Há tempos a atividade de relações governamentais é uma prática fundamental em grandes empresas privadas, tendo uma grande importância para os seus negócios, e principalmente, para a sua estratégia competitiva. Atualmente, tenho visto organizações do terceiro setor também apostando cada vez mais nessa estratégia para o desenvolvimento de ações nesse ambiente complexo e difícil: as relações com o governo. Vivemos umas das piores crises políticas da história do nosso país, e essa situação somada a uma instabilidade financeira, faz com que cada vez mais as empresas do segundo setor diminuam os seus investimentos em projetos sociais, aumentando consideravelmente as dificuldades das organizações em captar recursos. Devido a esses fatores, investir em áreas como as de comunicação corporativa e de relações governamentais pode ser decisivo para a manutenção dos seus projetos e aumentar as oportunidades em atrair novos patrocinadores sociais. O profissional de relações governamentais pode ser uma peça-chave nesse processo. Ele tem como objetivo captar oportunidades de parcerias para todas as áreas de sua organização, abrindo portas, colhendo informações precisas, acompanhando processos e acima de tudo tendo uma gestão direta nos diversos escalões de servidores governamentais. Por um outro lado, infelizmente, aquelas organizações sociais que ainda não entenderam tal necessidade correm um grande risco de reduzir drasticamente suas receitas e de até fecharem as suas portas. Para as organizações sociais que possuem projetos financiados por meio de incentivo fiscal ou parcerias com o Governo, essa interface torna-se uma questão de sobrevivência. Afinal, este trabalho tem como objetivo principal acompanhar procedimentos entre as empresas doadoras e as secretarias de governo que fazem a gestão destes recursos, monitorando a destinação dos valores doados e o timing para a realização dos projetos. Essa trabalho faz com que a tomada de decisões nas organizações seja estratégica, contribuindo diretamente para seu crescimento econômico e sustentável. Outro aspecto fundamental deste profissional, é que ele deve estar completamente alinhado ao manual de compliance de sua organização, agindo sempre de acordo com as regras e normas estabelecidas em seus valores internos. Essa forma de conduta faz com que ele siga corretamente os interesses éticos de sua organização em seus processos decisórios. Vale refletir a atuação da sua organização social nesse sentido. Essa interface com órgãos governamentais pode gerar um equilíbrio financeiro na organização onde você atua, fazendo com que os processos andem em uma velocidade mais satisfatória e, por consequência, aumentando consideravelmente as chances de uma gestão mais eficaz. Algumas organizações já entendem essa atividade como estratégica para sua sobrevivência, o Instituto da Oportunidade Social, o IOS é uma delas. Desde 2015 o IOS tem colhido bons resultados dessa atuação estratégica. Um dos exemplos foi a gestão, desde entrada de um projeto social até o convênio assinado, junto a Secretaria Estadual de Assistência Social do Estado de São Paulo, que é o órgão gestor do CONDECA – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente. O trabalho de relações governamentais nesse caso, resultou na eficácia da captação de recursos para que fossem ofertadas mais de 1.800 vagas para cursos de capacitação profissional na área de tecnologia da informação distribuídas em várias unidades de atuação do IOS no estado de São Paulo ( Centro, Zona Norte, Zona Oeste, Zona Sul e Zona Leste ).