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<p><em>Pequenas iniciativas, quando somadas, ganham proporções colossais — criando ambientes de trabalho saudáveis, equipes engajadas e empresas capazes de crescer com propósito</em></p>



<p>Os debates sobre saúde e bem-estar têm ganhado protagonismo nas agendas da sociedade, das organizações e da mídia. Canais digitais transformaram-se em ambiente de disseminação de práticas associadas ao equilíbrio psíquico, como técnicas de respiração e atividades de atenção plena. A popularização do tema aponta para o avanço expressivo de quadros relacionados ao estresse crônico. Diversos fatores contribuem para esse contexto, mas um, em especial, tem se mostrado recorrente nos diagnósticos contemporâneos: o impacto do trabalho na saúde mental dos indivíduos.</p>



<p>Uma pesquisa realizada pela Wellhub, plataforma de bem-estar corporativo, revelou que 47 % dos colaboradores identificam o estresse no trabalho como a principal causa do declínio da saúde mental. Se a rotina profissional tem, portanto, sua parcela de responsabilidade, cabe às empresas assumirem um papel proporcional. O mais interessante desse estudo — que ouviu mais de 5 mil colaboradores de nove países, entre maio e junho de 2024 — é constatar como o bem-estar integral se tornou prioridade: 88 % dos entrevistados consideram o apoio à qualidade de vida tão importante quanto o salário — algo impensável até pouco tempo atrás.</p>



<p>Hoje, os dois protagonistas desse enredo – empregadores e colaboradores – estão do mesmo lado. Afinal, não há empresa com saúde financeira sólida sem que seus profissionais estejam em equilíbrio físico, emocional e social. Vários estudos reforçam essa tese, que acompanhamos na prática, em nosso dia a dia: equipes felizes são até 30% mais produtivas, três vezes mais criativas e registram menos rotatividade. E cabe ao gestor a missão de “termômetro do humor”. Cerca de 70 % da percepção de felicidade no trabalho é atribuída ao gerente direto.</p>



<p>Embora a MRV seja uma empresa de grande porte, não abrimos mão do “olho no olho”. O presidente e executivos percorrem frequentemente obras, lojas e frentes de serviço para conversar com as equipes e observar de perto os desafios cotidianos. A escuta ativa, sem tantas formalidades, reduz distâncias hierárquicas e fortalece decisões mais humanas, alinhadas à realidade do negócio. É durante esses encontros que, muitas vezes, surgem demandas e ideias para futuros projetos.</p>


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<p>Tudo isso só tem valor se, de fato, for colocado em prática. Reunimos problemas e soluções em um grande pacote que chamamos de Ser Sangue Verde — um guarda-chuva com mais de 20 iniciativas voltadas ao bem-estar e à valorização dos colaboradores. O projeto abrange desde o acolhimento psicológico dentro do horário de trabalho até benefícios específicos, como condições facilitadas para aquisição de imóveis, acompanhamento e orientação às gestantes no pré e pós-parto, além da extensão da licença-paternidade. Um combo de cuidado que, no fim, beneficia os dois lados.</p>



<p>Mas será que isso basta para engajar um time? Ainda que represente muito, falta a cereja no bolo: a perspectiva de crescimento. Oferecer oportunidades para crescer na carreira — dentro ou fora da empresa — também é uma forma de promover bem-estar. Fazemos isso por meio de programas de capacitação contínua, desenvolvimento de lideranças, aceleração de carreira. Temos, inclusive, um núcleo de educação dedicado exclusivamente a fortalecer a autoestima intelectual de nossos colaboradores.</p>



<p>As pesquisas de satisfação são muito úteis para mensurar os resultados desses esforços, mas a cultura de acolhimento exige também uma escuta individualizada e empática por parte dos gestores. Em certos momentos, é preciso se afastar para enxergar a engrenagem completa em movimento. Só então percebemos que pequenas iniciativas, quando somadas, ganham proporções colossais — criando ambientes de trabalho saudáveis, equipes engajadas e empresas capazes de crescer com propósito.</p>


Salário ou saúde mental? Por que hoje eles têm o mesmo valor

Pequenas iniciativas, quando somadas, ganham proporções colossais — criando ambientes de trabalho saudáveis, equipes engajadas e empresas capazes de crescer com propósito

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Administradores | Conhecimento para Resultados

<p><em>No mercado de trabalho, é essencial transformar teoria em prática e conteúdos genéricos em conhecimentos especializados</em></p>


<p>Concluir os estudos é a meta de qualquer aluno que se lança numa jornada de ensino. Mas não seria a aprendizagem um processo contínuo? É seguro dizer que sim. Todo saber adquirido ao longo da vida estudantil é extremamente importante, sem dúvidas. No mercado de trabalho, é essencial transformar teoria em prática e conteúdos genéricos em conhecimentos especializados. Cada empresa, região, cargo ou função demanda competências específicas. No cenário ideal dos negócios, essa capacitação torna-se ainda mais eficaz quando promovida internamente, alinhando-se às necessidades da organização e aos interesses e aspirações profissionais dos colaboradores.</p>
<p>Essa prática tem nome: Lifelong Learning. Embora possa parecer uma estratégia atual, o conceito se popularizou na segunda metade do século XX, quando a UNESCO e a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) passaram a defender a ideia de que a educação não deve se restringir à infância e à juventude. Nos anos 2000, com o avanço da tecnologia, esse modelo se consolidou como o ideal para o crescimento profissional e pessoal.</p>
<p>Embora algumas empresas ainda tenham dificuldades para diferenciar investimento de gasto — especialmente quando se trata de educação —, elas parecem ser minoria. O Relatório de Aprendizado do LinkedIn de 2024 revelou que 90% das organizações estão preocupadas com a retenção de talentos e entendem que oferecer oportunidades de desenvolvimento é a melhor estratégia. Ao mesmo tempo, cerca de 94% dos profissionais afirmam que permaneceriam mais tempo em uma empresa que investisse em desenvolvimento, como mostrou o relatório do LinkedIn sobre Aprendizagem no Local de Trabalho.</p>
<p>Há uma explicação biológica para esse fenômeno, conhecida como o “efeito novidade”. O cérebro humano é naturalmente programado para buscar desafios e novos aprendizados. A química envolvida nesse processo estimula a motivação, gera prazer e promove a sensação de realização – fatores que impactam diretamente a produtividade nas empresas e contribuem para a saúde mental. Recentemente, o jornal colombiano El Tiempo destacou a importância de romper com a rotina e evitar a repetição constante de atividades como forma de manter o cérebro ativo e saudável.</p>
<p>Essa combinação de fatores tem levado diversas empresas a implementarem programas estruturados de capacitação. Em alguns casos, esse movimento avança ainda mais com a criação de um setor dedicado exclusivamente a esse fim. Fizemos isso na MRV. A Diretoria de Desenvolvimento Humano ganhou um núcleo especializado, onde mais de 20 colaboradores atuam na concepção e execução de projetos educacionais. As ações, de forma mais estruturadas, começaram em 2011, com o lançamento do Programa Trainee, um programa robusto de formação voltado para jovens talentos. Desde então, o setor tem ampliado suas ações com o apoio de instituições parceiras, e hoje abriga diversos programas de educação continuada, entre eles o PDL – Programa de Desenvolvimento de Líderes.</p>
<p>Olhar para essas iniciativas é uma boa estratégia para empresas que buscam melhorar o desempenho de suas equipes. No entanto, acredito que a melhor fonte de inspiração está nas próprias demandas internas. Foi assim que surgiu o Decola, nosso programa de aceleração de carreira realizado durante o expediente — assim como todas as nossas demais iniciativas. Ele atende tanto à área corporativa — com foco na formação de novos gestores — quanto à área operacional, onde, por exemplo, um analista pode passar por um treinamento intensivo para se tornar engenheiro. Em vez de buscar talentos no mercado, optamos por investir no desenvolvimento de quem já está conosco, apostando no potencial das pessoas para assumir posições mais estratégicas.</p>
<p>Concluir os estudos não deve ser o ponto final de uma trajetória de aprendizado, mas sim o início de uma jornada contínua de desenvolvimento. Quando a empresa compreende isso e investe intencionalmente em educação, ela não apenas fortalece suas equipes, mas também se posiciona de forma mais competitiva e inovadora no mercado. Ao valorizar o crescimento interno e alinhar formação com propósito, cria-se um ciclo virtuoso em que todos ganham — colaboradores mais realizados e preparados e uma organização mais resiliente e preparada para o futuro.</p>

A importância do desenvolvimento contínuo nas empresas: como funcionários e a própria companhia se beneficiam dessa prática

<p><em>O STEAM está profundamente ligado à forma como crianças e jovens vão aprender, criar e se preparar para os desafios do século XXI</em></p>



<p>Você já ouviu falar em<strong> STEAM?</strong></p>



<p>Esse termo vem aparecendo cada vez mais em discussões sobre educação, inovação e futuro do trabalho. Mas, ao contrário do que pode parecer, não se trata de uma moda passageira. O STEAM está profundamente ligado à forma como crianças e jovens vão aprender, criar e se preparar para os desafios do século XXI.</p>



<p>Antes de entrar no conceito em si, vale uma reflexão rápida: por muito tempo, a educação foi estruturada em conteúdos isolados. Matemática em um bloco, ciências em outro, artes num canto à parte. O resultado? Alunos que acumulam conhecimento, mas muitas vezes têm dificuldade em aplicá-lo fora da sala de aula.</p>



<p>O STEAM surge justamente para propor o contrário: unir áreas do conhecimento em torno da prática, da colaboração e da criatividade. Ao longo deste artigo, vamos entender melhor o que significa essa sigla, por que ela é tão importante, como funciona na prática e até mesmo a discussão que existe dentro da própria comunidade sobre a inclusão da letra<strong> A.</strong></p>



<h2 class="wp-block-heading">O que é STEAM?</h2>



<p>O termo STEAM vem do inglês e reúne cinco grandes áreas do conhecimento:</p>



<p><strong>S</strong>cience (Ciência)</p>



<p><strong>T</strong>echnology (Tecnologia)</p>



<p><strong>E</strong>ngineering (Engenharia)</p>



<p><strong>A</strong>rts (Artes)</p>



<p><strong>M</strong>athematics (Matemática)</p>



<p>Originalmente, falava-se apenas em STEM – sem o “A” de Arts. Esse movimento nasceu nos Estados Unidos, no início dos anos 2000, para reforçar a importância das ciências exatas e tecnológicas na formação de profissionais mais preparados para o mercado.</p>



<p>Com o tempo, no entanto, pesquisadores e educadores perceberam algo essencial: inovação não acontece só com técnica. A criatividade, a empatia e a visão crítica também são indispensáveis para criar soluções originais. Foi aí que surgiu o STEAM, trazendo o A de Artes para o centro da proposta.</p>



<p>E é importante destacar: aqui, Artes não se limita a pintura ou música. O termo abrange design, comunicação, criatividade aplicada, storytelling, senso estético e até mesmo a capacidade de imaginar futuros possíveis.</p>



<p>Em resumo: o STEAM não é apenas um conjunto de matérias. <strong>É uma abordagem interdisciplinar, em que os alunos aprendem a conectar lógica, técnica e criatividade para resolver problemas reais.</strong></p>





<h2 class="wp-block-heading">Por que o STEAM é importante?</h2>



<p>Se você olhar para trás, vai perceber como o ensino tradicional tende a isolar disciplinas. O aluno estuda matemática em um horário, geografia em outro, ciências no dia seguinte, e raramente vê como tudo isso se conecta.</p>



<p>O problema é que a vida real não funciona assim. Resolver problemas exige múltiplos conhecimentos ao mesmo tempo. Pense, por exemplo, em alguém desenvolvendo um aplicativo de transporte: precisa de lógica de programação (tecnologia), entender de cálculos de rota (matemática), lidar com mobilidade urbana (ciência e engenharia) e ainda projetar uma interface agradável e acessível (artes).</p>



<p>É nesse ponto que o STEAM faz diferença. Ele propõe projetos em que o aluno precisa articular diferentes competências para chegar a uma solução. Assim, além de aprender o conteúdo, desenvolve habilidades essenciais para o século XXI, como:</p>



<p><strong>Pensamento crítico: </strong>questionar, analisar e encontrar alternativas.</p>



<p><strong>Colaboração: </strong>aprender a trabalhar em equipe e lidar com diferentes perspectivas.</p>



<p><strong>Resolução de problemas:</strong> aplicar conhecimentos para encontrar respostas práticas.</p>



<p><strong>Criatividade: </strong>pensar em soluções fora do óbvio, com originalidade.</p>



<p>Em vez de apenas decorar fórmulas ou conceitos, o aluno entende para quê aquilo serve. E isso muda completamente a forma como ele enxerga o aprendizado.</p>



<h2 class="wp-block-heading">STEAM na prática</h2>



<p>Mas como tudo isso acontece no dia a dia? A melhor forma de entender é olhando para projetos concretos.</p>



<p>Um exemplo clássico está na robótica educacional. Imagine um grupo de alunos recebendo o desafio de criar um robô capaz de desviar de obstáculos.</p>



<p>Eles vão precisar de matemática para calcular ângulos e distâncias.De ciência para compreender como sensores de movimento funcionam.De engenharia para montar a estrutura física do robô.De tecnologia para programar os comandos e fazer tudo acontecer.E de artes para pensar no design, na apresentação final e até no storytelling do projeto.</p>



<p>Outro caso interessante é quando o STEAM é aplicado em projetos sustentáveis. Estudantes podem, por exemplo, desenvolver uma maquete de cidade com energia limpa. Nesse processo, exploram conceitos de física, projetam estruturas em impressoras 3D, calculam custos e viabilidade, e ainda apresentam a solução de forma criativa para a comunidade escolar.</p>



<p>Perceba como o aprendizado deixa de ser abstrato e passa a ter propósito. O aluno não estuda “porque vai cair na prova”, mas porque precisa aplicar o conhecimento para alcançar um resultado concreto. Isso muda a relação dele com a escola e cria motivação genuína.</p>



<h2 class="wp-block-heading">A comunidade STEAM</h2>



<p>Outro aspecto fascinante do STEAM é que ele não é apenas um método de ensino, mas uma comunidade global.</p>



<p>Educadores, alunos, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas compartilham ideias, projetos e experiências em conferências, feiras e plataformas online. Há eventos internacionais de robótica, redes de escolas conectadas, projetos colaborativos entre países e até desafios globais que estimulam crianças a propor soluções para problemas reais da humanidade.</p>



<p>No Brasil, esse movimento vem crescendo também. Iniciativas de robótica educacional, clubes de programação, projetos maker em escolas e laboratórios de inovação estão se espalhando em diferentes regiões. Aos poucos, o termo STEAM começa a entrar no vocabulário de pais, professores e gestores educacionais.</p>



<p>Essa rede tem um efeito multiplicador: inspira mais pessoas, gera trocas riquíssimas e mantém viva a ideia de que aprender pode, e deve: ser criativo, desafiador e divertido.</p>



<h2 class="wp-block-heading">STEM x STEAM: o debate</h2>



<p>Apesar de todos os avanços, ainda existe debate na comunidade educacional sobre a inclusão do “A”.</p>



<p>Os defensores do STEM argumentam que o foco deve permanecer nas áreas técnicas e científicas, já que são elas que impulsionam diretamente a inovação tecnológica e a competitividade no mercado. Para alguns, adicionar Artes dilui a proposta original e tira o rigor científico.</p>



<p>Por outro lado, os apoiadores do STEAM defendem que sem criatividade não há inovação. Afinal, grandes descobertas tecnológicas nasceram de uma mistura entre lógica e imaginação. Além disso, a presença das Artes amplia o engajamento dos alunos e ajuda a desenvolver habilidades sociais e comunicativas, essenciais para qualquer carreira.</p>



<p>De fato, mais do que uma disputa de siglas, o que se vê é uma evolução. O STEM continua sendo extremamente relevante, mas o STEAM traz uma camada extra de completude. Ele reconhece que o futuro não será construído apenas por engenheiros ou cientistas, mas por equipes multidisciplinares capazes de unir técnica, design e propósito.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Conclusão</h2>



<p>Ele nos mostra que ciências, matemática e tecnologia são indispensáveis, mas que só ganham vida quando conectadas à criatividade e à capacidade de imaginar o novo. É isso que prepara crianças e jovens para os desafios do futuro: aprender a pensar, a criar, a colaborar e a transformar ideias em soluções reais.</p>



<p>No fim, a grande mensagem é simples: STEAM é mais do que aprender matérias, é aprender a criar o futuro.</p>



<p>E você, já conhecia esse conceito? Acredita que a inclusão das Artes realmente torna o STEAM mais completo do que o STEM original?</p>



<p>Não deixe de comentar, vamos expandir essa discussão levando essa prática para mais gente e contribuindo com a educação no nosso páis.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Sobre o Autor:</h2>



<p><strong>Peterson Arruda</strong></p>



<p>Engenheiro com sólida experiência em inteligência de mercado, expansão de redes e planejamento estratégico.</p>



<p>Empresário nos setores de certificação digital e educação tecnológica, liderando uma escola de robótica voltada ao desenvolvimento de competências em programação, eletrônica e raciocínio lógico para crianças e adolescentes.</p>



<p>Trajetória é marcada pelo compromisso que geram impacto de verdade, daqueles que crescem sem perder a essência e evoluem junto com as pessoas que fazem parte deles criando experiências e conexões inesquecíveis. Embora a matemática seja um campo natural e uma paixão, é no desenvolvimento humano que encontro seu propósito. Acredita no poder da educação, da tecnologia e de uma boa estratégia para transformar não só negócios, mas vidas inteiras.</p>

De STEM a STEAM: como a criatividade se tornou parte essencial da inovação

<p><em>Leitura e transformação. Por que ainda não virou?</em></p>



<p>Mais da metade da população brasileira —&nbsp;<strong>107 milhões de pessoas</strong>&nbsp;—&nbsp;<strong>não leu nem um trecho de livro nos últimos três meses</strong>. Não estamos falando de desistência pela metade ou de falta de tempo. Estamos falando de ausência total. E isso deveria nos assustar.</p>



<p>É comum dizer que o problema está no hábito, no acesso ou na educação. E todos esses pontos são verdadeiros. O acesso ainda não é pleno. A desigualdade pesa. Muitas famílias não têm livros em casa, e a escola nem sempre supre essa lacuna.</p>



<p>Mas a crise da leitura vai além da falta de livros. Ela também está na forma como ensinamos, ou não ensinamos,&nbsp;a ler com profundidade, com prazer, com sentido.</p>



<p><strong>Mesmo entre os que leem, muitos não compreendem o que leem. Outros compreendem, mas não se conectam. Não são tocados. Não transformam nada.</strong>&nbsp;E isso também é sintoma de um sistema que falha com todos: com quem não lê, e com quem acha que está lendo.</p>



<p>A pesquisa&nbsp;<em>Retratos da Leitura no Brasil</em>&nbsp;aponta que&nbsp;<strong>36% dos não leitores dizem que não leem por dificuldade de entendimento</strong>. Mas também revela que, mesmo entre os leitores frequentes, a leitura está cada vez mais ligada à performance do que à reflexão.</p>



<p>Quantos livros você leu esse ano?<br>Quantas resenhas postou?<br>Quantos reels você salvou com “5 lições de tal livro”?</p>



<p>A leitura virou métrica. E a métrica virou fetiche.<br>Lemos para mostrar que lemos.<br>Para nos manter atualizados.<br>Para não perder o fio da conversa nas redes.<br>E quando esse é o objetivo, o livro deixa de ser convite à transformação e vira só mais uma entrega da semana.</p>



<p>Enquanto isso, a escola perdeu força. Os professores têm repertório limitado e pouca estrutura. As bibliotecas encolheram. As livrarias sumiram dos bairros. E o mercado editorial ainda fala mais com quem já é leitor do que com quem ainda não descobriu a leitura como refúgio ou ferramenta.</p>



<p>Nunca se leu tanto conteúdo. Mas será que tudo isso tem se transformado em conhecimento?</p>



<p><strong>O desafio agora não é convencer as pessoas a lerem mais. É oferecer caminhos para que a leitura volte a ser experiência e não só tarefa.</strong><br>É garantir o direito de entender, gostar e continuar.<br>É construir uma rede que forme leitores, mas também os mantenha conectados com o sentido mais essencial de um livro: transformar.</p>



<p>A boa leitura não ensina o que pensar. Ela ensina a pensar.<br>E é isso que ainda pode mudar tudo.</p>

A crise silenciosa da leitura: estamos treinando consumidores de frases ou cidadãos críticos?

<p><em>Quem entende o ROI da educação não pensa em “quanto vai gastar”, mas em quanto vai deixar de ganhar se não investir</em></p>



<p>Durante muito tempo, falar em faculdade ou pós-graduação era sinônimo de “gastar dinheiro”. Hoje, no entanto, quem enxerga a educação apenas como despesa está olhando pelo ângulo errado — e pagando um preço alto por isso: estagnação na carreira, perda de competitividade e salários limitados.</p>



<p>A pergunta que deveria guiar qualquer decisão acadêmica é simples: qual será o retorno sobre esse investimento (ROI) na minha carreira?</p>



<h2 class="wp-block-heading">Entendendo o ROI da Educação</h2>



<p>No mundo dos negócios, ROI (Return on Investment) é o cálculo que mostra quanto uma aplicação retorna em relação ao que foi investido. Esse mesmo raciocínio se aplica à sua carreira.</p>



<p>A fórmula básica é:</p>



<p>𝑅𝑂𝐼 = Retorno esperado – Custo do investimento</p>



<p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;---------------------------------------------------------- &nbsp; &nbsp; x&nbsp; 100</p>



<p>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;Custo do investimento&nbsp;</p>



<p>Custo do investimento: mensalidades, material, tempo investido.</p>



<p>Retorno esperado: aumento de salário, promoções, melhores oportunidades, expansão de networking.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Comparações Práticas:</h2>



<h3 class="wp-block-heading">1. Graduação</h3>



<p>Um curso de graduação pode custar entre R$ 40 mil e R$ 120 mil ao longo de 4 a 5 anos.</p>



<p>Segundo dados do IBGE, profissionais com diploma de nível superior ganham, em média, 2,5 vezes mais do que aqueles com apenas o ensino médio.</p>



<p>Exemplo:</p>



<p>Custo total: R$ 60.000</p>



<p>Aumento médio salarial: R$ 2.000/mês (R$ 24.000/ano)</p>



<p>Retorno: o investimento se paga em cerca de 2,5 anos.</p>



<h3 class="wp-block-heading">2. MBA</h3>



<p>Um MBA de qualidade pode custar de R$ 30 mil a R$ 80 mil.</p>



<p>De acordo com a FGV, executivos com MBA chegam a ganhar 35% a mais do que aqueles sem especialização.</p>



<p>Exemplo:</p>



<p>Custo total: R$ 50.000</p>



<p>Aumento médio salarial: R$ 4.000/mês (R$ 48.000/ano)</p>



<p>Retorno: o investimento se paga em 1 ano.</p>



<h3 class="wp-block-heading">3. Cursos de Especialização e Certificações</h3>



<p>Especializações curtas e certificações (em tecnologia, gestão, finanças, etc.) podem custar de R$ 5.000 a R$ 20.000.</p>



<p>Essas formações aumentam a empregabilidade em setores específicos e podem ser decisivas para promoções ou recolocação.</p>



<p>Exemplo:</p>



<p>Custo total: R$ 10.000</p>



<p>Aumento médio salarial: R$ 1.500/mês (R$ 18.000/ano)</p>



<p>Retorno: o investimento se paga em 7 meses.</p>



<h2 class="wp-block-heading">O que o cálculo não mostra (mas pesa muito)</h2>



<p>Além do aumento salarial, existem ganhos intangíveis que não cabem no ROI matemático, mas impactam fortemente a carreira:</p>



<p>Diploma não é despesa, é estratégia. Assim como um empresário avalia onde aplicar seu capital para multiplicar ganhos, o profissional precisa analisar onde investir em educação para maximizar resultados.</p>



<p>Quem entende o ROI da educação não pensa em “quanto vai gastar”, mas em quanto vai deixar de ganhar se não investir.</p>

Salário ou saúde mental? Por que hoje eles têm o mesmo valor

Júnia Maria de Sousa Lima Galvão

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Júnia Maria de Sousa Lima Galvão

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