Falar de cliente quase sempre se torna algo muito comum por estar no dia a dia das empresas e instituições, por fazer parte da rotina e da necessidade de cada uma delas. A palavra cliente tem em seu significado 'a pessoa que tem acesso a um produto ou serviço mediante seu pagamento'. Por olhar deste conceito verificamos a visão simplista que é quase sempre aplicada por pessoas e organizações nos tempos contemporâneos para fins de relacionamento junto ao cliente, o que é um tanto quanto arcaico. Conjugo assim pelo fato de não se abrir os pensamentos para as evoluções que o mundo globalizado traz, não só com a internet mas também a partir da mudança do comportamento humano no que tange as relações de consumo e de interpessoalidade no trabalho e na família. Fato é que a visão 'cliente' deve ser amplificada a um patamar que rompa as barreiras da conexão entre empresa e consumidor somente, considerando também aqueles que estão dentro do processo de transformação até a chegada do produto final de fato as salas de vendas. Primeiramente temos que pensar quem é o meu cliente. Quando faço a pergunta muitos indagam: Rafael, trabalho no administrativo da empresa e não com vendas, não tenho clientes diretos. Retruco e digo, será? Responda você mesmo. Temos que inserir em nossa mente que cliente não é somente aquele que compra produtos das empresas e geram fluxo financeiro. A clientela na verdade são todos aqueles que de alguma forma dependem ou necessitam de seu esforço para alcançar determinado objetivo, seja ele uma compra, venda ou tarefa a ser realizada. Na minha visão a composição 'cliente' é formada por uma tríade que compreende: clientes internos, clientes externos e os clientes de fato. Clientes internos: É o conjunto de pessoas que compõe a organização e que de alguma forma se interagem, gerando relação com o ambiente externo. Em resumo, é você colaborador/gestores. É um dos mais importantes agentes pois são instrumento para geração de valor ao cliente de fato. Muitos dos problemas das empresas começam por aqui. O atendimento eficaz das demandas internas é um desafio que a anos se tenta superar porém esbarram em fatores como o relacionamento interpessoal da equipe, diferentes níveis de pensamento e dificuldade na compreensão do objetivo da organização, da visão e missão da empresa. A falta de orientação estratégica é um dos pilares que culminam para a falência dos atendimentos das tarefas internas, mas nem sempre são os principais. A mudança passa primeiro por você, na mudança de mentalidade e principalmente no seu senso de colaboratividade. Reflita se você consegue atender os seus colegas de trabalho da maneira que realmente é necessário, se sua participação na empresa está sendo de fato relevante, se sua relação profissional entre os colaboradores está adequada e o principal, se você está fazendo o máximo que poderia fazer na função que exerce. . Você atende bem seu cliente interno? Responda a esta pergunta e defina qual papel deseja desenvolver dentro do local onde trabalha e na sua carreira. Clientes externos: São aqueles que estão relacionados de alguma forma com a empresa, gerando a ele benefício através de produtos ou serviços fornecidos. Aqui estão relacionados os stakeholdes que compõe a parte de relacionamento externo da organização. A comunicação assertiva com este público é muito importante pois determina parcela considerável no sucesso da organização, representando eficácia, eficiência, qualidade e sustentabilidade no desenvolvimento dos produtos e serviços, o que conseqüentemente influência na lucratividade, criando valor aos agentes do negócio. Clientes de fato: Clientes de fato é o cliente final, que espera e adquire os produtos e serviços da organização, dando em troca um determinado pagamento por estes benefícios. Aqui encontra-se o centro das atenções empresariais. Todas as estratégias são desenvolvidas para atender este público. E no mundo conectado e altamente desenvolvido as tendências mercadológicas sofrem mudanças constantes com extrema rapidez. Se adequar as necessidades do cliente se tornou algo comum, o arroz com feijão no linguajar popular. As empresas não mais produzem o que querem, mas sim o que os clientes de fato determinam. Estudar estas evoluções comportamentais é o desafio diário dos setores de desenvolvimento e inovação. Nada mais é suficiente, sempre há algo a melhorar ou a criar. A fragmentação setorial está cada vez mais sendo aplicada, onde produtos e serviços são projetados para atender um nicho específico. Agregar valor é a palavra que mais se houve. Este cliente é o mais exigente e com razão. Mas isto acredite, não é ruim, pelo contrário, nele encontramos a maior ferramenta de controle de qualidade dos serviços e produtos lançados no mercado, é o termômetro da nossa economia, é a bússola que dá a direção a ser seguida. Use-o com inteligência. O importante não é saber definir um por um destes três clientes, o primordial é saber integrá-los de modo que o resultado final possa ser alcançado de maneira satisfatória para a empresa, fornecedores e consumidores. Se para o cliente final é importante dar a devida atenção e acompanhamento as mudanças, nos clientes internos e externos não ficam por menos. É necessário buscar entender a cada dia mais estas duas peças da tríade que fazem a engrenagem girar. Pesquisas organizacionais revelam que os clientes internos são tão importantes quanto os demais mesmo não sendo o centro das atenções. O que podemos afirmar é que os três fatores não caminham sozinhos. Sua sinergia tem que ser favorável e adequada para geração de resultados. Faça o seu melhor. Tem uma frase que levo comigo e vou levar sempre: 'Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!' (Mário Sergio Cortella) Rafael Dimas Tecnólogo em Gestão ComercialMBA em Gestão Estratégica de Negócios Graduando em Administração