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Peter F. Drucker nasceu na Áustria, em 1909. É considerado o fundador da Administração moderno. Em 95 anos de vida, escreveu mais de 30 livros e dezenas de artigos de profunda sabedoria.
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Apresento aqui algumas de suas ideias, em mais ou menos 40 frases.
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Sobre Planejamento:
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&#8220;Planejamento de longo prazo não tem relação com decisões futuras, mas com o futuro das decisões presentes.&#8221;
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&#8220;O melhor jeito de prever o futuro é criando-o.&#8221;
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&#8220;A única coisa que sabemos sobre o futuro é que será muito diferente do que imaginamos.&#8221;
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Sobre reuniões:
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&#8220;Ou você trabalha ou você se reúne. Não é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo.&#8221;
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&#8220;Reuniões demais são sintomas de uma má administração.&#8221;
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Eficácia
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&#8220;Não há nada mais inútil do que fazer com grande eficiência algo que não deveria ser feito.&#8221;
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&#8220;Ser eficaz é mais importante do que ser eficiente. Fazer a coisa certa é mais importante do que fazer certo alguma coisa.&#8221;
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Inovação
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&#8220;Se você quer algo novo, tem que parar de fazer o velho.&#8221;
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&#8220;Inovação é o instrumento específico do empreendedor. É o ato de dotar recursos com nova capacidade para criar riqueza.&#8221;
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&#8220;O que é possível de ser medido é possível de ser melhorado.&#8221;
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&#8220;Pratique o abandonamento sistemático. As coisas ficam obsoletas. Se for para serem superadas, que sejam por você mesmo.&#8221;
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Conhecimento
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&#8220;O conhecimento deve ser aperfeiçoado, desafiado e aumentado continuamente, ou desaparece.&#8221;
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&#8220;O computador é um imbecil.&#8221;
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&#8220;O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito.&#8221;
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&#8220;Quando um assunto se torna completamente obsoleto, ele vira matéria obrigatória na faculdade.&#8221;
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&#8220;O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores destes recursos são as pessoas.&#8221;
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&#8220;Prepare-se para passar a vida toda estudando.&#8221;
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&#8220;Opiniões contrárias dão alternativas, estimulam a imaginação e ajudam a desafiar ideias pré concebidas. Encoraje opiniões contrárias.&#8221;
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Pontos fortes e fracos
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&#8220;Resultados são obtidos explorando oportunidades, e não resolvendo problemas.&#8221;
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&#8220;É muito mais fácil ir de uma performance de primeira classe para uma de excelência do que sair da incompetência para o mediocridade.&#8221;
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&#8220;Conheça os seus pontos fortes. Aplique-o em áreas onde você possa contribuir. Assegure que os valores da empresa sejam compatíveis com os seus.&#8221;
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&#8220;O sucesso vem para aqueles que conhecem a si mesmo. Trabalhadores do conhecimento devem ser os seus próprios CEOs.&#8221;
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Administração
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&#8220;Muito do que chamamos de gerenciamento consiste em dificultar o trabalho das pessoas.&#8221;
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&#8220;Executivos devem à organização e aos colegas não tolerar indivíduos que não performam em trabalhos importantes.&#8221;
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&#8220;Nenhuma instituição sobrevive se precisa de gênios ou de super-homens para administrá-la. Ela deve ser organizada de forma que possa ser gerenciada por seres humanos médios.&#8221;
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&#8220;Gerenciamento é substituir músculos por cérebro, folclore por conhecimento, e força por cooperação.
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O propósito de uma empresa é de criar um cliente.&#8221;
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Coragem
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&#8220;Para todo empreendimento de sucesso, alguém, algum dia, teve que ter um ato de coragem.&#8221;
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&#8220;Pessoas que não assumem riscos em geral cometem dois grandes erros por ano. Pessoas que assumem riscos geralmente cometem dois grandes erros por ano.&#8221;
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&#8220;Existe o risco que você não pode correr, e o risco que você não pode deixar de correr.&#8221;
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Ação
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&#8220;Planos são apenas boas intenções a menos que sejam imediatamente postos em prática.&#8221;
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&#8220;Ideias não movem montanhas. São as escavadeiras que o fazem. Ideias devem ser executadas para surtirem efeito.&#8221;
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Tempo
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&#8220;O tempo é o recurso mais escasso do ser humano e a menos que seja gerenciado, nada mais pode ser gerenciado.&#8221;
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&#8220;Conheça o seu tempo.&#8221;
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Liderança
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&#8220;Administração é fazer certo as coisas. Liderança é fazer as coisas certas.&#8221;
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&#8220;Liderança efetiva não é fazer discursos ou ser querido, liderança é definida por resultados e não por atributos.&#8221;
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&#8220;Muitas discussões sobre a tomada de decisão assumem que apenas executivos sêniores tomam decisões. Este é um erro perigoso.&#8221;
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&#8220;Posição não confere privilégios ou poderes. Posição impõe responsabilidade.&#8221;
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&#8220;A produtividade do trabalho não é responsabilidade do trabalhador, mas do administrador.&#8221;
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Perguntas
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&#8220;O que deve ser feito?
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Qual é o correto?
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Como posso contribuir?&#8221;
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É óbvio
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&#8220;Dizem que muito do que falo é óbvio. Mas se é tão óbvio, por que ninguém disse isso antes? E por que ninguém pratica?&#8221;
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Segunda-feira
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&#8220;O que você vai fazer de diferente na segunda-feira, após ler este texto?&#8221;
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Peter Drucker em 40 frases

Um pouco das ideias do pai da Administração

Peter Drucker em 40 frases | Administradores

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Serendipidade significa encontrar algo valioso ou inesperado enquanto buscamos outra coisa. Há inúmeros exemplos disso na história, como o caso da descoberta da penicilina por Alexander Fleming.O termo vem do conto "Os Três Príncipes de Serendipe", que através de sua curiosidade aguçada, faziam descobertas aleatórias ao longo de seu caminho. Essas descobertas eram a solução para problemas impensandos.O reino de Serendipe é como os antigos persas referiam-se ao Sri Lanka, atual Ceilão. Há diversas citações ao reino de Serendipe nos contos das 1001 noites.Dicas para maximizar a serendipidade em sua vida:- Esteja aberto a novas experiências - Converse com pessoas diferentes. Nunca almoce sozinho- Curiosidade. Por que algo funciona ou não?- Seja um bom observador. Esteja atento ao que está ao seu redor Por fim, tenha tempo livre, desalocado, para poder pensar."O acaso favorece a mente preparada" - Louis Pasteur"Criatividade é a arte de conectar ideias" - Steve Jobs &nbsp;

Como maximizar a serendipidade?

&nbsp;Como assim, não é o chefe que te gerencia? Sim, porém, 1) o chefe é um ser humano como qualquer outro, com seus vieses e defeitos, não é o super-homem (ninguém é); 2) O seu chefe também tem chefe, que também tem chefe – e, se não tiver, pior ainda, porque será quem menos manda: quem manda de verdade é o mercado e clientes. Por isso, toda boa contribuição é necessária.Podemos tornar o trabalho do chefe mais efetivo para ele e para nós mesmo. Abaixo, alguns insights do grande Peter Drucker, o pai da Administração:– Faça uma “lista de chefes”, que inclui chefes formais e informais.– Ajudar o chefe a performar. Não há duas pessoas com as mesmas habilidades. A tarefa do liderado não é reeducar o chefe, mas permitir que ele performe o máximo de si e do time, como um todo. Um time com grande performance deve maximizar o ponto forte dos integrantes, e tornar os pontos fracos irrelevantes.– Pergunte por direcionamento. “O que posso fazer para o time?”.&nbsp;“O que posso fazer para ajudar no seu trabalho?”.– Comunique-se com clareza. Alguém numa posição de liderança tem muitas demandas e provavelmente não tem tempo para decifrar mensagens confusas. Por isso, é importante ser claro e preciso na comunicação, tanto em relação aos resultados quanto às necessidades de suporte e recursos.– Mantenha o chefe informado. Nunca o colocar numa situação de surpresas. Quais os riscos? O que você ou outros participantes vão fazer? O que ele pode fazer para ajudar?– Nunca subestime o seu chefe.Por minha experiência própria, até mesmo os Brigadeiros da Aeronáutica são abertos a objeções do 1o Tenente, contanto que tenha embasamento técnico, racional, e que seja respeitoso (como devemos ser com todos).Peter Drucker não é velho. É clássico. Clássicos são imortais.&nbsp;Texto; &nbsp;Arnaldo Gunzi. &nbsp;

Como domar um leão selvagem – você pode (e deve) gerenciar o seu chefe

O seis pontos do sistema de gestão AmazonQuais os segredos da Amazon, a gigante de 1 trilhão de dólares?No livro "O Sistema Amazon", os autores Ram Charam e Júlia Yang destacam seis pontos, que nortearam a empresa desde os primórdios com o fundador Jeff Bezos até os dias de hoje:1: Obsessão pelo cliente 2: Régua alta para talento 3: Sistema gerido por dados&nbsp; 4: Máquina de inovação 5: Decisões em alta velocidade e de alta qualidade 6: Sempre Dia 1O livro é simples e direto, e os fundamentos são bem claros. Segue um resumo:Fundamento 1: Obsessão pelo clienteClientes são o ativo mais valioso da Amazon. São a peça central do Flywheel, o ciclo virtuoso da empresa.Pensamento de longo prazo: a Amazon se preocupa com o que pode garantir competitividade a longo prazo, ao invés de lucratividade ou reações de Wall Street a curto prazo.Isso envolve escala e velocidade. Escala para diluir custos. Velocidade para aproveitar oportunidades e garantir a vantagem dos que chegam primeiro.Fundamento 2: Régua alta de exigência do talentoA decisão mais importante da Amazon é contratar a pessoa certa.Qual o perfil? A Amazon procura construtores que se comportem como proprietários.Construtores são pessoas curiosas, exploradoras. Gostam de inventar.Os Proprietários agem em nome da empresa, não do próprio time.Ações: contratar os melhores; frugalidade; entendimento profundo dos problemas; firmeza em discordar e se comprometer; e entregar resultados.É o mecanismo autorreforçador em ação: padrões consistentes e altos patamares de talento levam a capacidades cada vez mais elevadas.&nbsp;Fundamento 3: sistema gerido por dados e métricas geradas por IA"Em Deus nós confiamos; todos os outros devem trazer dados" - Edward Deming.O sistema de gestão tem métricas muito bem definidas, com tarefas profundamente detalhadas para cada gestor. Há centenas de métricas, calculadas automaticamente. E muita automação, como bots que buscam fontes diversas.Há transparência de dados, de ponta a ponta, intersilos e intercamadas. Não há silos, comuns a diversas organizações (como dados somente do comercial, outros somente da logística). Fundamento 4: máquina de invenções inovadorasHá duas formas de ampliar um negócio. Fazer um inventário do que você faz bem e ampliar suas possibilidades.Desde o começo das atividades até hoje, a companhia não tem medo de arriscar. Para inovar, é preciso dar um passo além e seguir caminhando para frente em alta velocidade. Alguns passos para isso são buscar ideias do mundo todo, ter diferenciação, ter um time forte, etc...O Kindle, o AWS e o Amazon Prime foram inovações que desafiaram a lógica financeira do retorno dos investimentos, mas se mostraram ótimos a longo prazo.Arriscar também implica errar de tempos em tempos. A Amazon também abandona diversos projetos, como o Auctions (site de leilões), portal de busca, e tantos outros.Como diz Reed Hastings, da Netflix: "Nós deveríamos ter o nível mais alto de cancelamento de produções do mundo todo".Fundamento 5: decisões em alta velocidade e de alta qualidadeNa maioria das empresas, as decisões são lentas.Na Amazon, as decisões são de alta velocidade e qualidade.Há decisões do tipo 1 (importantes, irreversíveis, estruturais), que devem continuar a ser lentas e bem pensadas de todos os ângulos. E há decisões do tipo 2, que são reversíveis. Estas podem ser delegadas a pequenos grupos de bom juízo.A regra dos 70%. A maioria das decisões deve ser tomada com cerca de 70% das informações. Menos do que isso, corre-se o risco de precipitação, mais do que isso, perder tempo e esforço demais para conseguir a informação.Desafie o pensamento de manada. A harmonia é superestimada. A verdade vem à tona quando ideias são chocadas uma contra as outras, às vezes com violência.Fundamento 6: cultura do eterno dia 1É preciso trabalhar como se todos os dias fossem o dia 1. O dia 2 é o da irrelevância. Seguido por declínio excruciante e doloroso. Seguido por morte.Obsessão pelo cliente e pensamento do Dia 1 são os motores gêmeos ligados do sistema de gestão Amazon. É sempre Dia 1, não importa o quão grande a Amazon fique."Queremos lutar contra a entropia. A barra deve subir continuamente." - Jeff Bezos &nbsp;

O seis pontos do sistema de gestão Amazon

A logística desempenha um papel fundamental no sucesso de uma empresa, garantindo que os materiais cheguem do fornecedor à fábrica e os produtos acabados aos clientes



Recentemente publiquei um artigo com o título “O Estado da Arte da Intralogística", onde trouxe vários elementos da logística interna, obtidos nas feiras internacionais ProMat de Chicago, LogiMat em Stuttgart e INTRA-LOG em São Paulo. 



Neste artigo, vou concentrar-me na nas diferentes faces (iniciativas, tecnologias e inovações) da logística &nbsp;pois o campo da logística é muito vasto a ponto do leitor concluir:



Logística é tudo? Não! Mas, a logística depende de tudo!



Se considerarmos o maior feito logístico que foi o Dia D, com o desembarque dos aliados na Normandia, para conquistarem a 2º Guerra Mundial, este “tudo” explica o que estamos falando: pessoas, equipamentos, munições, alimentos, uniformes etc., enfim, tudo o que é necessário a sobrevivência no mar, terra e ar, além da informação.



Já deixamos a Era Industrial e estamos na Era do Conhecimento.&nbsp;



Na era industrial tudo era mais simples, pois bastava planejar, comprar, fazer, comandar, controlar e coordenar.



Já na Era do Conhecimento, devido à complexidade e à abundância de métodos, ferramentas e sistemas, a função do gestor envolve lidar com a incerteza!



O marketing conquista clientes, mas é a logística que faz com que eles voltem.&nbsp;



A logística desempenha um papel fundamental no sucesso de uma empresa, garantindo que os materiais cheguem do fornecedor à fábrica e os produtos acabados aos clientes.



A logística assim tem um papel fundamental na estratégia de negócios de uma empresa.



Não basta mais exigir a presença física do cliente na loja. No e-commerce esta loja é virtual e o que se destaca são as dark stores, pontos de retirada, &nbsp;lockers, etc.&nbsp;



Há várias estratégias, que colocam a logística no modo de um “click” para o consumidor.



Sensores IoT com informações em tempo real, "machine learning" não mais apenas preveem falhas nos equipamentos, mas as evitam. Menos tempo de inatividade significa operação consistente.





<h2 class="wp-block-heading">Logística colaborativa</h2>



É apontada como uma das soluções mais eficientes para otimizar os processos da cadeia de suprimentos.



Ainda em estágio inicial no Brasil a logística colaborativa vai ganhando força a medida que embarcadores, operadores logísticos, empresas de transporte entendem seus benefícios e encaram a cooperação como alternativa para gerenciar ativos a reduzir custos.



A escassez de motoristas profissionais é crítica em todo o Brasil, pois muitos profissionais não querem mais passar dias nas estradas sem o convívio com a família.



Programas de capacitação também conscientizam sobre os cuidados com a saúde, mantendo os times atualizados sobre mudanças nas leis, habilitam os profissionais para o uso de novas tecnologias e práticas sustentáveis como redução da emissão de CO2. Gestão e manutenção de veículos, controle do consumo de combustível, roteirização para fugir de caminhos ruins ou reduzir o tempo de viagem, monitoramento e controle de temperatura para evitar perdas de produtos etc.



O uso de tecnologias de monitoramento e rastreamento, aprimoramento da gestão de riscos, adesão a campanhas de prevenção e criação de programas de capacitação e conscientização são alguns dos aliados.



A ineficiência logística continua elevada: 30% dos caminhões permanecem mais tempo a espera das operações de carga e/ou descarga e outros 40% rodam vazios, segundo estimativas dos consultores do Instituto IMAM.



A baixa produtividade, a ociosidade da frota e falta de processos integrados são outros fatores que levam à ineficiência logística.



A infraestrutura precária em muitas regiões do país impõe custos elevados de transporte; pois a má condição das estradas e a falta de locais seguros para abastecimento e descanso continuam representando um dos grandes desafios do setor.



A condição para operações que desejam se tornar ambientalmente sustentáveis e ganhar espaço frente a concorrência, a logística verde está em evidência, assim como a chancela do selo "ESG”, proporcionando uma roteirização inteligente, uma boa gestão de resíduos, certificações de gestão ambiental, colaboração entre os elos da cadeia de suprimentos etc. apenas algumas estratégias para acelerar a adesão das empresas a logística verde, combinando com frotas sustentáveis, redução da pegada de carbono, embalagens ecológicas, programas de manutenção preventiva, logística reversa etc.



Outra tendência crescente no setor é a estratégia Omnichannel, considerada uma experiência de compra completa e sem barreiras entre o on-line e o off-line.



Isto requer sistemas de gerenciamento de estoques integrados, com atualização em tempo real, plataformas de e-commerce unificadas e sincronizadas, logística integrada e sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos capazes de coordenar armazéns, transportadoras e pontos de venda, garantindo uma visão unificada das operações e sistemas de rastreamento de entregas em tempo real, que ofereçam ao cliente a visibilidade sobre o status dos pedidos.



<h2 class="wp-block-heading">Cadeia de Suprimentos Competitiva</h2>



A medida que o cenário competitivo evolui e as expectativas dos consumidores aumentam, a integração, a melhoria continua e a automação se tornam essenciais às operações estruturadas e integradas. Orquestração, tecnologias para o monitoramento e visibilidade total da cadeia logística, assim como a adesão a plataformas "open logistics”, são medidas mais eficazes para o &nbsp;aumento da performance operacional do setor logístico.



A logística 4.0 é uma revolução tecnológica em todas as etapas da cadeia logística e vem transformando a maneira como as empresas gerenciam suas operações.&nbsp;



Por meio da tecnologia, é possível controlar manufatura, estocagem, movimentação de maneira otimizada.



A logística 4.0 representa um grande passo em relação aos métodos tradicionais. Ela melhora produtividade, eficiência, lucratividade e conveniência.&nbsp;



Os sistemas automatizados substituem ferramentas ultrapassadas e passam a operar de forma integrada e conectada, o que simplifica as atividades das empresas.



Ela lida com grande volume de dados, o que proporciona tomadas de decisões mais rápidas e eficientes.&nbsp;



No que diz respeito a mobilidade, a coleta inteligente de dados leva a uma roteirização mais eficiente.



A era da logística integrada já diz tudo, pois os departamentos de muitas empresa são silos que não se conectam em processos.



A logística avançou para os dias atuais, onde a Supply Chain leva em consideração todas as etapas desde o desenvolvimento do produto, do recebimento das matérias primas, da fabricação, das vendas e distribuição até a entrega ao consumidor.



A cadeia de suprimentos depende estritamente da logística em seus diversos processos, onde insumos são levados até a indústria e daí aos elos seguintes até o consumidor.



Dentro da logística, a IA pode ser utilizada para analisar processos e desempenho, descobrir novas rotas de integração e automatizar processos de compra.



Empresas de fulfillment centers são as mais completas, trata-se de uma evolução natural da logística que realiza não só a entrega do produto, mas cuida de todos os aspectos na prestação de um serviço completo ao consumidor (emissão de notas fiscais, embalagem personalizada do produto, etiquetas personalizadas, logística reversa, enfim gestão do CD).



A evolução da logística sempre foi acompanhada pela eficiência em entregas que tem uma relação profunda com a entrega rápida ou até antecipada.&nbsp;



Blockchain é uma inovação na proteção de dados e a evolução de logística utilizou essa mesma tecnologia para criar métodos de rastrear e atualizar entregas com mais segurança e confiabilidade.&nbsp;



E o transporte autônomo, um modo de entrega por meio de robôs e drones. Assim, a encomenda é rapidamente enviada até o consumidor, sem a necessidade de passar pelas etapas mais críticas da logística na última milha!



<h2 class="wp-block-heading">Redes privadas</h2>



O 5G permite acelerar ainda mais as aplicações da tecnologia de IoT. Milhares de dispositivos poderão executar tarefas repetitivas e tomar decisões simples nas rotinas operacionais.



Os&nbsp; CD'S utilizam a tecnologia de "Access points" para distribuir o "wi-fi" pelos armazéns e conectar dispositivos como leitores óticos, sensores de temperatura, câmeras etc.



A tecnologia 5G substitui o wi-fi nos CD sem necessidade de cabos, as áreas de coberturas dos sinais serão ampliadas, proporcionando um maior alcance, maior agilidade nas leituras de picking, maior&nbsp; acuracidade, leitura de sensores em tempo real e atuações instantâneas&nbsp; sobre robôs, devido principalmente à baixa latência da nova tecnologia.



Cobots (collaborative robots), uma classe especial de robôs autônomos, desenvolvidos para trabalhar em colaboração com o ser humano em um mesmo espaço físico. Assim, os cobots fazem os deslocamentos maiores e os humanos, as operações mais delicadas de estocagem ou picking, são poupados de grandes deslocamentos.



A digitalização transforma a logística com as tecnologias de IOT, Big Data, Machine Learning e IA.



Essas tecnologias estão ajudando as empresas a gerir melhor suas cadeias de suprimentos e otimizando sua eficiência.



Visibilidade é uma das principais preocupações dos consumidores e empresas na logística.



As empresas estão procurando formas de fornecer aos seus clientes uma maior visibilidade de suas remessas, para que possam acompanhar seu progresso em tempo real.



Gestão de risco é uma outra preocupação crescente na logística, com empresas procurando formas de mitigar os riscos associados a segurança, fraude e interrupções na cadeia de suprimentos.



As entregas no mesmo dia (same day delivery) são expressas e que ocorrem no mesmo dia em que o pedido foi efetivado.&nbsp;Vem de encontro ao novo perfil dos consumidores 4.0, que exigem entregas cada vez mais rápidas.



A torre de controle centraliza todos os dados das operações em tempo real e permite a interpretação rápida dos indicadores gerados pela operação para uma possível tomada de decisão de forma ágil e até preventiva.



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão</h2>



Navegamos aqui por uma miscelânea de iniciativas, tecnologias e inovações que fazem a logística avançar. Certamente não pararemos por aqui e as novas gerações vem aí para continuar transformando este cenário tão abrangente e inspirador.

O estado da arte da logística

De que adianta seguir uma moda, sem nenhuma inteligência por trás do que é feito?



Inovar com a IA é o grande hype do mercado no momento. No entanto, de que adianta seguir uma moda, sem nenhuma inteligência por trás do que é feito? Um estudo do MIT mostrou que 95% dos projetos corporativos pautados nessa tecnologia não alcançam ganhos relevantes em receita ou eficiência – não pela baixa capacidade do recurso em si, mas sim pela forma na qual é aplicado. Como reverter essa estatística? Com uma governança robusta de inovação.



Não é de hoje que temos essa dificuldade em conquistar resultados excelentes com a IA. Nas décadas de 70 e 80, passamos pelo que ficou conhecido como “Winter AI” (inverno da inteligência artificial, no português), períodos em que o financiamento e o interesse público no setor de inteligência artificial diminuíram, justamente, pela falta de retornos frente às expectativas que foram criadas nessas soluções.



É muito fácil que qualquer IA gere um enorme interesse e repercussão no mercado. Mas, isso não significa que esses recursos irão, necessariamente, gerar benefícios significativos para todas as empresas. Afinal, cada negócio tem sua realidade, condições e metas específicas que, nem sempre, conseguirão ser conquistadas com as mesmas tecnologias utilizadas por outra marca.



Estamos em um cenário fortemente marcado pela adesão global de tecnologias no mundo corporativo, muitas delas desenvolvidas com base na inteligência artificial. Porém, nessa curva crescente, há, também, um vale de problemas e dificuldades decorrentes da falta de estratégia por trás de tudo que é adotado. Uma tendência seguida por um “modismo”, mas sem um senso crítico quanto ao que está sendo feito.



Qual o resultado disso? Picos e vales de IA, no que diz respeito ao entusiasmo criado e o que se observa de resultado. Afinal, além da falha constante de planos e estratégias sem essa orientação, ocorre um efeito cascata no mercado de “inverno” da IA, marcado pelo resfriamento do interesse e priorização nesses investimentos, justamente, pela falta de retorno.



Todos esses eventos que já foram presenciados em nossa história nos ensinam que é urgente uma governança por trás deste processo. Não adianta seguir uma fórmula padrão, mas sim se preocupar em cuidados que incluam reforçar a infraestrutura interna para recebê-la, junto a um senso crítico no planejamento de como esse recurso será levado aos processos corporativos, mapeando e compreendendo eventuais riscos e de que forma cada empresa conseguirá mitigá-los.





Crie uma governança robusta baseada nessas análises completas e abrangentes, reforçando, também, treinamentos internos que conscientizem os times sobre a importância da IA em seus trabalhos e como explorar, ao máximo, este potencial visando a melhora dos resultados. Defina, também, os papéis e responsabilidades de cada pessoa nesse sentido – até porque nem todos precisam ter acesso aos dados sensíveis inseridos nessas ferramentas, nem à todas as suas funcionalidades.



O consumo energético é outro ponto de atenção. A pesquisa do MIT revelou que um vídeo de cinco segundos gerado por IA, por exemplo, pode consumir a mesma quantidade de energia que um micro-ondas ligado por uma hora. Imagine milhares de pessoas fazendo pesquisas e criando conteúdos desse tipo, quanto que é consumido, hoje em dia, de nossas fontes energéticas?



Diante da busca atual por fontes mais renováveis, é dever das empresas se atentarem a este cuidado, considerando um possível lapso de ocorrer a qualquer momento e de que forma podem contornar e mitigar esse risco. Sem esses olhares, muitas tendências que poderiam, de fato, ser benéficas, acabam se perdendo. E, com isso, poderemos ter um longo inverno ainda pela frente.



Alexandre Pierro é mestre em gestão e engenharia da inovação, engenheiro mecânico, bacharel em física e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na implementação da ISO de inovação na América Latina.

AI Winter: os riscos de inovar sem governança

A saúde mental no ambiente corporativo não será mais uma opção, mas uma exigência estratégica e legal



No cenário corporativo contemporâneo, a saúde mental transcendeu a esfera do cuidado pessoal para se consolidar como um ativo estratégico fundamental. Empresas conscientes reconhecem que o bem-estar psicológico de seus colaboradores é indissociável da produtividade, do engajamento e, em última instância, da sustentabilidade do negócio. Esta compreensão com um visão integral do tema, alinha-se aos princípios da Organização Mundial da Saúde (OMS), que há anos defendem um contínuo de cuidados em saúde mental que engloba a promoção, a prevenção e o tratamento.



A mais recente revisão da Norma Regulamentadora 01 (NR-01), por meio da Portaria MTE nº 1.419/2024, que será colocada em vigor a partir de maio de 2026, marca um ponto de inflexão decisivo para o ambiente de trabalho brasileiro. Ao incluir explicitamente os fatores de riscos psicossociais relacionados ao trabalho no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) – em consonância com as diretrizes globais da OMS e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que apontam a perda de bilhões de dias de trabalho devido à depressão e ansiedade. Esta atualização não apenas reforça a obrigatoriedade legal de as empresas gerenciarem esses riscos, mas também as convida a adotar uma abordagem mais proativa e integrada da saúde mental em seus planos de ação.



Mas vocês sabem a diferença entre os conceitos de promoção, prevenção e tratamento em saúde mental?&nbsp;



Sabem como eles interferem uns nos outros e como colocar em prática cada uma desses níveis de atuação?&nbsp;



Vou então fazer uma breve diferenciação e trazer alguns pontos para trazer um pouco mais de conhecimento nesse assunto que tem trazidos tantas dúvidas:



<h2 class="wp-block-heading">1. Promoção da saúde mental: cultivando um ambiente resiliente (nível da cultura organizacional)</h2>



<h3 class="wp-block-heading">1.1 Conceitos: </h3>



A promoção da saúde mental concentra-se em fortalecer a capacidade dos indivíduos e comunidades para gerenciar as adversidades da vida, realizar seu potencial e contribuir para a sociedade. É uma abordagem universal que visa criar condições e ambientes de apoio, construindo fatores protetores e fomentando o bem-estar ANTES que qualquer problema de saúde mental específico se manifeste.



A promoção da saúde mental no ambiente corporativo é uma estratégia universal, que visa fortalecer o bem-estar psicológico de todos os colaboradores e da organização como um todo, independentemente da presença de um risco ou transtorno específico. Trata-se de construir uma cultura que valoriza o ambiente de trabalho psicologicamente seguro e inclusivo.



1.1.1 Foco e Objetivos: Criar um clima organizacional harmonioso, que fomente a resiliência individual e coletiva, melhore o engajamento e a satisfação no trabalho. A NR-01, ao exigir a gestão de todos os riscos (incluindo os psicossociais), indiretamente incentiva um ambiente proativo onde a promoção da saúde mental se torna uma camada protetora fundamental. Um ambiente culturalmente saudável minimiza a origem de perigos psicossociais que a NR-01 então precisaria mitigar.



1.1.2 Conexão com as Diretrizes: A OMS preconiza uma "abordagem do curso de vida", e no ambiente corporativo, isso se traduz em iniciativas que apoiam o colaborador em diversas fases de sua jornada profissional e pessoal. A NR-01, por sua vez, enfatiza a necessidade de envolver todas as partes interessadas – de lideranças a colaboradores – no processo do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), o que naturalmente fomenta uma cultura de corresponsabilidade e abertura para o tema da saúde mental.&nbsp;



<h3 class="wp-block-heading">Na prática: </h3>



1.2.1 Liderança Consciente: Treinamentos para líderes sobre comunicação não-violenta, empatia e gerenciamento de equipes de forma a evitar sobrecarga, má gestão e falta de clareza de papéis – fatores apontados no Guia NR-01 como riscos.



1.2.2 Programas de Bem-Estar Integral: Oferecer acesso a plataformas de meditação guiada, ginástica laboral, programas de educação financeira e workshops sobre equilíbrio entre vida pessoal e profissional.



<h2 class="wp-block-heading">2. Prevenção de doenças mentais: gerenciando riscos psicossociais (nível da gestão direta de riscos)</h2>



<h3 class="wp-block-heading">2.1 Conceitos: </h3>



A prevenção de doenças mentais, embora intimamente ligada à promoção, difere por seu foco em reduzir a incidência, prevalência e recorrência de transtornos específicos. Ela mira grupos em situação de vulnerabilidade ou aqueles expostos a fatores de risco identificáveis, atuando antes que um transtorno se estabeleça por completo, mas em cenários onde há uma ameaça iminente ou latente.



Este é o campo onde a NR-01, em sua nova redação, atua de forma mais direta e explícita na saúde mental. A prevenção concentra-se em identificar e mitigar os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho que, se não controlados, podem levar ao adoecimento.



2.1.1 Foco e Objetivos: Detectar perigos psicossociais no ambiente de trabalho e implementar medidas de controle para evitar que se tornem doenças ocupacionais. A NR-01 exige a identificação de perigos, a avaliação e a classificação dos riscos dentro do GRO, agora incluindo formalmente os psicossociais.



2.1.2 Conexão com as Diretrizes: A OMS destaca a importância da "identificação e intervenção precoce" para grupos em vulnerabilidade. A NR-01 instrumentaliza essa visão, exigindo uma análise detalhada das condições de trabalho para identificar os estressores. O "Relatório Mental Health Today" e o "Guia NR-01 Revisado" apontam a dimensão global das perdas de produtividade devido à depressão e ansiedade (cerca de US$ 1 trilhão por ano), tornando a prevenção desses riscos um imperativo econômico e social para as empresas.



<h3 class="wp-block-heading">2.2 O que pede a NR- 01: </h3>



2.2.1 Identificação de Perigos Psicossociais: A NR-01 agora exige que os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho sejam expressamente incluídos no inventário de riscos, incluindo:&nbsp;



2.2.2 Avaliação de Riscos (AEP/AET): A NR-01 (e NR-17) determina o uso da Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) e da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). A AEP é obrigatória para todas as empresas, mesmo as dispensadas de PGR para outros riscos, e deve incluir os fatores psicossociais relacionados à organização do trabalho.&nbsp;O processo foca nas condições de trabalho que são estressoras, não em sintomas individuais.



2.2.3 Implementação de Medidas de Prevenção: Para cada risco psicossocial identificado, deve-se adotar medidas de controle, conforme a hierarquia (eliminar o perigo, reduzir o risco, etc.), com um plano de ação claro e cronograma, responsáveis e indicadores de acompanhamento.



2.2.4 Documentação: Todas as etapas devem ser registradas no Inventário de Riscos do PGR (ou AEP), com caracterização dos processos, ambientes, atividades, perigos, agravos, grupos expostos e medidas de prevenção implementadas.



<h3 class="wp-block-heading">Na prática: </h3>



2.3.1 Ajuste da Carga Horária e Metas: Implementar processos para priorizar tarefas e garantir que as metas sejam realistas, considerando o "excesso de demandas (sobrecarga)" como um risco a ser gerenciado.



2.3.2 Canais de Denúncia Acessíveis: Estabelecer canais anônimos e confiáveis para denúncias de assédio, com acompanhamento transparente e punições cabíveis.



2.3.3 Programas de Desenvolvimento de Liderança: Capacitar gestores para fornecer suporte adequado, clareza nas expectativas e autonomia às equipes, prevenindo "baixa clareza de papel", "falta de suporte" e "baixo controle no trabalho".



2.3.4 Ambientes de Trabalho Colaborativos: Estimular a colaboração e a coesão social para combater "más relações" e "isolamento". O relatório da OMS sobre Conexão Social reforça como o trabalho em equipe e a "infraestrutura social" (como espaços de descompressão) são cruciais para o bem-estar (Report-WHO-conexo-social.pdf, Sumário Executivo, Comunidade).





<h2 class="wp-block-heading">3. Tratamento e reabilitação: resposta a transtornos existentes (nível da resposta e melhoria contínua)</h2>



<h3 class="wp-block-heading">3.1 Conceitos: </h3>



O tratamento de doenças mentais é a intervenção que ocorre após o diagnóstico de um transtorno. Seu objetivo primário é aliviar os sintomas, melhorar o funcionamento do indivíduo e promover a recuperação, permitindo que a pessoa retome uma vida plena e produtiva.



Quando um colaborador apresenta um transtorno mental, o tratamento e a reabilitação são essenciais para promover a recuperação e facilitar o retorno&nbsp;ao trabalho.



3.1.1 Foco e Objetivos: Aliviar o sofrimento, promover a recuperação e garantir a reintegração do colaborador à vida profissional, quando possível, com os devidos suportes e adaptações.



3.1.2 Conexão com as Diretrizes: A OMS destaca a importância da "descentralização do cuidado" e da "integração da saúde mental na atenção primária". No contexto corporativo, isso se traduz em oferecer suporte que vai além do ambiente da empresa, conectando o colaborador a uma rede de cuidados de saúde. A NR-01, embora não trate diretamente do tratamento clínico, exige que a organização reveja sua avaliação de riscos após a implementação de medidas de prevenção ou em caso de acidentes e doenças, visando à melhoria contínua. Se um caso de transtorno mental é reconhecido como doença ocupacional, a NR-01 (via PGR) demanda a investigação das causas no ambiente de trabalho para evitar reincidência.



<h3 class="wp-block-heading">3.2 O que pede a NR- 01: </h3>



O Guia NR-01 esclarece que a identificação e avaliação de riscos psicossociais não devem ser confundidas com exames médicos de aptidão ou avaliação da saúde mental individual. Essa é uma responsabilidade médica no âmbito do PCMSO (NR-7). No entanto, a gestão de riscos pela NR-01 pode identificar padrões e necessidades de suporte geral que impactam a saúde mental da força de trabalho.



<h3 class="wp-block-heading">Na prática: </h3>



3.3.1 Programas de Assistência ao Empregado (PAE): Disponibilizar acesso confidencial a psicólogos, psiquiatras e outros profissionais de saúde, para atendimento, encaminhamento e acompanhamento.



3.3.2 Planos de Retorno Gradual ao Trabalho: Para colaboradores que se afastam por questões de saúde mental, criar um plano individualizado de retorno, com redução de carga horária e de responsabilidades, ajustado às necessidades do colaborador.



3.3.3 Ajustes Razoáveis no Ambiente de Trabalho: Com base nas recomendações médicas e no diálogo com o colaborador, implementar modificações no posto de trabalho ou nas rotinas que facilitem a reintegração e a manutenção da saúde mental.



3.3.4 Acompanhamento e Suporte Contínuo: Estabelecer um ponto de contato na empresa (ex: RH, SSO ou líder direto treinado) que possa oferecer suporte discreto e contínuo ao colaborador em recuperação, respeitando a confidencialidade.



Em conclusão, a saúde mental no ambiente corporativo não será mais uma opção, mas uma exigência estratégica e legal. A NR-01 revisada, ao incorporar explicitamente os riscos psicossociais, fornece um roteiro claro para as empresas brasileiras. Ao adotar uma abordagem integrada de promoção, prevenção e tratamento, pautada nas melhores práticas globais da OMS e nas diretrizes detalhadas do novo texto da NR-01, as organizações não apenas cumprem suas obrigações legais, mas também constroem um ambiente de trabalho mais saudável, humano e, consequentemente, mais produtivo e resiliente. O investimento na saúde mental é um investimento no futuro da própria empresa e na sustentabilidade das pessoas.

Peter Drucker em 40 frases

Arnaldo Gunzi

Como o uso de benefícios flexíveis impacta sua marca, com Dan Josua | Café com ADM 462

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