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Que o uso frequente das redes sociais é uma realidade entre jovens e adultos não há como discordar. Justamente por isso, as empresas vêm se adaptando a esse novo hábito de seu público interno e externo (clientes, fornecedores e funcionários) e mudando sua forma de se comunicar através de novos canais de comunicação, principalmente através das redes sociais. Um tempo atrás era comum empresas se comunicarem através do estimado msn e atualmente é rara a empresa que não possui uma “fan page” ou um perfil no Facebook.
Nesta linha de tendência o que se percebe aumentando cada vez mais é a presença das empresas também na rede social WhatsApp Messenger que permite aos usuários a troca de mensagens gratuitas por meio da internet, inclusive, pesquisas apontam que a maioria dos usuários de celulares mantém seus aparelhos ao alcance direto 24 horas por dia.
O aplicativo de mensagens WhatsApp é utilizado por 700 milhões de pessoas, segundo anunciou no início deste ano o criador e presidente-executivo da empresa, Jan Koum. O mesmo completa ainda que todos os dias passam pela plataforma 30 bilhões de mensagens. De acordo com a empresa, no Brasil, 38 milhões de pessoas utilizaram mensalmente o serviço de mensagens.
O consultor de negócios e especialista em atendimento ao cliente, Vladimir Valladares (2014) corrobora que “o fato é que o WhatsApp é mais um reflexo da evolução do atendimento online, que amplia não apenas os canais, mas as possibilidades de atendimento a qualquer hora e com mais conveniência para o consumidor.”
Atualmente é comum encontrarmos em material de divulgação das empresas ao lado do nº de contato a observação de que a mesma atende também pelo WhatsApp, cada vez mais os empreendedores percebem nessa ferramenta uma maneira de divulgar suas novidades, estreitar sua relação com o cliente se fazendo mais acessível ao mesmo e como consequência realizar transações pelo aplicativo tanto com seus clientes quanto com seus fornecedores.
O que torna o aplicativo mais atraente é sua democrática utilização, onde nada impede que um pequeno negócio (até mesmo informal) se utilize do mesmo.
Por outro lado, é preciso tomar muito cuidado na forma de utilizar esta ferramenta nos negócios para que “o tiro não saia pela culatra”. É crucial o cuidado com a linguagem utilizada para possíveis negócios e talvez até mais importante que isso evitar enxurradas de mensagens diariamente, a chegada constante de mensagens pode gerar um certo desconforto (principalmente no trabalho). Neste sentido vem a tona a importância de se ter bem definido o público alvo de seu negócio, onde o importante para sua rede de contatos é a “qualidade” e não a “quantidade”, caso não se atente a isto a empresa pode estar enviando conteúdo irrelevante. O empreendedor precisa lembrar que é muito fácil para quem está do outro lado simplesmente “bloquear” seu contato com o mesmo.
Uma novidade importante aos usuários do WhatsApp Mesenger é o lançamento de uma versão web do popular App de troca de mensagens. O fundador e CEO do WhatsApp Jan Koum conta a novidade: “Nosso cliente web é simplesmente uma extensão do seu telefone: o web browser espelha as conversas e mensagens do seu aparelho móvel – isso significa que todas suas mensagens ainda &#8216;moram&#8217; no seu celular.” No momento esta novidade está somente disponível para aparelhos celulares Android, Windows Phone, Nokia S60, BlackBerry e BB10.
De acordo com o portal whatsapp.com existem algumas regras básicas para se usar o WhatsApp Web: -Possuir uma conta WhatsApp ativa no seu aparelho celular. -Possuir uma conexão forte e estável em ambos os dispositivos, celular e computador (podendo ser o próprio cabo USB). -Ter instalado no celular o leitor de código QR (caso não tenha é só baixar). -Você precisa usar o Google Chrome como navegador no computador. -Além disso, você deve ter a última versão do aplicativo instalado no celular, Para saber se seu aplicativo é a versão atualizada abra o WhatsApp no seu aparelho celular e vá para Menu &gt; lá deve constar &gt; WhatsApp Web. Caso não apareça, você precisa atualizar a versão através do site www.whatsapp.com/download/ através do seu telefone e tocando em Download Now.
Após isso, com aparelho celular e computador sincronizados (podendo ser por cabo USB): -Vá até web.whatsapp.com no seu computador. -Abra o WhatsApp no seu aparelho celular e vá para Menu &gt; WhatsApp Web. -Abrirá uma tela em seu celular para ler o código QR, posicione seu celular de frente ao computador para que leia o código do site. O celular irá escaniar o código QR e automaticamente abrirá em seu computador o aplicativo espelhando tudo que se passa no WhatsApp de seu celular na tela do PC e você poderá escolher qual dispositivo usar para ler mensagens, receber arquivos, responder as mensagens e enviar arquivos.
Acredita-se que usando o WhatsApp no computador facilitará o dia-dia dos profissionais que o utilizam em seus negócios, já que não será mais preciso sair do computador (onde a maioria dos profissionais permanecem o dia todo) apenas para verificar o celular e se comunicar através do aplicativo.
Desta forma, o aplicativo passa a impressão de combinar mais com o meio profissional, o que talvez influencie para que a ferramenta seja ainda mais difundida no mundo dos negócios.
Conforme abordado no artigo é indiscutível o quanto esse App aproxima as empresas de seus clientes, porém é preciso agir com cautela, como em todas as outras iniciativas da empresa, é preciso ter um planejamento para que a utilização do mesmo não dê o efeito inverso do esperado.
Sendo este explorado pelas empresas de forma planejada e bem utilizado pelos consumidores, todos ganham.

O lançamento do WhatsApp Web e sua influência no mundo dos negócios

Veja o passo a passo para usufruir da novidade

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Quem viu o nome da atriz brasileira Glória Pires em segundo lugar nos trend topics do Twitter durante o Oscar na noite de domingo (28/02/2016) poderia achar que ela estava entre as indicadas ao prêmio. O ator Leonardo Di Caprio que ganhou, finalmente, sua estatueta, ainda passou longe da popularidade de Glória Pires ao menos no Brasil, quando se trata do tema Oscar 2016.
Convidada pela Rede Globo, que foi a única emissora brasileira que transmitiu a cerimônia, a atriz mostrou nítido despreparo para o papel de comentarista. Alguns dos principais momentos de sua atuação, que chamou a atenção de todos os que assistiam, resultou em milhares de memes:
- "Não sou capaz de opinar", respondeu a atriz, ao ser questionada se Lady Gaga ganharia a estatueta de canção original.
- “Achei interessante”, disse ela, sobre a premiação de Mad Max, o filme mais premiado da noite.
- “Bacana”, soltou em alguns momentos sem mais nenhum argumento.
- “Não assisti”, disse com sinceridade ao ser questionada sobre as animações que estavam concorrendo à estatueta.
- “Eu adoro Trumbo”, respondeu a atriz ao ser questionada sobre qual o seu filme preferido, pela jornalista Maria Beltrão ao lado do também jornalista Artur Xexéu. Com essa resposta, a jornalista diz educadamente: “Ah, é maravilhoso mesmo, mas não está concorrendo”.
Vale destacar que Glória Pires estrelou quase 20 filmes brasileiros, recebeu mais de 20 prêmios e na TV fez 30 novelas. É sem sombra de dúvidas uma das maiores atrizes brasileiras da atualidade, o que com certeza levou a emissora a convidá-la para participar como comentarista da premiação, da qual participou no ano passado o ator Lázaro Ramos, substituindo o ator José Wilker após sua morte em abril de 2014.
Sobre a atuação de Glória Pires no Oscar: O que podemos aprender? No mínimo podemos tirar duas lições:
1ª lição - A importância de preparar-se para novos desafios
Muitos profissionais se dizem preparados para novos e maiores desafios, por isso reclamam quando não são dadas estas oportunidades a eles. Mas o que é estar preparado? Na verdade o estar preparado é uma postura de proatividade, onde busca-se a capacitação constante que o deixará cada vez mais preparado para enfrentar os desafios que virão pela frente.
Estes desafios podem “cair no seu colo” de uma hora para a outra e podem ser desafios variados, que na maioria das vezes você não escolhe e sim é escolhido para enfrentá-los. Quando se trata de algo que você tem como prever, é importante informar-se além daquilo que lhe será exigido. Se você está consciente de seu despreparo para aceitar um nova oportunidade, talvez seja o caso de rejeitar, principalmente se sua resposta negativa ao convite não causar consequências maiores que seu mau desempenho.
Precisamos antecipar sempre o aprendizado e os métodos para estarmos prontos para enfrentarmos crises e /ou problemas. Nunca estaremos 100% preparados para enfrentar todos os desafios. Nunca despreze as pessoas, o estudo, a pesquisa, a qualificação, a experiência e a importância de preparar-se, de antecipar-se às demandas. Quem acha que sabe tudo, está dando os primeiros passos em direção ao caminho errado...
Você está preparado para enfrentar os desafios? Você se qualifica para vencer os seus desafios? 
2ª lição - A importância da sinceridade
De acordo com <a href="https://www.linkedin.com/pulse/import%C3%A2ncia-da-sinceridade-nos-tempos-atuais-las-solu%C3%A7%C3%B5es" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Leonardo Antônio, CEO no LAS Soluções</a>, "não importa sua área de atuação, seja ela no comércio, na confecção, na indústria ou na prestação de serviço. Todos nós devemos assumir o compromisso com nossos clientes e também com os nossos amigos. Não cumprir esta aliança com a sinceridade, é gastar todo seu dinheiro, gastar toda sua força e todo seu tempo em medidas corretivas, e essas não te resguardarão de ser mais um, que em pleno século XXI, esqueceu-se do significado da sinceridade".
Se para uma minoria, o importante é a sinceridade, para muitos ela pode causar espanto, em um mundo em que se tem opinião para tudo – isso se torna nítido na internet, onde lê-se uma enxurrada de bobagens que aparecem não como opinião, mas erroneamente como conhecimento.
A atriz Glória Pires foi gloriosa ao ser sincera no que lhe foi questionado. Talvez se fosse levar a função de comentarista como uma personagem e omitisse sua falta de conhecimento sobre o assunto a gafe poderia ser maior, o que poderia prejudicá-la profissionalmente. Independente do que tenha ocorrido, continua inquestionável o brilhantismo da atriz em sua carreira.
Cabe ressaltar a importância de preparar-se para não precisar de sinceridade assumindo que não está preparado.

Sobre a atuação de Glória Pires no Oscar: o que podemos aprender?

As mudanças ocorridas no mundo do trabalho e nas relações sociais nas últimas décadas puseram em curso novas demandas de educação, estabelecendo os contornos de uma nova pedagogia aliada a novas formas de comunicação. O final do século passado e início deste século foi marcado por grandes transformações, tanto no meio social como nos meios de comunicação, colocando as metodologias de ensino em cheque. Neste sentido, Ebert (2003) afirma que o sistema educacional precisa acompanhar essas transformações, pois com elas cresce a necessidade das pessoas por formação, aperfeiçoamento e atualização profissional. O ensino semipresencial (blended learning) contribui para que esse processo aconteça, bem como para a diminuição dos custos para sua operacionalização. Segundo ABREU (2000, p. 18) “os estudantes estão começando a ter a expectativa de acesso a novos modelos de ensino permanente e estão pressionando as instituições de ensino a ofertarem cursos de educação continuada e de graduação que fogem do tradicional”.
O ensino semipresencial é uma modalidade de ensino que mescla atividades presenciais com atividades à distancia. Esse tipo de ensino conta com a ajuda de recursos tecnológicos para desenvolver as atividades didáticas e pode ser denominado de sistema bimodal (MORAN, 2004), por utilizar duas modalidades de ensino distintas. Nesta modalidade, estudantes e professores continuam sendo os protagonistas da educação, onde, ocorrem os encontros periódicos entre professor e alunos (geralmente 1 vez por semana) e assim como no ensino presencial, o aluno se encontra em uma sala de aula, vivencia e compartilha o aprendizado com os demais colegas de turma e tem a possibilidade de sanar suas dúvidas frente a frente com o professor. Em determinados momentos da disciplina, professor e aluno estão separados fisicamente, mas interligados por meio das tecnologias de comunicação e interação e dos materiais didáticos empregados. Por tais especificidades, a semi-presencialidade torna-se um elemento a mais de flexibilização curricular, no que diz respeito às condições individuais de cada estudante, ao ritmo de aprendizagem, ao local e ao tempo de dedicação aos estudos. Neste sentido Rodrigues (2005, p.2) destaca que, no ensino semipresencial devemos aproveitar o que os encontros presenciais têm de melhor: o contato físico do grupo, as interações do “olho-no-olho” e as relações sociais tão importantes na construção de um cidadão íntegro e participante nesta sociedade; e os trabalhos à distância têm de melhor: tempo flexível, auto-organização, aprofundamento das reflexões. Voigt (2007) afirma que na situação atual – e nos níveis educacionais permitidos pela legislação em vigor – não há como fugir da EaD nem como descartar a educação presencial. É possível manter as duas modalidades como alternativas não excludentes. Mas também é possível procurar a integração, optando por um sistema híbrido. Esta opção permite usufruir da eficácia e das vantagens das duas modalidades. Desta forma, o autor conclui que educação semipresencial é como uma ponte que liga a modalidade presencial clássica com a moderna educação a distância, possibilitando usufruir das vantagens das duas.
Tori (2009, p.121) inicia sua discussão sobre a convergência presencial e virtual, conhecida como blended learning com o seguinte comentário “dois ambientes de aprendizagem que historicamente se desenvolveram de maneira separada, a tradicional sala de aula presencial e o moderno ambiente virtual de aprendizagem, vêm se descobrindo mutuamente complementares. O resultado desse encontro são cursos híbridos que procuram aproveitar o que há de vantajoso em cada modalidade, considerando contexto, custo, adequação pedagógica, objetivos educacionais e perfis dos alunos”. Neste sentido, o autor parece se coadunar à visão de Coutinho (2011, p.1) que afirma que é cada vez mais impróprio delimitar uma diferença entre o aprender virtual e o aprender presencial. Assim, busca-se um equilíbrio entre presencial e a distância, propondo uma metodologia que trabalhe com o pedagógico, mas que respeite o tempo dos alunos; que trabalhe com tecnologias, mas que permita momentos presenciais para orientá-los, uma vez que, para os alunos, poderá ser o primeiro contato com a aprendizagem a distância. Sob tal ótica construtivista, complementarmente, Grahan (2006) identifica 6 razões para a utilização do blended learning, especialmente no ensino superior: riqueza pedagógica, acesso ao conhecimento, interação, personalização, custos, facilidade de revisão.
Martins (2004) cita como vantagens para o aluno, a flexibilidade no acesso a aprendizagem, economia de tempo, aprendizagem mais personalizada, controle e evolução da aprendizagem ao ritmo do aluno, recursos de informação globais e aumento da equidade social no acesso a educação e a fontes de conhecimento. O autor apresenta como vantagens para o professor, disponibilização de recursos de informação que abranjam todo o ciberespaço, otimização da aprendizagem de um número elevado e diversificado de alunos, facilidade de atualização da informação, reutilização de conteúdos e beneficiação da colaboração com organizações internacionais. Já para as Instituições de Ensino, as vantagens apresentadas referem-se ao fornecimento de oportunidades de aprendizagem com qualidade elevada, potencialização do alcance de um número mais elevado e diversificado de alunos, flexibilidade na adição de novos alunos sem incorrer em custos adicionais. O autor sugere que as desvantagens para o aluno podem ser não ter capacidade para determinados conteúdos e a obrigação de manter a motivação forte e ritmo de estudo. Para os professores tem-se como desvantagens, a necessidade de maior tempo para elaboração dos conteúdos e a busca de especialização para esta realidade. Já as Instituições de Ensino precisam arcar com custos de desenvolvimento e formação mais elevados.
Com relação à figura do professor/tutor presencial, é visto como um agente de fundamental importância para o aprendizado dos alunos, pois veem nele o orientador, um ser participante ativo do grupo, que estimula a interação e busca, com espírito de equipe, oportunizar mais conhecimento aos alunos. Professores e alunos, até hoje atrelados ao esquema proposto pelo ensino presencial, acabam por fortalecer cada vez mais a cultura da aprendizagem baseada nesse tipo de educação, e esse é um dos principais motivos que leva a tantos questionamentos e inseguranças com relação à eficácia de outras modalidades de ensino. Porém, o fato de termos desenvolvido essa “cultura” do ensino presencial pode vir a contribuir para o êxito do ensino semi-presencial, uma vez que capacita o aluno a ter auto-disciplina e incita-o a buscar o conhecimento por si próprio, (EBERT, 2003).
Fica evidenciado assim que o professor também é afetado por estas mudanças, deixando de ser o centro do processo - detentor de todo o conhecimento – para transformar-se em um mediador das atividades de aprendizagem. Nessa nova realidade, o ensino torna-se mais individualizado, adaptando-se aos diferentes perfis psicológicos, formas de aprender e comportamentos dos diferentes alunos. O estudo adquire maior flexibilidade, podendo ser realizado de acordo com sua disponibilidade de tempo e no local mais adequado. O professor também precisa adaptar-se à nova tecnologia e ao seu novo papel no espaço. Por outro lado, a opção pela modalidade semipresencial atende às dificuldades de difusão e absorção de novas tecnologias, além de permitir um custo mais acessível do que nos programas de ensino totalmente à distância. Esse formato de transição não entra em choque com o modelo tradicional, apenas incorpora elementos novos ao modelo com que professores e alunos estão acostumados, facilitando a introdução das novas tecnologias. O diferencial encontra-se “em um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva [...]. Nesse contexto, o professor é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos” (LÉVY, 1999, p. 158).
Entre as possibilidades da EaD, enfatiza-se a capacidade de atender um grande número de pessoas, alcance de zonas distantes dos grandes centros educacionais, atendimento de alunos com reduzida disponibilidade de horários e uma alternativa para portadores de necessidades especiais (MOORE, 2008, p. 21).
Segundo Niskier (2000, p. 157), “os meios tradicionais não conseguiram nem conseguem suprir a nossa carência crônica de educação. (...) deve-se reconhecer que o país, de dimensões quase continentais, exige outras soluções, sobretudo por uma questão de justiça social.” Para Moraes (2010, p. 22) “[...] a educação a distância parece constituir uma tentativa de resposta a determinados desafios e necessidades novas. Um deles é a massificação do ensino superior [...]”. Por isso, para que haja a democratização do ensino superior é preciso que a educação a distância seja compreendida como uma política educacional fruto das transformações operadas nas últimas décadas, que possuem suas complexidades e desafios a serem discutidos e compreendidos conforme as demandas do desenvolvimento econômico e social.
Essa modalidade de ensino se constitui como possibilidade concreta de expansão e de garantia de que todos aqueles que não estão sendo atendidos de modo satisfatório no ensino presencial, seja por limites de vagas, seja por disponibilidade de horários, seja por distância geográfica das instituições públicas de ensino superior, dentre outras, tenham a possibilidade de cursar o ensino superior. Conforme Preti (1996, p. 16) “A crescente demanda por educação, devido não somente à expansão populacional como, sobretudo às lutas das classes trabalhadoras por acesso à educação, ao saber socialmente produzido, concomitantemente com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos está exigindo mudanças em nível da função e da estrutura da escola e da universidade”. Nesse sentido, não só empecilhos com caráter elitista do Ensino Superior brasileiro começam a cair por terra, mas também problemas como os geográficos, questões individuais e físicas, como por exemplo, adultos que já estão inseridos no mercado de trabalho, mas que não tiveram oportunidade em períodos anteriores, entre outros fatores.
Nunes (2009) esclarece que a clientela da EAD e do ensino semipresencial é diferenciada, não convencional, na qual fazem parte pessoas que trabalham, pessoas que, por uma série de motivos, não têm possibilidade de sair regularmente de suas casas como no ensino presencial, pessoas com limitações físicas e ainda pessoas que vivem em áreas geograficamente mais afastadas dos grandes centros em que se encontram a maioria das instituições de Ensino Superior.
O Censo da Educação Superior, divulgado ano passado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dimensionou a expansão da Educação à Distância (EAD) no país. Em dez anos, o número de estudantes passou de 49 mil para 1,1 milhão, colocando a modalidade como responsável por mais de 15% de todas as matrículas em ensino superior. Em 2003, apenas 1,2% dos diplomas eram entregues a quem aprendia por computador. A procura têm crescido tanto em cidades do interior, onde nem sempre há variedade de cursos presenciais, quanto nas capitais, em razão da falta de tempo da população e à dificuldade de deslocamento — avalia Waldomiro Loyolla, presidente do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).
O pedagogo e escritor Hamilton Werneck (2014) se diz otimista com o futuro da modalidade. “O próprio Ministério da Educação se mostra interessado na expansão do Ead com as novas medidas, não está mais partindo apenas das próprias instituições. Existe a meta de se chegar a 2020 com 33% da população matriculada no nível superior, e o Ead desempenhará um grande papel na realização dessa meta, ajudando tanto na questão das distâncias, quanto na questão financeira dos alunos.” O pedagogo e escritor aponta como principal diferencial da modalidade o fato de geralmente o aluno trabalhar ao mesmo tempo em que estuda, adquirindo também a prática, além da teoria.
Blended Learning, uma modalidade de ensino superior transformadora e inclusiva.

Blended Learning – Uma modalidade de ensino superior transformadora e inclusiva

As mudanças ocorridas no mundo do trabalho e nas relações sociais nas últimas décadas puseram em curso novas demandas de educação, estabelecendo os contornos de uma nova pedagogia. O final do século passado e início deste século foram marcados por grandes transformações, tanto no meio social como nos meios de comunicação, colocando as metodologias de ensino em cheque. Neste contexto a EaD (metodologia de Ensino a Distancia) surge como um modelo capaz de superar os desafios do sistema educacional nacional.
Neste artigo quando se aborda o tema EaD, estão inclusos não somente o ensino totalmente a distância (100% online) mas também o ensino semipresencial (geralmente há aulas presenciais semanais). Além disso, esta modalidade está tão difundida que é usada tanto para cursos livres ou capacitação, treinamentos empresariais, cursos de nível técnico, quanto para cursos superiores de graduação, pós-graduação ou extensão universitária, entre outros.
No Brasil, com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, além da política de otimização do acesso à educação superior, a EaD surge como eixo de discussão dos paradigmas educacionais para o século XXI, sendo regulamentada no país pelo decreto-lei nº. 5.622 de 19 de dezembro de 2005. O modelo EAD tem sua herança na Espanha e assim herdado pelo Brasil atualmente, sendo percebido uma significativa necessidade de aperfeiçoamento para ajustar-se as nossas particularidades, tendo como principal fator motivador a grande demanda de alunos que atualmente não são atendidos pelas entidades do ensino tradicional, por motivos econômicos e sociais assim como as distancias continentais (MENDES, 2010).
Conforme Mendes (2010), nos últimos anos, o Brasil teve um crescimento de mais de 300% na EAD. O crescimento do interesse das instituições de ensino em ofertar o Ensino Superior a distancia vem aumentando vertiginosamente. Sendo assim, acaba possibilitando a inclusão de regiões desfavorecidas, favorecendo estímulos para mudanças sociais e consequentemente ao crescimento global e local.
Em 2003, a EAD respondia por apenas 1,27% do total das matrículas de graduação no Brasil, o que totalizava quase 50 mil alunos. Já em 2012, essa taxa chegou a 15,2% e os cursos a distância já ultrapassavam a marca de 1,1 milhão de estudantes. Apesar de não contarem com incentivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), os cursos superiores a distância ofertados por instituições privadas são os que mais têm participação nesse fenômeno de crescimento.
De acordo com João Vianney (2014), membro do conselho da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), tal crescimento só tem sido possível porque as instituições que atuam com cursos superiores a distância oferecem muita qualidade, porém, com mensalidades que chegam a ser até 50% mais baratas que as de graduações presenciais. Outra questão importante é que os polos de ensino chegaram rapidamente a pequenos e médios municípios, inclusive em regiões onde há poucas – ou nenhuma – instituições de nível superior.
De acordo com Voigt (2007) antes a EAD era vista com descrédito e sempre associada à opção de segunda categoria para os indivíduos excluídos do sistema tradicional de educação, atualmente a EAD aliada a tecnologia já é abordada como uma solução para uma nova sociedade.
Para Vianney (2014), neste cenário de crescimento, o resultado mais positivo é o processo de inclusão que a EAD garante ao ensino superior, permitindo levar cursos de graduação a um público que, até então, estava bem longe dessa possibilidade de formação. Além disso, nos últimos anos houve uma queda na média de idade dos alunos da EAD. "Isso mostra que a quantidade de adultos que não tinha conseguido chegar à universidade está diminuindo, cada vez mais", conclui.
Reforçando que esta modalidade de ensino é uma constante tendência, de acordo com a ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) o crescimento do número de novos alunos universitários de 2012 a 2013 foi de 3% para o presencial e 12% para a EAD.
Werneck (2014) se diz otimista com o futuro da modalidade. “O próprio Ministério da Educação se mostra interessado na expansão do Ead com as novas medidas, não está mais partindo apenas das próprias instituições. Existe a meta de se chegar a 2020 com 33% da população matriculada no nível superior, e o Ead desempenhará um grande papel na realização dessa meta, ajudando tanto na questão das distâncias, quanto na questão financeira dos alunos.” O mesmo aponta ainda como principal diferencial da modalidade EaD o fato de na grande maioria dos casos o aluno trabalhar ao mesmo tempo em que estuda, adquirindo também a prática, além da teoria.
É inegável a crescente dominância da EaD e acredita-se que a tendência é a extinção do preconceito contra tal modalidade. Partindo do princípio de que “pré-conceito” é resultado de falta de informação sobre determinado assunto, quanto mais se dissemina o ensino a distância mais reiterada estará a sociedade sobre sua funcionalidade.
Além disso, com o passar do tempo a “novidade” que é este tipo de ensino passa a não ser mais tão novidade assim o que também colabora para a eliminação do preconceito. Em 2002 o autor Vasconcelos afirmava que “o preconceito é uma realidade frente a qualquer novidade. O que é preciso ser feito é realmente trabalhar a EaD de forma certa, pois só resultados conseguirão por um fim a estes preconceitos.” 
O que se vê nos dias atuais é que os próprios ex-alunos da modalidade já inseridos no mercado são os maiores propagadores deste tipo de ensino. Neste sentido, para o diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Luciano Sathler (2014) “Na medida em que o número de pessoas formadas aumentar e os novos profissionais demonstrarem competência no mercado de trabalho, mais força a modalidade ganhará - atualmente, há mais de 1 milhão de alunos matriculados na graduação de Ead no País.”
Além disso, os dados do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) disponibilizados anualmente pelo MEC demonstram que os resultados das provas realizadas por alunos de cursos na modalidade a distância estão no mesmo nível ou, em alguns quesitos, até superiores aos alcançados por estudantes de cursos presenciais.
A autora deste artigo é fruto do ensino presencial e que valoriza muito este tipo de modalidade, afinal, se fosse o contrário estaria dando um “tiro no pé”. Mas, atualmente está inserida na modalidade de ensino a distância e reconhece a qualidade do ensino e a importância desta metodologia para a sociedade. A mesma acredita que a EaD nunca eliminará o ensino presencial, mas não tem dúvidas de que influenciará em novas formas de ensino na mesma; o que já vem ocorrendo. Porém, arrisca afirmar que além de ser a modalidade de ensino do presente é sem dúvida a modalidade de ensino do futuro...
Desde sempre uma das virtudes mais sábias para a “sobrevivência” em cenários em constantes mudanças é a FLEXIBILIDADE para se adaptar as tendências. Por isso, tanto as empresas captadoras de profissionais quanto as instituições de ensino formadora de profissionais precisam estar dispostas a novas realidades. Além disso, não há espaço para preconceito no mundo dos negócios (e convenhamos, em mundo nenhum) e o maior e talvez o único “antídoto” para evita-lo é a Informação.
Ensino a distância definitivamente não é uma promessa, e sim uma realidade.

Por que você não deveria ter preconceito contra o ensino a distancia

No fim, o VMO será tão forte quanto sua capacidade de provocar conversas difíceis, tensionar prioridades adormecidas e tornar visível aquilo que as planilhas insistem em esconder:



No teatro das transformações organizacionais, o Value Management Office (VMO) surge como uma promessa elegante: conectar intenção estratégica à realidade operacional, traduzindo visões em valor tangível. Mas por que, então, tantas empresas ainda tratam o VMO como um experimento periférico — quando não um adereço institucional decorativo?



A tensão está no paradoxo: organizações que clamam por agilidade e impacto ainda operam sob lógicas rígidas, métricas míopes e estruturas comedidas. O VMO, nesse contexto, é quase um corpo estranho. Sua missão — orquestrar valor de forma transversal — exige desapego hierárquico, fluência em ambiguidade e coragem para desconstruir prioridades históricas.



<h2 class="wp-block-heading">De PMO a VMO: não é só uma mudança de sigla, é uma mudança de essência</h2>



O deslocamento do PMO para o VMO não é apenas um ajuste de foco de escopo e prazo para resultados e valor. Trata-se de uma transformação profunda no papel que a governança deve exercer. Onde o PMO garante entrega, o VMO provoca sentido. Onde o PMO mede esforço, o VMO tensiona propósito. E isso requer outro tipo de musculatura institucional.



Referências como Thales Teixeira ("Unlocking the Customer Value Chain") e Weill &amp; Woerner ("What's Your Digital Business Model?") já alertam: o valor não nasce da eficiência da entrega, mas da relevância percebida pelo usuário final. E essa percepção não se captura com Gantt charts ou status reports.



<h2 class="wp-block-heading">Quatro fissuras que fragilizam o VMO:</h2>



1) Estruturas hierárquicas e silos de controle: O VMO é sabotado por organizações que o tratam como intruso político. Sem mandato claro, ele vira um diplomata sem território.



2) Processos desalinhados com a lógica de valor: Frameworks importados e checklists genéricos geram uma pseudo-governança, onde tudo é medido, mas pouco é compreendido. Valor, nesse cenário, vira jargão — não critério.



3) Tecnologia como espelho, não como farol: Dashboards desatualizados, dados desconectados e PowerPoints justificativos são sintomas de um modelo que ainda usa retrovisor para navegar em mares incertos.



4) Stakeholders desengajados e sem skin in the game: O VMO é marginalizado quando não há narrativa compartilhada de valor. Sem coautoria nos critérios, não há adesão — apenas obediência simbólica.



<h2 class="wp-block-heading">Da promessa à inteligência: o VMO como orquestrador de decisões</h2>



A virada acontece quando o VMO deixa de ser um centro de compliance e se torna um hub de inteligência estratégica. Isso implica integrar-se ao ciclo de decisões reais — funding, priorização, descontinuidade — e construir um "scorecard de valor" vivo, coesivo e conectado à ambição da organização.



Um exemplo notável foi a reinvenção de portfólio por uma empresa de saúde suplementar. Após perceber que sua governança privilegiava projetos politicamente justificáveis, a companhia reformulou seus critérios com base em impacto regulatório, penetração digital e NPS. O VMO, antes ignorado, tornou-se peça-chave nas decisões de funding.



<h2 class="wp-block-heading">Métricas que importam, decisões que reverberam</h2>



Mais do que medir valor, o VMO precisa moldar o que a organização entende por ele. Métricas devem ser coautoralmente definidas, revisadas ciclicamente e parametrizadas nas ferramentas que apoiam decisões. Caso contrário, o VMO continuará sendo um comitê decorativo — relevante nos slides, irrelevante nas escolhas.



<h2 class="wp-block-heading">Valor como relação (e não como métrica isolada)</h2>



No fim, o VMO será tão forte quanto sua capacidade de provocar conversas difíceis, tensionar prioridades adormecidas e tornar visível aquilo que as planilhas insistem em esconder: o que realmente importa.



A pergunta-chave para os líderes deveria ser: Se o VMO desaparecesse amanhã, quais decisões se tornariam imediatamente mais difíceis?



Se a resposta for "nenhuma", o problema não está no VMO — está no que a organização chama de estratégia.

O fio invisível da estratégia: por que o VMO ainda é um corpo estranho na governança corporativa?

Não se pode lutar contra os avanços tecnológicos e operacionais, pois ninguém jamais venceu essa batalha. O caminho certeiro é a tecnologia



Os efeitos da escassez ainda de mão de obra qualificada na intralogística são perturbadores. Os novos trabalhadores de movimentação e armazenagem de materiais não desejam hoje se sujeitar as tarefas 3K (que, em japonês, significam: sujas, perigosas e pesadas). &nbsp;Os operários mais experientes também não querem continuar praticando as tarefas de carga/descarga de caminhões, carregar caixas para o estoque e abri-las&nbsp;para executar o picking fracionado&nbsp;de acordo com os pedidos, e embalar e conferir as remessas a serem expedidas e assim sucessivamente.&nbsp;



Em síntese, as tarefas de intralogística, tornaram-se um forte potencial a automação. Assim, observa-se&nbsp;a tecnologia evoluir e solucionar estas questões e outras similares.&nbsp;Neste momento há diversos meios e ferramentas que já estão sendo aplicadas em indústrias e centros de distribuição&nbsp;e que serão apresentados ao mercado principalmente por meio das feiras de negócios em logística, além de outras ações pontuais.



Apesar de muita inovação,&nbsp;nada foi descoberto ou criado sem uma base de conhecimentos que evoluiu&nbsp;nas últimas décadas.&nbsp;A intralogistica é a nova forma de ver o clássico material handling&nbsp;(manuseio) dos norte-americanos, enquanto manutention&nbsp;evoluiu para o loger&nbsp;(abastecer em francês), e vale destacar&nbsp;ainda o sistema Toyota de Produção&nbsp;que, nos anos 1990, motivou&nbsp;o pensamento&nbsp;Lean.



Partindo do todo, na Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain,&nbsp;vemos uma integração&nbsp;cada vez maior&nbsp;dos sistemas de planejamento e gestão&nbsp;(ERP, TMS, WMS, WCS, MES e outros) proporcionando uma visibilidade de ponta a ponta, com o emprego de sensores, IoT,&nbsp;RFID,&nbsp;etiquetas inteligentes e dispositivos conectados para monitorar em tempo real inúmeras variáveis como&nbsp;temperatura, inventário, ocupação,&nbsp;entre outras.



Há uma comunicação ultrarrápida e estável dos robôs por meio de tecnologias de conectividade, sistemas de apoio à decisão&nbsp;avançados,&nbsp;com apoio da&nbsp;IA para otimização de recursos e processos.



Surgiram também os veículos autônomos e drones para vencer os desafios da logística e&nbsp;que fazem interface com a intralogística. Os sistemas logísticos (inbound e outbound), gestão de fretes, devoluções, logística reversa/circular também contribuem para agilização e avanços no processo.



A lista de novidades na logística é animadora com a automação de processos de compras, programação, transporte, armazenagem, e programação de entregas/docas. Em nossos dias, há grande presença de armazéns&nbsp;automáticos com transelevadores, shuttles, empilhadeiras autônomas, conveyors&nbsp;e sorters&nbsp;inteligentes e paletes, e unitizadores que evoluem a cada edição de nossos treinamentos ou seminários nesta área tão complexa, mas fascinante.



Já estão ficando frequentes robôs&nbsp;(manipuladores), com visão computacional e machine learning, que evoluem também para a forma&nbsp;humanoide. E há mais novidades ainda, como a IA analytics, gêmeos digitais e&nbsp;dashboards inteligentes que são aplicados cada vez mais em um ambiente de&nbsp;segurança cibernética e operacional para uma gestão robusta da operação.



Os adventos abrangem também a sustentabilidade e eficiência energética, racionalização de embalagens e fluxos para reduzir a emissão de C0₂. Estes tópicos são apenas&nbsp;uma amostra do estado da arte&nbsp;da intralogística pelo mundo e que também se apresenta no Brasil. Não se pode, portanto, lutar contra os avanços tecnológicos e operacionais, pois ninguém jamais venceu essa batalha. O caminho certeiro é a tecnologia.

Os embates na intralogística com a mão de obra e a evolução tecnológica

O crescimento econômico e empresarial exige visão de longo prazo, planejamento estruturado, eficiência técnica, transparência e responsabilidade



A história econômica do Brasil é pontuada por visionários que, em diferentes épocas e contextos, moldaram o futuro do país com audácia, planejamento e uma profunda compreensão da interconexão entre infraestrutura, indústria e desenvolvimento. 



De Irineu Evangelista de Sousa (o Visconde de Mauá) a Francisco Matarazzo, de Roberto Simonsen a Eliezer Batista, esses nomes representam não apenas o passado, mas um valioso repositório de lições que hoje se manifestam em políticas fiscais concretas — como FUNDAP, Invest-ES e Compete-ES —, que transformaram o Espírito Santo em protagonista logístico. 



Este artigo explora como o legado desses titãs da indústria e da gestão pública se manifesta hoje, especialmente nas políticas de incentivos fiscais do Espírito Santo, transformando desafios em oportunidades estratégicas.



<h2 class="wp-block-heading">Mauá: a genialidade solitária e a semente da modernização </h2>



No século XIX, Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá, enfrentou um cenário de empreendedorismo extremamente desafiador e solitário. Sabotado pela elite política e econômica, perseguido institucionalmente e alvo de campanhas difamatórias, Mauá agiu sem o apoio público, sem incentivos fiscais e sem segurança jurídica. Ainda assim, construiu estradas, bancos, estaleiros, modernizou portos e lutou por uma economia nacional forte. Ele chegou a utilizar recursos próprios para garantir a soberania brasileira na região amazônica, um ato de defesa nacional com capital privado. 



Mauá nos ensina que a visão de futuro e a capacidade de inovar são essenciais, mesmo sob as condições mais adversas. Mauá não apenas construiu estruturas: ele construiu confiança em torno de ideias revolucionárias. O mesmo carisma que o fez ser perseguido, o fez também mobilizar capital privado para atos de defesa nacional.



<h2 class="wp-block-heading">Matarazzo: a escala, a verticalização e o império industrial </h2>



Meio século depois de Mauá, Francisco Matarazzo, um imigrante italiano, demonstrou que a industrialização em larga escala era possível no Brasil. Começando com um pequeno armazém, ele expandiu rapidamente, erguendo o maior parque industrial da América Latina na época, com mais de 200 fábricas integradas em São Paulo. 



A estratégia de Matarazzo baseava-se na diversificação, na escala e, principalmente, na verticalização da produção, controlando toda a cadeia — do algodão à confecção, da banha ao sabão — para reduzir custos e garantir competitividade. Sua forma de pensar antecipou o que hoje chamamos de planejamento estruturado. 



Contudo, seu legado também nos alerta sobre a importância da adaptação contínua e da inovação, já que seu império não resistiu às transformações econômicas e tecnológicas posteriores. No Espírito Santo, essa lógica se traduz em regimes como o Compete-ES: sem o alívio fiscal que protege margens, nenhum atacadista ou e-commerce conseguiria replicar hoje a ousadia da escala que Matarazzo sonhou no início do século XX.



<h2 class="wp-block-heading">Simonsen: o planejamento como pilar da política de estado</h2>



 Roberto Cochrane Simonsen (1889–1948), engenheiro, industrial e político, foi um defensor incansável do planejamento estruturado para o desenvolvimento brasileiro, rejeitando o improviso. Ele fundou empresas de infraestrutura e metalurgia, mas seu maior legado foi a convicção de que o Brasil precisava de um plano nacional de industrialização, focado em infraestrutura, tecnologia e qualificação da mão de obra. 



Simonsen transformou o associativismo empresarial em instrumento de formulação estratégica para o Estado, defendendo que empresários deveriam produzir estudos técnicos para orientar políticas públicas. Sua visão nos ensina que o planejamento não é burocracia, mas estratégia, e que cada empresa deve ter um plano tributário e produtivo de longo prazo. Do mesmo modo, o empreendedor de hoje precisa de um plano tributário tão sólido quanto o industrial que Simonsen defendia. Estratégia fiscal não é detalhe: é pilar de sobrevivência em mercados voláteis.



<h2 class="wp-block-heading">Eliezer Batista: visão técnica, logística integrada e os incentivos do Espírito Santo </h2>



Eliezer Batista transcendeu o papel de gestor técnico na Companhia Vale do Rio Doce e como Ministro de Minas e Energia. Em suas gestões, ele foi o arquiteto de projetos estruturantes como a ampliação do Porto de Tubarão (ES), a modernização da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e o Projeto Carajás (PA). 



Batista defendia que incentivos fiscais não deveriam ser isolados, mas integrados a corredores logísticos, clusters industriais, geração de empregos qualificados e transferência de tecnologia. Ele também antecipou o conceito de contabilidade estratégica, enfatizando métricas objetivas, análises custo-benefício fundamentadas e controle fiscal baseado em desempenho e resultado. 



Essa visão estruturante e ética estabeleceu os fundamentos que inspirariam programas como o FUNDAP, o Invest-ES e o Compete-ES, que hoje são pilares do desenvolvimento industrial e logístico do Espírito Santo. Com Batista, os incentivos fiscais deixaram de ser vistos como exceção e passaram a ser narrados como estratégia nacional — a mesma lógica que sustenta, até hoje, o protagonismo capixaba.



<h2 class="wp-block-heading">O elo atemporal: do pioneirismo à inteligência tributária atual no Espírito Santo </h2>



Enquanto Mauá enfrentava o Império sem apoio, o empreendedor de hoje, especialmente no Espírito Santo, vive um cenário oposto. O estado oferece uma estrutura sólida de apoio ao empreendedorismo produtivo, com responsabilidade fiscal e protagonismo institucional.



O que Mauá não teve, e que o empreendedor atual pode e deve usar, são as ferramentas disponíveis para proteger sua margem, ampliar sua operação e acelerar sua competitividade. No Espírito Santo, isso se traduz em:



Incentivos fiscais estaduais estruturantes, como o Compete Atacadista, Invest Indústria, Invest Importação, Compete e-Commerce, REOA e o FUNDAP.



Apoio de instituições como o BANDES (com linhas para inovação e expansão) e o SEBRAE (com capacitação técnica).



Secretarias de Estado (Desenvolvimento, Fazenda, Governo) atuantes e focadas em agilidade e atração de investimentos, além de um ambiente jurídico seguro com previsibilidade e transparência.



No plano federal, as empresas também podem se beneficiar de modelos como o Repetro (incentivo para petróleo e gás), a Lei do Bem (deduções para pesquisa, inovação e desenvolvimento) e a Sudene (redução do IRPJ para expansão em regiões específicas).



O ponto central, reforçado pelos legados de Matarazzo e Simonsen, é enxergar esses benefícios fiscais não como "privilégios", mas como instrumentos legais de desenvolvimento regional e ganho de escala. A lógica de Eliezer Batista, que integra infraestrutura e incentivos fiscais para competitividade sistêmica, é a essência do modelo capixaba.



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão: incentivo fiscal não é favor, é estratégia </h2>



As trajetórias de Mauá, Matarazzo, Simonsen e Eliezer Batista nos deixam lições claras: o crescimento econômico e empresarial exige visão de longo prazo, planejamento estruturado, eficiência técnica, transparência e responsabilidade. Hoje, ao contrário de Mauá que empreendeu sozinho contra o Império, o empreendedor tem à sua disposição uma estrutura e ferramentas que podem e devem ser utilizadas com inteligência.



Em tempos de debate tributário e busca por eficiência, o legado desses nomes oferece mais do que inspiração — oferece um método. O Espírito Santo é um exemplo real de como a continuidade técnica e a aplicação de uma visão estratégica podem traduzir conceitos históricos em políticas públicas eficazes e desenvolvimento regional sustentável. Não é preciso ser um herói para empreender no Brasil, mas é crucial parar de ignorar as ferramentas que estão disponíveis, esperando para serem utilizadas com responsabilidade e estratégia.



Nota pessoal da autora: Concluí meu curso Técnico em Contabilidade no Colégio Eliezer Batista, em dezembro de 1985 — no último ano da segunda gestão de Eliezer Batista à frente da Vale. O colégio, localizado ao lado da Desportiva Ferroviária, foi parte essencial da minha formação. À época, eu não imaginava que minha vida profissional se entrelaçaria tão profundamente com os incentivos fiscais e o desenvolvimento regional do Espírito Santo. Hoje, reconheço esse elo como simbólico e inspirador para minha atuação técnica junto às empresas capixabas.

O lançamento do WhatsApp Web e sua influência no mundo dos negócios

Tatiani Fernandes Teixeira

Empreendedorismo: como construir um legado, com Raquel Teixeira e Cleusa Maria | Café com ADM 461

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Sobre o autor

Tatiani Fernandes Teixeira

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