É na interseção entre experiência e sabedoria que nascem os líderes mais completos — aqueles que não apenas comandam, mas transformam Enquanto atletas e modelos atingem o auge antes dos 30, a liderança segue um caminho diferente. Ela exige um conjunto complexo de habilidades — intelectuais, emocionais, éticas e sociais — que se desenvolvem ao longo de décadas. E, segundo novas pesquisas, a excelência em liderança atinge seu ponto máximo entre os 55 e 60 anos de idade. O estudo que decifrou o auge da liderança O psicólogo Gilles Gignac, da Universidade da Austrália Ocidental, conduziu uma análise que reuniu décadas de estudos sobre as competências essenciais de um grande líder. O resultado foi um conjunto de 16 habilidades fundamentais, que incluem: Inteligência emocional e estabilidade emocional Capacidade de raciocínio moral e empatia Resistência a vieses cognitivos Memória e velocidade de processamento Consciência e responsabilidade (conscientiousness) Funções executivas (planejamento, foco e tomada de decisão) Ao cruzar dados sobre quando cada uma dessas habilidades tende a atingir seu pico, os pesquisadores descobriram que, embora algumas funções cognitivas diminuam com o tempo, outras — como julgamento, ética e autocontrole — continuam a se fortalecer até a maturidade. O equilíbrio entre declínio e crescimento faz com que, em média, a liderança humana alcance seu ponto mais alto entre os 55 e 60 anos, começando a decair lentamente apenas por volta dos 65. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção A maturidade como vantagem competitiva Essa descoberta desafia um dos grandes mitos corporativos modernos: o de que inovação e energia estão sempre ligadas à juventude.Na realidade, liderança de alto desempenho se consolida com o tempo, quando a experiência se alia à sabedoria emocional. Outros estudos reforçam a conclusão de Gignac: Uma pesquisa de Stanford mostrou que a inteligência global tende a atingir seu auge nos 40 anos e só declina perto da aposentadoria. O empreendedorismo segue o mesmo padrão: o fundador médio de startups bem-sucedidas tem 47 anos, e não 25. A empatia, a autoconfiança e a capacidade de resolver conflitos continuam crescendo até o final da meia-idade. Em resumo, o cérebro e o caráter humano amadurecem como um bom vinho — e é nessa fase que a liderança atinge seu sabor mais completo. O alerta para empresas e gestores Se a ciência comprova que os líderes mais completos estão na meia-idade, por que tantas organizações ainda tratam os 50 como o início da 'contagem regressiva'? O estudo de Gignac faz um apelo direto às empresas: é hora de rever os vieses etários. Contratar ou promover apenas jovens pode significar perder sabedoria estratégica e estabilidade emocional, atributos críticos em tempos de incerteza. Times diversos em idade combinam a energia da juventude com o discernimento da experiência — uma mistura poderosa para inovação e execução. O novo paradigma: o auge não é o começo do fim A liderança não é uma corrida de velocidade, e sim uma maratona intelectual e emocional.Cada ano vivido traz repertório, paciência e visão de longo prazo — ingredientes impossíveis de simular com energia bruta. Como resume o próprio Gignac: 'Talvez seja hora de parar de tratar a meia-idade como uma contagem regressiva — e começar a reconhecê-la como o auge.' Em outras palavras: A juventude pode trazer brilho, mas é a maturidade que traz profundidade.E é na interseção entre experiência e sabedoria que nascem os líderes mais completos — aqueles que não apenas comandam, mas transformam.