Segundo definição do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), marca é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas. Pode-se dizer também que marca, é a representação figurada de qualquer produto ou serviço, seja lá qual for ele. Em suma, marca é um nome, um som, uma imagem uma palavra, ou até mesmo uma letra, que faz com que as pessoas identifiquem um produto ou serviço. American Marketing Association define marca como “um nome, sinal, símbolo ou desenho, ou combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes” (PINHO, 1996, p. 14). No princípio, quando surgiram as primeiras formas de marca, o objetivo era a diferenciação de um produto para outro, tanto como qualidade quanto durabilidade, pois se não houvesse nada que os distinguissem, as pessoas nunca teriam conhecimento de qual marca seria melhor ou pior. Um exemplo disso é que em meados do século XIX, no Centro-Oeste dos EUA, Harley Procter era produtor de sabão e para distinguir o sabão que vendia dos demais que eram vendidos na época, decidiu marcá-lo. Ele deu o nome de Ivory Soap ao produto, colocou-o em uma embalagem e identificou o grau de pureza do sabão. Como identificou que seu sabão tinha uma pureza maior que a dos concorrentes, usou isso como propaganda e divulgou as informações em anúncios e outros. O Ivory Soap foi um produto notável numa época em que a maioria dos sabões era amarela ou escura, irritava a pele e danificava as roupas. Desde o princípio, foi salientada a ideia de que aquele sabonete era suficientemente delicado para as crianças. As afirmações de pureza e suavidade eram apoiadas pela cor branca, pelo nome Ivory, pelo slogan e pela associação com crianças. (AAKER, 1991, p. 4). Atualmente, pode-se verificar que existe uma infindável variedade de produtos e serviços, sendo alguns destes tem a marca tão poderosa, que chega facilmente a valer mais a empresa propriamente dita, o que leva muitas empresas a querer sempre vender sua marca. Conforme KLEIN (2002, p. 30) afirma, “[…] estilistas de moda, as empresas de calçados de corrida, o mercado de mídia personagens de desenho animado, celebridades, estão todos mais ou menos no mesmo negócio: o negócio de fazer o marketing de suas marcas”. Com o passar do tempo, pode-se notar que algumas marcas tornam-se facilmente referência de algum produto ou serviço. Existem exemplos clássicos disso, como por exemplo, sabão em pó OMO, lã de aço Bombril, leite condensado Moça, entre outros. Se uma empresa trata uma marca apenas como um nome, comete a falha de não lhe dar destaque. O desafio da definição de marca é desenvolver um conjunto profundo de significados para ela. Quando a audiência pode visualizar as seis dimensões da marca, ela é chamada de profunda; caso contrário, trata-se de uma marca superficial. (CORREIA, 2004, p. 39). Isso deixa evidente que com a associação do produto ou serviço a marca, as pessoas não pedem mais pelos mesmos, mas sim pela marca, mesmo que no final das contas estejam comprando por um produto concorrente. Marca é a identidade do produto, é o que faz com que os consumidores associem o produto de um fabricante a ele mesmo. A marca permite que se atribua a responsabilidade, qualidade e varias outras características ao fabricante. Esse poder de associação ajuda muito as empresas, pois sem marcas seria praticamente impossível (além de inviável) diferenciar os fabricantes de um mesmo artigo ou produto. Outro ponto de extrema relevância nas marcas é a existência de proteção jurídica. É possível que se adquira exclusividade no nome da marca, no nome e na produção dos produtos e até mesmo dos métodos de se produzir um determinado produto. O que é preocupante, é que ainda, muitos gestores e empresários, não conseguem enxergar a real importância de tal registro, principalmente devido aos investimentos que devem ser feitos. Muitos gestores e empresários ainda não conseguem enxergar a real importância do registro e da marca de produtos. O que é preocupante, pois muitas novas linhas de produtos entram no mercado com grande aceitação e credibilidade, única e exclusivamente devido a força de suas marcas. Marcas existem há séculos. Já no antigo Egito, os fabricantes de tijolos colocavam símbolos em seu produto para identificá-lo. Na Europa Medieval, as associações de comércio usavam “marca” para assegurar ao consumidor uma qualidade consistente e obter proteção legal para o fabricante. (TAVARES, 1998, P.2). Quando uma marca é conhecida e reconhecida, por sua qualidade e atendimento, lança algum produto ou serviço, a aceitação do mesmo pelo público, geralmente é altíssima, pois já conhecem a qualidade da marca, como por exemplo, Coca Cola, Unilever, entre outras. Dentre as mais variadas razões do registro de uma marca, podemos destacar a capacidade de evitar que os produtos desta, se tornem alvo de clonagem, imitações ou adaptações, além disso, o registro serve como um seguro, uma proteção ou ainda melhor, um investimento realizado pela empresa. Salientando a importância do registro da marca e ainda de acordo com o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), a marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica. Ao mesmo tempo, sua percepção pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos ou serviços. Além dos registros de marcas, também é de alta relevância que as empresas registrem as patentes de seus produtos. O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) define patente com sendo um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. Para muitos, a marca é importante apenas quando se trata de grandes empresas e multinacionais, estes estão extremamente enganados. De princípio, a empresa pode ser de pequeno porte, porém essa situação poderá mudar a qualquer momento e o produto ou serviço poderá alcançar a fidelização dos clientes, por estes dentre os outros motivos abordados, toda e qualquer marca e/ou patente, devem ser devidamente registradas. —————————————————————————————————————– AAKER, David. Marcas: brand equility gerenciando o valor da marca. 3. ed. São Paulo: Negócio Editora, 1991. CORREIA, Vanderlei. Marca e embalagem: administração e conceito produto. Curitiba: Ibpex, 2004. PINHO, J.B. O poder das marcas. São Paulo: Summus, 1996. TAVARES, Mauro Calixta. A força da marca. São Paulo: Harba, 1998.