Como o “Princípio da Complexidade” vai tornar sua vida mais simples e leve

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Ser líder pode tornar-se um aspecto central da autoimagem de algumas pessoas nesta posição, e esta ligação, embora pareça vantajosa, representa um duplo desafio
Ao longo da sua jornada como coach de líderes seniores, o cientista comportamental e psicólogo Nick Hobson notou um traço comum: a identidade pessoal intimamente ligada às funções profissionais.
De acordo com o que escreveu o especialista em artigo para a Inc., principalmente para aqueles que ocupam posições de liderança, ser líder torna-se um aspecto central da sua autoimagem, e esta ligação, embora pareça vantajosa, representa um duplo desafio.
“Se tudo está ligado a esta identidade única, o que acontece quando surgem os desafios? Uma reestruturação que conduza a um despedimento ou a uma transferência indesejada pode abalar a sua autoestima. É aqui que minha jornada de coaching se cruza com um conceito psicológico poderoso – o ‘Princípio da Complexidade’”, explica.
Enraizado na teoria da autocomplexidade, o “Princípio da Complexidade” sugere que indivíduos com diversos aspectos pessoais, ou diferentes dimensões que formam a sua identidade, navegam pelas complexidades da vida de forma mais eficaz. Assim, a complexidade, paradoxalmente, atua como um agente simplificador, principalmente em momentos de fracasso.
Em seu estudo sobre o conceito, Patricia Linville destaca, ainda, o papel da autocomplexidade na proteção contra o estresse. De acordo com ela, aqueles com uma variedade de aspectos pessoais experimentam menor sofrimento emocional em resposta a eventos negativos, demonstrando a qualidade protetora da complexidade.
Hobson sugere, então, que líderes emocionalmente inteligentes reconhecem o poder do “Princípio da Complexidade” e, em vez de vincular toda a sua identidade ao seu papel profissional, cultivam intencionalmente um conjunto diversificado de aspectos pessoais. “Um líder, um pai, um amigo, um hobby – esses aspectos juntos formam uma identidade robusta, oferecendo resiliência diante da adversidade”, declara.
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“Considere um cenário em que um líder enfrenta um revés significativo no trabalho. Um rebaixamento ou um resultado desafiador de um projeto pode impactar alguém com uma identidade estritamente definida. No entanto, um líder emocionalmente inteligente, guiado pelo ‘Princípio da Complexidade’, retira força da riqueza da sua identidade”, acrescenta o especialista.
De acordo com ele, estudos demonstraram que participantes com alta autocomplexidade tendem a apresentar maior estabilidade emocional quando confrontados com uma avaliação de desempenho negativa: “Esta capacidade de compartimentar os contratempos, atribuindo-os a aspectos específicos do eu, sem comprometer todo o autoconceito, revela-se crucial na manutenção do bem-estar emocional”.
Como coach, Hobson notou que a introdução do “Princípio da Complexidade” desencadeia uma mudança transformadora. Segundo ele, orientar os indivíduos a reconhecer e desenvolver múltiplos aspectos pessoais constrói uma rede de segurança psicológica e, quando surgem desafios profissionais, eles se tornam capazes de aproveitar esta diversidade, mitigando o impacto no seu bem-estar geral.
“Os líderes emocionalmente inteligentes aproveitam a autocomplexidade não como uma fonte de confusão, mas como uma vantagem estratégica na navegação nos seus mundos profissional e pessoal”, finaliza.
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