Conceito de custo total e prática das trocas compensatórias ou trade-off.

Douglas Alex Possetti

artigo de

28/06/2010
6 min leitura

Resumo

Função transporte – estoque

A logística, encarada como vantagem competitiva, pode ser associada ao custo total e aos trade offs. Entende-se por custo total os custos totais de transporte, armazenagem, inventário, embalagens, processamento de pedidos e tecnologia da informação e custos de lotes, frente ao objetivo de atingir o nível de serviço desejado pelo cliente. O trade off é o balanceamento das atividades logísticas focado no princípio das compensações objetivando o menor custo total da operação.

Na tentativa de reduzir os custos de sua operação logística algumas empresas buscam diminuir os custos de cada componente isoladamente. No entanto, essa prática não garante o menor custo total pois a atuação isolada em uma atividade pode resultar no aumento de outros, prejudicando até mesmo o nível de serviço. É aí que entra o trade off o qual representa uma troca com compensação, como já se disse um balanceamento, resultando em aumento de custo em determinada área para obtenção de benefícios em outra.

Atualmente uma atividade que está em destaque no mundo empresarial é a do transporte, que de uma maneira simplista consiste na tarefa de levar mercadorias de um lugar ao outro. O transporte é o mecanismo que aproxima indústrias, comerciantes e clientes e envolve elementos fundamentais como preço do serviço, pontualidade da entrega, condições físicas dos bens entregues, dentre outros.

As necessidades de estoques de uma empresa dependem do sistema logístico por meio do qual o estoque de matéria-prima, de componentes, de produtos em processo e de produtos acabados para serem disponibilizados adequadamente no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível. Por isso hoje pode-se dizer com tranqüilidade que:

Os gerentes de logística e de operações constantemente se deparam com a necessidade de reduzir estoques, sem prejudicar o nível de serviço, tarefa aparentemente impossível por contrariar o ensinamento base da logística, relativo aos trade offs entre os custos das atividades e o nível de serviço (LIMA, 2003, s/p).

A armazenagem é uma das atividades mais antigas e tradicionais da cadeia de suprimentos e agrega estimado valor ao sistema logístico, uma vez que possibilita visualizar soluções para os problemas de estocagem e materiais melhorando a integração entre os componentes.

Para atingir metas de excelência operacional a baixo custo, as empresas precisam conhecer muito bem os trade offs inerentes a sua operação e possuir sistemas e organização adequados para tomar as decisões de forma acertada.

Não foi o que aconteceu, por exemplo, com a fábrica da Royal na década de 70. A Royal desenvolveu um projeto de consolidação da distribuição eliminando depósitos regionais de Bauru, Ribeirão Preto, Jundiaí e Brasília, por considerar que toda a região poderia ser atendida diretamente por São Paulo, diminuindo gastos com o fechamento desses depósitos. No entanto essa iniciativa causou um aumento nos custos de transporte e uma relativa deterioração da qualidade do serviço oferecido.

O que faz uma empresa realizar a estocagem de produtos é a redução de custos de transporte e produção, pois com a decorrência do melhoramento no transporte e produção, as despesas adicionadas podem se compensadas com custos mais baixos da armazenagem e o estoque associado. Ademais, há de se mencionar o fato de ser a armazenagem parte do processo de produção, como se dá nos casos de vinhos e queijos que exigem um determinado período de envelhecimento. Por fim, estocar também tem relação direta com o processo de marketing da empresa, pois o produto estará à disposição de consumidor.

Deve-se ressaltar que muitas empresas buscam terceirizar o processo de armazenagem, porque entendem que terão mais qualidade de serviço, reduzirão os investimentos em ativos, passarão a dedicar-se com mais afinco a sua atividade fim, bem como maior flexibilidade operacional e uma maximização de retorno sobre os investimentos. O lado negativo desses benefícios reside no fato de que ao terceirizar as empresas perderão o contato com clientes e fornecedores e terão uma dependência excessiva com o operador logístico.

Com relação aos custos logísticos e de armazenagem são fixos e indiretos, “afinal, mesmo que existam poucos produtos no armazém ou sua movimentação esteja abaixo do planejado, os custos de armazenagem continuarão constantes” (MONTEIRO, SILVA, s/d, s/p).

Um ponto importante referente ao trade off transporte x estoque diz respeito à escolha do transporte. Por exemplo, um transporte de São Paulo a Teresina se for rodoviário levará uma semana, se for ferroviário aproximadamente vinte dias, sendo assim é correto afirmar que:

A escolha dependerá evidentemente do nível de serviço desejado pelo cliente, e dos custos associados a cada opção. (…) deve contemplar todos os custos referentes a um transporte porta-a-porta mais os custos do estoque, incluindo o estoque em trânsito (NAZÁRIO, s/d, s/p).

Função transporte – serviço ao cliente

As organizações são as concretizações dos objetivos dos indivíduos e existem para satisfazer suas necessidades. Geralmente atingir essas metas significa não apenas oferecer os melhores produtos ou serviços, mas sim agregar valor a eles dando diferenciação em relação aos concorrentes.

Os clientes buscam hoje não apenas o produto ou serviço isoladamente, mas também tudo aquilo que as empresas possam oferecer e que agregue valor a este produto ou serviço. O serviço ao cliente pode ser conceituado como “toda e qualquer atividade que ocorre antes e durante o processo de transferência do produto da empresa para o cliente, ou seja, fornecer utilidade de tempo e lugar, já que o produto só terá valor realmente quando estiver nas mãos dos clientes” (LEAL, s/d, s/p).

O serviço ao cliente é uma peça essencial da logística integrada. Um sistema de distribuição bem desenvolvido traz melhoria de resultados obtidos em função da confiabilidade ofertada, produção e entrega rápidas, segurança e baixo índice de defeitos e prejuízos ao produto produzido e movimentado.

Um exemplo que vale ser lembrado é o das redes de farmácias, as quais há algum tempo deixaram de vender apenas remédios e hoje vendem produtos de higiene pessoal e cosméticos, algumas chegam a comercializar perfumes

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