Enquanto grandes empresas seguem dominando o mercado, a inteligência emocional dos motoristas pode ser um fator decisivo nesse movimento Motoristas de aplicativos nos Estados Unidos estão buscando alternativas para melhorar seus rendimentos e garantir mais controle sobre suas condições de trabalho. Em San Diego, um grupo liderado por Lee Sperry está explorando a criação de uma cooperativa de transporte, na qual os próprios motoristas administrariam o serviço, estabelecendo regras mais justas para pagamentos e desativações. O crescimento das cooperativas de transporte A ideia de cooperativas para motoristas de aplicativos já está em funcionamento em algumas cidades. Em Nova York, a The Drivers Cooperative opera desde 2021, enquanto em Denver, a Drivers Co-op Colorado foi lançada em 2023, contando com cerca de 16 mil motoristas. Diferente das grandes empresas como Uber e Lyft, essas cooperativas garantem que os condutores recebam uma parcela maior das tarifas. Enquanto motoristas da Uber relatam receber menos da metade do valor pago pelo passageiro, a Drivers Co-op Colorado garante 80% da tarifa para os motoristas. Um exemplo claro dessa diferença é uma corrida entre o centro de Denver e o aeroporto da cidade: Pela Uber: Rende cerca de US$ 16 Pela cooperativa: Garante US$ 33,60 ao motorista Mais transparência e melhores condições de trabalho Além da questão financeira, as cooperativas trazem uma abordagem mais transparente para a administração dos motoristas. Empresas como Uber e Lyft frequentemente desativam contas sem explicação ou sem um processo claro de defesa para os condutores. Já as cooperativas adotam um modelo mais democrático, com comitês de revisão e reuniões presenciais para discutir problemas e possíveis desativações. Outro diferencial da Drivers Co-op Colorado é a exigência do uso de câmeras de segurança nos veículos, algo que ajuda a proteger tanto motoristas quanto passageiros. Além disso, a cooperativa exige que os condutores passem por uma orientação inicial antes de começarem a dirigir, além da opção de comprar uma participação no negócio por US$ 200. O desafio das grandes empresas Uber e Lyft permitem que seus motoristas trabalhem para outras plataformas, mas o crescente interesse por cooperativas de transporte pode desafiar o domínio dessas gigantes no setor. Além dos baixos ganhos, motoristas também enfrentam preocupações com segurança, como a venda ilegal de contas para terceiros. Para Luis Arias, outro motorista que apoia a criação da cooperativa de San Diego, a iniciativa vai além da questão salarial. Segundo ele, um dos maiores problemas atualmente é a segurança dos passageiros e motoristas, uma vez que algumas pessoas dirigem com contas adquiridas ilegalmente, sem que as empresas façam uma fiscalização rigorosa. O futuro das cooperativas de motoristas O sucesso das cooperativas já estabelecidas mostra que há demanda por um modelo mais justo para os motoristas. À medida que mais profissionais buscam alternativas para melhorar seus rendimentos e garantir maior transparência no trabalho, é possível que mais cidades vejam iniciativas semelhantes surgirem nos próximos anos. Enquanto Uber e Lyft seguem dominando o mercado, a inteligência emocional dos motoristas pode ser um fator decisivo nesse movimento. Com maior controle sobre suas condições de trabalho, os profissionais podem experimentar menos estresse, mais motivação e um ambiente mais colaborativo, fatores que influenciam diretamente sua satisfação e desempenho.