20 anos de know-how em cibersegurança com IA: experiência que faz a diferença

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Em um cenário onde ataques são cada vez mais difíceis de detectar, informação e preparo continuam sendo as melhores armas
A inteligência artificial tem provocado uma mudança profunda no universo da segurança digital — e esse foi o tema central da conversa entre Leandro Vieira, CEO do Administradores.com, e Roberto Rebouças, Gerente Executivo da Kaspersky no Brasil, no mais recente episódio do Café com ADM. Ao longo da entrevista, Rebouças revelou bastidores da cibersegurança nas empresas, explicou como as ameaças evoluíram ao longo de mais de 3 décadas e ofereceu conselhos diretos para empresas e usuários que tentam sobreviver nesse ambiente cada vez mais hostil.
Na conversa ambos concordam que a IA não é exatamente uma novidade, mas sua presença agora é total: ela passou de promessa tecnológica para peça diária nas defesas cibernéticas. E isso tem motivo: o volume e a sofisticação dos ataques cresceram a um ponto em que métodos tradicionais de defesa digital simplesmente não dão mais conta da quantidade e da sofisticação das ameaças. Segundo dados da própria Kaspersky, 94% das empresas já consideram soluções baseadas em IA essenciais para evitar invasões.
Em cibersegurança, prevenir é SEMPRE melhor que remediar
Rebouças explica que a inteligência artificial trouxe uma nova lógica à proteção digital. Se antes analistas humanos precisavam identificar e classificar ameaças manualmente, agora modelos inteligentes conseguem detectar comportamentos suspeitos, antecipar riscos e até responder automaticamente a tentativas de invasão. Em um cenário de ataques que acontecem em escala industrial, esse tipo de automação virou sobrevivência.
Para ilustrar o impacto real desses ataques, Leandro relembra um caso de sua própria família: um clique inocente em um link malicioso foi suficiente para sequestrar todo o servidor de uma empresa. Rebouças confirma que esse tipo de situação é comum — e devastadora. Quando um ataque desse tipo acontece, explica ele, tudo para: vendas, operações, histórico, sistemas internos. O prejuízo pode durar semanas. “É sempre mais barato prevenir do que remediar”, reforça.
IA para o bem ou para o mal. Escolha o lado certo para a sua empresa
O executivo também comenta como a natureza dos ataques mudou. Não estamos mais falando dos velhos vírus de pendrive, mas de operações complexas, capazes de se esconder e se adaptar com rapidez. Graças à IA, sistemas modernos conseguem identificar microanomalias que passariam despercebidas em modelos tradicionais de defesa.
Outro ponto que ganha destaque na entrevista é a necessidade de democratizar a segurança digital. Para Rebouças, pequenas empresas têm o mesmo nível de exposição — e muitas vezes menos preparo. Por isso, defende que tecnologias avançadas precisam ser acessíveis a qualquer organização conectada. “Todo mundo é alvo”, resume.
Combater fogo com fogo.
Como se proteger de golpes com uso de IA e engenharia social
O tema dos golpes por celular que afeta muitas pessoas e algumas empresas também fez parte do bate papo, principalmente das ligações de números desconhecidos de hoje em dia. Rebouças explica que esses ataques evoluíram: criminosos combinam engenharia social com IA para criar abordagens quase impossíveis de identificar. Muitas vezes, o ataque começa no celular pessoal de um funcionário e termina dentro da rede corporativa.
A entrevista também explora o lado sombrio da IA: deepfakes, imitações de voz, mensagens impecavelmente personalizadas e ataques automatizados. Os criminosos, destaca Rebouças, agora têm ferramentas capazes de deixar golpes quase perfeitos — e muito mais rápidos.
Diante desse cenário, Leandro questiona como a própria Kaspersky usa IA para combater essas ameaças. Rebouças descreve uma estrutura baseada em três frentes: coleta massiva de sinais, modelos inteligentes que identificam padrões incomuns e respostas automatizadas capazes de agir em segundos. A combinação entre especialistas humanos e IA é, segundo ele, o segredo para manter a eficiência das defesas.
Apesar da evolução tecnológica, Rebouças reconhece que ainda existe desconfiança quanto ao uso da IA — especialmente em decisões automatizadas. Ele reforça a importância de processos transparentes, auditorias e supervisão humana constante. “Não dá para confiar 100%”, afirma. A automação é poderosa, mas o julgamento crítico ainda é humano.
Conhecimento, bom senso e Kaspersky
O futuro, segundo o relatório da Kaspersky citado no episódio, aponta para sistemas “nativos de IA”, capazes de aprender e se defender sozinhos. Para Rebouças, esse futuro já está em construção, ainda que de forma gradual. Ataques estão ficando mais inteligentes — e as defesas precisam acompanhar.
Para quem quer se proteger hoje, o executivo encerra com recomendações simples, porém fundamentais: usar autenticação multifator, não repetir senhas, evitar clicar em links suspeitos, manter dispositivos atualizados e dar ao celular o mesmo cuidado dedicado ao computador. Ele alerta ainda que os dados pessoais dos brasileiros estão amplamente expostos, o que facilita golpes comuns como o “troquei de número”.
No fim, a mensagem é clara: em um cenário onde ataques são cada vez mais difíceis de detectar, informação e preparo continuam sendo as melhores armas. O episódio do Café com ADM, portanto, se torna uma aula essencial para qualquer pessoa ou empresa que deseja sobreviver na era da inteligência artificial.









