O acionamento da bandeira vermelha patamar 2 ocorre em um contexto de baixos níveis dos reservatórios, o que exigiu a ativação de usinas termelétricas A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) surpreendeu o mercado na última sexta-feira ao anunciar o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, o nível mais alto do sistema de bandeiras tarifárias. Com essa medida, economistas ouvidos pelo GLOBO preveem um aumento significativo na conta de luz dos consumidores, que pode variar entre 10% e 13% apenas neste mês. Impacto na inflação e nas metas do Banco Central O acionamento da bandeira vermelha patamar 2 ocorre em um contexto de baixos níveis dos reservatórios, o que exigiu a ativação de usinas termelétricas, conhecidas por seus altos custos de geração de energia. Este ajuste não só encarece as contas de energia, mas também eleva o custo de vida, pressionando a inflação. Com o aumento de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, os analistas já esperam um impacto direto na inflação, que pode fechar o ano acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Atualmente, o centro da meta para a inflação de 2024 é de 3%, com um piso de 1,5% e teto de 4,5%. No entanto, a inflação acumulada nos últimos 12 meses até julho já atingiu o teto da meta de 4,5%, indicando que os aumentos nas contas de luz poderão exacerbar ainda mais essa situação. Essa decisão repentina da Aneel, que pulou diretamente da bandeira verde para o patamar mais alto da bandeira vermelha, sinaliza aos consumidores a necessidade urgente de economizar energia e pode influenciar a trajetória econômica do país nos próximos meses.