Em tempos de extrema competitividade, as organizações têm se utilizado cada vez mais das fusões e aquisições para ganhar sinergia, economia de escala, novos mercados, competências e exploração de recursos. Neste cenário, operações são integradas, grupos distintos passam a ter que trabalhar juntos, diferenças culturais emergem, problemas de comunicação se multiplicam, sentimentos de incerteza e stress assolam os funcionários das empresas envolvidas e, dependendo da forma como essa coordenação é feita, o caos é instalado. Diante destes fatores críticos, que podem levar a sérias perdas de sinergia, comprometimento e atitudes de sabotagem, o que o RH pode fazer para reduzir estes impactos? Se, por uma oportunidade divina a diretoria chamar os integrantes desta área a discutir o problema e traçar planos de ação, não desperdice esta oportunidade: prepare-se bem e mostre que o RH pode sim, fazer toda a diferença (e não será abraçando árvore!) Mas, por onde começar? Pelo diagnóstico, meu caro. Aprenda a fazer uma due dilligence da cultura da outra empresa, do contexto histórico, dos valores de base daquele grupo e compare com a situação da sua empresa. Mapeie objetivamente os pontos de divergência, a forma diferenciada que a outra organização lida com clientes, com o mercado, com os fornecedores, como seleciona candidatos, como escolhe seus projetos, como lida com a falta de recursos. Entenda com olhares curiosos o funcionamento do seu novo parceiro. Feita esta lição de casa, hora de pensar na prática como conciliar as diferenças, como integrar as práticas, como fazer seu público conhecer o padrão de pensamento dos outros, como treinar e promover a interação entre as pessoas. Neste momento é preciso que você desenvolva também uma boa argumentação de estratégia, que te permita expor os efeitos negativos de uma integração desrespeitosa, invasiva. Tenha em mente os efeitos de uma falta de sinergia na entrega de produtos ou serviços para o cliente. Muitos dirigentes ignoram os fatores soft de uma operação de fusão ou aquisição ou não se consideram preparados para enfrentá-los. Cabe a nós do RH mostrar que podemos fazer toda a diferença, com impactos na performance financeira.