer área de uma empresa, principalmente no Marketing, onde, nele, o mesmo procurará guiar ela no desenvolvimento de produtos e/ou serviços, capazes de atender as necessidades da sociedade, criando, desta forma, uma demanda para a empresa, garantindo, assim, a continuidade da mesma no mercado de atuação. Em fim, esse artigo possui o objetivo de demonstrar qual a relação que o Projeto pode possuir com a área de Marketing, ilustrando o que cada um deles representa e qual o resultado que poderá ser adquirido com a união de ambos. Analisando o que é Projeto Projeto, em um sentido mais sucinto, pode ser denominado como uma ferramenta que irá auxiliar e ditar as diretrizes que uma pessoa ou empresa deverá seguir para que se possa alcançar a sua visão, ou seja, seu objetivo primordial (principal), conforme apontado pela ONU (1984), ao evidenciar que projeto é Um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados. Outra definição que possuímos sobre projeto, é a ilustrada por Oliveira (2009, p. 322) Trabalho a ser executado, com responsabilidade de execução, resultado esperado com quantificação de benefícios e prazo de execução, preestabelecidos, considerando os recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais e de equipamentos, bem como as áreas envolvidas e necessárias ao seu desenvolvimento. Assim, podemos evidenciar que o projeto é um esforço temporário, com propósito (objetivo) único (qualidade), que possui começo, meio e fim (cronograma), com descrição e sequência das tarefas que serão desempenhadas (escopo) e com definição do limite de gastos que o mesmo poderá possuir (orçamento), conforme apontado por Maximiano (2002, p.26) Um empreendimento temporário de atividade com início, meio e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular e dentro das restrições orçamentárias e, até, pelo PMI apud Keeling (2016, p. 2) Um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único.. O projeto ganhou forças há pouco tempo, porém, o mesmo possui indícios de existência atrelados na Antiguidade, onde foram construídos diversos templos, pirâmides, cidades e caravelas (Keeling, 2016, p. 2), ou seja, mesmo sem possuir a nítida ideia de estar desenvolvendo e seguindo um esquema de atividades pré-definidas e agrupadas, as pessoas construíam suas edificações seguindo um plano, porém, não se importavam com o custo e tempo desses processos, pois, os mesmos tinham pouca importância para os povos antigos. Podemos perceber essa realidade ao depararmos com as construções das grandes catedrais, onde as mesmas se arrastavam por centenas de anos e sucessivas gerações (Keeling, 2016, p. 2). Porém, conforme já apontado, nos dias atuais, o projeto necessita obedecer, rigorosamente, os custos e o tempo determinados no planejamento do projeto. Portanto, o projeto é uma das ferramentas contemporâneas mais importantes para a empresa, tendo em vista que ele cercará a mesma, realizando o processo de auxílio e, até, gerenciamento do planejamento estratégico determinado por ela, ou seja, ele é um poderoso aliado da Missão, Visão, Valores, Política e Cultura Organizacional (5 Elementos do Planejamento Estratégico) que a empresa possui, atuando com pleno respeito a cada um desses itens e, até, prestando suporte às suas formações ou mudanças, como, por exemplo, quando uma empresa irá realizar uma fusão com outra, onde há um choque de culturas organizacionais e, diante deste cenário, é necessário criar uma estratégia (projeto) para lidar com esse fato. Descobrindo Sobre o Marketing O Marketing, em um sentido mais sucinto, representa uma estratégia utilizada pelas pessoas (físicas ou jurídicas) que estão interessadas em trocar seus bens e/ou serviços por outros tipos de recursos (na maioria dos casos financeiros), ou seja, essa estratégica facilita a relação das trocas comerciais – onde, segundo Kotler e Armstrong (1997, p. 5), representa o ato de obter-se um objeto desejado dando alguma coisa em contrapartida –, que ocorrem em nosso mundo. Se voltarmos no tempo, iremos perceber que sempre existiram essas buscas de realizações de trocas, tendo em vista que, na Era Primitiva, os homens trocavam seus objetos que possuíam em quantidades excedentes por outros objetos em escassez, por exemplo, um pescador, quando obtinha muitos peixes, procurava um agricultor que possuísse algum legume também em quantidade excedente, assim, o pescador apanhava alguns legumes do agricultor, oferecendo ao mesmo alguns peixes em troca. Mas, com o passar dos tempos e, através da evolução da humanidade, muitas pessoas perceberam que seria possível oferecer bens e serviços para as pessoas em troca de recompensas, ou seja, atender as suas necessidades, oferecendo algo que suprisse as mesmas, visando obter recompensas em troca, que, na maioria das vezes, era a obtenção de dinheiro e, assim, as mesmas começaram a estabelecer métodos e meios que pudessem atrair consumidores para as realizações dessas trocas (consumir a oferta), onde, desta forma, surgiram diversas lojas, indústrias e estabelecimentos comerciais, ou seja, empresas que ofereciam produtos e serviços que atendessem e suprissem as necessidades da sociedade. Diante desses surgimentos, ocorreu uma superlotação de possibilidades de realizações de trocas, onde, frente a este cenário, houve o surgimento da necessidade de buscar uma forma de chamar a atenção dos consumidores (sociedade) e, por conta disto, foi desenvolvida a estratégia denominada como Marketing. Assim, diante deste contexto, podemos conceituar o Marketing como Uma função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e entregar valor aos clientes e para administrar as relações com clientes de maneiras que beneficiem a organização e seus envolvidos (Lusch e Marshall apud Hooley, Piercy e Nicoulaud, 2011; p. 5). Outro fato a ser destacado sobre o Marketing é que o mesmo, segundo Kotler e Armstrong (1997, p. 3), está relacionado com a natureza psíquica das pessoas, onde necessita lidar com três concepções: (1) Necessidade: estados de privação sentida; (2) Desejos: necessidades humanas moldadas pela cultura e pela personalidade humana; e (3) Demanda: número de consumidores que desejam adquirir um produto ou serviço. Assim, diante dessa ideia ilustrada por Kotler e Armstrong (1997), as empresas tentam, através do marketing, descobrir o que a sociedade está precisando para se satisfazer (necessidade) e, diante disto, oferecer para a mesma um produto (qualquer elemento que possa ser oferecido ao mercado para satisfazer essa necessidade – bens, serviços, etc.), na tentativa de aguçar o seu desejo (indução de querer algo) e, assim, fazê-la adquirir o mesmo (criando a demanda). Portanto, para que as empresas consigam realizar suas vendas, é necessário que trabalhem seu marketing de forma que o mesmo possa analisar alternativas que representem valor para as pessoas e, assim, supram as necessidades das mesmas com qualidade, fazendo com que elas se sintam satisfeitas e interessadas em consumir os produtos/serviços que lhes são ofertados. Unindo o Projeto ao Marketing Diante do cenário revelado na apresentação do Marketing, ou seja, frente à realidade que a empresa possui de identificar quais são as necessidades e desejos da sociedade para, assim, determinar qual oferta realizar para suprir os mesmos, se torna necessário que encontremos uma ferramenta capaz de facilitar ou, até, guiar esse processo. E é por esse motivo que o Projeto possui grande importância para uma empresa. Primeiramente, devemos evidenciar que, quando aplicamos o Projeto na área de Marketing, o mesmo pode passar a ser denominado como Plano de Marketing, tendo o dever de analisar qual segmento de mercado atuará a empresa, qual o público-alvo que ela irá visionar (idade, classe social, gênero, grupo, etc.), quais as necessidades desse público-alvo, quais os concorrentes presentes nesse mercado e quais fatores socioeconômicos cercam o mesmo, ou seja, quais as ameaças, oportunidades, fraquezas e forças que a empresa poderá possuir, caso decida operar nesse comércio. De forma mais simples e resumida, o projeto voltado para a área do marketing, deverá lidar e buscar formas de desenvolver os 4 Ps do Composto de Marketing, que são: (1) Produto: refere-se às características e atributos que o produto ou serviço desenvolvido pela empresa terá; (2) Preço: refere-se a quanto e como será cobrado do cliente; (3) Praça: refere-se ao local que o produto estará disponibilizado; e (4) Promoção: refere-se às estratégias de divulgação utilizadas. Assim, o projeto na área do marketing servirá de suporte para a manutenção dos 5 Elementos do Planejamento Estratégico presente na empresa, traçando o caminho e a forma com que a mesma atuará nos processos de desenvolvimentos dos produtos/serviços, negociações dos mesmos, suas distribuições e no suporte aos seus clientes, visando o alcance do seu objetivo primordial (Visão) – seja ele o lucro, a conquista de espaço no mercado, o aumento de clientela, etc. –, respeitando os Valores, a Política e a Cultura Organizacional que o negócio possui e preza. Considerações Finais Através desse estudo, pudemos perceber os quão importantes o Projeto e o Marketing são para as empresas, tendo em vista que, através dos mesmos ela poderá alcançar seus objetivos corporativos de forma eficaz e eficiente, evitando ao máximo os riscos do fracasso. Porém, isso se torna possível apenas quando ambos são unidos, tendo em vista que esses dois componentes não podem funcionar sem um aliado ao seu lado, ou seja, um projeto, sem que haja uma razão para sua existência, jamais terá sentido, pois não possuirá um objetivo a ser alcançado, já o marketing, quando desenvolvido de forma isolada à outra ferramenta, muito provavelmente desempenhará um resultado negativo, pois, de nada adianta visualizar todos os elementos que cercam o mesmo, se não houver em sua posse um instrumento capaz de colocar os mesmos em prática. Nos dias atuais, possuímos diversos exemplos de empresas que utilizam bem a união do projeto e do marketing em seus negócios, onde, podemos citar duas grandes rivais: a EA Games e a Konami. Ambas são desenvolvedoras de jogos eletrônicos para diversos aparelhos eletrônicos, porém, foquemos apenas nos consoles, ou seja, nos vídeo games. Essas duas empresas travam, há um bom tempo, uma grande batalha de rivalidade com seus dois jogos famosos, FIFA (EA Games) e Pro Evolution Soccer – PES – (Konami), onde os mesmos representam simulações de partidas de futebol profissional. A cada ano que se passa, essas duas empresas trazem novidades nesses seus jogos, porém, essas novidades não surgem do dia para a noite, ou seja, elas são minuciosamente planejadas, revistas e testadas, através de pesquisas com consumidores, funcionários e, até, outras empresas, sendo realizadas com, pelo menos, um ano de antecedência para o lançamento dos jogos. Mediante este cenário, podemos evidenciar que ambas as empresas utilizam o projeto para a criação desses jogos e, analisando friamente essas informações, podemos perceber que a área trabalhada nesse processo é a do marketing, tendo em vista que as empresas procuram saber o que os clientes desejam, como desejam, onde desejam, quando desejam e a que preço desejam. Portanto, a evolução da humanidade trouxe novas maneiras de pensar em todas as áreas que cercam a empresa, assim, nos dias atuais, o Marketing e, também, o Projeto, não podem ser vistos e tratados como antigamente e, muito menos, de forma isolada e separada. Bibliografia HOOLEY, Graham; PIERCY, Nigel F.; NICOULAUD, Brigitte. Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2011. KEELING, Ralph; BRANCO, Renato Henrique Ferreira. Gestão de Projetos: Uma abordagem global. 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Introdução ao Marketing. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1997. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Escrito por Danilo Nunes Januário, Aluno do 8º Semestre do Curso de Administração da Faculdade FIT – UNIESP, Localizada na Cidade de Tietê – SP.