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Primeiramente, cabe observar que o Lucro Presumido é o regime de tributação simplificado para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas. Logo, é possível optar por ele no caso da sua receita total no ano-calendário anterior, não ter sido superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período quando inferior a 12 meses (redação dada pela Lei n° 12.814/13), bem como a empresa não se enquadrar em nenhuma situação que a obrigue a tributar pelas regras do Lucro Real.
Percentuais de presunção do Lucro Presumido
Para presumir o lucro da pessoa jurídica, parte-se do faturamento da empresa, somando-se depois de aplicados os percentuais de presunção e outras receitas sujeitas à tributação. Logo, se trata de um lucro presumido fixado a partir de percentuais previstos na legislação (art. 15 da Lei n° 9.249/95), onde tais percentuais de presunção para o IRPJ são de:
1) – um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; 
2) – dezesseis por cento:
a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual de 8%;
b) para as pessoas jurídicas instituições financeiras e equiparados. 
3) – trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza;
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
e) prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. 
4) – 38,4% (trinta e oito inteiros e quatro décimos por cento), para as atividades de operação de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de crédito realizadas por Empresa Simples de Crédito (ESC).
A apuração do IRPJ é trimestral e o percentual do imposto é de 15%.
Caso a base de cálculo do IRPJ no trimestre seja superior a R$ 60.000,00, haverá a incidência de adicional de Imposto de Renda de 10% sobre a parcela excedente. O código de recolhimento do IRPJ é 2089 e o prazo de recolhimento é até o último dia útil do mês subsequente ao do fechamento do trimestre.
No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade, no qual os 32% também serão aplicados sobre a receita financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.
Já o percentual de 12% será usado para as receitas das demais atividades para fins de apuração da base de cálculo da CSLL das empresas sujeitas à apuração da CSLL pelas regras do Lucro Presumido, sendo a apuração da CSLL trimestral e o seu percentual é de 9%. O código de recolhimento da CSLL é 2372 e o prazo de recolhimento é até o último dia útil do mês subsequente ao do fechamento do trimestre.
Cabe observar que para efeitos contábeis
O reconhecimento das receitas e despesas deverá obedecer ao regime de competência, ou seja, será contabilizado no mês de ocorrência, independente de quando as receitas serão recebidas e de quando as despesas serão pagas. No entanto, para fins tributários, na apuração de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, as pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Presumido poderão adotar o regime de caixa para fins da incidência do PIS/PASEP e da COFINS (art. 14 da IN SRF nº 247/2002). Ou seja, as receitas só serão computadas na base de cálculo do IRPJ, da CSLL, do PIS e da COFINS no mês do efetivo recebimento.
Importa observar que as pessoas jurídicas que tributarem pelas regras do Lucro Presumido terão, como regra geral, suas receitas sujeitas à regra da “Cumulatividade”. Portanto, os percentuais serão de: 0,65% para o PIS e 3% para a COFINS. No que se refere à distribuição de lucros, eles são isentos na fonte e na declaração de ajuste anual da Pessoa Física, sendo importante relevar que, caso a empresa queira antecipar lucros gerados no próprio ano, é conveniente que haja essa previsão no contrato social.
Salienta-se que a opção por tributação pelas regras do Lucro Presumido é anual
E vale para o ano todo, sem haver possibilidade de mudança dentro do ano-calendário. Ela se dá com o primeiro pagamento de IRPJ do ano-calendário, seja feito através de DARF ou de PERDCOMP. Portanto, cabe à empresa antes de optar, avaliar não só o comportamento de suas receitas e despesas no passado, mas, também, considerando as projeções do ano em curso.
Para concluirmos, repare que é de suma importância ter total controle sobre esses gastos a fim de estabelecer uma boa saúde financeira do seu negócio no dia a dia e, naturalmente, fazer com que a empresa opere em sua normalidade. Gostou dessas informações sobre impostos do lucro presumido? Então, aproveite a visita ao blog e assine a newsletter para que tenha acesso às atualizações.

Tributação pelo Lucro Presumido em 2019

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O Simples Nacional é um regime de tributação criado especialmente para as micro e pequenas empresas, visando simplificar impostos incidentes sobre pequenos negócios, visto que necessitam de maiores fomentos para viabilizar sua atividade empresarial. A característica de maior destaque deste regime de tributação é a unificação do pagamento dos tributos devidos, em uma guia chamada DAS - Documento de Arrecadação do Simples Nacional. Este regime possui regulamentação na Lei Complementar n° 123 de 2006, e é denominado como “Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte”. A criação do Simples Nacional se deu de forma paralela à instituição do Estatuto Nacional da Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte (EPP), que prevê condições diferenciadas para estas empresas, dentre elas, um regime de tributação próprio. A regulamentação tributária, e suas consequentes modificações, são de responsabilidade do Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda. Composto por membros representantes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, este órgão delibera sobre a aplicabilidade da Lei Complementar n° 123 e seus respectivos aspectos fiscais. As novas empresas que pretendem aderir ao Simples Nacional terão que observar os limites impostos, relacionados ao faturamento bruto anual. No caso das microempresas, a receita bruta anual deverá ser igual ou inferior a R$360.000,00. Já as empresas de pequeno porte deverão apresentar um faturamento bruto anual superior a R$360.000,00 e igual ou inferior a R$4.800.000,00. Outra exigência para que estas novas empresas sejam enquadradas como ME ou EPP é que possuam a natureza jurídica de sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada ou empresário individual. No ato de abertura de uma empresa, o limite em questão será considerado de acordo com os meses do ano-calendário, dividindo-o em frações, contados a partir da abertura do CNPJ. A partir do próximo ano, será considerado o limite total. Diante das vantagens em questão, e da praticidade, que a criação do Simples Nacional buscou proporcionar aos pequenos empresários, existem algumas restrições que merecem maior atenção, relacionadas às empresas impedidas de optar pelo Simples Nacional. Neste artigo, veremos quais são estes impedimentos, suas repercussões, e como administradores e empresários deverão proceder em cada caso.Quais são as empresas impedidas de optar pelo Simples Nacional Estão impedidas de optar pelo Simples Nacional as empresas que:não possuam natureza jurídica de sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada, ou empresário individual;tenham ultrapassado os limites estabelecidos, relacionados à receita bruta anual (R$360.000,00 para as ME e R$4.800.000,00 para as EPP);cujo capital tenha participação de outra pessoa jurídica;sejam filiais, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurídica com sede no exterior;sejam constituídas sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;participem do capital de outra pessoa jurídica;exerçam atividades de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos;exerçam atividades de cunho financeiro, como previdência complementar, seguros privados e de capitalização, arrendamento mercantil e câmbio;resultantes de cisão ou de qualquer outro meio de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido dentro do período compreendido nos últimos cinco anos;sejam constituídas sob a forma de sociedade por ações;tenham sócio domiciliado no exterior;possuam débitos com o INSS ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa.Outras restriçõesAlém das restrições decorrentes da própria estrutura e natureza jurídica da empresa, também existem determinadas atividades econômicas que não são contempladas pelo Simples Nacional estando proibidas de aderir a este regime de tributação, as empresas que as exerçam. São elas:fabricação de aguardentes, vinhos, bebidas destiladas, malte, cervejas, chopes, cigarros, charutos, filtros para cigarros, pólvoras, explosivos e detonantes;fabricação de equipamentos bélicos pesados, exceto veículos militares de combate;fabricação de armas de fogo, outras espécies de armas e munições;fabricação de automóveis, motocicletas, camionetas e utilitários;geração de energia elétrica;coordenação, controle, operação, transmissão e distribuição de energia elétrica;comércio atacadista de energia elétrica;incorporação de empreendimentos imobiliários;comércio atacadista de bebidas, cerveja, chopes, refrigerantes, cigarros e charutos;transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual;transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em região metropolitana;transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual;transporte marítimo de cabotagem;atividades do correio nacional;banco central e bancos comerciais;consultoria em tecnologia da informação;atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras;caixas econômicas;cooperativas centrais de crédito, de crédito mútuo, e crédito rural;bancos de investimento e desenvolvimento;agências de fomento.Há outras CNAEs que compõem a lista de atividades econômicas proibidas pelo Simples Nacional, podendo ser consultadas em um questionário, disponível no próprio site do Simples Nacional.Importante destacar que, nos casos em que a empresa exerça uma atividade permitida e uma proibida, ainda assim não poderá optar por este regime de tributação. É fundamental que a gestão da empresa, juntamente de sua equipe contábil, realize análises detalhadas sobre a estrutura interna empresarial, atividades econômicas exercidas e o faturamento bruto anual, para fins de enquadramento em um regime de tributação adequado. A gestão deve se atentar, ainda, às modificações que possam ocorrer no contexto empresarial, no que tange ao aumento da receita bruta anual superior aos limites previstos e nas hipóteses de reorganização societária, sob pena de exclusão do Simples Nacional pelo descumprimento dos requisitos impostos.Portanto, antes de iniciar um novo empreendimento, é fundamental avaliar a lista de empresas impedidas de optar pelo Simples Nacional, para que seja possível definir o regime de tributação adequado às novas empresas.A recuperação de tributos para micro e pequenas empresas através da E-FiscalA franquia E-Fiscal conta com profissionais especializados na recuperação de tributos, para as micro e pequenas empresas. Ela foi desenvolvida especialmente para as empresas do Simples Nacional, com o objetivo de oferecer os serviços de redução da carga tributária e recuperação de créditos tributários, advindos de tributos pagos a maior. Este modelo de negócio é ideal para contadores, bancários, empresários e economistas, que desejam se inserir neste segmento de mercado, oferecendo soluções na seara tributária. Com uma equipe multidisciplinar, o franqueado conta com profissionais da área administrativa, jurídica e econômica, que auxiliarão na construção de uma ampla experiência em negociações e na elaboração de estratégias. A E-Fiscal opera com empresas de diversos segmentos, como bares e restaurantes, farmácias, autopeças, revendedores, entre outros, que sejam optantes do Simples Nacional, viabilizando a operacionalização destes pequenos negócios. Deseja investir neste mercado, e oferecer soluções corporativas para as micro e pequenas empresas? Seja um franqueado da E-Fiscal!

Impedimentos à opção pelo Simples Nacional e suas repercussões

De acordo com a legislação tributária, o sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB.	A compensação desses valores, pelo sujeito passivo, será feita mediante declaração de compensação, por meio do programa PER/DCOMP. A compensação declarada à RFB extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do procedimento. 	Os valores relativos a “Pagamentos Indevidos ou a Maior”, bem como “Saldo Negativo de IRPJ”, “Saldo Negativo de CSLL” poderão tanto ser objeto de “Pedido de Restituição” e ou “Declaração de Compensação”. 	No caso da empresa encaminhar Pedido de Restituição, o sistema irá gerar um recibo de entrega com o respectivo número do PERDCOMP. Se a empresa encaminhar à Receita Federal, posteriormente, “Declarações de Compensação” vinculadas a esse crédito, ela terá que informar o número do “Pedido de Restituição” em todas DCOMP. Os pedidos de restituição das pessoas jurídicas deverão ser formalizados pelo estabelecimento matriz.	Uma vez utilizado todo crédito em DCOMPs, a empresa não terá direito a restituição do que pediu, simplesmente porque ela usou todo crédito. Nesses casos, é comum a Receita Federal enviar à empresa um despacho informando que não fez depósito porque não havia mais saldo a restituir.	O procedimento adequado para a empresa, nessa situação é responder o despacho informando que concorda que não tem valores a restituir. Informará, ainda, que pediu restituição, na época, visando evitar que o crédito a que fazia jus pudesse prescrever. Se, por descuido ou desconhecimento, a empresa cancelar o “Pedido de Restituição”, as consequências serão negativas. Deixando de existir o “Pedido de Restituição”, todas Declarações de Compensação serão canceladas, uma vez que nelas constava o número do PERDCOMP de Restituição. Ou seja, os débitos nelas compensação ficarão em aberto, sujeitos à multa e juros.	Saliente-se que esse é apenas um exemplo de cuidado que deve se ter na utilização de PERDCOMP. Cabe observar que, nos casos anteriormente citados, a empresa deverá ter procedido os devidos ajustes em sua Contabilidade e declarações, antes de preencher PERDCOMP.

Cuidados no Preenchimento do PERDCOMP

Didaticamente, estudamos, de forma separada, as questões contábeis, tributárias e societárias. Mas, no dia a dia das empresas, como elas se comportam? É bem verdade, que cada uma possui caraterísticas próprias. No entanto, dificilmente, se apresentam de forma isolada.Nossa intenção é mencionar algumas questões onde ocorre essa interação, de forma a mostrar o quanto é importante o seu estudo também no conjunto. Vamos pegar, como primeiro exemplo, o pró-labore de um sócio de determinada pessoa jurídica. Na questão societária, é necessário ter essa previsão no contrato social. No tocante à questão contábil, envolve o lançamento contábil da despesa e pagamento. Em relação à questão tributária, temos o momento em que ocorrerá a retenção do imposto de renda.Vimos, nesse primeiro exemplo, as repercussões de algo simples que é o pró-labore do sócio de uma empresa. Agora, partiremos para exemplos mais complexos. Vamos usar o caso da apuração do IRPJ e da CSLL de uma pessoa jurídica, tributada pelas regras do Lucro Real. Contabilmente, todas as receitas tributáveis ou não, bem como todas as despesas dedutíveis ou não, devem ser escrituradas, lastreadas em documentos hábeis e idôneos.No que tange à apuração fiscal do IRPJ e CSLL, o resultado contábil, seja lucro ou prejuízo, será o ponto de partida até chegarmos nos valores devidos. Devemos considerar também outros valores envolvidos nesse caso. Entre eles, destacamos o imposto de renda retido na fonte nas aplicações financeiras. Inicialmente, temos o lançamento contábil dos rendimentos e também o do direito de compensar o imposto retido. Esse imposto retido tem o tratamento de antecipação do IRPJ devido. Nesse exemplo, não está presente o aspecto societário.O terceiro exemplo envolve as três áreas. Trata-se de distribuição de lucros. Na societária, nos preocupamos com o critério e percentuais de distribuição aos sócios. No contábil, os lançamentos decorrentes dessa distribuição. E, por fim, na tributária, a identificação que os lucros apurados a partir de 1º de janeiro de 1996 são isentos de imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual.Podemos concluir dizendo que esses são apenas alguns exemplos do quanto as áreas se complementam e o quanto é importante também serem tratadas e estudadas no conjunto.

A Importância da Integração das Áreas Contábil, Tributária e Societária

Tributação da Distribuição de Lucros a partir de 2026: o novo divisor de águas para empresários e contadores

Fundador que pesquisou estratégias nos EUA mostra como empresas de hipercrescimento realmente estruturam seu go-to-market



Giovanni da SCIENT não é apenas mais um empreendedor de sucesso. Como fundador e CRO (Chief Revenue Officer) da BossaBox, ele escalou a empresa para dezenas de milhões em receita em apenas 4 anos, antes de deixar o cargo executivo em 2022 para se dedicar a algo que considera ainda mais transformador. Após ter construído uma área de receita, tendo estudado a teoria de como fazem as empresas americanas, resolveu se dedicar a uma extensa pesquisa sobre estratégias de go-to-market in loco nos Estados Unidos nos últimos anos, Giovanni hoje se concentra na transformação GTM nativa em IA para empresas brasileiras. Sua trajetória única - combinando experiência prática de crescimento acelerado com visão estratégica sobre o futuro do mercado - oferece insights que CEOs não encontram em outros lugares sobre como navegar a intersecção entre estratégia comercial e inteligência artificial.



<h2 class="wp-block-heading">1. Go-to-market não é o que você pensa: a diferença entre vender e entregar valor</h2>



Pergunta: A maioria dos executivos confunde GTM com "máquina de vendas", growth hacking ou mesmo o ato de levar um produto ao mercado. Qual é a real diferença e por que isso importa para quem está no C-level?



Insight de Giovanni: "Go-to-market une marketing, vendas e pós-vendas para entrega contínua e iterativa de produtos ao mercado. A diferença fundamental é que GTM inclui o pós-vendas e sucesso do cliente, enquanto uma ‘máquina de vendas’ para na conversão do cliente. E ao contrário do growth hacking, que é mais tático, GTM é uma abordagem estratégica e holística que quebra silos organizacionais."



A confusão conceitual não é apenas semântica - ela custa caro. Empresas que tratam GTM como sinônimo de vendas estão deixando dinheiro na mesa ao negligenciar a retenção e expansão de receita. O verdadeiro GTM cria um sistema integrado onde cada touchpoint do cliente alimenta os próximos, gerando um ciclo virtuoso de crescimento sustentável. Para C-levels, isso significa métricas unificadas entre equipes e metodologias compartilhadas que eliminam os silos que destroem valor.





<h2 class="wp-block-heading">2. O gap brasileiro: por que estamos anos atrás dos americanos</h2>



Pergunta: Você pesquisou extensivamente o mercado americano. Qual o tamanho real do gap entre o que deveríamos saber sobre GTM e onde estamos hoje?



Insight de Giovanni: "No Brasil, observamos uma maturidade menor em GTM comparado a empresas americanas de porte similar. Os problemas surgem conforme as empresas crescem: múltiplas metodologias, silos de dados, informações descentralizadas. A solução frequentemente envolve implementação de OKRs com métricas combinadas entre equipes."



O gap não é apenas de conhecimento - é de execução estruturada. Tenho a impressão de que há um fator cultural importante: os americanos parecem criar as empresas com o pressuposto de que ela vai escalar e com base nas melhores práticas. Enquanto aqui no Brasil nós “tentamos dar certo” e quando dá temos que "consertar" depois que os problemas já se instalaram. Isso cria um custo de oportunidade massivo: time-to-market mais lento, e LTV menor. Para CEOs, o grande desafio é que a complexidade só aumenta conforme a empresa cresce. Quem não implementar uma estratégia sólida e baseada em princípios, sempre tenderá a ter um alto custo de oportunidade frente à concorrência.



<h2 class="wp-block-heading">3. IA + GTM: o surgimento do "engenheiro de go-to-market”</h2>



Pergunta: Como a inteligência artificial está transformando o GTM na prática, e que novas competências isso exige das equipes?



Insight de Giovanni: "A integração de IA no GTM foca em aumentar a produtividade das equipes. Quando mais B2B e empresarial é a venda, mais apoio ao vendedor e quanto mais B2C ou quanto menor o ticket-médio, maior é a capacidade de substituição de pessoas. Está surgindo um novo papel: Engenheiro de Go-to-Market, que combina habilidades de RevOps, Desenvolvimento de Negócios (BizDev) e Engenharia de Produto. As aplicações incluem enriquecimento de dados, resposta imediata a leads, transcrição de reuniões, centralização de informações, enriquecimento de dados e especialmente processamento massivo de informações com IA para melhorar a jornada de compra."



A IA não está apenas automatizando tarefas - está criando uma nova categoria profissional. O Engenheiro de GTM representa a convergência entre estratégia comercial e capacidade técnica, alguém que entende tanto de funil de vendas quanto de APIs. Para C-levels, isso significa repensar completamente a estrutura organizacional. A questão não é mais "como usar IA no GTM", mas "como construir uma organização GTM-nativa em IA desde o DNA".



<h2 class="wp-block-heading">A revolução silenciosa que está mudando o jogo</h2>



Enquanto a maioria das empresas ainda debate se deve "usar" IA no go-to-market, gigantes como Salesforce, HubSpot e Microsoft já "são" IA em suas estratégias GTM. Elas não implementaram ferramentas de IA - reconstruíram seus processos comerciais inteiros ao redor da inteligência artificial.



A diferença está na abordagem: usar IA significa adicionar camadas tecnológicas a processos existentes. Ser IA significa redesenhar completamente como você identifica, conquista e retém clientes. Empresas que adotam a segunda abordagem estão vendo resultados 3x superiores em produtividade de vendas e 40% de melhoria em retenção.



O framework que está emergindo combina OKRs estruturados com automação inteligente, criando loops de feedback contínuos entre todas as etapas do customer journey. Não é mais sobre ter um CRM com IA - é sobre ter uma organização que aprende e se adapta em tempo real.



<h2 class="wp-block-heading">O segredo das empresas mais aceleradas</h2>



As empresas de hipercrescimento descobriram algo que a maioria ainda não entendeu: GTM não é um departamento, é uma filosofia organizacional. Elas tratam cada interação com o cliente como um experimento, cada métrica como um sinal de mercado, cada feedback como input para iteração do produto.



Essas empresas implementam três pilares fundamentais que as diferenciam:



Primeiro: Quebra total de silos através de OKRs combinados. Marketing é medido por pipeline qualificado, vendas por retenção pós-venda, CS por expansão de receita. Todos remam na mesma direção.



Segundo: Instrumentação completa do customer journey. Cada touchpoint é medido, cada friction point identificado, cada oportunidade de otimização mapeada. Dados centralizados alimentam decisões em tempo real.



Terceiro: Cultura de experimentação contínua. Hipóteses são testadas rapidamente, aprendizados são compartilhados entre equipes, iterações acontecem em ciclos semanais, não trimestrais.



<h2 class="wp-block-heading">A realidade brasileira vs. o padrão mundial</h2>



Giovanni observa uma diferença crucial: "Empresas brasileiras frequentemente crescem apesar de seus processos GTM, não por causa deles. Quando atingem determinado porte, os problemas estruturais se tornam evidentes: múltiplas metodologias conflitantes, dados espalhados em sistemas diferentes, equipes trabalhando com objetivos desalinhados."



A solução não é cosmética - requer reestruturação fundamental. Empresas que fazem essa transição veem resultados dramáticos: redução de 30-50% no CAC, aumento de 40-60% no LTV, aceleração de 2-3x no time-to-market de novos produtos.



O exemplo mais claro vem da própria experiência de Giovanni na Bossa Box: "Quando implementamos métricas unificadas e quebramos os silos entre marketing, vendas e CS, nossa eficiência operacional aumentou exponencialmente. Não era mais sobre cada área bater suas metas individuais, mas sobre o sistema inteiro otimizar para crescimento sustentável."



<h2 class="wp-block-heading">O futuro já chegou (para quem está prestando atenção)</h2>



A convergência entre IA e GTM está criando vantagens competitivas sustentáveis para empresas que se movem rapidamente. O novo papel de "Engenheiro de Go-to-Market" representa essa evolução: profissionais que combinam visão estratégica com capacidade de implementação técnica.



Esses profissionais estão construindo sistemas que:



<ul class="wp-block-list">
<li>Identificam leads qualificados automaticamente através de sinais comportamentais</li>



<li>Personalizam abordagens de vendas baseadas em padrões históricos de conversão</li>



<li>Predizem churn antes que aconteça e acionam intervenções preventivas</li>



<li>Otimizam pricing dinamicamente baseado em elasticidade de demanda</li>



<li>Automatizam follow-ups personalizados que mantêm prospects engajados</li>
</ul>



Não é ficção científica - é realidade operacional para empresas que investiram na infraestrutura certa.



<h2 class="wp-block-heading">A pergunta que vai tirar seu sono</h2>



Sua empresa está estruturando o go-to-market como as empresas de hipercrescimento ou seguindo o famoso "jeitinho" que deu certo até aqui?



A resposta determina se você será uma das empresas que define o futuro do seu mercado ou uma das que luta para não ficar irrelevante.

O que realmente é go-to-market nas empresas mais aceleradas do mundo

Historiador fala sobre como minimizar impactos negativos das novas tecnologias no HSM+



O mundo vive uma grande crise de confiança, de acordo com Yuval Noah Harari, autor de best-sellers, que esteve presente nesta quinta-feira, dia 06, no HSM+, evento que reuniu mais de 4 mil executivos em São Paulo.&nbsp;



Segundo ele, as pessoas estão transferindo a confiança que tinham em bancos, governos e imprensa para os algoritmos, o que representa um grande perigo, visto que estes são ensinados a despertar medo, raiva e indignação porque são sentimentos que geram engajamento – o que faz com que as pessoas passem cada vez mais tempo conectadas.



Além de roubar nosso tempo, a IA tem criado uma “coleção de fortalezas”, onde “cada nação cria muros culturais, militares e até físicos”, fazendo com que cada uma lute para expandir seu território em detrimento dos vizinhos. “Historicamente, os impérios lutam entre si pela soberania. Mas, guerras eram tabu desde 1945, e agora voltaram a acontecer. O colapso da civilização abre espaço para o domínio da IA”, afirma.





Soma-se a isso o fato de que estamos diante de problemas globais que dependem de soluções conjuntas, e não individuais, como é o caso das mudanças climáticas. “Políticos estão usando isso a seu favor, promovendo verdadeiros reality shows não geridos por humanos”.&nbsp;



Contudo, mais do que emitir alertas, o escritor apresentou propostas. O primeiro passo, segundo ele, é recuperarmos a confiança e, isso deve começar pelos líderes com seus colaboradores, clientes e fornecedores. “Negócios baseados em pressão, mentiras e medo foram efetivos no passado, mas já não são mais. O impacto acontece onde o dinheiro circula. É preciso ganhá-lo de forma honesta”.



Para Harari, apostar no livre mercado é a solução, ajudando a sociedade a superar o déficit de confiança. “Acordos e normas não devem ser quebrados. A justiça e a verdade não podem ser vendidas ou compradas. Se só pensarmos em quantidade de dinheiro, seremos ricos entre ladrões”.



Ironicamente, de acordo com o escritor, os bilionários estão com medo do apocalipse, da terceira guerra mundial, das mudanças climáticas e da própria IA. “Eles estão construindo bunkers para se proteger. Mas, e nós? Nós precisamos construir bunkers nas nossas próprias mentes, contra o ódio e a desconfiança”.



Ter uma atitude positiva e de caridade é o melhor caminho, mas obviamente, deixando a ingenuidade de lado. “Há pessoas não confiáveis, mas o que nos diferencia dos chimpanzés é que temos capacidade de cooperar, confiando, inclusive, em estranhos. Foi por isso que progredimos”.&nbsp;



Resgatar os sentimentos humanos é o que vai nos garantir um futuro melhor. “As profissões devem combinar corpo, mente e coração porque a IA sempre será melhor do que nós no que tange a análise de dados. Os algoritmos não precisam de tempo de descanso e, erroneamente, estamos querendo imitá-los. Se não tivermos tempo, seremos pobres, independentemente da quantidade de dinheiro que tivermos. Tempo é a verdadeira moeda da vida”.&nbsp;



Por Alexandre Pierro e Marília Cardoso.&nbsp;

Tributação pelo Lucro Presumido em 2019

José Carlos Braga Monteiro

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