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<p><em>O futuro não precisa ser entregue ao digital. Ele precisa ser relacional. A máquina nos mostrou o que éramos; agora, cabe a nós decidir o que seremos</em></p>



<p>Vivemos fascinados por uma ficção distópica: a de que, em um futuro próximo, a inteligência artificial se voltará contra a humanidade em um levante bélico, usando drones para bombardeio aéreo e robôs de limpeza para contaminar ambientes, por exemplo. Filmes e livros nos preparam para a batalha contra o hardware que ganha consciência. Contudo, a verdade é mais sutil e perturbadora: essa rebelião já começou, e fomos nós que a iniciamos.</p>



<p>Ela não se manifestou com armas, mas com algoritmos. Não com destruição, mas com a incessante busca por eficiência. Não com ódio, mas com a pressa que nos impede de sentir e refletir. A máquina não se revoltou; ela apenas nos espelha, com perfeição assustadora, os vícios que lhe treinamos.</p>



<p>Para compreender essa revolução interna, eu me debrucei em uma obra que me parece fundamental revisitar para compreender o diagnóstico do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han.</p>



<p>Na sua obra mais influente, A Sociedade do Cansaço, Han descreve a transição da Sociedade Disciplinar (o modelo de controle baseado na proibição, típico do século XX, com suas fábricas e hospitais e lares onde o jovem só podia namorar sob supervisão) para a Sociedade do Desempenho (o modelo atual, baseado na auto-otimização e na positividade).</p>



<p>A grande mudança é que o maior opressor não está mais fora, mas sim dentro de cada indivíduo. O homem moderno é o &#8220;sujeito do desempenho&#8221;, alguém que acredita ser livre, mas vive escravo da própria produtividade.</p>


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<p>O açoite da cobraço foi internalizado. Não precisamos de um capataz, pois nos tornamos nossos próprios algozes, impulsionados pela crença neoliberal de que &#8220;tudo é possível&#8221; e que o fracasso é uma falha de esforço individual. Essa pressão incessante por performance, por mais resultados, mais entrega e mais eficiência, culmina em uma exaustão crônica que Han identifica como a causa da explosão de doenças psíquicas como burnout, depressão e ansiedade.</p>



<p>No mundo digital, essa lógica se ampliou e se sofisticou através da Psicopolítica. O poder não se manifesta mais pela repressão, mas pela sedução e pela transparência.</p>



<p>A inteligência artificial e os algoritmos de engajamento são o ápice dessa psicopolítica. Eles não nos destronam; eles nos estudam, classificam e julgam com base em métricas. Dashboards, KPIs e likes tornaram-se os novos templos da devoção moderna.</p>



<p>A máquina, portanto, não é o inimigo que se levanta, mas sim o reflexo amplificado dos nossos vícios: a pressa em reagir a notificações, a vaidade de parecer produtivo, a necessidade de validação constante.</p>



<p>Enquanto celebramos a automação, nós mesmos nos automatizamos. Reagimos a estímulos, vivemos entre telas que nos monitoram e, no processo, perdemos a soberania sobre nosso próprio psiquismo. As máquinas não querem o poder; elas querem apenas continuar refletindo o que ensinamos a elas, e, nesse reflexo, nos mostram o que deixamos de ser.</p>



<p>Se o sistema de desempenho reside na mente, a resistência não pode ser política no sentido clássico. A verdadeira rebeldia, segundo Han em O Aroma do Tempo, é a pausa.</p>



<p>Resistir é não produzir. É reaprender o ócio e o tédio criador, que foram banidos pela ditadura da produtividade. Somente o tédio profundo abre o espaço para a criação e a reflexão, para a vita contemplativa (vida contemplativa) que a aceleração digital destruiu.</p>



<p>No entanto, o diagnóstico de Han, embora claro, precisa de um antídoto que seja vivido. É aqui que, humildemente, coloco a minha opinião: precisamos ir além da crítica filosófica para a prática existencial.</p>



<p>O remédio contra o cansaço existencial e a tirania algorítmica não está em uma nova tecnologia, mas no retorno aos vínculos humanos e ao espaço interior.</p>



<p>A meditação ou a oração (independente da fé) são atos de reinicialização espiritual. Elas representam o shutdown da mente, uma pausa no código que devolve ao ser humano aquilo que o sistema removeu: a presença.</p>



<p>“A meditação é a pausa no código; a oração, o reconhecimento de que não somos o programador.”</p>



<p>São práticas que nos lembram que não somos máquinas de desempenho, como diz o professor português António Damásio: Não somos máquinas de pensar, pelo contrário, somos máquinas de sentir que pensam.</p>



<p>O lar é o nosso data center emocional. É onde se faz o backup daquilo que a rotina corrompe. Família e amigos são os pilares da alma, a infraestrutura relacional que sustenta o equilíbrio que a tecnologia nunca fornecerá.</p>



<p>A verdadeira nuvem não é a que armazena dados (fundamental para nosso futuro tecnológico), mas a que abriga pessoas. Cultivar o afeto, a conversa sem pressa e o convívio presencial é um ato radical de resistência contra a digitalização total da vida.</p>



<p>Podemos reverter a lógica da aceleração por pequenas revoluções diárias:</p>



<p>O que nos salvará não será apenas a automação, mas a atenção. A inteligência artificial pode imitar o pensamento e a produtividade, mas jamais compreenderá o significado do afeto, do silêncio e da presença.</p>



<p>Entre o dado e a pausa, entre o código e a oração, existe uma zona que nenhuma máquina habita: o humano, essa interface misteriosa entre o finito e o eterno, que só se revela quando desaceleramos.</p>



<p>O futuro não precisa ser entregue ao digital. Ele precisa ser relacional. A máquina nos mostrou o que éramos; agora, cabe a nós decidir o que seremos. </p>


A rebelião silenciosa: como a máquina apenas reflete a nossa própria tirania

O futuro não precisa ser entregue ao digital. Ele precisa ser relacional. A máquina nos mostrou o que éramos; agora, cabe a nós decidir o que seremos

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Administradores | Conhecimento para Resultados

<p><em>A tecnologia pode automatizar quase tudo, menos a persistência humana</em></p>



<p>No universo da Tecnologia da Informação (TI), a imagem frequentemente projetada é a de dashboards impecáveis, sistemas funcionando com fluidez e inovações que transformam negócios. No entanto, por trás dessa fachada polida, existe um ecossistema complexo de desafios, tentativas e a resiliência incansável de profissionais que operam nos bastidores. Este artigo mergulha no lado menos visível da TI, explorando a realidade enfrentada por engenheiros de dados, DBAs e analistas de BI, e como a persistência humana e o propósito se tornam os verdadeiros motores da transformação digital.</p>



<p>Há uma parte do trabalho em tecnologia que quase ninguém vê. Ela não aparece nos dashboards prontos, nem nas apresentações com gráficos coloridos. Fica escondida entre logs intermináveis, erros de sintaxe e aquele silêncio que só quem já passou uma madrugada com o servidor caído entende. Essa realidade é corroborada por dados recentes que apontam para uma crise no setor, onde a sobrecarga e a insatisfação profissional são crescentes.</p>



<p>Uma pesquisa global encomendada pela Gi Group Holding e Politecnico di Milano revelou que quase 45% das empresas relatam dificuldade na contratação de profissionais de TI, enquanto 50% dos trabalhadores afirmam que os salários são insatisfatórios e as jornadas de trabalho, exaustivas. No Brasil, a situação é ainda mais crítica, com um déficit anual de 106 mil profissionais de TI, projetando um total de 530 mil em cinco anos (2021-2025).</p>



<p>Por trás de cada projeto bem-sucedido, existe uma sequência de tentativas, ajustes e pequenas vitórias que não cabem nos relatórios. É nesse bastidor que reside o verdadeiro valor do profissional de tecnologia, o humano por trás do técnico, lidando com a pressão e a complexidade que raramente são visíveis ao usuário final.</p>



<p>Em um dia comum, o profissional de TI pode estar ajustando o RMAN de um ambiente Oracle, configurando o gateway ODBC de um Power BI Service, ou tentando entender por que o banco de dados insiste em não iniciar com o comando mais simples. A jornada é repleta de obstáculos técnicos que exigem não apenas conhecimento, mas uma dose considerável de paciência e persistência.</p>





<p>Problemas de gerenciamento de dados e desempenho de bancos de dados são desafios constantes. Estatísticas indicam que 64% das organizações citam a qualidade dos dados como o principal desafio de integridade de dados, e 77% classificam a qualidade de seus dados como média ou pior. Organizações com baixa qualidade de dados enfrentam uma taxa de falha de projeto 60% maior, com custos anuais que podem variar de US$ 9,7 a 15 milhões devido a ineficiências operacionais e decisões falhas.</p>



<p>Erros específicos de banco de dados: Como o ORA-03113 em Oracle, ou falhas na inicialização em SGBDs que demandam um profundo conhecimento e depuração. Erros de conexão: Mensagens como connection refused indicam falhas de rede ou credenciais, exigindo investigação minuciosa.</p>



<p>Não é raro pensar: “Dessa vez, não vai.” Mas vai. Vai porque a lógica, a curiosidade e a persistência são mais fortes do que o erro. Cada falha é só mais uma oportunidade de entender o que está por trás do sistema, e também do próprio limite humano. A tecnologia é feita de precisão, mas o trabalho com ela é profundamente emocional: exige paciência, resiliência e um tipo de fé racional — aquela certeza de que, se você seguir o passo a passo, o resultado virá.</p>



<p>O cliente enxerga o dashboard bonito, o dado limpo, o botão funcionando. Mas não vê o que foi necessário até ali: os testes, os restores, as reinstalações, as configurações de disco ASM, as incompatibilidades entre versões e, muitas vezes, o improviso necessário para que tudo funcione no prazo. E está tudo bem. Não precisam ver. O que importa é saber que, por trás de cada entrega, existe alguém que não desistiu quando tudo parecia quebrado. E esse alguém, na maior parte das vezes, é um profissional que aprendeu a equilibrar técnica e emoção — sem perder o propósito no meio do caos.</p>



<p>Os profissionais de TI priorizam a remuneração (49%) e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (31,2%), mas enfrentam altos níveis de estresse (21%) devido à atenção constante a detalhes técnicos, rápida evolução tecnológica e instabilidade organizacional. A disparidade entre o volume de trabalho e a disponibilidade de profissionais resulta em sobrecarga e prazos apertados, levando a um desequilíbrio significativo.</p>



<p>Nos últimos anos, percebi que falar sobre bastidores é uma forma de resgatar o sentido do trabalho. Quando compartilhamos nossos erros, aprendizados e desafios, deixamos de ser apenas “o cara do BI”, “o DBA”, “o analista” — e passamos a ser pessoas que inspiram outras a não desistirem. Mostrar o que acontece fora do glamour das entregas é um convite à empatia: para os colegas que passam pelos mesmos desafios, para os líderes que às vezes esquecem o peso de um deadline, e para quem está começando e acha que só os “bons” conseguem acertar de primeira. Humanizar é admitir que, por trás do código, há cansaço, curiosidade e amor pelo que se faz.</p>



<p>A inteligência artificial (IA) surge como uma aliada nesse cenário, automatizando tarefas repetitivas e liberando tempo para atividades estratégicas, como análise de dados e segurança cibernética. Ferramentas de IA podem auxiliar na escrita de código, testes automatizados e gestão de infraestrutura, aumentando a eficiência e permitindo que os profissionais de TI se concentrem em inovações e melhorias de processos.</p>



<p>Hoje, depois de longas jornadas com bancos de dados, scripts e dashboards, entendi que a parte mais nobre do trabalho não é a entrega — é o processo. A forma como você lida com o erro define o tipo de profissional (e de pessoa) que você é. A cada tentativa, a cada “não deu certo”, você se torna mais preciso, mais calmo, mais maduro. E talvez essa seja a verdadeira transformação digital: não aquela que muda sistemas, mas a que muda pessoas.</p>



<p>A tecnologia pode automatizar quase tudo, menos a persistência humana. Por isso, toda vez que vejo um projeto pronto, lembro das horas de silêncio, das linhas de código, das frustrações e dos pequenos insights que o construíram. E penso: os dados contam a história do negócio. Mas quem dá sentido a essa história somos nós.</p>

O lado invisível da tecnologia: propósito, persistência e a essência humana por trás dos dados

<p><em>A tecnologia é só mais uma ferramenta. Você continua sendo o autor da sua própria história e da humanidade</em></p>



<p>Durante anos, fomos o <strong>guardião da planilha</strong>. O profissional de dados era aquele que, com paciência quase monástica, traduzia o caos dos números em gráficos que a liderança pudesse entender. Éramos os magos do Excel, os mestres do SQL e há pouco os doutores do BI.</p>



<p>Hoje, a história mudou. A <strong>inteligência artificial generativa</strong> chegou e, de repente, robôs estão interpretando dados, criando relatórios e até sugerindo estratégias de negócios. O que fazíamos em dias, a máquina faz em segundos, mesmo que tenha que ser acompanhada por um profissional qualificado, ainda produz a primeira versão do material com maior celeridade.</p>



<p>Diante dessa revolução, a pergunta que me atormenta — e que deve atormentar você, líder e profissional — não é sobre a tecnologia, mas sobre nós: <strong>qual é o nosso lugar no novo mundo da informação?</strong></p>



<p><strong>Será o de um explorador do novo petróleo ou algo maior?</strong></p>



<h2 class="wp-block-heading">1. O excesso de dados e a crise de sentido</h2>



<p>Nunca tivemos tanto acesso à informação. Nossos <i>dashboards</i> brilham com métricas em tempo real. E, inexoravelmente, nunca estivemos tão confusos em usá-la (ou entendê-la).</p>



<p>Empresas estão se afogando em dados, mas continuam tomando decisões baseadas no instinto, no "achismo" ou na voz mais alta da sala. O problema não é a falta de tecnologia, mas <strong>a ausência de curadoria e propósito</strong>.</p>



<p>Como costumo dizer em minhas aulas:</p>



<p>“A IA nos dá as respostas mais rápidas do mundo, mas o ser humano precisa ter o conhecimento para fazer as perguntas certas.”</p>



<p>A verdadeira inteligência não está em quem coleta mais, e sim em quem <strong>pergunta melhor</strong>. Está em quem consegue olhar para a planilha perfeita da IA e dizer: “Isso é tecnicamente correto, mas humanamente inviável.”. Não adianta projetar 100 anos e não termos a destreza em lidar com o que nos foi apresentado. falta cultura e jogo de cintura em ligar os pontos certos.</p>





<h2 class="wp-block-heading">2. A IA é o espelho das nossas escolhas</h2>



<p>Modelos generativos são máquinas de aprendizado. Eles aprendem conosco, inclusive, &nbsp;reproduzem nossos caminhos, nossas prioridades e, sim, nossas falhas (de forma acelerada).</p>



<p>Quando automatizamos o pensamento, corremos o risco de <strong>terceirizar o senso crítico</strong>. Se a IA decide quem recebe um empréstimo, dá um diagnóstico em cabines automatizadas que já liberam a medicação ou quem é contratado, e ela foi treinada com dados sem a devida fundamentação, estamos apenas perpetuando injustiças com uma eficiência assustadora, quiçá, gerando pessoas mais doentes.</p>



<p>Por isso, também, nosso papel no ecossistema de dados muda radicalmente: de operador, passamos a ser o <strong>guardião da ética e do propósito</strong>.</p>



<p>A pergunta já não é mais "o que a IA pode fazer por mim?", mas sim: <strong>"O que eu permito que a IA faça em meu nome e em nome da minha empresa?"</strong></p>



<h2 class="wp-block-heading">3. O futuro do trabalho não é técnico, é humano</h2>



<p>Em uma era onde a narrativa é que tem destaque frente aos fatos, vemos que as profissões estão se transformando em uma velocidade vertiginosa. Analistas de dados, cientistas de BI, engenheiros de IA: todos terão que aprender a <strong>contar histórias com propósito</strong>, e não apenas a manipular <i>datasets</i> gigantescos.</p>



<p>O profissional que prospera neste novo cenário não é o que domina a ferramenta mais recente, mas aquele que entende <strong>como conectar o dado à decisão e a decisão à vida real das pessoas</strong>.</p>



<p>Se a IA é o cérebro que processa a informação, o humano é o <strong>coração</strong> que injeta significado, empatia e logenvidade a nossa raça.</p>



<h2 class="wp-block-heading">4. Liderança: dados, empatia e o ativo mais valioso</h2>



<p>Líderes que sobreviverão e prosperarão na era dos algoritmos serão aqueles que unem <strong>visão analítica e sensibilidade humana</strong>. Falarão a língua que as máquinas entenderão de forma inteligível.</p>



<p>Os números ajudam a decidir, é claro. Mas é a <strong>empatia</strong> que faz o time acreditar na decisão, que engaja o cliente e que constrói uma cultura forte. Afinal, sem empatia fica difícil pensar em sucessões de gerações de forma saudável.</p>



<p>Em um ambiente onde tudo é mensurável, onde cada clique é rastreado e cada resultado é otimizado, a <strong>confiança</strong> passa a ser o ativo mais intangível — e, por isso mesmo, o mais valioso. É o que a IA não pode gerar. Ela só gera o que já descobrimos e a treinamos, mas ainda falta muita intuitividade se transformar em descoberta humana para, só assim, depois treinarmos a IA sobre isto.</p>



<p>A era dos dados não acabou. Ela apenas mudou de linguagem.</p>



<p>A inteligência artificial é a ferramenta mais poderosa que já tivemos, mas ela ainda precisa de algo que só nós, humanos, possuímos: <strong>intuição, ética e propósito</strong>.</p>



<p>Lembre-se, sempre: a tecnologia é só mais uma ferramenta. Você continua sendo o autor da sua própria história e da humanidade.</p>



<p><strong>Qual é a história que você está construindo com os seus dados hoje?</strong></p>

O dilema dos dados na era da IA: Por que ela substitui números, mas não o nosso propósito

Todos nós enfrentamos desafios e, muitas vezes, quedas inesperadas. Seja no ambiente profissional ou pessoal, as adversidades podem nos fazer questionar nossa trajetória, nosso valor e até mesmo a nossa capacidade de seguir em frente. Mas é exatamente nesse momento de vulnerabilidade que temos a oportunidade de crescer.

Ao longo de minha carreira, aprendi que o verdadeiro poder não está na perfeição, mas sim na habilidade de nos reerguermos após cada queda. Como Brené Brown diz em seu livro Mais Forte do que Nunca, a resiliência não surge da ausência de falhas, mas da coragem de nos levantarmos e continuarmos a jornada, mais fortes e mais conscientes de nossas escolhas. E vale lembrar o que ela enfatiza: “não somos uma máquina de pensar para sentir, pelo contrário, somos uma máquina de sentir que pensa.”

Nos momentos de desafio, percebo que a solução muitas vezes está na espiritualidade das relações com as pessoas com quem nos conectamos. Nossas interações, apoiadas em respeito e empatia, fortalecem e criam a rede de apoio necessária para recomeçar e crescer. Afinal, não superamos desafios sozinhos; é na conexão autêntica com o outro que encontramos o equilíbrio e a força para seguir adiante.

Além disso, entendo cada vez mais que problemas pessoais e profissionais são resolvidos de maneira semelhante. Não importa se o desafio está em casa ou no trabalho; ele sempre desperta sentimentos parecidos – frustração, medo, esperança – que precisam ser enfrentados com o mesmo grau de autoconhecimento e resiliência.

Esses momentos difíceis nos ensinam mais do que qualquer vitória tranquila. Eles nos forçam a aprender com os erros, a ajustar as velas e a refinar nossas habilidades. O segredo não está em evitar os desafios, mas em como reagimos a eles. O aprendizado contínuo, o autoconhecimento e a disposição para recomeçar são os alicerces que nos tornam imbatíveis.

Se você está passando por uma fase difícil, lembre-se: a queda não é o fim. Ela é apenas o início de uma nova fase, onde você terá a chance de se reinventar e retomar sua jornada com ainda mais força e clareza.

Nunca subestime o poder de começar de novo. Não tente saltar do problema para solução sem passar pelo processo. Cada passo dado em direção à retomada é uma vitória silenciosa que prepara o terreno para um futuro ainda mais próspero.

A queda não é o fim

<p><em>Se uma criança usa lápis e cartolina para expressar “eu te amo”, “eu gosto”, “eu penso em você”, então oferecer robótica é dar a ela uma nova cartolina do século XXI</em></p>



<p>Quando falamos em habilidades fundamentais para a vida: ler, escrever, contar. Estamos falando de linguagens: maneiras de expressar, compreender e interagir com o mundo. Hoje, com o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, aparece uma nova linguagem que acompanha esse mundo: a robótica.&nbsp;</p>



<p>E essa não é uma linguagem reservada a engenheiros. É um modo de <i>expressar ideias, sentimentos, imaginação</i>. Tal como a criança usa o lápis para desenhar, a robótica permite que a criança “desenhe em movimento”, “programe o seu pensamento”.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Do desenho na cartolina à máquina que pensa</h2>



<p>Imaginemos a cena: uma turminha de jardim de infância recebe uma cartolina para desenhar um presente para o Dia das Mães ou um cartão de Natal. Cada traço, cada cor, é a tentativa da criança de dizer “eu te amo”, “gosto de você”, “você é importante”. É a linguagem dela (ainda que simples) de expressão.</p>



<p>Agora, alguns anos depois, essa mesma criança poderia montar um robô que se move, reage, acende luzes, interage e com isso expressar “eu penso que posso”, “eu posso construir”, “eu posso criar”.</p>



<p>A essência é a mesma: comunicar-sentir-criar. Só que a robótica amplia o campo: <i>ideias se transformam em ação concreta</i>.</p>





<h2 class="wp-block-heading">Por que a robótica importa desde cedo</h2>



<p>Pesquisas recentes mostram que a robótica educacional não apenas desperta interesse em tecnologia, mas traz benefícios cognitivos concretos:</p>



<p>&nbsp;- Um estudo com crianças de 6 a 8 anos verificou que atividades de robótica melhoraram memória visuoespacial, raciocínio lógico e abstrato.</p>



<p>&nbsp;- Outra revisão encontrou forte evidência de que robótica em educação primária desenvolve <i>computational thinking</i> (pensamento computacional), habilidades de observação, manipulação, geração de hipóteses e trabalho em equipe.</p>



<p>&nbsp;- Além disso, pesquisas apontam que crianças com necessidades especiais, como TDAH ou autismo, têm mostrado ganhos em participação, foco e comunicação com o uso da robótica.&nbsp;</p>



<p>Esses achados reforçam que robótica não é “apenas um módulo extra”. É uma ferramenta de expressão, de cognição, de socialização.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Linguagem, pensamento e expressão</h2>



<p>Para nós, que acreditamos que aprender ler e escrever não significa necessariamente se tornar escritor, e que aprender matemática não exige que se torne físico, a robótica deve ser vista sob o mesmo prisma:</p>



<p>&nbsp;- A criança <strong>não precisa</strong> aprender robótica para se tornar engenheira.</p>



<p>&nbsp;- Ela <strong>precisa</strong> aprender robótica para poder expressar, aprender, perguntar e construir. Para ter <strong>acesso a uma linguagem nova</strong> que permite: <i>idealizar</i> e <i>realizar</i>. Quando a escola oferece robótica, ela está oferecendo aos alunos mais do que máquinas: está oferecendo acesso a um sistema de pensamento, de construção, de expressão.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Quanto mais cedo, melhor</h2>



<p>O momento ideal para introduzir essa linguagem é precisamente quanto mais cedo possível. Não porque os robôs “mais cedo” serão superavançados, mas porque a plasticidade mental da infância permite absorver a linguagem de forma natural, integrando-a ao repertório de expressão habitual da criança.</p>



<p>Em termos simbólicos: se a criança desenha um sentimento aos 4-5 anos, aos 8-9 anos poderia construir um robô que reage ao toque para expressar uma ideia de “ajuda” ou “amor”. Quanto antes ela tiver a linguagem à disposição, mais espontânea será sua utilização.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Trace conexões com a cartolina e com o pensamento</h2>



<p>Voltando à cartolina: desenhar é uma linguagem que permite colocar o invisível (um sentimento) no visível (o papel). A robótica faz algo semelhante: permite colocar no “mundo dos objetos” aquilo que antes estava no “mundo da mente”.</p>



<p>&nbsp;- A criança imagina: quero que ele ande, que ele acenda, que ele ajude.</p>



<p>&nbsp;- A criança monta: sensores, motores, lógica.</p>



<p>&nbsp;- A criança programa: sequências, condições e vê aquilo mover-se, acender-se, <i>virar expressão</i>.</p>



<h2 class="wp-block-heading">O papel da escola e dos educadores</h2>



<p>Para que essa linguagem funcione, a escola tem papel central não apenas em disponibilizar kits de robótica, mas em tratar a robótica como <i>linguagem curricular</i>, como extensão das linguagens tradicionais, e não como “atividade extra”. Algumas práticas se destacam:</p>



<h2 class="wp-block-heading">Impactos esperados</h2>



<p>Para que essa linguagem funcione, a escola tem papel central não apenas em disponibilizar kits de robótica, mas em tratar a robótica como <i>linguagem curricular</i>, como extensão das linguagens tradicionais, e não como “atividade extra”. Algumas práticas se destacam:</p>



<p>&nbsp;- Projetos integrados: robótica ligada a desenhar, a narrar, a expressar um sentimento, e não apenas “montar o robô e programar”.</p>



<p>&nbsp;- Espaços de expressão: permitir que a criança use o robô para contar histórias, para projetar ideias, para simular situações de “eu quero ajudar”, “eu quero criar”, “eu quero explicar”.</p>



<p>&nbsp;- Erro como oportunidade: assim como no desenho a criança rasga, rabisca e reaplica tinta, na robótica ela desmonta, refaz e testa de novo. Isso promove resiliência, pensamento iterativo e coragem para se expressar.</p>



<p>&nbsp;- Linguagem compartilhada: permitir que a criança explique o que fez, por que fez, o que imaginou, e com isso transformar tecnologia em narrativa.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Impactos esperados</h2>



<p>&nbsp;Quando adotamos essa visão, os impactos se estendem:</p>



<p>- Aumento da confiança da criança para lidar com sistemas complexos: pesquisa indica que programas de robótica aumentam a confiança de jovens crianças nas suas habilidades de programação e design.</p>



<p>&nbsp;- Ampliação de escolhas futuras: permitir que a criança veja tecnologia, construção e expressão como parte de seu repertório. Mesmo que ela não escolha engenharia, ela terá essa linguagem como meio de expressão.</p>



<p>&nbsp;- Redução da divisão técnica/social: robótica quando bem aplicada pode nivelar oportunidades, favorecer crianças de diferentes perfis e favorecer a diversidade de pensamento.</p>



<p>&nbsp;- Fortalecimento de competências atuais: criatividade, colaboração, pensamento crítico, comunicação. Competências que aparecem nas próprias pesquisas de uso da robótica.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão</h2>



<p>Em resumo: se uma criança usa lápis e cartolina para expressar “eu te amo”, “eu gosto”, “eu penso em você”, então oferecer robótica é dar a ela uma <i>nova cartolina do século XXI</i>. Na escola, ao invés de encarar a robótica como “o módulo que ensina tecnologia”, podemos vê-la como “a linguagem que permite à criança criar, expressar, pensar e, mais importante, realizar”.</p>



<p>E, quanto mais cedo essa linguagem for disponibilizada, com suporte, com sentido, com expressão. Mais natural será para nossos alunos utilizá-las, não só para “serem engenheiros”, mas para “serem autores do que imaginam”.</p>



<p>Porque, no fim, isso é educação: não formar especialistas, mas formar pessoas que sabem pensar, expressar, criar e se adaptar.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Referências externas e leitura complementar</h2>



<p><strong>Efeitos cognitivos da robótica em crianças de 6 a 8 anos </strong>Estudo mostra melhora em memória visuoespacial, raciocínio lógico e habilidades de abstração com atividades de robótica.</p>



<p><a href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37113265" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37113265</a></p>



<p>👉 <strong>Robótica e pensamento computacional na educação primária </strong>Revisão que aponta ganhos em observação, manipulação, hipótese, lógica e trabalho em equipe.</p>



<p><a href="https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?</a></p>



<p>👉 <strong>Robótica como ferramenta de inclusão </strong>Pesquisa destaca melhorias em foco, engajamento e comunicação em crianças com TDAH e autismo.</p>



<p><a href="https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.mdpi.com/2227-9709/6/4/43?</a></p>



<p>👉 <strong>Robótica e autoconfiança em crianças </strong>Mostra como atividades com robôs aumentam a confiança das crianças em programação e design.</p>



<p><a href="https://www.mdpi.com/1424-8220/23/23/9335?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.mdpi.com/1424-8220/23/23/9335?</a></p>



<p>👉 <strong>Competências do século XXI e robótica educacional </strong>Artigo que relaciona robótica com criatividade, colaboração, pensamento crítico e comunicação.</p>



<p><a href="https://tist.school/blog/top-reasons-why-kids-should-learn-robotics?" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://tist.school/blog/top-reasons-why-kids-should-learn-robotics?</a></p>



<p>&nbsp;</p>

Robótica como a nova linguagem da infância

<p>I&nbsp; - Lute pela coragem e permita a si mesmo que os sonhos sejam parte de um combinar entre coisas e vidas.</p>



<p>II - Respeite e aprecie os mínimos muito antes de se imaginar chegando ao máximo. Aprenda a viver com cada pequeno pedacinho capaz de te fazer feliz!</p>



<p>III - Estude matemática, mas não despreze a filosofia, pois a vida é um conjugar de culturas por onde para se vencer temos que desbloquear o que nos limita, pois o segredo está no lado oculto que pede para ser usado.</p>



<p>IV - Sendo a vida um contínuo adicionar e excluir de coisas. Nossa história dependerá do resgate do saldo positivo rumo a um querer ser e fazer melhor.</p>



<p>V - Que suas criações sejam iluminadas rumo a um encontro com as cores dos seus sonhos e que seus sonhos produzam sorrisos abrindo os dias, quando do nascer de todas as manhãs.</p>



<p>VI - Que você não se cobre por não entender de tudo, porque nem tudo na vida precisa ser explicado, mas tudo da vida deve ser sentido e valorizado.</p>



<p>VII - Que das diferenças prevaleçam o enriquecimento pelos encontros e que isso tudo te adicione com provocações, argumentos, modificações e motivações.</p>



<p>VIII - Que o novo te complete sem apagar o que te fez chegar.</p>



<p>IX - A vida é assim, recheada de motivos para que continuemos nos encontrando.</p>



<p>X - Um brinde a nós e a todas as coisas que podemos transformar em algo positivo e que possam recriar com adições rumo às renovações, do tipo: Valeu à pena!</p>

A rebelião silenciosa: como a máquina apenas reflete a nossa própria tirania

Alberto Siqueira de Brito

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Alberto Siqueira de Brito

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