O que é blindagem automotiva? A blindagem de um veículo presta-se a oferecer proteção aos seus usuários contra agressões externas oriundas, principalmente, de armas de fogo. Como deve ser feita uma blindagem? Em se tratando de proteção de vidas humanas, o assunto é mais sério do que se imagina. Uma blindagem 100% eficiente deve oferecer proteção total ao habitáculo do veículo. Portanto, nunca se deve pensar numa blindagem parcial (somente de uma porta por exemplo) ou somente dos vidros, pois ninguém tem vida parcial… Quais são os materiais utilizados? Parte Opaca: AutoBlindagem, baseada em conceitos internacionais de proteção e qualidade, utiliza somente materiais nobres como aço balístico inoxidável e mantas de Twaron prensadas em várIas camadas, de acordo com o local onde serão aplicadas. Parte Transparente: os vidros são provenientes de fornecedores aprovados (nacionais ou importados) cujo padrão de qualidade e distorção ótica obedeçam a rigorosos critérios adotados pela Truffi Blindados, bem como a normas internacionais. Todo os vidros utilizados são compostos com policarbonato (com camada interna anti-estilhaço) Qual o nível de blindagem mais utilizado? O nível de proteção de acordo com a classificação balística sobre testes com armas de fogo curtas (revólveres pistolas e submetralhadoras) e longas (rifles e fuzis). No Brasil, o mercado de blindagem automobilística está concentrado no nível de proteção que chamamos de Anti-Assalto. Dentro desse conceito, basicamente dois tipos de blindagem: nível IIIA ou NIJ III. Quais são as diferenças entre os níveis IIIA e III ? Nível IIIA: obedece às norma americanas(NIJ).Oferece proteção aos calibres de armas de fogo: .22, .22LR, .32, .38, .38+P, 9mm, .357 magnum,44 magnum. Materiais utilizadas: aço inox espessura 3,5 mm., mantas de twaron e vidros balísticos espessura 17mm e 21mm Este nível de blindagem presta-se a veículos de porte e motorização menores, como o VW Golf, Audi A3, Renault Scenic, GM Vectra, BMW 323 entre outros. Nível III: Obedece às normas americanas (NIJ). Oferece proteção aos calibres de armas de fogo 5,56x 45 / 7,62 x 39mm / 7,62 x 51mm / .30 Materiais utilizados: aço balístico – Secure 500,mantas de twaron e vidros balísticos espessura 39 e 45 mm. Obs.: Este nível de blindagem presta-se a veículos de maior porte e potência,camionetes e Pick ups, entre outros. Tecnologia alemã com a utilização de materiais nobres como aço inox (nas colunas, contornos do teto, etc.) a confecção de overlaps (nos vidros, bordas de mantas, parte posterior das maçanetas, etc.) e a impermeabilização total das mantas de aramida, por serem sensíveis á umidade. O crescimento do mercado de blindagem fez com que a escolha da blindagem ideal de um automóvel se tornasse cada vez mais complicada. A tecnologia aumenta e, na mesma proporção, o nível de violência e agressão aos automóveis blindados, em decorrência do sucateamento da segurança. Com mais de 14 mil carros blindados circulando pelo país, o Brasil já corresponde ao primeiro lugar em blindagem nos níveis II e III-A. Com fornecimento aproximado de mais de 400 veículos por mês, o Brasil superou o México (170 veículos/mês) e a Colômbia (150 veículos/mês) juntos. Pesquisa realizada pelo Instituto Data Folha, realizado em 153 cidades brasileiras, demonstra que a violência é a principal preocupação da população brasileira. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo demonstram que 62% dos sequestros-relâmpago da Capital Paulista ocorrem no trânsito. A forte demanda do setor e o mercado aquecido abrem oportunidade para empresas sérias e àquelas que se intitulam “blindadoras” (que só pensam em tirar vantagem da situação), deixando de lado o principal objetivo do processo: a proteção. Com aproximadamente 50 empresas de blindagem no mercado, bem como em todo o setor, que cresce muito rapidamente, encontramos empresas que só têm um objetivo: lucrar. Não existe blindagem barata. Existe o melhor custo-benefício em uma negociação. Há ofertas de blindagens com o preço como diferencial. Preços promocionais, blindagens parciais e até venda de “kits” (“compre o seu kit e faça você mesmo a blindagem de seu veículo”) podem ser encontrados em anúncios. Fica difícil para quem não tem conhecimento decidir, na hora de comprar, qual a proteção correta para o veículo. Mas se o objetivo é proteger vidas, a busca do menor preço não pode substituir a busca pela qualidade, por meio do entendimento do processo. Qualidade da blindagem A blindagem é processo artesanal. Por mais tecnologia que seja empregada nas mantas de proteção, painéis de aço e vidros especiais, exige-se a perícia de um artesão, com o perfeito encaixe entre os materiais utilizados. Um serviço executado por quem não detém o conceito de execução e supervisão constante na linha de produção, faz com que o emprego de todos os materiais de alta qualidade seja desperdiçado. O propósito da blindagem é o de assegurar a proteção prevista nas normas técnicas, preservando as características do veículo. De um lado, basta que a vulnerabilidade tenha o diâmetro de um projétil para que a proteção deixe de existir. De outro, é preciso assegurar o mesmo grau de conforto e acabamento do veículo original. O segundo lado da questão pode ser aferido pelo proprietário, através da sua própria percepção, de informações de amigos e das garantias e assistências oferecidas. O primeiro, o da confiabilidade quanto ao nível de proteção assegurado, pode requerer o auxílio de profissionais de segurança com conhecimento de blindagem. Tento dizer que tamanho da empresa não é sinônimo de qualidade. Muitas empresas grandes têm problemas seríssimos quanto ao nível de proteção do habitáculo (bem como as empresas de fundo de quintal). Nome, realmente, transmite credibilidade. Porém ser o maior não significa ser o melhor. Por isso, é preciso prestar atenção! Já vi muitos consumidores iludidos e enganados por falsos testemunhos e processos mal gerenciados. Critérios de escolha Cautela, paciência e inúmeros procedimentos são requeridos na hora de adquirir um veículo blindado. Agir de maneira precipitada, pois sofreu uma tentativa de seqüestro ou assalto, poderá significar a realização de um péssimo negócio. Primeiramente, o usuário deve fazer uma pesquisa com pessoas que possuem carros blindados ou com pesquisas de mercado. Com as informações e pesquisas em mãos, em visita às blindadoras, questione sobre o tempo do processo de blindagem, se os prazos de entrega foram cumpridos, se o automóvel foi entregue em ordem, ou seja, vidros sem distorções, sem apresentar defeitos, se o acabamento ficou em perfeitas condições para que o veículo fique dentro das características originais (tanto na parte interna como na externa) e, finalmente, a ausência de barulhos. Toda blindadora tem um engenheiro responsável pelo processo de proteção. Verifique se a blindadora fez testes balísticos em veículos já blindados e não somente em peças blindadas. Cheque sempre se a fábrica tem o cuidado de separar peça a peça de cada veículo. Desconfie de empresas que garantirem 100% de eficiência em um processo de blindagem. Outro fator importante é assistência técnica. Carros blindados requerem atenção maior, não só no uso diário, como em sua limpeza e manutenção. É imprescindível que a assistência técnica seja eficiente em relação a vidros e solução de problemas (infiltração, delaminação e distorção de vidros, barulhos, forração, entre outros). Caso não tenha indicações de amigos, procure fazer uma pesquisa minuciosa de mercado e escolha empresa que lhe transmita segurança em todos os aspectos. Peça para fazer uma visita à fábrica e verifique um habitáculo em fase de implementação. Questione todos os pontos sobre os quais tiver dúvidas. Faça um check list das áreas a serem protegidas. Defina o nível de proteção ideal para o seu caso. Lembre-se que carros com motorização mais baixa têm seu desempenho reduzido em função do acréscimo de peso, dificultando, por exemplo, a direção evasiva. O bom senso na escolha do carro é importante, pois existem modelos com grau de dificuldade maior para serem blindados. Saber usar É importantíssimo saber como usar um veículo blindado, não só em caso de emergência (direção evasiva e defensiva), como também em sua manutenção e limpeza. Para que o usuário possa extrair o máximo do produto, sem sofrer com manutenção desnecessária. Grau de proteção Lembre-se que a possibilidade de estar preso em um congestionamento é muito grande. As normas internacionais são claras: tiros em um mesmo local podem transfixar. Assim, quanto maior for à espessura do vidro maior é o grau de proteção. É muito importante que o veículo esteja sempre em movimento para que não haja reincidência de tiros nos pontos já alvejados. É impossível saber que tipo de armamento e munição os meliantes estarão utilizando. Assim, é indicado contar com o grau de proteção maior, devido ao crescente nível de armamento. Um caso real, muito difundido nos meios de comunicação, foi o da tentativa de seqüestro dos filhos do empresário Paulo Leman. Houve vários tiros concentrados, pois o veículo ficou completamente parado na abordagem dos meliantes. O nível de proteção era NIJ II, que ao ser alvejado com tiros concentrados no mesmo local, transfixou e atingiu o motorista no braço. O tiro poderia ter sido fatal e de nada adiantaria a proteção. O motorista deveria ter-se evadido do local antes dos disparos dos tiros concentrados. Exemplificando outra situação, notoriamente divulgada foi a do prefeito da cidade de Santo André. O mau uso do veículo blindado ficou evidente. Se tomadas as devidas precauções, o prefeito estaria vivo, uma vez que o veículo era bem protegido para a proporção do crime. Com o aumento constante das abordagens cotidianas, para roubos, furtos e seqüestros, é de suma importância que os usuários saibam até que nível de armamento seu carro suporta, bem como, terem noção de direção evasiva e defensiva. Vale frisar que mais de 80% dos crimes ocorrem porque as vítimas estão desatentas ou distraídas. A ocasião faz o ladrão!